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Quem sabe há quanto tempo eu estou acordado agora?
As sombras em minha parede não dormem, elas continuam me chamando, acenando...
Apenas depois de alguns minutos, Jong In pareceu ter se acalmado. Os soluços diminuíram quando KyungSoo o ouviu respirar fundo, porém, os dois continuavam abraçados. O maior se prendia a KyungSoo como se ele fosse desaparecer assim que olhasse em seus olhos, ou assim que a noite terminasse. Grande parte da mente de Jong In o deixava com medo de que isso viesse a acontecer assim que o menor soubesse de tudo. Enquanto isso, KyungSoo apenas fazia um carinho agradável nos cabelos de Jong In enquanto o abraçava, sem dizer uma palavra.
De repente o abraço se desfez, e Jong In quase não acreditou em si mesmo quando separou os dois corpos. Seus olhos ainda estavam molhados e um pouco inchados devido ao choro, mas mesmo assim, o maior conseguiu dar um sorriso para KyungSoo que sorriu de volta com preocupação nos olhos.
– Vamos – disse Jong In sem tirar o sorriso e pegou a mão de KyungSoo, guiando-o em direção ao quarto.
– Mas... e o jantar? – o menor perguntou encarando a mesa; parecia um pouco decepcionado – Já deve ter esfriado.
– Não acho que vou conseguir comer nada agora. Apenas venha.
KyungSoo suspirou, se deixando ser guiado por Jong In até o quarto.
– Como está o seu pulso? – perguntou Jong In, quando os dois entraram no quarto.
– Bem melhor – respondeu.
E realmente estava. KyungSoo já não sentia mais as pontadas de dor em seu pulso e acreditava que logo poderia se livrar daquela atadura, mesmo que aquilo não estivesse o incomodava em nada.
O menor se encostou à cabeceira da cama, deixando as pernas esticadas enquanto Jong In se deitava no colchão e descansava sua cabeça no colo de KyungSoo, que já acariciava os cabelos escuros mais uma vez.
Estava tudo em completo silêncio.
Jong In estava de olhos fechados, deitado de lado na cama, o que impedia que KyungSoo visse completamente seu rosto.
O maior havia pensado... e se lembrado das coisas enquanto esteve andando lentamente por horas antes de voltar para casa. Ele se lembrava, não detalhadamente, mas ainda sim se lembrava do dia em que se mudou para aquela casa. Seus pais estavam orgulhosos pelo filho único estar em uma faculdade e mesmo com a insistência da mãe para que ficasse em casa, Jong In decidiu se mudar. Ele achava que se estivesse em um lugar tranquilo, talvez pudesse aproveitar mais os seus estudos, e depois de alguns anos vivendo naquela mesma casa e com ajuda financeira dos pais, Jong In não tinha conhecimento da existência de seu vizinho, KyungSoo.
Era difícil se lembra do KyungSoo de dez anos atrás, vendo como o mesmo estava agora tão diferente, mas Jong In ainda se recordava de algumas características. Ele era o mais velho, e mesmo assim ainda era o mais baixo, talvez tenha sido isso que ocasionou essa perseguição, ou talvez não, na verdade, Jong In não se lembrava de quando aquilo começou, nem mesmo o motivo daquilo no passado. O menor costumava usar óculos, o que deitava seu rosto ainda mais infantil do que o normal, mas KyungSoo era incrivelmente inteligente, até demais para um garoto tão novo. Ele sempre andava de forma tímida pelos corredores, algumas vezes acompanhado por um garoto de aparência um pouco mais velha, porém, os dois faziam parte da mesma turma. Jong In nunca soube seu nome, mas o garoto sempre falava sorrindo, talvez estivesse tentando passar um pouco daquilo para KyungSoo que parecia tentar ignorá-lo o tempo todo, mas no final sempre mostrava um pequeno sorriso.
Jong In se lembrava de uma de suas brincadeiras infantis e de péssimo gosto de quando tinham onze anos.
...
Era um dia de prova de história e KyungSoo já estava do lado de fora da sala de aula, andando entediado pelos corredores; ele sempre costumava a ser o primeiro a terminar as provas e a passar o seu tempo livre enquanto os outros terminavam. O garoto poderia dormir, mas geralmente lia algum livro, porém, isso já havia se tornado uma solução meio inútil quando os livros eram relidos centenas de vezes e cada trecho e fala dos personagens já estavam gravados em sua cabeça.
Jong In e ChanYeol haviam acabado de sair do banheiro quando encontraram KyungSoo andando de cabeça baixa e arrastando os pés pelo chão. Ele era incrivelmente miúdo e delicado, quem visse não diria que tinha doze anos, nove talvez. Jong In sorria ao perceber que o menor ainda não os vira ali. Jong In chamou a atenção de ChanYeol encostando em seu braço como se dissesse: “Vamos brincar com ele?”. Os dois ficaram parados, enquanto KyungSoo vinha na direção deles, até que acabou se chocando contra o corpo imóvel de Jong In, que o observava a alguns centímetros acima, com um sorriso brincalhão.
KyungSoo paralisou e ouviu um ruído estranho saindo de sua garganta. Ele tentou sair dali e correr para longe dos dois, mas a mão de Jong In foi mais rápida e segurou seu braço com facilidade. O menor esperneava, mas não conseguia se soltar; a diferença de força era enorme e KyungSoo se obrigava a ficar de boca fechada, apenas leves gemidos eram ouvidos; não queria gritar; não queria que uma plateia se formasse ali no corredor.
Os garotos diziam algumas ofensas próximo ao ouvido de KyungSoo, que fechava os grandes olhos com força, querendo bloquear aquelas palavras ruins.
ChanYeol parecia mais animado do que o próprio Jong In, que apenas arrastava o pequeno garoto para algum lugar e acompanhava seu amigo com o que ele ia dizendo pelo caminho.
Em um corredor mais ao fundo da escola havia uma porta onde guardavam produtos de limpeza e algumas caixas de papelão. KyungSoo já conhecia bem aquele espaço e não era surpresa nenhuma que os dois estivessem arrastando o menor para lá, mas KyungSoo nunca gostou do escuro, o que fazia com que fosse difícil se acostumar a ficar trancado ali dentro. O menor murmurava para que o deixassem em paz, mas os dois fingiam não ouvir KyungSoo, que mordia o lábio inferior e se segurava para não chorar, ele não tinha forças para fugir daquilo, e tentar parecia inútil, então ele apenas deixou que fosse empurrado para dentro daquele cubículo amedrontador. Ele estava com os olhos bem fechados e com a respiração acelerada. Sua pequena mão trêmula foi ao encontro do interruptor e KyungSoo não se surpreendeu quando a luz não se acendeu; há tempos aquela lâmpada estava queimada, o que fazia o garoto odiar mais ainda aquele armário.
Do outro lado, Jong In e ChanYeol prendiam as costas na madeira da porta, impedindo que KyungSoo tentasse sair dali. Batidas fracas eram ouvidas e em seguida uma pressão contra a porta tentando abri-la.
– Deixem-me sair! – KyungSoo falou alto e batendo na porta, desejando que ninguém estivesse passando no corredor naquele momento, mas já sabia que seu pedido para que o tirassem dali não seria atendido... Como sempre.
Os dois amigos apenas riram do falho pedido fazendo um toque costumeiro com as mãos.
Dando-se como vencido, o menor se sentou no chão, batendo os pés como se quisesse abrir um buraco ali. Ele murmurava fazes encorajadoras para si mesmo e empurrava a porta com as costas algumas vezes. Não era a primeira vez que estava passando por isso, na verdade, KyungSoo conhecia tão bem aquele armário que conseguiria dizer quantas aranhas viviam ali, mesmo sem enxergar e duas delas pareciam gostar de andar por cima das mãos de KyungSoo, mas o fato de ter medo do escuro deixava tudo aquilo pior, suas mãos tremiam, o coração acelerava e mesmo que o grito estivesse preso em sua garganta, ele não saía. Jong In e ChanYeol sabiam desse medo, que para eles chegava a ser inacreditável; diziam que era coisa de criancinha e que as suas “brincadeiras inocentes” eram a melhor forma para que KyungSoo virasse um homem que não fosse medroso no futuro.
Quem diria que essa ajuda falsa quase fora capaz que fazer com que KyungSoo enlouquecesse completamente quando mais velho. Quase...
Do outro lado, Jong In também estava sentado no chão e ChanYeol já não estava mais lá. Depois de rir por alguns minutos, foi convencido pelo amigo a voltar para a aula e dar uma desculpa qualquer para a professora pela demora, e principalmente, pela ausência de Jong In.
KyungSoo voltou a dar muros fracos na porta enquanto escondia seu rosto entre as pernas, tentando controlar as lágrimas o máximo que conseguia. Quase pulou de onde estava sentado quando ouviu a voz de Jong In cantando um pequeno verso de uma música que ele nunca escutara na vida, talvez o garoto a estivesse inventando naquele momento.
Caminhando sozinho na trilha escura
Nada consegue enxergar
Olhe para o céu e siga as estrelas
Sírius pode te guiar
Pequena coruja, pequena coruja,
Se não encontrar o caminho de volta,
O monstro vai de pegar.
Jong In se calara e se levantou com a mão na maçaneta. Lá dentro, KyungSoo chutava o ar a sua frente por ter começado a chorar, mas seu pé acabou esbarrando no que parecia ser um cabo de vassoura que caiu e acertou sua cabeça, o garoto sentiu o testa latejar e um pequeno volume crescer ali rapidamente. Ele se encolheu ainda mais, até que, a porta se abriu devagar, revelando um Jong In com um sorriso travesso no rosto, mas KyungSoo não o enxergava, estava com o rosto escondido mais uma vez, o que fez Jong In se aproximar e cutucar seu ombro com o indicador. O menor balançou seu ombro uma vez como se dissesse para que Jong In fosse embora e se afastasse de si, mas o mais novo insistiu em incomodá-lo cutucando seu ombro mais duas vezes, mas dessa vez, KyungSoo não tentou afastá-lo; estava ocupado demais chorando baixinho entre os pequenos braços.
– Você nunca vai aprender, D.O? – perguntou Jong In em tom meio debochado – Não há nada para se ter medo no escuro. Isso é coisa de criança, nós não somos mais crianças.
– Cale a boca, Kai... – KyungSoo falou em um sussurro tão baixo que o maior foi incapaz de ouvi-lo corretamente.
Jong In tentou cutucá-lo de novo, mas KyungSoo já se levantarva, quase tropeçando no corpo agachado de Jong In perto do seu. Seus olhos estavam inchados assim como o lado direito de sua testa e KyungSoo só queria sair dali o mais rápido possível.
...
De repente, os pensamentos de Jong In foram interrompidos quando KyungSoo revolveu falar:
– Posso perguntar... – disse ele, enquanto Jong In desenhava círculos nos joelhos do mais velho –... O que aconteceu, Jong In?
O maior permaneceu em silêncio, agora fazendo carinho na perna de KyungSoo.
– Você e seus amigos estão bem...?
– Canta para mim, KyungSoo? – pediu Jong In interrompendo a fala do menor – Por favor... Eu quero poder te ouvir mais uma vez... – ele disse a última frase em um sussurro extremamente baixo, provavelmente KyungSoo nem tivesse ouvido.
O menor sentiu seu coração falhar uma batida, já estava começando a ficar assustado com aquilo tudo.
– Jong In...
– Por favor, KyungSoo – o menor não podia ver o rosto de Jong In completamente, mas o tom de sua voz denunciava que o maior poderia começar a chorar a qualquer momento.
KyungSoo respirou fundo e passou a mão mais uma vez pelos cabelos de Jong In antes que começasse a cantar. Jong In não sabia música era aquela; talvez fosse uma das que KyungSoo tinha em um de seus CDs guardados em seu quarto nas brancas estantes, mas aquilo o confortava, a voz do menor era adorável e Jong In desejava em sua mente poder ouvi-la para sempre. Queria que aquele momento durasse para sempre, mas antes que KyungSoo terminasse de cantar, Jong In se sentou com cuidado na cama, ficando de frente para o menor que não cessara sua música. O maior fitava o rosto de KyungSoo com um sorriso, enquanto este continuava a cantar. Jong In deslizou três dedos pelo rosto do menor algumas vezes até que parasse com a mão em sua nuca, fazendo um carinho agradável naquela região. O menor acabou gaguejando de leve entre a música, ficando um pouco desconcentrado e corado. Jong In apenas riu fraco com a reação.
Antes que KyungSoo pudesse dar um fim àquelas notas, Jong In o puxou lentamente pela nuca até que pudesse colar seus lábios. Não havia urgência naquilo, como havia sido em várias outras vezes em que se beijaram; Jong In apenas selou suas bocas de maneira terna, e apenas depois de um tempo naquele mesmo jeito, ele se separou de KyungSoo com muito esforço por parte de si, recebendo um olhar reprovador de seu namorado que mostrava um pequeno bico em seus lábios cheios e rosados.
Jong In sorriu dando-lhe um beijo na testa e logo voltando a encará-lo mais uma vez.
– Você me prometeu – disse o mais novo.
– O que? – perguntou KyungSoo meio confuso.
– Que me contaria tudo o que eu quisesse saber sobre eles...
– Jong In, não é isso que importa agora – disse ele interrompendo o maior – Você...
– KyungSoo... – Jong In pareceu pensar por alguns segundos antes que, finalmente, respondesse – Façamos uma troca, tudo bem? Conte-me tudo e eu também te contarei o que aconteceu.
O menor hesitou por longos minutos até que soltasse um longo suspiro e concordasse com a proposta, assentindo com a cabeça, sem olhar para Jong In.
O maior não pareceu feliz com a resposta, na verdade, esse não expressava qualquer reação sobre aquilo, mas também não era certo insistir em ouvir uma história que já conhecia muito bem, e que se arrependia com todas as suas forças. Porém, ele precisava saber do que KyungSoo se lembrava.
Agora os dois estavam sentados lado a lado com as costas na cabeceira da cama e com as mãos entrelaçadas uma na outra. KyungSoo respirou fundo tentando decidir por onde começar aquela longa história de mais de dez anos atrás...
° ° °
Era meu primeiro dia na nova escola, e eu estava atrasado.
Parecia impossível conseguir achar a sala, e mesmo que eu corresse pelos largos corredores do segundo andar, eu ainda não havia encontrado. Estava chovendo muito naquele dia e os barulhos dos trovões e da chuva batendo nas grandes janelas estavam me assustando enquanto eu continuava minha corrida desesperada, quase deixando meus óculos caírem, até que, depois do que pareceu ter sido uma eternidade, eu achei ter conseguido encontrar a porta certa, mas pelo o que eu sabia, eu deveria estar um ano mais adiantado do que aquela turma, somente depois de alguns segundos eu percebi que estava no lugar errado. Todos os alunos olhavam para mim como se eu fosse um espetáculo surpresa; me sentia constrangido e idiota por estar parado na porta sem dizer nada. Até mesmo o professor parara de dar sua explicação para ver quem atrapalhara sua aula de geografia.
Aquelas quatro crianças estavam lá, olhando para mim com grandes sorrisos, seus rostos são difíceis de lembrar quando crianças, mas eu achei que tivessem me achado alguém agradável, mesmo não sendo da mesma turma. Eles eram os únicos que sorriam.
De repente, o silêncio foi cortado quando a porta bateu por causa do vento e a escuridão invadiu a sala de aula depois de um alto trovão. Lembro-me de ter gritando tão alto que pensei que minhas cordas vocais sairiam pela garganta, e então um segundo depois... Risadas. O professor batia na mesa para que todos ficassem quietos, o que não causou muito efeito, mas percebi que até ele controlava um sorriso enquanto os outros riam e apontavam para mim como se estivessem em um circo. Eu estava com a cabeça abaixada e me xingava internamente tentando ignorar tudo aquilo, até que o professor veio até mim e abriu a porta para que eu saísse, dizendo que aquela não era a minha sala.
O apagão durou apenas um minuto, tempo suficiente para que eu desejasse profundamente em sair dali e voltar para a minha casa, e para a minha cama. Eu só queria desaparecer.
Naquele mesmo dia, os Garotos Sorridentes me viram no refeitório em uma mesa, sozinho. Apenas notei a aproximação quando começaram a conversar comigo. Seus nomes eram... ChanYeol, BaekHyun, Xiumin e Kai. Eles queriam saber de onde eu vim; eu me sentia feliz em ver que eu estava me comunicando logo no meu primeiro dia. Não conseguia ver nada de ruim naquilo, até porque eu era inocente demais, ingênuo demais.
Depois de mais algumas perguntas, eles disseram para que eu me juntasse a eles, para que pudessem me mostrar a escola nos últimos minutos que faltavam antes que o recreio acabasse, só então percebi que não conhecia praticamente nada da minha nova escola. Estava tão desesperado para achar minha sala quando cheguei, que não havia prestado atenção em como ela era.
Eu estava curioso, então os segui pelo corredor.
Eles não disseram mais nada enquanto estávamos andando, até que de repente, eles pararam em frente a uma porta de correr e disseram para que eu entrasse naquela sala, e eu concordei, achando que eles viriam logo atrás de mim, então eu abri a porta prendendo um grito quando vi que estava tudo escuro lá dentro, mas não totalmente graças à luz que entrava pela porta. Aquilo estava me deixando meio inseguro, no entanto, os garotos me encorajaram, dizendo que ligariam a luz assim que entrassem.
Eu entrei, mesmo que estivesse com os olhos arregalados e me esforçasse para ver melhor o lugar, eu depositei minha confiança neles. Assustei-me quando ouvi a porta se fechado com força atrás de mim. Quando me virei, percebi que estava sozinho ali dentro. Eles haviam me trancado. Do outro lado eu podia ver suas sombras com certa dificuldade pelo vidro fosco da porta; eles riam baixo e seguravam a porta para que eu não conseguisse abrir, e mesmo sabendo que não tinha força suficiente, eu tentei. Em vão, é claro.
Eu me lembro de ter pensado o tempo todo: “Eu poderia ter ligado a luz primeiro, idiota”.
Estava tentando encontrar o interruptor enquanto apalpava as paredes, mas eu sempre esbarrava em alguma coisa próxima, o que dificultava na minha concentração. Tudo o que eu queria era sair dali, estava desesperado e isso tudo piorou quando eu não consegui acender as luzes.
De repente, eles bateram na porta e saíram correndo e rindo alto. Aquele foi o meu sinal verde para que eu saísse dali e quando eu pude ver a luz novamente, percebi que havia uma mancha vermelha em minha perna.
Tinta.
Em pleno primeiro dia de aula eu conseguira sujar meu uniforme e o pior era que eu não fazia ideia de como tirar aquela mancha dali.
Daquele dia em diante, eles começaram a me chamar de D.O; não sabia de onde tinham tirado aquele apelido. Eu havia me tornado o “brinquedo” deles... Por três longos anos.
Eu nunca contei para ninguém o que estava acontecendo, nem mesmo para a pessoa mais próxima de mim naquela escola... Junmyeon. Ele parecia ser o único naquele lugar que realmente não me via como um instrumento de gozação, ele era o único que conversava comigo com sinceridade, mas eu me esforçava para que aquilo não se tornasse uma grande amizade para mim, pois, depois do que acontecera, eu não podia mais confiar em ninguém, não queria confiar. Até hoje eu não sei se ele soube ou desconfiou sobre o que eu passava, ele nunca me disse e eu nunca cheguei a perguntar. Não via como alguém poderia me ajudar com aqueles garotos, eu achava que se dissesse a alguém, aquilo só pioraria as coisas para mim, por isso permaneci calado por todos esses anos.
Eu sempre tive medo do escuro, mas isso foi aumentando com o passar dos anos, de uma coisa normal para algo preocupante. Às vezes as pessoas não entendem como eu posso ter tanto pavor assim, e eu sempre brincava dizendo que talvez a escuro ainda pense que eu sou uma criança para me dar medo. Eu sabia que o que eu dizia era estúpido, mas era o que aquelas quatro crianças pensavam.
Depois do que havia acontecido no meu primeiro dia, meu medo só foi aumentando. Aqueles garotos diziam que queriam fazer com que eu me acostumasse com o meu medo, e eu juro que queria ter acreditado nisso também, mas não foi isso o que aconteceu. Com o passar dos anos, as “brincadeiras” foram piorando e na maioria das vezes eu me machucava, mas eles quase nunca viam. Esse era um dos motivos para eu evitar tanto o escuro, eu sempre me machucava ou se não, alguma pessoa próxima de mim se machucava no meu lugar.
Aos meus quatorze anos, eu cheguei a beira da loucura.
Minha avó estava muito doente, estava internada no hospital e eu estava lá para mais uma visita. A cada dia ela parecia pior; minha família não dizia, mas eu sabia que eles já não tinham mais esperanças, talvez eu fosse o único ali que ainda acreditasse em um milagre.
Eu e meus pais estávamos envolta da cama onde ela estava deitada; muitos aparelhos estavam a sua volta e eu sabia que ela só permanecia viva por causa daquelas grandes máquinas que conseguiam fazer seu corpo funcionar minimamente. Ela tentava dizer algumas poucas palavras, sussurros que ninguém podia entender. Eu estava um pouco mais afastado que meus pais, pois não aguentava ver aquilo de perto, nem meus pais queriam que eu estivesse ali, só estava porque eu insistira muito, mas não era algo que eu conseguisse suportar.
A morte não é agradável de se ver.
Parecia que minha avó poderia quebrar a qualquer momento e foi o que eu pensei que aconteceria quando o hospital virou um breu total por apenas dois segundos. Tempo tão curto, mas o suficiente para que um coração pudesse parar de bater e quando meus pais perceberam que minha avó parecia diferente encima daquela cama depois do susto com o pequeno apagão, deles correram até mim; minha mãe fechou meus olhos e me tirou daquele quarto rapidamente. Eles queriam esconder aquilo de mim naquele momento, mas eu sabia o que acontecera ali, minha avó morrera, e como eu era muito jovem na época, culpei a escuridão por isso. Não poderia haver outro culpado, não é? Mais tarde eu ouvi uma discussão no corredor sobre um tal de gerador não ter funcionado. Não entendia o que estavam dizendo, mas eu estava tão atordoado no momento que não dei mais importância.
Uma semana depois daquele dia, minhas férias começaram e eu me sentia feliz porque aquele era o momento em que eu me libertava da prisão de ser um brinquedo, mas daquela vez não foi bem assim...
Eu estava com cada vez mais dificuldade pra dormir, os pesadelos viam todas as noites e aqueles garotos invadiam a minha cabeça como se fossem parasitas, eu tinha medo de fechar os olhos, tinha medo da cor preta, da chuva, da noite, de barulhos altos e lugares pequenos. Eu sempre acordava gritando assustado dizendo que tinham me trancado em um armário junto de um monstro de olhos vermelhos e dentes grandes.
Eu já não dormia mais, pois tinha medo. Com o passar do tempo eu fui ficando mais frágil e com uma aparência doentia, e aquilo chamou a atenção dos meus pais. Eles me perguntavam o que estava acontecendo e eu sempre respondia a mesma coisa:
“Eu tenho medo do escuro”.
No dia seguinte, eu já me encontrava em uma sala branca, sem qualquer decoração praticamente, tudo muito branco e aquilo me acalmou por um tempo. Mas quando um homem de jaleco passou peça porta, eu me senti como se estivesse sendo interrogado por ter algum problema grave, e talvez fosse isso mesmo. Eu estava doente, estava desesperado, e mesmo assim eu não disse nada do que me acontecia naquela escola.
Depois que minhas férias acabaram, eu estive ausente na escola por uma semana, não queria encarar o real pesadelo, mas depois de muita insistência dos meus pais, eu tive que procurar a coragem em algum lugar dentro de mim.
Eles não sabiam... Não sabiam o que eu estava evitando, nem mesmo para eles eu queria contar, na verdade, para ninguém.
Seria melhor eu ter ficado em casa naquele dia. Quando aquelas crianças me viram no corredor e seguraram meu braço, eu vi tudo cair a minha volta e logo eu já estava inconsciente.
Acordei no hospital horas depois.
Meus pais não sabiam mais o que fazer, parecia que o único jeito era nos mudar. Saímos da cidade e voltamos para a nossa antiga casa.
Grande parte dos meus quatorze anos até os dezoito anos, foram acompanhados por idas infinitas a médicos, psiquiatras e psicólogos. Muitas vezes eu ouvia meus pais falhando sobre esquizofrenia e depressão com os médicos. Eu já tomei tantos remédios que se eu dissesse todos a você, provavelmente ficaria assustado, pois nem mesmo eu me lembro de todos eles.
Mas tudo melhorou depois disso, terminei meus estudos e voltei à Seoul para fazer minha faculdade, me tornei um escritor isolado, pois é muito difícil que as pessoas me vejam, estou sempre criando personagens que um dia eu poderia ter sido, na verdade, eu sempre gostei de escrever, eu fazia muito isso quando não ia para a escola, por causa das consultas médicas. Decidi morar sozinho em um bairro tranquilo, estava tudo bem, mas ainda tinha medo do escuro, no entanto, era algo controlável. Mas de dois anos para cá, o medo de antigamente começara a voltar depois que uma queda de energia de durou horas intermináveis; eu ouvia os sussurros daquelas crianças, praticamente esquecidas, pelos cantos da casa.
Tornou-se impossível me ver fora de casa depois das 18 horas... Até você aparecer.
° ° °
KyungSoo terminara de contar sua história com um pequeno sorriso no rosto. Ele imaginou que Jong In estaria assim também, com um sorriso agradecido pelas palavras finais do mais velho, mas Jong In estava paralisado, ele sentia todo o corpo tremer como se quisesse fugir dali e se esconder no lugar mais longínquo possível. Ele se lembrava do último dia de KyungSoo na escola, em que Jong In havia segurado seu braço no momento em que o viu pelo corredor e no mesmo instante já tinha o corpo do garoto inconsciente sobre si.
O silêncio durou um tempo longo demais, e quando KyungSoo se virou para Jong In, percebeu que o mesmo mordia o lábio com estranha força, como se quisesse arrancá-lo dali, seus olhos estavam baixos e do canto dos meus, acumulavam-se um oceano de lágrimas que não queriam cair.
Jong In se levantou da cama em um pulo, se soltando da mão de KyungSoo, antes que o mesmo dissesse qualquer coisa, já sentindo um gosto ferroso em sua boca.
– Mesmo depois de dez anos você ainda é muito ingênuo, KyungSoo – disse Jong In em um sussurro se virando na direção do menor – Tanto tempo fez você se esquecer de mim. Eu só não sei se eu deveria estar feliz com isso ou preocupado.
Os olhos do menor se arregalaram e naquele momento ele não conseguia se imaginar mais confuso do que já estava. Jong In não podia estar falando coisa com coisa.
– Esquecer-me de você? Jong In, do que está falando? – perguntou KyungSoo.
Ele realmente não queria contar, mas viver escondendo aquilo para sempre era impossível. Jong In sentia incontáveis medos, medo que KyungSoo o odiasse, que fosse embora e o deixasse sozinho, que enlouquecesse de alguma maneira, que sentisse rancor, que batesse em Jong In até que suas mãos doessem, e se esse fosse o caso, o maior não tentaria o impedir que descontasse a raiva em si. No entanto, ele estava nervoso demais, apreensivo demais para pensar corretamente.
O medo enchia a cabeça de Jong In de impossibilidades.
Poderia ter mínimas esperanças? Essa possibilidade era inimaginável com o medo grudado em seu pescoço, que o sufocava a cada palavra dolorosamente dita.
Deixe-me pensar, deixe-me me acalmar, ele dizia para si mesmo mentalmente.
Às vezes o amor pode ser realmente doloroso.
Jong In voltou a se sentar na cama com cautela, como se KyungSoo fosse uma bomba relógio preste a explodir em arrependimento e repulsa sobre ele.
– O que eu disse te abalou tanto assim? – perguntou KyungSoo segurando o braço do maior – Não fique bravo, Jong In, isso já passou...
– Nada passou. E eu não me vejo no direito de te pedir alguma coisa nessas condições, mas... por favor... não me odeie depois dessa noite – disse Jong In, ele realmente não suportaria se isso acontecesse – Só me escute até o final...
– Você diz como se fosse culpado de alguma coisa...
– É, você está certo, eu sou. Antes eu não me lembrava, mas agora... eu me lembrei de tudo, eu realmente conheço aquelas crianças. Os amigos com quem eu saí hoje? Eram eles e eu não sabia até então. Isso havia se apagado da minha cabeça, mas agora que eu me lembro... eu sinto tanta raiva de mim por isso – ele disse antes que se arrependesse totalmente – Por ter destruído anos da sua vida, eu me “divertia” com você sem saber o que estava fazendo, se você sofreu tanto todos esses anos é tudo por minha causa, eu criei um medo surreal dentro de você, fiz você se isolar de tudo. Se você não conseguiu dormir a noite é porque eu aparecia em seus pesadelos e te perseguia até que você acordasse gritando, você se machucava e eu nem percebia. Eu queria mudar tudo o que acontecera, eu queria ter parado quando você dizia: “Kai, não me tranque nesse armário escuro de novo”. Se você é solitário e sente medo é tudo por minha culpa, eu era um garoto idiota, não tinha consciência do que estava fazendo. Não importa se eu não estava sozinho, eu fui o principal culpado, é como se eu tivesse feito tudo isso sozinho. Tudo o que você é hoje foi porque eu te tornei assim.
KyungSoo não sorria, não chorava, não parecia estar com raiva e nem triste, ele estava nulo de qualquer emoção e aquilo assustava Jong In, ele queria uma resposta, seja ela a pior que fosse.
– KyungSoo...! – ele queria gritar para que o menor reagisse, mas sua voz morreu no meio do caminho quando sentiu a mão o menor deslizar pelo seu braço e cair ao lado do corpo, como se não tivesse mais o movimento dela.
– Você está certo, Jong In – disse KyungSoo com a voz baixa, virando o rosto sem encarar o maior nos olhos – Antigo Kai. Tudo o que eu sou hoje é por sua causa.
Foi como ver o mundo desmoronando ao seu redor. Jong In queria virar o rosto, mas uma força desconhecida fazia com que permanecesse com o olhar voltado para o rosto de KyungSoo, que ainda não o olhava.
Estava sendo julgado? Jong In não sabia, mas era assim que se sentia naquele momento. E antes que começasse a implorar para que KyungSoo não o odiasse mais uma vez, o menor olhou para ele e voltou a falar, fazendo Jong In se assustar quando percebeu um sorriso em seu rosto.
– Eu sou feliz, Jong In – ele disse abraçando o garoto à sua frente pelo pescoço, o que assustou Jong In mais ainda, que ficou confuso demais para corresponder àquele gesto – Mesmo que você tenha demorado a me reencontrar, eu estou feliz agora. Você se culpa pelo o que aconteceu quando éramos crianças, mas ainda não parou e percebeu o que você está fazendo por mim. Eu posso ter perdido anos da minha vida, posso não ter sido feliz o suficiente, mas nesse tempo em que estamos vivendo juntos sinto que vivi mais do que em meus 24 anos. Se eu não estou mais sozinho, se eu não preciso mais me esconder e me isolar porque tive medo, é por sua causa. Eu não guardo rancor pelo o que aconteceu. Você não é mais o mesmo, então como eu poderia te odiar?
O coração de Jong In batia rápido em seu peito. Ele sentia emoções que, certamente desconhecia. Depois do que foi dito, Jong In finalmente retribuiu aquele abraço, aliviado. Ele parecia não acreditar. Seu sorriso era tão grande e aberto que o maior tinha dúvidas se conseguiria tirá-lo dali.
– Você não está com raiva? – perguntou Jong In apertando a roupa do menor em seus dedos. Ele parecia querer ter certeza que aquilo estava acontecendo.
KyungSoo desfez o abraço e Jong In quase se arrependeu por ter perguntado aquilo, mas no instante seguinte quase pôde sentir seu coração se desmanchar quando viu que o menor ainda mantinha o mesmo sorriso no rosto.
Como uma pessoa podia ser tão adorável? Jong In se perguntava.
– Eu te amo, Jong In – disse KyungSoo.
Jong In o beijo no mesmo instante. De início com um beijo familiar e costumeiro, que a cada movimento mais profundo e curioso com a língua, KyungSoo ia percebendo um desejo que até aquele momento, não era tão desconhecido entre os dois. Havia ficado apenas escondido por um tempo longo demais.
O menor se separou de Jong In, prendendo sua atenção no pescoço bronzeado do moreno, marcando aquela região com beijos e chupões. Jong In estava com os olhos fechados enquanto soltava gemidos baixos e mordia o lábio inferior. Sua mão brincava com os cabelos de KyungSoo, apenas apreciando aquela sensação.
KyungSoo se livrou da camisa de Jong In, assim como da sua também, que de repente, pareceu áspera em seu corpo. As peles quentes entraram em contato, o que fez ambos se arrepiarem. KyungSoo puxou o maior pela nuca, se deitando na cama, fazendo com que Jong In ficasse por cima de si. Nesse pequeno tempo, o maior observou a pele alva de KyungSoo, que já estava sem parte das roupas assim como ele. Não havia nenhuma marca que pudesse destruir a visão daquele corpo abaixo de si.
Uma anatomia simplesmente perfeita.
Jong In sorriu quando percebeu KyungSoo enrubescer com o tempo em que ficou admirando sua pele clara, mas logo voltou a tomar seus lábios em um beijo prazeroso mais uma vez enquanto deslizava sua mão por toda a extensão do pequeno corpo, explorando cada pequeno pedaço.
Jong In desceu os beijos e provocações até o peito de KyungSoo, depois voltando para seu pescoço e para sua boca em seguida. O menor não se preocupava em prender os gemidos em sua garganta, o que deixava Jong In prestes a enlouquecer com aquilo. As roupas incomodavam em seu baixo ventre. Doía, mas Jong In se controlou para não assustar o menor, que também já se encontrava na mesma situação. A verdade era que Jong In não fazia aquilo há certo tempo.
O maior se surpreendeu quando a mão de KyungSoo deslizou para a cós de sua calça, forçando-a para baixo, para que Jong In a tira-se. Ele acabou sorrindo com o jeito apresado do menor. E assim, Jong In o fez, ajudando KyungSoo com a sua logo em seguida, tirando a peça de roupa que tanto incomodava a ambos de uma só vez.
– Tenha calma, KyungSoo – disse Jong In contra o pescoço do menor, deixando um beijo molhado ali.
KyungSoo respondeu mordendo o lóbulo da orelha de Jong In, que sentiu todo o seu corpo se arrepiar em prazer com aquilo. O menor girou o corpo invertendo as posições, ficando por cima de Jong In, que olhou surpreso para KyungSoo, mas ao mesmo tempo, ansioso. O menor marcou uma trilha de beijos e mordidas começando no rosto de Jong In e indo até sua virilha, demorando um pouco mais ali.
Rapidamente, KyungSoo se livrou da única peça de roupa que ainda permanecia no maior, revelando seu membro completamente excitado. Jong In só teve tempo de soltar um alto gemido ao ter seu membro envolvido pela boca de KyungSoo. Jong In arqueava as costas enquanto os gemidos saiam de sua garganta com assustadora facilidade. Seus olhos estavam fortemente fechados e uma de suas mãos agarrava os fios de cabelo de KyungSoo, tomando cuidado para não colocar força demais ali, enquanto a outra apertava os lençóis macios abaixo de si.
Sua respiração era pesada, seu peito subia e descia como se faltasse oxigênio. Em certo momento, Jong In se obrigou a olhar para KyungSoo e quase soltou um gemido alto ao ver a boca do menor subir e descer por total a extensão do seu membro que pulsava de prazer. Jong In quase viu seu fim chegando, quando puxou KyungSoo, tirando-o de seu membro.
Jong In voltou a beijar o menor, sentindo seu próprio gosto na boca de KyungSoo. As posições se inverteram mais uma vez, para que Jong In preparasse o garoto para o que viria a seguir. O maior, rapidamente, se livrou da última peça de roupa de KyungSoo, beijando sua testa em seguida, comprovando como KyungSoo era perfeito. O menor parecia nervoso para quem acabara de fazer o que fez com Jong In.
– Está com medo, KyungSoo? – perguntou a maior, recebendo um sorriso incerto como resposta – Se quiser parar, ah...
Jong In gemeu ao sentir KyungSoo que movimentar abaixo de si e suas intimidades roçarem uma na outra, fazendo-o gemer arrastado mais uma vez, dizendo silenciosamente que o maior morreria se pensasse em parar agora. Jong In sabia que KyungSoo nunca fizera aquilo na vida e se sua decisão fosse que o mais novo não fosse mais adiante, Jong In respeitaria, mas o garoto se impressionava ao ver o incentivo de KyungSoo para que continuassem.
Jong In chupou dois dedos de sua mão antes que os penetrasse em KyungSoo, um de cada vez. O menor o abraçou com força, devido à dor que sentiu, se acostumando aos poucos até que desse permissão para que Jong In o invadisse com seu membro, que ao sentir o interior apertado e quente de KyungSoo, pensou que se desmancharia no mesmo instante. KyungSoo afundou o rosto na curva de seu pescoço com os olhos fortemente fechados, enquanto, no canto destes, lágrimas quentes escorriam. O menor entrelaçou suas pernas na cintura de Jong In, para que fosse penetrado com mais facilidade. A sensação dolorosa durou um pouco mais do que imaginou, mas ele não impediria que Jong In parasse os movimentos, que permaneciam lentos até então.
Ele queria que Jong In sentisse prazer aquela noite.
KyungSoo foi tomado por uma onda de prazer de repente, permitindo-se gemer alto chamando o nome de Jong In, que aumentava a velocidade dos movimentos a cada investida contra o pequeno corpo. KyungSoo mordeu o lábio inferior com força ao sentir a mão do maior envolvendo seu membro, até aquele momento, esquecido. Jong In masturbava o menor com mesma velocidade que o penetrava enquanto olhava para seu rosto envolto de prazeres.
– Jong In-ah...
Aquele foi o fim para o maior que de desfez dentro de KyungSoo com um gemido alto e arrastado depois de penetra-lo mais fundo uma última vez, preenchendo seu interior com seu gozo quente, mas ele continuou os movimentos com sua mão no membro de KyungSoo, que se desfez logo em seguida.
Jong In retirou seu membro de dentro de KyungSoo e rolou na cama, ficando ao lado do menor. Ambos os corpos estavam sujos e respiravam com dificuldade, no entanto, Jong In não podia estar mais feliz. Ele virou o rosto para KyungSoo e percebeu que o menor sorria para ele. Rapidamente, Jong In puxou KyungSoo para um abraço, beijando seu pescoço.
– Eu amo você – Jong In disse próximo ao seu ouvido.
KyungSoo sorriu mais abertamente, apertando ainda mais o abraço, tendo certeza de que jamais se arrependeria do que disse.
Jong In não destruíra a vida de KyungSoo. Ele estava apenas construindo uma nova história para os dois.
"Uma hora você olha para trás e percebe que aquilo que te fez sofrer no passado te faz forte no presente."
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