História But it's as they say, hatred leads to love - "Só mais um pouco....!"

— Estou em casa...— A alfa anunciava entrando na enorme mansão, retirando seu casaco e cachecol, estava a noite e a gélida ventania não permitia um a sair sem agasalho. Ume aparecia no fim do corredor andando em direção a alfa com um sorriso fraco no rosto.— Te acordei? 

— Está tarde, por onde esteve?— A ômega falou ignorando a pergunta da alfa, que foi acompanhada até seu quarto. Era um cômodo grande com mais e mais prateleiras de livros, a maioria sobre o ABO ou então livros de histórias contagiantes que Ume amava, os móveis? Tudo do mais refinado. 

— Nah, fui resolver uns assuntos aí, não se preocupe, eu não matei ninguém.— Ela se jogou na cama relaxando seus músculos que estavam doloridos, ela soltou um suspiro pesado dando tapinhas ao seu lado chamando a ômega para ficar com ela está noite.

— Como foi seu encontro com o pequenino?— Ela dizia de forma calma, sentando-se atrás da alfa, arrumando seus longos cabelos, mesmo sendo cega, parecia que ela enxergava tudo.— Ele estranhou-te?

— Ele nem foi! Eu pensando que ele iria...— Dizia a garota com uma expressão triste,  ela queria ver aquele ômega mais uma vez, não, não queria maltratar do garoto, seria uma relação como a dela com a Ume, mas seu pai o queria, por bem ou por mal. 

— Estranho sei que ele tem suas razões; mas o conhecendo, ele ao menos ligaria...

— Sim eu sei, mas talvez... Ah, cara! Aquele alfa deve não ter dito! Ele era realmente muito bonito...— Ela parou de falar só para ver a expressão da outra de ciúmes que sempre fazia quando falava de outro perto de si.

— Tord tem sorte, isso sim!— Ela dizia dando um pequeno tapa na testa da outra que riu da reação da ômega. Ela terminou o simples coque se levantando indo pegar um pouco de café para a alfa, que com certeza estava pedindo em seus pensamentos. 

— Talvez sim, talvez não...— Ela finalizou o assunto se levantando indo até seu guarda-roupa pegando seu pijama  e vestindo, indo até a baixa janela que ficava de frente a cama, sentando-se em frente a mesma, deitando sua cabeça sobre os braços, observando a noite e a neve que caía em abundância.— Amanhã é Natal, certo Ume?

— Sim amanhã, daqui a poucos minutos será hoje...— Ela entregou a xícara de café para a alfa, sendo retribuída por um sorriso, voltando a cama e a arrumando para dormirem, prendendo o pequeno cabelo que tinha.— Eu amo essa data... Pena que não posso mais vê-la.

— Para de ser tão dramática...!— Ela tomava um gole do café olhando para a outra que se aconchegava debaixo das cobertas.

— É a pura verdade!— Ela falou em um tom bravo se deitando começando a ignorar a alfa.

— Own,  tá bravinha tá?— Debochou da amiga que a xingou por completo em um único sussurro fazendo a alfa não segurar a risada.

— OYASUMINASAI* PARA VOCÊ TAMBÉM! — Ela gritou de forma baixa agora ignorando completamente a alfa que bebia o café com um sorriso travesso. Ela se levantou e foi até a ômega desferindo um beijo na testa da outra, pondo a xícara vazia na mesinha ao lado e se aconchegando debaixo das cobertas também, é claro que coladinha a amiga.

— Boa noite...— Ela sorriu abraçando a ômega que abria os olhos devagar se deparando com o belo sorriso da outra, ah como ela gostava dessa sensação. 

— Assim não dá pra te ignorar...— Ela reclamou falando baixo, retribuindo o abraço. 

— Eu sei, essa era a intenção... Acredite, eu vou te fazer enxergar de novo, nem que eu morra pra isso.— Ela falou um pouco mais alto e confiante fazendo a ômega rir.— Ei!

— Você sabe que isso é impossível Nic! 

— Impossível? Impossível é a tecnologia de hoje em dia! Olha o que somos Ume! Se podemos ser isso, você também pode enxergar de novo!— Ela dizia esperançosa, cada palavra saía com confiança. Esse era o sonho de Nic, era compartilhado, mas era o seu sonho, prometeu cuidar e se dedicar ao máximo para a Ume e promessas servem para serem cumpridas, esse era seu lema. 

— Você é mesmo uma garota ingênua apesar de tudo.— Ela ria agora com sono, aninhando-se no abraço da alfa, assim dormindo.

— Boa noite... My only sunshine...

× Na manhã seguinte ×

O menor acordava com o sol fraco  que batia em seu rosto, reclamando baixo pelo fato de ter o sono tão leve, levantou-se indo até a cozinha, encontrando absolutamente ninguém, estranhou o fato de todo aquele silêncio resolvendo ir dar uma espiada no quarto dos amigos, encontrando somente Matt na cama dormindo. Edd havia acordado mais cedo? Era 7:30 da manhã ainda, Edd não gosta de acordar cedo assim. Resolveu deixar o assunto de lado indo preparar o café da manhã, não era tão experiente quanto Tom mas sabia fazer o básico. 

— Tord...? — Matt falava sonolento dando um pequeno susto em Tord, não tinha nem 2 minutos que tinha o visto dormir.

— Matt? O que houve? Você também não é de acordar tão cedo.

— Não senti meu anjo comigo, tava frio...— Ele indagou nem percebendo o que havia acabado de dizer, Tord corou um pouco com tais palavras. 

— O-Okay...? Eu vou na casa de Pat e Paul daqui a pouco, acho melhor você dormir mais um pouco, não quero que fique acordado sem fazer altos nada e sozinho.— Ele falava de costas ao outro, terminando de fazer as panquecas que Patryk o havia ensinado.

— Se você acha...— Ele bocejou voltando ao quarto deixando Tord na cozinha sozinho mais uma vez.

Tord comeu suas panquecas — que aliás ele tinha conseguido deixar gostosas ao contrário das outras diversas vezes que tentou cozinhar sozinho — e foi se arrumar. Depois de um banho quente e demorado ele vestiu as roupas de sempre e vestiu suas roupas de inverno — já que estava congelando lá fora — e saiu deixando um recado para Edd é claro, que aliás Tord se perguntava onde estava.

×××

— Tom? TOOOOOOOM?— Edd gritava de frente para aquela enorme floresta, havia seguido uma trilha de garrafas de vodka que estavam quebrados a vários pedaços no chão, olhou para trás por um instante suspirando, resolvendo ir atrás do amigo. Edd havia ido dormir com um mal pressentimento por isso resolveu dar uma "checada" no amigo, dando no que deu. Edd gritava mais e mais o nome de Tom mas sempre sem resposta, estava desistindo até ouvir pássaros voarem para longe não tanto distante de si seguido de um alto rugido, engoliu em seco correndo na direção do barulho se deparando com uma cena horrível. 

— T-Tom...?— A besta estava completamente transformada, sua boca estava manchada de vermelho juntamente com suas patas dianteiras e a sua frente, um cervo morto.— Oh meu Deus...!

Aquilo nunca havia acontecido, na maioria das vezes Tom se transformava pela metade e nunca, nunca havia matado um animal inocente antes. A besta rosnou ao perceber a presença de Edd se virando e aproximando cada vez mais com um olhar irritado, encurralando o moreno pelas árvores.

— E-Ei... Acalme-se sou eu! V-Vê?— A besta rosnou mais uma vez fazendo Edd parar de falar fechando os olhos com força, esperando o pior.

Tom o observou por um tempo, frente a frente ao moreno, o forte odor de sangue enjoava Edd mas ele ainda tentava se manter "neutro", não demonstrando tanto medo. Tom parou por um momento o farejando logo retirando o seu ar "irritado" substituindo por um alegre e dócil, sentou-se imitindo alguns grunhidos, agindo como se fosse um cão, Edd estranhava, ele estava muito estranho.

— Okay...? Hm, você poderia...— Ele fez uma pausa tentando raciocinar o que estava acontecendo, era muito surreal.— Voltar a ser... O Tom...?

Foi respondido por um grunhido, considerando um "não". Mesmo com o outro naquela forma, tentava se comunicar de alguma maneira, o que era praticamente impossível. Depois de um bom tempo tentando, desistiu, tentando agora se "divertir" com a besta  que agia de forma tão inocente — tirando o fato do cervo morto — que Edd não conseguia acreditar que era o Tom, então resolveu brincar da clássica brincadeira "pega o graveto" e pelo incrível qur pareça, funcionava. E foi assim o resto da manhã...

×××

Tord andava em passos calmos até a residência dos soldados, não estava nem um pouco com pressa, já estava até perto, enquanto caminhava observava a cidade na qual viveu antes relembrando dos momentos que teve. No inverno ela ficava tão bela, crianças brincavam das clássicas brincadeiras de inverno e adultos faziam suas coisas de adulto, mas como era feriado eles se divertiam como adultos, certo? Haha. Para Tord era como um sonho sendo realizado, ter essa paz de novo, quem ele estava enganando? A guerra só está começando, mas ele não liga. Avistou a casa dos soldados, assim apressando os passos, chegando na mesma abrindo a porta com a cópia da chave que tinha, entrou sendo recebido com Patryk de avental, segurando uma colher que parecia ter algum tipo de massa, estava preparando algo.

— Tord?  O que está fazendo aqui tão cedo?— O maior perguntava indo a cozinha tirando o avental e colocando a colher em cima do balcão voltando a sala de estar retirando as roupas de frio de Tord, as pondo no sofá. 

— Eu não sou uma criança, sei tirar sozinho...— Ele reclamou baixinho para si mesmo, mas Pat escutou dando uma pequena risada.— Você ainda pergunta?! Vim saber como estão! Ela não fez nada grave a vocês né? 

— A mim não... Mas ela quebrou o braço do Paul...— Ele abaixou o tom de voz nas últimas palavras para não irritar tanto o menor o que foi em vão. 

— O QUE?! ELA FEZ O QUE COM O PAPAI?!— Ele falou alto, tecnicamente gritando, sem ao menos perceber o que havia dito, quando percebeu ficou enrolado além de se deparar com o rosto alegre e os olhos brilhando de Patryk.— Quer dizer... Você entendeu!

— Sim, sim... Vamos lá pra cima, o seu "papai" está te esperando.— Ele brincou com o menor rindo, fazendo o outro irritar-se, mas enterraram o assunto depois de um tempo.

×××

— ELES FIZERAM O QUE?!— Ele dizia quase se engasgando com o chá que havia sido preparado por Patryk.— Eles são loucos?! Eles irão morrer!

— Eles vieram aqui pedindo por nossa ajuda, é claro que como nós, eles querem parar com toda essa loucura que o Nicolau tem feito.— O outro falava cada palavra com seriedade, seu braço esquerdo estava engeçado e por algum milagre estava sem seu cigarro.

— Isso é ótimo! Não acredito que eles conseguiram fugir! Tenho tantas saudades...— Ele dizia sorrindo para o nada lembrando dos amigos quefez no laboratório.— Eles irão voltar aqui?

— Daqui alguns minutos eles irão chegar, acabaram de me avisar.— Informava o maior olhando para o celular, vendo as mensagens do tais amigos.

O menor realmente não conseguia acreditar, estava falando dos 3 amigos transformados que além de serem fieis e leais, o ajudaram à sair daquele lugar horrível e sempre o fazia companhia. 

Agatha, ela é baixinha, poucos centímetros maior que Tord, por ser albina, sua pele era clara sem nenhuma mancha, quase em um tom branco. Cabelos brancos como a neve que sempre estava preso em um 'rabo de cavalo' que quando soltos batiam em suas costas e uma franja que insistia em ser falhada em inúmeros pontos que a irritava, mas ela não a largava, usava óculos de grau cor vermelho vivo, só para combinar com a cor de seus olhos, não gosta de demonstrar o que sente para os outros, sempre carregando uma expressão neutra, uma garota de personalidade forte, perita em qualquer tipo de tecnologia, mesmo não parecendo ela é uma alfa com gene de ômega. 

Luke, um cara alto de pele morena bronzeada que sempre está de cabelos coloridos, que na maioria das vezes a cor é azul petróleo, adorava corta-lo em forma de degradê e não conseguia deixar as laterais crescerem, ficando com a cor do seu cabelo normal; negro, de alguma forma ele não gosta muito de ter heterocromia mas sempre quando elogiam, ele não para de se gabar, ele é bastante calmo e carinhoso com todos, mas também é estrategista e calculista, um beta puro que "leva a vida devagar".

Klara, essa sim é uma garota que nunca desiste, sempre esperançosa e que sabe quando estão mentindo ou não, sua auto-estima é realmente incrível, tem cabelos ruivos levemente avermelhados que formam uma enorme trança que acaba nas suas coxas, olhos  esverdeados, pele completamente bronzeada e recheada com sardas por toda a parte, ela adora uma zoeira, está conectada e sempre é a rainha dos memes, mas ainda sim com toda essa alegria 'falsa' ela sofre de depressão e transtorno de ansiedade.

Ah, como amava esses três, não os trocaria por nada na vida, foram os que mais o ajudaram naquele lugar quando precisou de ajuda. A campanhia foi ouvida fazendo Tord abrir um sorriso enorme, Pat foi atender e depois de poucos segundos já dava para escutar passos rápidos vindo em sua direção e uma voz afeminada o chamar, claramente era a Klara.

— TOOOORDY!!!— Ela correu em direção ao outro o  abraçando forte como se não houvesse amanhã. 

— Não quebre os ossos dele! Eu também quero abraça-lo! - Ele dizia com ironia recebendo uma cara emburrada como resposta e logo em seguida, Agatha aparece ficando ao lado de Luke, onde a diferença de altura é enorme, com sua expressão neutra como sempre.

— Agatha! Ao menos sorria caramba! O nosso pequeno está de volta! - A albina revirou os olhos tentando se segurar, mas com todos a olhando realmente não deu, ela correu em direção a Tord o abraçando ainda mais forte que a Klara.

— Eu senti saudades, seu baixinho!— Ela sorriu e logo se separou do abraço se recompondo.

— Até você?— Ele falou se referindo a todos o chamar de baixinho ou coisa parecida fazendo todos rirem.

Eles começaram pondo as conversas e as novidades em dia mas depois mudando de assunto, os três amigos começaram dando mais informações sbre os transformados e os demais experimentos, eles já estavam começando a planejar algum plano, precisam ser rápidos, pois o tempo já está curto.

×××

— Preciso ir agora, já está bem tarde e Matt deve estar me esperando, foi incrível revê-los!— Tord dizia alegremente se despedindo de todos, tudo está tão bem, tão calmo, ele ainda custava a acreditar em tudo. Durante seu caminho a casa de Edd, sentiu-se de alguma forma sendo observado... Mas ignorou tal sentimento. 

— Cheguei...— Ele abriu a porta calmamente, andou até a sala ouvindo alguém correr em sua direção, era Edd, foi surpreendido com a expressão de choro do outro e também um abraço forte.

— Idiota, Idiota, Idiota, Idiota, idiota!— Ele gritava em um timbre choroso, agora olhando nos olhos de Tord.— EU PODIA TER AJUDADO! Mesmo que não fosse em muito! Eu podia...!— Ele o abraçou de novo e agora chorando, Matt surgiu indo atrás do moreno se deparando com a cena, Tord o fuzilava com os olhos. 

— N-Não deu... Haha...— Ele falava baixo, rindo fraco. Tord suspirou retribuindo o abraço abrindo um leve sorriso pelo fato de Edd o ter aceitado.

— Ah, eu sei Edd, eu poderia ter contado tudo, mas... eu tive medo sabe? - Ele ergueu o rosto de Edd, olhando nas íris negras do mesmo.— Medo de envolver vocês, mais do que já estão...

— Eu poderia...- Edd aproximou seus rostos, colando ambas as testas, fitando o chão ainda no timbre choroso.— Idiota....

— Edd, sabe o que dizer agora certo?— O ruivo falou calmamente lembrando da conversa que haviam tido mais cedo.

— Que?— Tord olhou para os olhos de Edd novamente que continuavam fitando o chão com o olhar um pouco entristecido. 

— Heh... Acho que devia ter lhe dito isso antes...— Ele se afastou um pouco, agora ao lado de Matt, enxugou suas lágrimas e os olhos marejados, suspirando fundo, tentando encontrar as palavras certas e a coragem para dizer.— Você sabe quase de tudo sobre a parte monstro do Tom certo...? Pois é...— Ele dizia com a sua mania de afirmar tais perguntas feitas pelo mesmo antes da outra pessoa responder, deu uma pausa molhando os lábios olhando pro lado.— De acordo com o que ele me disse, ele está em uma época chamada...

Cio.