Jong In estacionou em frente à casa de KyungSoo e saiu do carro enquanto encarava o local, boquiaberto. Seu namorado morava em uma casa hanok? A última vez que entrou em uma casa com aquela arquitetura foi em seus tempos de criança quando visitava a avó em outra cidade. O garoto já estava encarando a entrada do lugar a um bom tempo, sem ao menos perceber, quando de repente, KyungSoo o chamou, já abrindo a porta.
– Ei, Jong In! Não vai entrar? – disse ele sorrindo para o maior.
Jong In balançou a cabeça por um momento e seguiu o menor para dentro da casa, que era inacreditavelmente bonita em seu interior. Havia um maravilhoso jardim na entrada e uma árvore com o tronco muito torto para o lado esquerdo. Um caminho de pedras lisas levava até a casa que se encontrava ao fundo.
KyungSoo caminhou até a árvore torta e de abaixou ali, sorrindo para um ponto atrás do tronco retorcido. Jong In de aproximou e viu uma pequena escada de dois degraus que rodeava a árvore até a metade. Nos degraus havia vários vasos, pequenos e grandes, cheios de rosas de diversas cores, do branco até o vermelho. O maior de agachou ao lado de KyungSoo, observando as flores.
– Parecem mais bonitas – disse o menor sem tirar os olhos de uma rosa vermelha – O que acha?
– Elas chegam a ser perfeitas – disse Jong In fazendo KyungSoo rir satisfeito – Mas por que o interesse em rosas?
– Eu não sei – disse o menor se levantando em seguida, acompanhado por Jong In – Pareceu interessante tê-las no jardim, elas vivem lindamente mesmo sem sair do lugar. Cuidar delas era uma das coisas que eu gostava de fazer enquanto estava afastado da escola. Era fácil ficar entediado.
– Acho que consigo entender.
Jong In dividiria o quarto com KyungSoo, o que não era problema algum tanto por serem namorados, quanto pela cama ser espaçosa o suficiente.
Os dois ficaram sozinhos até a manhã seguinte. A mãe de KyungSoo não ligara, o que fez o garoto ficar sentado no chão, martelando os medos na madeira do piso o tempo todo, ansioso. Já Jong In olhava para o telefone de hora em hora; era claro que também estava esperançoso por uma ligação, e depois de certo tempo, o maior conseguiu convencer KyungSoo para que eles fossem dormir mais cedo.
Antes da hora do almoço, no dia seguinte, a mãe de KyungSoo telefonou com uma voz extremamente alegre, dizendo que os resultados dos exames foram satisfatórios e que seu pai já estava bem melhor. Nesse mesmo dia ela voltou para casa, aproveitando melhor a companhia de Jong In. Ele estava realmente feliz por terem se dado tão bem.
No fim da tarde, todos eles voltaram para o hospital e ficaram lá por um bom tempo com o pai de KyungSoo, que não poderia estar mais feliz, e mais uma vez, sua mãe ficara aquela noite no hospital.
° ° °
Três dias se passaram desde que Jong In chegara ali, era como tirar férias de três meses, totalmente relaxante. O pai de KyungSoo se recuperava melhor a cada dia, e o menor mal via a hora de ver o pai fora daquele hospital.
Naquele nem início nem fim de tarde, o tempo estava fresco e os dois estavam sentados em um degrau de madeira da varanda enquanto olhavam o jardim à frente. KyungSoo estava sentado entre as pernas de Jong In enquanto repousava sua cabeça no peito do maior que abraçava seus os ombros com os dois braços. Os dois já estavam ali por um bom tempo enquanto KyungSoo contava histórias de quando era pequeno e corria atrás de gafanhotos e mariposas durante uma tarde inteira.
– Jong In... eu estive pensando... – o menor começou a falar mudando de assunto – Se eu não deveria fazer outra coisa além de ser escritor. Sabe... Eu fico sempre no mesmo lugar, todos os dias quase sem sair de casa Eu deveria fazer mais alguma coisa, não acha?
– Isso seria bom, mas eu não sei. Não parece repentino pra você? – Jong In ficou pensativo por um momento, perguntando em seguida – Mas está realmente pensando nisso? – Jong In observava a face do menor – Mas... no que você poderia trabalhar?
KyungSoo riu de repente.
– Eu não sei.
Aquilo parecia ser uma boa ideia, distrairia KyungSoo de ficar sozinho enquanto Jong In não estivesse em casa, mas também era uma pequena dúvida em saber o que o menor deveria fazer.
Antes que pudessem pensar em alguma coisa, KyungSoo se levantou, esticando o corpo e sorrindo para Jong In.
– Eu vou fazer um refresco – ele disse – Quer um?
Jong In assentiu e o menor caminhou até a cozinha, demorando alguns minutos.
Aquele foi o refresco mais lento que o menor fizera, ou que qualquer pessoa poderia fazer. Estava distraído demais pensando na ideia que teve; KyungSoo era esforçado em tudo o que fazia, ele realmente não aguentava mais ficar o tempo todo dentro de casa – o que há muito tempo não era o normal dele reclamar – ele era alguém bem formado. Uma pequena luz surgiu em sua cabeça, seria sua melhor escolha, levando em consideração tudo o que já sabia, aquela ideia não parecia nada ruim.
De repente, o garoto escutou uma porta bater com força, o que o assustou por um momento, tirando-o de seus pensamentos, sem saber o porquê naquilo de repente. O menor saiu da cozinha, levando os dois copos de suco na mão e foi para onde estava com Jong In minutos trás, mas ele não estava lá.
– Jong In? – ele chamou, mas não obteve resposta.
A sua direita ele pode escutar barulhos insistentes vindo de seu quarto. Era Jong In ali? É claro, só poderia ser, mas o que ele estava fazendo ali? KyungSoo se aproximou olhando pela porta entreaberta e o viu colocando roupas dentro da própria mala, aquilo fez com que o menor arregalasse os olhos e ficar confuso por um momento. Por que Jong In estava fazendo a mala novamente? Aconteceu alguma coisa? KyungSoo fizera alguma coisa errada? O menor não parava de pensar nisso enquanto observava o namorado pela porta, até que se afastou um passo dali e encarou o chão.
Jong In estava irritado, e por que não estaria? Aquela ligação não o alegrou nem um pouco, mas também não deveria se exaltar tanto em uma casa que nem era sua para falar a verdade. O maior suspirou e se sentou na cama, olhando para a mala semi-feita ao seu lado, conseguindo se acalmar um pouco.
Enquanto KyungSoo estava na cozinha, Jong In recebera uma ligação de SeHun. Ele já imaginava que escutaria o amigo reclamar por estar viajando e perdendo aula, é claro, mas não que seu professor também estivesse em seu pé por causa disso. Jong In não se importaria em ouvir as reclamações do amigo, afinal, estava com saudades de SeHun.
– Olá, SeHun – Jong In atendeu sorrindo.
– Jong In, você é um homem morto! – disse ele fingido tom de ameaça – Você sabe que ainda está na faculdade, não é?
– Eu sei.
– Não deveria demorar tantos dias assim – SeHun dizia aquilo em um quase sussurro – Já fazem dois dias...
– Três – disse Jong In corrigindo o amigo.
– Pior ainda, mas que seja...! – ele continuou – Nem estou falando isso por mim, é o professor que está começando a ficar irritado, você sabe como ele é rígido do último ano, mas você não está aqui para levar bronca... Eu estou e não quero ter que inventar uma pneumonia para justificar suas faltas, então trate de voltar para Seoul!
– E deixar KyungSoo aqui em Goyang?
Jong In pôde ouvir SeHun suspirando do outro lado da linha.
– E por que ele não poderia voltar também?
– Não pode, o pai dele ainda está no hospital...
– Então você vem! – SeHun insistiu – Desculpe, Jong In, mas eu não posso mais encobrir você nisso. Mais um dia e o professor vai até aí pessoalmente te pegar pelo pescoço.
Jong In suspirou alto e irritado.
Agora ele estava ali, sentado na cama e com os olhos fechados. Ele não gostava muito da ideia de ter que voltar a Seoul sem KyungSoo, e sem querer pensar muito nisso, Jong In se levantou da cama e abriu a porta do quarto para que pudesse tentar esfriar a cabeça, mas acabou dando de cara com o menor que se assustou ao ver Jong In, dando um passo para trás, quase derrubando o refresco que levava nas mãos.
– Desculpe... – disse o menor abaixando os olhos mais uma vez.
Jong In sorriu, esquecendo o quão irritado estava.
– Pelo que?
– Eu estava te observando pela porta entreaberta – disse KyungSoo de forma lenta – Quando ouvi a porta batendo eu fiquei preocupado... O que aconteceu, Jong In? Eu fiz alguma coisa?
Mais um sorriso, dessa vez bem maior.
– O que você poderia fazer? – disse Jong In pegando um dos copos da mão do menor e agradecendo em seguida – Desculpe ter batido a porta, mas é que... Eu fiquei irritado. SeHun me ligou dizendo que eu preciso voltar para Seoul. O professor está no meu pescoço.
– Isso é sério? – perguntou KyungSoo com os olhos meio arregalados e preocupados – Eu não deveria ter feito você faltar tanto...
– Você não tem culpa, KyungSoo – Jong In explicou – O professor... sempre exigiu bastante de mim.
– Mesmo assim! Não é bom para você. Já está no fim da faculdade, precisa se dedicar.
– Eu sei... – disse Jong In olhando para qualquer ponto menos para o rosto de KyungSoo – Mas é que...
– Não quer voltar sem mim, não é? – disse indo direto ao ponto.
Jong In o olhou surpreso e corado ao mesmo tempo, mas sem saber por que fizera aquilo, já que o que KyungSoo falava era verdade.
– É, eu sei... – disse KyungSoo com simplicidade – Você se preocupa.
– Desculpe se eu faço você se sentir fraco– Ai! – Jong In sentiu um tapa demasiado forte em seu braço, o que o assustou. Entendera errado.
– Não diga isso, Jong In! – disse o menor – Não existe mentira maior.
Jong In ainda o olhou por mais alguns segundos antes de sorrir.
– Jong In, não vou permitir que fique aqui mais um dia sequer – KyungSoo disse tentando ser autoritário.
O maior riu acariciando os cabelos do namorado.
KyungSoo ajudou o outro a terminar de arrumar a mala. Jong In partiria naquele mesmo instante, antes que o sol pudesse se pôr. O maior fez questão de ligar para a Sra. Do para se despedir, eles ficaram no telefone por pelo menos cinco minutos, e rapidamente ele também conseguiu se despedir do Sr. Do.
O menor mantinha um sorriso no rosto o tempo inteiro, aquilo não era fingimento, de maneira alguma, mas ele queria que Jong In voltasse sem sentir qualquer tipo de culpa, e depois de quase uma hora, Jong In já estava pronto para ir, mesmo que aquilo doesse em seu peito.
Ele queria ter demorado mais um pouco.
Antes que o maior passasse pelo portão, ele se virou para KyungSoo que continuava a sorrir para si, e com um suspiro, na tentativa de acalmar seus batimentos que incomodavam suas costelas, Jong In deixou sua mala no chão e abraçou KyungSoo o mais forte que conseguiu. Aquilo não era uma despedida eterna, mas para o maior, os próximos dias seriam longos e torturantes longe do garoto de pele alva.
– Tenha cuidado até chegar em casa – disse KyungSoo próximo ao ouvido de Jong In.
O maior desfez o abraço e segurou o rosto pequeno a sua frente, encarando aquelas grandes olhos brilhantes e as bochechas levemente coradas.
– Não se preocupe, eu vou estar te esperando lá.
KyungSoo sorriu se aproximando de Jong In, colando seus lábios carinhosamente. Eles permaneceram assim por alguns segundos até que o maior aprofundasse o beijo pedindo passagem com a língua, que foi rapidamente concedida por KyungSoo envolvendo seus braços no pescoço de Jong In, que o abraçava pela cintura. O maior desejava permanecer assim o resto do dia, ou da vida; não queria se afastar de KyungSoo, sendo que só o veria novamente daqui alguns dias, mas logo KyungSoo o afastou quando o ar fez falta, mas manteve um carinho em suas bochechas.
Já fora da casa, os dois se despediram com um breve “eu te amo” antes que Jong In ligasse o carro e desaparecesse pela rua.
KyungSoo estaria mentido se dissesse que já não estava com saudades.
° ° °
Cinco dias.
Foi o tempo em que Jong In ficara longe de KyungSoo até o momento.
Logo no primeiro dia, Jong In não creditou que conseguiria dormir, mas a noite acabou sendo tranquila depois de várias mensagens trocadas com KyungSoo. Todos os dias ele nada notícia sobre o estado de seu pai e de como estavam suas rosas.
Em uma tarde, antes que saísse em direção ou hospital para ver seu pai, KyungSoo recebeu uma mensagem de Jong In que o deixou sorridente até o final do caminho.
“Ah! A primeira amostra de seu livro chegou!”
O maior voltou para a faculdade no dia seguinte depois de ter retornado a Seoul, e é claro que o professor o encarou com um ar repreendedor, mas Jong In não queria dar muita atenção para isso; ele voltou a estudar e a se dedicar como antes, e logo o professor já havia esquecido, mas SeHun ainda não largara do seu pé.
– Tire essa expressão do rosto, Jong In – disse SeHun enquanto os dois amigos caminhavam pela faculdade antes da próxima aula – Está parecendo um cachorro sem dono.
– Eu não consigo e vou continuar assim o dia inteiro.
Jong In achou ter ouvido SeHun resmungar alguma coisa sobre amigos apaixonados serem insuportáveis; ele apenas riu.
– SeHun, você não acha que já está na hora de arranjar uma namorada?
Seu amigo riu sem graça.
– Namorada... Eu estou muito bem assim, obrigado – disse ele fazendo uma careta.
– Não sei... Talvez assim você veja que eu não estou exagerando.
– Está dizendo que se eu tivesse uma namorada eu seria igual a você? Nem pensar!
Jong In riu enquanto os dois continuavam a andar pela enorme faculdade.
– Como se sente? – SeHun perguntou percebendo que o amigo estava quieto por um bom tempo.
– É como se eu fosse enlouquecer – Jong In disse com a voz cansada querendo tirar alguma expressão irritada de seu amigo.
– Ah... Vamos voltar logo para a aula ou se não vou acabar passando mal.
Ao final da aula, SeHun tentava andar pelo menos um metro distante de Jong In, que não parava de olhar para o celular, era como se SeHun acreditasse que o amigo lhe passaria uma doença contagiosa.
– Está esperando uma ligação do presidente? – perguntou o maior.
– Eu poderia rir disso, SeHun – disse Jong In guardando o celular no bolso, e dando um sorriso torto – Mas estou preocupado. KyungSoo ainda não me ligou.
– Não tentou ligar para ele ainda?
Jong In suspirou.
– Já tentei, mas só dá na caixa postal.
SeHun se aproximou do amigo, passando um dos braços por cima de seus ombros.
– Não deve ser nada demais, ele está bem em Goyang.
– Eu sei que está...
– Então vamos sair e comer alguma coisa. Estou quase caindo de fome, sério!
Jong In riu e os dois partiram para o primeiro restaurante que encontraram. Para a sorte deles havia muitos restaurantes com tipos de comidas variadas próximo à faculdade, e logo já estavam dentro de um fazendo seus pedidos.
– Nem aqui, Jong In?! – SeHun repreendeu, vendo que o amigo deixara o celular encima da mesa e que não parava de olhar para o mesmo a cada garfada em sua comida – Não me faça tirar isso de você, pois eu não estou nem um pouco afim de fazer com que as pessoas pensem que eu sou sua mãe!
– Que exagero, meu celular não serve só para isso... E você não parece a minha mãe!
De repente o celular de Jong In tocou e até mesmo SeHun se curvou um pouco sobre a mesa para ver quem era, não pode deixar de ficar feliz.
“KyungSoo”.
Jong In não esperou o segundo toque para atender.
– KyungSoo? – disse Jong In com o coração batendo forte.
– O próprio! – disse o menor em uma risada – Jong In, como está?
– Bem... E seu pai?
– Ele recebeu alta hoje de manhã, está muito bem! Contente, é claro. Está em casa? – KyungSoo perguntou.
Havia um zunido estranho do outro lado da linha, que Jong In julgou ser um veículo em movimento.
– Não, estou almoçando com SeHun – disse Jong In olhando para o amigo que sorria maliciosamente com aquela conversa – Onde está?
– Estou dentro de um ônibus.
Os olhos de Jong In se arregalaram.
– Você está voltando para Seoul?!
Os olhos de SeHun ficaram igualmente arregalados, e de repente, sua comida não pareceu tão interessante.
– Sim, desculpe não ter te ligado antes, eu não tive tempo.
– Quando você chega?
– Esta noite.
SeHun sorria feliz com o amigo ao mesmo tempo em que olhava para o céu com as duas mãos juntas. Ele nunca gostou tanto de KyungSoo como naquele momento. Depois que Jong In desligou, esse olhou sorridente para o amigo.
– Essa foi a melhor notícia do dia – disse SeHun voltando a comer sua comida.
E Jong In concordava plenamente.
° ° °
As mãos de KyungSoo estavam trêmulas, o que denunciava sua ansiedade naquele momento. Seu rosto estava quase grudado na janela do ônibus enquanto observava a vegetação e muitas montanhas passando rapidamente. KyungSoo se perguntava quando Seoul apareceria também.
No bolso do casaco, KyungSoo sentiu o celular vibrar, e logo o tirou dali e olhou para a tela.
Era BaekHyun, e o menor logo atendeu.
– Alô.
– Olá, KyungSoo, espero que esteja bem – disse BaekHyun do outro lado da linha.
– Eu sim, mas e você?
Houve um resmungo do outro lado.
– Gostaria de estar melhor – ele disse com a voz meio triste – Só liguei porque Xiumin insistiu. Ele diz que ultimamente estou andando muito cabisbaixo.
– Imagino que seja verdade.
BaekHyun suspirou.
– Eu vou à praça amanhã, se puder, a tarde inteira. Não é bom ficar com coisas frustrantes na cabeça...
– Você não falou mais com ChanYeol?
– Eu disse que não insistiria mais nisso.
Houve um breve silêncio.
– BaekHyun... eu realmente sinto muito por vocês dois.
– Não sinta. Ele é quem deveria sentir, mas isso não importa mais, KyungSoo, então não se preocupe. Bem... eu preciso ir agora. Até qualquer dia.
– Até...
Já estava anoitecendo quando KyungSoo chegou a Seoul. O céu estava recheado de estrelas e o vento o agradava batendo em seu rosto enquanto o garoto caminhava pela calçada iluminada em direção à confeitaria mais próxima, mas antes que pudesse entrar, KyungSoo pegou seu celular e ligou para Jong In, que atendeu logo no primeiro toque.
– Olá, KyungSoo, já chegou? – disse Jong In com felicidade em sua voz.
– Sim – disse o menor com um grande sorriso – Eu estou na Coffe & Cake – o garoto olhava a grande placa enquanto dizia isso – Sabe onde é?
– Sim, a confeitaria. Pegue um pedaço de bolo de morango com chocolate para mim! – Jong In riu do outro lado da linha.
– Certo, vou te esperar aqui. Não venha correndo!
O garoto adentrou o local, sentindo o cheiro doce que havia por todo o lugar e foi até a bancada para pedir café, alguns biscoitos e o bolo de Jong In. Enquanto aguardava em uma mesa próxima, ele observou o local que estava quase que completamente vazio. Foram cerca de cinco minutos até que uma garçonete trouxesse seu pedido. KyungSoo agradeceu e começou a comer os biscoitos com gotas de chocolate, mas parou quando seus olhos pousaram em uma pessoa alta e cabisbaixa que estava sentada em uma mesa perto na janela.
Era realmente ChanYeol ali?
KyungSoo estreitou mais os olhos, confirmando seu palpite. Ele suspirou e sorriu fraco, caminhado até a mesa de ChanYeol e trazendo seus biscoitos junto.
O maior ficou surpreso ao perceber que alguém sentara ali e mais surpreso ainda quando viu que se tratava de Do KyungSoo.
– K-KyungSoo? – disse ele com os olhos meio arregalados.
– Boa noite, ChanYeol – disse ele colocando os biscoitos sobre a mesa.
O maior apenas encarava o garoto a sua frente.
– O que faz aqui? – disse em tom baixo e lento.
– Eu acabei de voltar de viagem...
– Não... eu digo... nessa mesa. Não entenda como grosseria, mas se esqueceu do que eu sou para você?
– Park ChanYeol – KyungSoo respondeu.
O maior o olhou como se KyungSoo estivesse louco.
– Você... está realmente diferente. Vai querer me bater agora? Se quiser vai ser só mais um entre muitos... Depois de BaekHyun...
– Ele não te abandonou se é o que está pensando.
ChanYeol pareceu tremer naquele momento.
– Como...?
– Eu soube o que aconteceu.
ChanYeol cerrou os dentes; de alguma maneira, estava irritado com aquilo, parecia que BaekHyun estava se distanciando cada vez mais de si.
– BaekHyun... ele ficou por tantos dias tentando me convencer...
– Você está falando comigo agora, não está? Já deveria ter esquecido tudo isso...
– Não é mais por isso – disse ChanYeol olhando KyungSoo nos olhos – Nada disso me importa mais, eu só não sei se conseguiria olhar para os meus amigos novamente... Principalmente para BaekHyun, ele ficou com tanta raiva de mim...
– E ele ainda está com raiva?
– Eu não sei, eu o fiz chorar da última vez, não consegui dormir por isso.
– Se não encará-lo novamente nunca vai saber.
– Com você dizendo parece tão fácil...
– Não foi tão difícil para mim vir até aqui, mas você me parece bem, então eu me sinto seguro em dizer tudo isso – disse KyungSoo com um pequeno sorriso.
Fizeram-se alguns minutos de silêncio até que ChanYeol voltasse a perguntar:
– E Jong In? Ele ainda me odeia?
Houve um suspirou por parte do menor.
– Ele nunca odiou nenhum de vocês – explicou KyungSoo – Ele apenas desejou mudar o que aconteceu, me protegendo de tudo que poderia me prejudicar, mas ele também percebeu as mudanças...
De repente ChanYeol se pôs a chorar.
– Me desculpe, KyungSoo... – disse ele em meio aos soluços – Nós estivemos errados todo esse tempo, mas eu persisti em continuar aquilo que estava me destruindo. Eu não quero mais ficar sozinho e ser o garoto mau.
Depois de ver aquilo, KyungSoo se segurava para não chorar também.
– Você não está sozinho, ChanYeol – disse o menor segurando o ombro do outro – Estão todos te esperando no mesmo lugar...
– Eu preciso encontrar o BaekHyun! – disse o maior limpando as lágrimas rapidamente.
– Amanhã, ele disse que iria ao parque à tarde.
– Você está certo! Mas...
– Não pense que está com medo – KyungSoo disse rapidamente – BaekHyun já não aguenta mais isso tanto quanto você.
ChanYeol deu um pequeno sorriso enquanto mais algumas lágrimas escoriam. Nesse momento, KyungSoo empurrou o prato com o resto dos biscoitos para o maior que agradeceu prontamente. Eles ficaram ali por mais alguns minutos, sem dizer muita coisa, enquanto comiam os biscoitos, até que KyungSoo se levantou.
– Jong In está vindo me buscar – disse ele – Se quiser, pode me fazer companhia do lado de fora.
ChanYeol balançou a cabeça negando levemente.
– Não, você pode ir – disse o maior – Obrigado, KyungSoo.
E assim, o menor saiu da confeitaria, ficando parado ao lado da mesma enquanto olhava para os lados, pela rua movimentada à procura de Jong In, até que, depois de um curto tempo, o avistou vindo pela calçada.
Jong In caminhava sorridente em sua direção a passos apressados e cheios de saudade. O menor sorriu e caminhou até ele também, porém, Jong In não aguentou mais tanta distância e correu em direção a KyungSoo que estendeu os braços recebendo um abraço caloroso do namorado que apertava o corpo pequeno contra o próprio, sem querer soltá-lo tão rápido.
Jong In escondia o rosto na curva do pescoço de KyungSoo, depositando um beijo ali em seguida. Era uma pena que estivessem na rua e no meio de tanta gente.
KyungSoo se arrepiava com a respiração do maior em seu pescoço e aquele beijo quase fez suas pernas fraquejarem. Como sentia falta daquilo... Como sentia falta de Jong In.
Os dois se separam, mas KyungSoo continuava a segurar os pulsos do maior que olhava bem para a face pequena e alva. Ele podia jurar que o cabelo, agora negro, de KyungSoo crescera um pouco.
De repente os olhares dos dois foram interrompidos quando ouviram uma voz próxima.
– Jong In... – disse ChanYeol com a voz baixa, chamando a atenção do outro que o olhava de maneira estranha.
Jong In não estava irritado, de maneira alguma, mesmo que seus olhos estivessem meio arregalados, aquilo tinha um motivo diferente; Jong In se sentiu impressionado naquele momento, ele não esperava ver ChanYeol ali e nem o que mudara em seu rosto, ele parecia nervoso, mas aquilo era totalmente diferente do que Jong In já vira nele.
KyungSoo sorriu ao ver que ChanYeol saíra da confeitaria.
– Acho que KyungSoo comprou isso para você – ele disse estendendo um embrulho escrito Coffe & Cake na direção de Jong In – Ele esqueceu em cima da mesa.
Jong In sorriu pegando o embrulho. Havia um brilho diferente nos olhos de ChanYeol, e foi nesse momento que o mais novo perceber que ele não era mais como antes e não queria ser visto como tal.
ChanYeol não esperava pelo que aconteceu em seguida. Em um segundo ele estava inseguro e até mesmo envergonhado, e em outro ele estava recebendo um abraço de seu antigo amigo. Aquilo o surpreendeu tanto que ChanYeol quase não se mexeu.
– Obrigado – disse Jong In se soltando do maior – Você está bem, ChanYeol?
Ele sorriu, levemente feliz.
– Não como eu gostaria. É difícil ser o último da fila.
Jong In entendeu o que ele quis dizer com aquilo e sorriu mais uma vez; não queria que ChanYeol se condena-se tanto.
– Eu fico feliz por você ter entendido.
– Eu fico agradecido por não terem guardado rancor.
– Esqueça isso, ChanYeol, não importa mais.
– Sim, eu realmente não quero mais me lembrar disso – ele disse soltando uma risada fraca e sem ânimo – Mas... KyungSoo me disse que voltou de viagem, vocês devem ter muita coisa para conversar. Estou indo para casa, tenho um lugar importante para ir amanhã – ele lançou um olhar cúmplice para KyungSoo que sorriu em resposta.
– Quer uma carona? – Jong In ofereceu.
– Não, mas obrigado. Acho que enquanto caminho eu posso pensar um pouco.
E se foi, perdendo-se na pequena multidão que se movia nas calçadas.
KyungSoo ainda estava parado, observando a mesmo direção em que ChanYeol se fora, quando sentiu um braço envolvendo seus ombros e os apertando de leve.
– Quer jantar? – Jong In perguntou com um sorriso, recebendo um aceno de KyungSoo igualmente sorridente.
Foram mais de duas horas fora até que finalmente chegassem à casa de KyungSoo. O menor mal acreditou quando se sentou no sofá da sala. Sentia falta de tudo aquilo e quase ficou emocionado por isso.
Mais uma hora se arrastava no relógio e KyungSoo ainda estava no banheiro enquanto Jong In colocava suas roupas de volta nos armários. O maior não se impressionou com aquela reação de KyungSoo com saudade da própria casa, era totalmente tolerável para alguém que dificilmente via outra coisa a não ser aquelas paredes brancas, na verdade, Jong In até se divertia com a situação.
Assim que o maior terminou de desfazer a mala, KyungSoo saiu do banheiro vestindo um roupão. Uma nuvem de vapor saia de trás de si espalhando a umidade pelo quarto.
O menor de sentou na beirada da cama enquanto observava atentamente Jong In fechando as gavetas da cômoda.
– Você não se preocupa com a sua conta de água? – Jong In perguntou sorrindo como se estivesse fazendo uma piada.
KyungSoo riu divertido, olhando Jong In como se esse fosse o peça principal de um museu.
– Senti sua falta – disse o menor.
Jong In manteve um sorriso de lado, se aproximando de KyungSoo o suficiente para que o puxasse pelo roupão, que por pouco não se desenrolou do corpo pequeno, agora de frente para o maior.
Foi em questão de milésimos que Jong In tomou os lábios carnudos de KyungSoo para si. O beijo era afoito, como se o tempo em que passaram separados não tivesse sido de cindo dias, mas sim de cinco anos; as línguas brincavam na boca de ambos tentando acabar com a saudade.
– Você não imagina como foi torturante para mim... – Jong In dizia entre o beijo e suspiros.
– Eu imagino como foi para mim.
KyungSoo correu as mãos pelas costas de Jong In por baixo da camisa, sentindo mais uma vez o calor que emanava da pele bronzeada. O maior se afastou brevemente, apenas para que tirasse aquela peça de roupa superior, dando mais espaço para KyungSoo que sorriu antes que tivesse seus lábios capturados novamente. Jong In se inclinava em direção ao menor que estava ocupado demais com suas mãos por todo o tronco de Jong In. Ele poderia cair a qualquer momento, mas não parecia ligar para isso.
Em um movimento rápido, Jong In segurou a cintura de KyungSoo, colando ainda mais os corpos e girou, se sentando na cama, deixando KyungSoo em cima de seu colo. Se ficar longe do menor era torturante, senti-lo encima de seu membro parcialmente excitado parecia muito pior; Jong In não pôde impedir que um gemido alto escapasse de seus lábios assim que KyungSoo se movimentou afim de ficar mais próximo – se isso era possível.
– Está tentando me provocar? – perguntou o maior em um suspirou olhando nos olhos de KyungSoo.
– Não foi intencional – disse com um sorriso, desviando sua atenção para o pescoço exposto de Jong In.
Enquanto sentia seu pescoço sendo molestado, Jong In segurava a cintura do menor com força enquanto uma de suas mãos segurava os cabelos negros de KyungSoo, sem querer que o mesmo saísse de onde estava. Mais um movimento do menor, e por pouco Jong In não puxou seus cabelos. Depois de sair do pescoço bronzeado, KyungSoo passou as mãos pelo rosto do maior para que em seguida voltasse a beijá-lo como antes.
Com certa pressa, Jong In puxou KyungSoo pela cama até que conseguisse inverter as posições, deixando as costas do menor encostada na cabeceira. Por um momento, KyungSoo não entendeu o que o maior pretendia fazer até que o mesmo ficasse com um joelho de cada lado do corpo pequeno, trazendo o rosto alvo para mais perto com as duas mãos em suas bochechas coradas. Enquanto se beijavam – ambos nunca se cansariam disso – Jong In descia o roupão pelos ombros de KyungSoo lentamente até que todo seu tronco estivesse exposto. Jong In se afastou brevemente, sorrindo, terminando de desamarrar o roupão, mas logo sua atenção foi tomada pelo pomo de adão daquele pescoço com a pele tão branca. KyungSoo desejava mais que tudo que pudesse se inclinar mais um pouco para trás, mas a cabeceira da cama o impedia.
O roupão estava debaixo de si e KyungSoo se encontrava completamente descoberto, com exceção de Jong In que permanecia encima de si de joelhos. Os dois arfavam e os gemidos corriam por todo o quarto; o maior percorria o pequeno corpo com as mãos, passando pelo abdômen até que chegasse a parte íntima, sentindo um longo arrepio correndo pelo corpo de KyungSoo. Jong In desceu seus lábios por todo o peitoral do menor que arranhava suas costas levemente enquanto sentia Jong In brincando com seus mamilos, e quando percebeu, o maior já estava próximo de seu membro muito excitado, mais uma vez.
Jong In estava tão inclinado que se permitiu quase deitar quando finalmente chegou ao baixo ventre do menor. Ele permaneceu um bom tempo ali sem fazer nada, o que estava acabando com a sanidade de KyungSoo.
– Agora quem está provocando quem...? – disse o menor.
Jong In sorriu de lado, de certa forma, vitorioso, para que em seguida começasse a lamber a ponta do membro de KyungSoo que comprimia os lábios com força para que nenhum gemido alto demais viesse a escapar, mas não que estivesse realmente funcionando. Jong In continuou por mais um tempo até que envolvesse completamente o membro excitado de KyungSoo em sua boca.
Era como se o mundo pudesse acaba naquele instante, KyungSoo já não se preocupava mais em conter os gemidos altos e Jong In fazia questão que ele não o fizesse. O menor segurava os cabelos de Jong In, desarrumando os fios; quando mais tempo o maior permanecia ali em seu membro, o torturando, maior era a força que KyungSoo aplicava nos cabelos escuros. Seu coração batia tão forte que seu corpo se arrepiava o tempo todo, era quase possível ver o fim chegando.
– Jong In-Ah... Eu vou... – não teve tempo de terminar, o maior saiu de seu membro, puxando KyungSoo para perto de si, beijando-o, necessitado.
Jong In estava de joelhos mais uma vez enquanto KyungSoo passeava com uma das mãos pelo peito nu do maior, constatando que seu coração estava tão acelerado quando o do mais velho.
Jong In ainda estava com a calça, o que já o incomodava dolorosamente, assim como o menor que começava a ficar irritado com aquela peça, mas antes que pudesse reclamar, o mais novo já desabotoava a calça enquanto KyungSoo a puxava para baixo. Livre de roupas, Jong In sentiu o membro ainda mais rijo; ele se sentou na cama, puxando KyungSoo para que se sentado sobre seu colo. Aquilo quase desfez as estruturas do maior por completo.
Com as mãos em sua cintura, Jong In levantou um pouco o corpo de KyungSoo, fazendo com que se sentado em cima de seu membro, penetrando o entrada do menor lentamente. KyungSoo apertou os olhos pelo incomodo e abraçou Jong In, logo sentindo um beijo molhado em seu pescoço.
– Olhe para mim, ok? – Jong In disse com a voz suave.
KyungSoo obedeceu olhando nos olhos de Jong In que o puxou um pouco para frente pela cintura para que começasse os movimentos. O menor segurou nos ombros de Jong In, começando a se movimentar sobre seu membro; KyungSoo respirava pesadamente, fazendo um grande esforço para não fechar os olhos devido ao prazer que sentia, a dor pareceu sumir muito mais rápido do que da última vez. Jong In o auxiliava nos movimentos segurando-o pela cintura, fazendo com que subisse e descesse por toda a extensão de seu membro rijo. Os gemidos eram muitos, mas de certa forma controlados; o maior não tirava os olhos na face de KyungSoo. Era incrível a onda de prazer que envolvia os dois naquele momento.
Uma das mãos que segurava a cintura de pele alva se elevou até que chagasse na nuca de KyungSoo para que Jong In o puxasse mais para perto até que suas testas estivessem coladas. Em momento algum interromperam o olhar.
As pernas de KyungSoo já tremiam pelo esforço contínuo fazendo com que se apoiasse ainda mais em Jong In, que de repente – assim que sentiu seu fim próximo – se inclinou para frente, fazendo com que KyungSoo deitasse na cama, sentindo Jong In saiu de dentro de si. Por um momento o menor de sentiu confuso, por que Jong In parara?
– O que...
O mais novo o olhou e sorriu, e fez com que o menor se virasse, ficando de costas para si, apenas para que voltasse a estocá-lo ainda mais rápido e forte enquanto beijava suas costas, pegando KyungSoo quase de surpresa. O menor levantou uma das mãos achando os cabelos de Jong In, começando a massageá-los. Seus gemidos estavam sendo abafados pelo travesseiro, KyungSoo sentia o próprio membro roçando no lençol abaixo de si; aquilo o estava enlouquecendo.
Não demorou até que Jong In se desfizesse no interior quente do menor, porém, ele não parou os movimentos até que sentisse todo o corpo de KyungSoo estremecer, sabendo que o menor também chegara ao seu limite.
Jong In riu caindo para o lado e puxando KyungSoo, abraçando-o por trás. O menor ainda ofegava muito, tentando se recompor, mas logo sorriu se virando para Jong In.
– Agora preciso de outro banho – disse ele – Nós dois, aliás.
Por um momento, Jong In ficou com uma expressão séria, olhando atentamente para os traços de KyungSoo, mas logo sorriu passando a ponta dos dedos por todo o rosto pequeno e delicado.
– O que foi? – o menor perguntou baixo.
– Eu estava pensando – disse Jong In – Só verei uma coisa mais bonita que isso quando estiver no céu com você.
KyungSoo sentiu as bochechas corarem violentamente e por um segundo ele teve vontade de chorar, mas acabou sorrindo e beijando os olhos de Jong In quando esse os fechou.
° ° °
BaekHyun estava sentado em um banco do parque naquela tarde. Ele não sabia ao certo há quanto tempo estava ali, poderiam ser horas, ou talvez minutos.
A felicidade das crianças que corriam uma atrás das outra era quase invejável, quando os pais passavam próximo a BaekHyun, alguns olhavam de relance, era notável a expressão do garoto, muitas vezes, podendo ser confundida como tédio.
O tempo estava frio, as mãos de BaekHyun já estavam congelando, mesmo dentro dos bolsos do casaco, ficar ali não faria com que pensasse melhor. Naquele dia, BaekHyun estava tentando se ocupar, não que isso estivesse realmente dando certo.
Distante daquele banco, estava ChanYeol observando o amigo cabisbaixo até que esse se levantou suspirando. ChanYeol estava vendo BaekHyun ir embora lentamente, por um momento, ele pensou em gritar o nome do garoto, mas algo fez com que o menor parasse de se afastar. Um garotinho esbarrara em sua perna, assustando BaekHyun, fazendo com que se virasse, e foi assim que ChanYeol pôde ver o rosto do amigo, ele só não sabia dizer se sua expressão era triste ou somente preocupada com a criança.
Mesmo de longe, ChanYeol percebeu que BaekHyun trocava poucos palavras com o garotinho, provavelmente perguntando se ele estava bem, e por último, um sorriso que há muito tempo não se formava naquele rosto. Aquele sorriso fez o interior de ChanYeol se aquecer e ele se sentiu feliz por um momento, sorrindo minimamente.
Quando o garotinho de foi, BaekHyun voltou a ficar de pé, pronto para se virar e tentar ir embora novamente, mas uma criatura alta e de cabelos castanhos o prendeu ali mais um vez. Por um momento, BaekHyun quase sorriu por vê-lo ali, mas o pensamento de que tudo aquilo poderia ser uma simples coincidência o impediu disso.
ChanYeol estava nervoso, ele precisava ir até lá, agora que BaekHyun percebera sua presença, ele precisava acabar com tudo aquilo, e foi assim que tomou um pouco mais de coragem para ir até BaekHyun. Lentamente ele caminhou em direção ao menor enquanto esse permanecia paralisado no mesmo lugar. Naquele momento, ChanYeol desejou saber o que se passava na cabeça do amigo.
BaekHyun não sabia o que aconteceria, não sabia o que ChanYeol pretendia falar, ou se ao menos falaria alguma coisa, ele poderia simplesmente passar reto e fingir que o menor nunca esteve ali. Quando ChanYeol já estava bem próximo, BaekHyun abaixou os olhos, achando que ele continuaria andando e iria embora, mas ChanYeol parou de repente a menos de um metro de distância de si enquanto apertava as mãos, nervoso.
Por alguns minutos, ChanYeol abriu e fechou a boca várias vezes sem conseguir dizer nada, e no final ele apenas sorriu, o que fez BaekHyun arregalar um pouco os olhos, confuso.
– Eu... – ChanYeol começou a dizer sem tirar os olhos de BaekHyun – Por um bom tempo eu pensei no que você me disse e... eu realmente sinto muito por ter destruído o que nós erramos antes, todos nós.
BaekHyun pareceu querer dizer algo, mas ChanYeol o interrompeu antes que perdesse toda a coragem.
– Eu sei que você ainda pode estar bravo, talvez pense que tenha sido um desperdício eu vir até aqui te perturbar, mas eu não quero mais sair do seu lado, de nenhum de vocês, eu simplesmente não consigo. Eu também sei que sou um garoto teimoso, mas não me afaste de você, de você não, BaekHyun.
O menor estava tão surpreso que nenhuma palavra saia de sua boca, e aquilo fez crescer certo desespero dentro de ChanYeol.
– BaekHyun...!
– ChanYeol! – o maior se calou imediatamente – Mais do que nunca eu estou com vontade de te bater nesse momento!
O maior se encolheu apertando os lábios.
– Desculpe...
– Seu grande idiota!
ChanYeol o olhou assustado.
– Você não sabe como foi desagradável – o menor continuou – Eu estou irritado...
– Eu sei – ChanYeol disse cortando o menor.
– Não, você não sabe. Eu estou irritado por não conseguir te deixar de lado, só que mais do que isso, estou irritado por estar tão feliz.
ChanYeol ergueu os olhos brilhantes vendo os de BaekHyun lacrimejarem em quanto ele começava a rir.
– Mesmo que isso se repita, – disse o menor – sempre valeu a pena ter um amigo como você, então não diga isso de novo, pois você nunca pôde sair do nosso lado.
ChanYeol permaneceu sem palavras e em seu rosto surgia um enorme sorriso.
– Agora para descontar o soco que dei em você... – disse BaekHyun se distanciando um passo – Vamos, pode bater.
Quando o maior se aproximou, por um segundo, BaekHyun achou realmente que levaria um soco, tendo que fechar os olhos fortemente, mas a única coisa que sentiu foram dois braços envolvendo seu corpo em um abraço.
– Obrigado, Baek.
"Cortando colinas e montanhas, um barbante vermelho se estende infinitamente. Talvez um dia, aqueles que se conheceram pela trilha que chamam "Destino" tornem a se encontrar quando voltarem pelo mesmo caminho".
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