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História 2008 Year teenager - Capítulo 20


Escrita por: minserhyuk

Notas do Autor


(Ooooiii. Novamente a linda Lola não me mandou as notas.
Então venho aqui desejar apenas uma boa leitura. Nos vemos nas notas finais <3 - Lin)

Capítulo 20 - Capítulo 20


Yuri

 

Esperava sentada no banco do jardim da escola, estava tudo tranquilo, aparentemente, já era tarde e algumas pessoas ainda estavam voltando as suas casas. Olhei o relógio.

Porque o Wonho estava demorando tanto?

Senti umas mãos fecharem os meus olhos.

 

- Adivinha quem é?

- Hoseok, eu sei que é você, da pra tirar a mão do meu rosto?

- Nossa. Sempre irritada!

- Você que é alegre demais!

- Tá, ta. Eu tenho uma novidade, mas sobre o que você quer conversar comigo? - Engoli em seco, respirando fundo tomando um pouco de coragem para falar

- Conte primeiro a sua novidade - Tentei colocar um sorriso no rosto, fingindo interesse. Cadê a Rukia nesse momento pra contar tudo por mim, e depois dar uns tapas nele por não ter usado camisinha, e depois dizer que só não bate em mim por que talvez eu esteja grávida. Por que tínhamos que ter brigado? Por que eu não..

- Então - Levei um pequeno susto após perceber que quase tive um ataque interno - Eu tenho uma ótima notícia, tipo gigante, você não vai nem acreditar!

- Fala logo Wonho, você tá parecendo aquelas meninas mimadas dando chilique porque o oppa delas chamou pra sair - Revirou os olhos, mas ainda continuava animado.

Ele vai ficar com esses sorrisinhos pra no final falar qualquer besteira, já imagino.

- EU VOU DEBUTAR!

- O QUE?

- ISSO MESMO QUE VOCÊ ACABOU DE OUVI! NÃO É INCRÍVEL? EU VOU ME TORNAR UM IDOL COM APENAS DEZOITO ANOS!

- Eu não acredito - falei mais para mim mesma do que para ele ouvir

- E tem mais!

- Mais? - Eu já estava desacreditada de tudo aquilo, seja o que fosse, já estou em problemas.

- Eu vou promover na China, quase um ano, você não tem idéia do quanto eu estou feliz. EU VOU PRA CHINA YURI! - Falou enquanto ficava cada vez mais animado.

- Ah - Me toquei melhor no que ele disse... China...

- O que? Não ta feliz por mim?

-Ahn? Não. Quer dizer. Sim, que sorte não é mesmo? - Por mais que eu tentasse parecer animada, eu não conseguia ficar, mas não me surpreendo com esse tipo de coisa mais. É sempre assim, a vida vai lá e me ferra de novo e de novo.

-Você não consegue nem fingir que está feliz por mim?

-Eu estou, é que foi de repente…

-Entendo, mas o que você queria conversar mesmo?

-Eu não me lembro - Menti - Acho que não era importante, só deixa pra lá - Depois daquilo eu não tinha mais coragem para falar nada. Segurou a minha mão quando eu ia sair

-Você não está apaixonada por mim... Não é mesmo?

-Não… porque acha isso? Se toca Shin Hoseok

-Que alívio, seria constrangedor se você sentisse algo por mim, logo agora que eu vou embora - Sorriu me dando um beijo na bochecha e saindo

 

Que merda! O que acabou de acontecer? Era pra eu ter contado logo, rápido, mas eu não consegui. Comecei a me bater, me achando uma completa inútil por não ter conseguido falar o que queria.

E agora o que eu vou fazer se realmente ter uma pessoa aqui dentro? Eu preciso falar pra ele de qualquer jeito, mas como? Tinha que acontecer logo comigo, ele tinha que falar isso logo agora?

Bufei, jogando-me no chão, igual a uma criança birrenta, ajeitei meu cabelo. Vamos lá Yuri, vai ficar tudo bem, primeiro tenha certeza, aí você fala, okay? Se bem que do jeito que eu sou, não duvido nada receber mais um tapa de realidade desses.

 

 

Kihyun

 

Estava frustrado, ultimamente a minha cabeça andava a mil. Encarava as pessoas aqui em cima no terraço da escola, podia vê-las sorrindo, estudando e seguras de si. Só eu me encontrava perdido em meus pensamentos? Sabe, eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja. Mas tudo voltava ao começo novamente. Eu já estava irritado com esse jogo chamado vida, não é divertido brincar com as pessoas.

- Kihyun? - Voltei a minha atenção a uma voz feminina

- Rukia é você - Sorri querendo parecer animado

- Pelo visto, todos vêem aqui sempre.

- Menos o Hoseok, ele tem medo de altura - Comecei a rir lembrando do desespero do garoto quando chamei o mesmo para subir comigo a primeira vez que descobri esse lugar.

- Acho que o senhor perfeito não é tão perfeito assim

- Ninguém é perfeito Rukia

- Agora eu sei disso - Sorriu vindo na minha direção, ficando ao meu lado - O que está pensando?

- Não estou pensando nada, estou e rindo de algumas pessoas, olha - Apontei para uma garota que acabou de cair - Quase que vi a calcinha dela - Recebi um tapa da mesma

- Pervertido! Vê até isso! Estou começando a ficar com medo.

- E por curiosidade, você nunca usou meias, mas de uns meses pra cá usa frequentemente, fico me perguntando por que... - Recebi outro tapa na cabeça, ri dela

-Você é muito curioso, na história que minha mãe contava o curioso sempre morria.

-Na história da nossa vida, eu não sou o personagem que morre.

-Que pena, não é mesmo? Acho que se você morresse todos iriam comemorar - Brincou ela, mas levei como uma ofensa,ou quase isso.

-Então eu sou o vilão da história?

-Não, você não escutou os rumores ultimamente? Acho que o vilão aqui é outra pessoa.

- Não acredito em rumores - Dei de ombros, não acreditava mesmo. Senti a garota rir ao meu lado.

- Mas você não é o vilão, você é um pouquinho mais legal que isso - Sorri feliz - Só um pouquinho - Aproximou dois dedos mostrando o tão pouco que era.

- Se você gostar do meu personagem eu fico feliz

- Eu nunca presto atenção no seu personagem - Fiz uma cara triste enquanto ela olhava lá pra baixo

- Por que não? Eu sou interessante

- Você é um mentiroso Kihyun, eu não gosto de mentirosos - Tomei um susto com aquelas palavras, eu não as esperava, o que era uma simples conversa, estava se tornando cada vez mais séria

- Talvez eu realmente seja o personagem que ninguém conhece - Encarei o céu com olhos trêmulos.

Senti uma mão me puxar, e depois um abraço quente percorrer o meu corpo

- Você é tão pequena que eu te cubro com um abraço - A abracei de volta, fazendo o que havia dito, cobrindo ela com meus braços

- Você é só uns 15 centímetros maior no máximo, calado! - Me deu um tapinha

- Você gosta de me bater, não é?

- Porque você merece - Piscou depois deu uma risada abafada

- Por que me abraçou? Nós nem somos próximos - Pela primeira vez estava tímido ao lado dela

- Não sei.

 

O silêncio permaneceu depois daquelas palavras, era um silêncio constrangedor, mas eu preferia ficar ao lado dela no meio da completa calmaria do que com sorrisos e brincadeiras jogados em vão. Olhei para o meu lado, encarando o violão que tinha ali, alguém havia o deixado, seja lá de quem for o dono, irei pegar emprestado.

- Você sabe tocar? - Perguntou curiosa

-Um pouco

- De onde isso surgiu?

- Não sei, os alunos geralmente ficam aqui, alguém deve ter esquecido ou guardado pra depois.

-Vamos, cante para mim . Me pergunto o que mais eu não sei sobre você, éum garoto cheio de segredos, sabia? - Falou tudo rápido demais, foi engraçado, ela estava realmente animada para me ouvir tocar

Comecei dedilhando alguns acordes, percebi que estava desafinado e tentei afinar o máximo que podia. Ainda não sabia como fazer aquilo direito, mas estava melhor que antes. Comecei a música calma e lenta, e aos poucos comecei a cantar. Ouvi alguns murmúrios de surpresa vindo dela, e depois umas palmadas animadas, mas ao longo da música ela apenas me encarava sem expressão alguma. A música era triste assim como eu me sentia naquele momento, ela me refletia, quando a alma do artista está triste, até mesmo a música mais animada se torna melancólica. Vi quando ela tentou por um sorriso no rosto me incentivando a continuar, mas como eu, aquela música havia a tocado também.

 

“Essa melodia triste se assemelha a você
Ela me faz chorar eh eh
Seu aroma é um doce crime
Eu te odeio muito, mas ainda amo você

Antes da escuridão me aprisionar
Não me deixe
Você ainda me ama?
Se você sente o mesmo, não me deixe hoje
Não me pergunte porque tem que ser você
Apenas fique comigo”

- Você é bom, por que nunca mostrou isso para mim?

- Não só para você, nunca cantei para ninguém -Sorri tímido - Não acho que seja algo que eu precise espalhar

-Você é um idiota mesmo - Jogou um pedaço de folhada amassada em mim, comecei a rir

-Pelo menos você gostou - Falei para irritá-la, mas ultimamente irritar aquela menina não estava sendo fácil.

-Eu realmente gostei, é claro que você não canta tão bem como TaeYang Oppa, mas é bom

-Você tem razão - Começamos a rir

-Você que escreveu?

-Sim, há algum tempo, mas eu não terminei

 

Pegou o violão da minha mão voltando a tocar os mesmo acordes da música que havia feito, algumas palavras começaram a sair da boca da mesma, completando a letra da música.

“Com palavras duras
Facilmente você deixou uma cicatriz em meu coração
Sem pedir desculpas de novo
Eu estou me confortando
Sempre nervosa
Será que você vai me deixar
Eu só quero que você fique

Seu rosto inexpressivo, ficando mais e mais entediante
Eu sussurro no espelho, vamos devagar, deixe passar
Você me despreza
Mas é você
Mas ainda, fique fique fique comigo”

 

Repetiu a parte que tinha cantado, perfeitamente se encaixando na letra, não era tão boa cantando, mas escrevendo, nossa, ficou bem melhor do que eu havia pensado para música.

-Agora você também sabe um segredo meu - Olhou para mim sorrindo - Eu amo escrever, é um dos meus talentos escondidos

-Você é ruim em algo? - Perguntei impressionado

-Não sei, tente descobrir - Piscou um olho novamente, aquela seria uma mania dela? Ou era só comigo? Não sei, mas era engraçado.

- Então vamos começar a trocar segredos? - Eu estava com medo tenho que admitir... eu já deixei alguém ser tão próximo assim?

-Não se acostume, nossa intimidade acaba aqui - Falou sério, mas sabia que no fundo ela mesmo sabia que era estranho.

Rukia. Hoje nesse inicio de noite, me faça um favor, não diga nada.
Você seria minha amiga, apenas esta noite?

Eu queria perguntá-la, mas nada saia. O medo de dizer algo errado também irradiava sobre mim, é nesse momento que voltamos à estaca zero? Ao momento que nos encontramos?

Aquele dia parecia mais um qualquer onde a minha vida seria a mesma, mas agora eu não posso dizer que nossas vidas são as mesmas que a do começo do ano. Tudo mudou.  Tudo muda ao passar do tempo. A vida é um mar que nunca para e nunca deve parar, quando isso acontece tudo fica chato e entediante e aí é o fim.

Somos muito novos para o fim... precisamos aproveitar cada momento, afinal, só se vive uma vez.

Rukia, não sei se você está aproveitando esse momento, mas eu estou.

Meu pensamento foi cortado pelas palavras animadas vindo da garota de cabelos negros.

- Você pensa em seguir carreira na música? - Perguntou curiosa

-Não, essa não é uma opção. Esse sonho não é meu, talvez esteja me confundindo com o Wonho, não, prazer Yoo Kihyun.

- Não, seu idiota - Começou a rir - Você nunca nem cogitou isso?

- Eu já pensei, eu gosto de música, mas o meu sonho é outro - Falei respirando alto

- Você também tem um sonho? Sinto-me meio inútil por já ter quase dezessete anos e não saber o que quer fazer.

- Eu tenho dezessete e sei o que quero, acho que você ainda só não teve o momento ou não percebeu o que quer, bem, eu já sei o meu desde os meus doze anos.

- Que seria?

- Eu quero me tornar um médico, mas não qualquer um, e sim um que pode dar de tudo sem receber, tipo um super herói.

- Alguém já te disse que talvez você esteja sonhando alto demais? - Brincou rindo, agora eu que joguei um papel amassado nela

- Quando eu tinha onze anos - Comecei a ficar sério, eu queria compartilhar aquilo com alguém, aquele era o momento perfeito - A minha avó começou a ficar doente, ela sempre foi como uma mãe para mim. No começo ninguém se importou muito, ela já estava velha e ficar doente era normal - Dei uma pausa encarando algum ponto fixo longe - Mas as coisas foram piorando, e meus pais começaram a ficar desesperados, não somos ricos, não pudemos dar o melhor para era. Às vezes não podíamos comprar os remédios porque eram caros demais, às vezes tínhamos que esperar vagas nos hospitais - Estava segurando o choro, mas não adiantou quando falei as últimas palavras - Não tinha mais jeito, ela faleceu, e eu não pude fazer nada para ajudar

-Eu sinto muito, eu não sabia que era tão sério - Sentou ao meu lado segurando o meu ombro

- Tudo bem, depois daquele dia quando me senti um completo inútil, eu tomei uma grande decisão. Viraria médico e salvaria as pessoas que não têm dinheiro para se cuidar, eu prometi para minha avó, estou chegando lá. Sabe como foi difícil para mim? Um garoto de família pobre entrar em um dos melhores colégios da Coréia do sul?

- Eu imagino - Falou me abraçando de lado, colocou a cabeça em um dos meus ombros e mexia no meu cabelo, aquilo era estranho vindo dela, mas eu aceitei o gesto de carinho, parecia ser puro e inocente, ela queria me deixar bem, ela era assim, queria amar a todos e deixá-los bem, mas esqueceu completamente de se sentir bem. Virei e a abracei apertado, eu não era o único que precisava de um gesto de carinho.

- Você realmente não tem nada que goste? - Perguntei depois que nos afastamos

- Não… Eu não faço idéia. Eu sei que a empresa do meu padrasto não irá ficar para mim, então eu estou meio que livre para fazer o que eu quiser, eu acho.

- Eu vi na tabela, suas notas também são boas, você realmente pode fazer tudo que quiser e ainda é rica. É bonita também, até mesmo sem maquiagem. Wow, que inveja, e eu nem sou uma garota - Acabei falando sem pensar imaginando o como ela era sortuda

- Kihyun - Voltei a minha atenção a ela - Nem tudo o que parece é

- O que você quer dizer com isso? - Perguntei confuso

- Eu acho que as pessoas passam muito tempo afirmando como as pessoas são e esquecem de conhecer ela verdadeiramente

- Ta bom, então como é a verdadeira Rukia?

- Bem, eu vou te contar, mas se você achar que sou uma mimadinha eu te dou uns tapas, okay?

- Não me responsabilizo pelos meus pensamentos - Falei rindo, tentando fazer a frase parecer descontraída

- Então, vamos lá... A minha vida amorosa é uma piada, fui jogada na friendzone, mas eu tô superando - Falou mexendo as mãos para não parecer tão sério - Minha convivência com meus pais não é lá das melhores, só não é pior porque eu quase nunca vejo eles - Começou a rir mesmo não tendo graça - Ah é, eu tenho amigos, isso é bom não é? - Concordei com a cabeça - Hm, passo a maioria do tempo estudando, acho que é só.

- Eu não estava tão errado, arg - Falei rindo

- Então sua vida é pior

- Não, não - Fiz um x com a mão - Minha vida é patética também, só que eu não estou na friendzone - Falei brincando com a cara dela, recebendo alguns tapas da mesma

- Vai rir da minha cara agora? Eu já estou superando okay?

- Okay - Tinha um sorriso no meu rosto - Eu tenho uma namorada

- Eu sei, ela é bonita - Falou ela tentando se lembrar da mesma

- Ela também é incrível

- Originalmente seus olhos não deveriam brilhar enquanto fala da pessoa amada? Por que a expressão triste?

- Como você disse, nem tudo que parece é - Ficamos novamente em silêncio, não sabíamos quem devia falar algo

- Você não gosta mais dela?

- Eu não sei - Falei sinceramente

- Se você não sabe, quem sabe? Tenho certeza que vocês não têm a vida toda para ter certeza disso

- Eu tenho medo

- Medo de que?

- De machucar ela Rukia, que pergunta!!

- Você não acha que enganando ela e roubando o seu tempo não é pior do que algumas lágrimas? Eu sei como é ser enganada, não é bom

- Você acha? - Parei um pouco para pensar no que ela disse - Eu sou tão idiota.

- Eii, não fale isso de si mesmo. O amor é tipo uma chama que cresce cada vez mais. Só que às vezes venta muito forte e com o tempo a chama vai se apagando.

Mas não estou dizendo que o amor não existe. Às vezes essa chama é tão forte e verdadeira que mesmo que tentem apagar, não conseguem. É igual a jogar água no fogo, pode apagar se jogar na quantidade certa, mas se for pouco, o fogo cresce ainda mais - Estava tentando entender o que a pequena estava falando. Mesmo que parecesse confuso, fazia sentido no final

- Mesmo que pareça confuso, eu entendi - Falei rindo

- Eu tentei pelo menos - Começou a rir junto, paramos por um minuto e nos encaramos, do que a gente estava falando mesmo?

 

 

Rukia

 

Perguntava para mim mesma, porque eu? Em qual momento em minha vida tinha errado? Talvez um passo dado a mais, talvez uma palavra que saiu sem pensar,  talvez um sentimento que não era para ser sentido, não importa qual seja o motivo, ou a causa, eu estava sofrendo as consequências ali, naquele momento.


Coloquei minha mochila em cima da mesa, já cansada daquelas piadas infantis direcionadas a mim, quando todos se viraram contra mim? Tapava os meus ouvidos e fechava os meus olhos, na tentativa de fingir não estar ali e de alguma forma ignorar todas aquelas pessoas. Pessoas que se tornaram más, que me magoavam a cada palavra, eles não tinham noção que talvez palavras doessem mais que uma dor física? Acho que nunca pensaram nessa possibilidade, ou as usavam justamente por isso.

A aula havia passado e eu não estava aguentando mais. Cartinhas entregues falando muitas coisas ruins, os papéis que jogavam em mim a cada minuto, as palavras que sussurravam, eu era mesmo a vilã dessa história? Eu estava com tanto medo, eu nunca quis ser ruim, talvez o meu egoísmo tenha falado mais alto, mas é errado querer ser amada? Eu estava me convencendo que sim.

Estava prestes a sair da escola quando ouço alguém chamar meu nome, não dei atenção, apenas continuando a andar. Sai da área da escola caminhando até o ponto de ônibus, novamente chamaram o meu nome, mas dessa vez seguraram o casaco que eu vestia me puxando para trás.

-Por que não escuta a gente? - Novamente aquelas garotas, elas não cansam não? - Agora vai ficar muda? Awn que bonitinha.

-O que vocês querem? - Eu não estava com paciência e sequer tinha vontade de fazer algo

- Fale direito com a gente, quem você acha que é para agir assim?

-Alguém que não ta nem ai para você. Isso tudo que vocês fazem é para chamar atenção? Chame a atenção dos seus pais sendo bons filhos, não enchendo o meu saco, então até mais - Falei enquanto virava e saía

-Eii, sua cadela - Novamente fui puxada agora me jogando ajoelhada no chão, rasgando a minha meia calça

- Você está louca? - Tentava sair, mas as mãos daquela garota me prendiam no chão, por mais que eu me soltasse, elas ainda eram muitas

-Você que deve estar. Você e aquela outra vadiazinha. Acham que já podem chegar e querer roubar o lugar de todo mundo, querem ser as melhores, mas vocês não passam de nada, vocês não são nada, sabe quantas garotas queriam ser iguais a vocês? - Quem queria ser alguém como eu? Ela estava louca?

 Olhei e vi que a mesma chorava, mas parecia ser um choro de raiva, as outras estavam de cabeça baixa...

- Mas vocês simplesmente não entendem e continuam jogando na nossa cara que nunca seremos melhores, O QUE VOCÊS TÊM QUE NÓS NÃO TEMOS,EM? Todas as garotas dessa escola estão cheias de vocês, e a Suzy, coitadinha da menina, como você pode ser tão mal com ela? Você não se sente um monstro todos os dias não? – Sim, eu me sentia, você precisa me lembrar disso? - eu não sou uma pessoa ruim Rukia, eu só faço o que todos querem fazer com você, todos querem que as “New girls” saiam do caminho, ninguém gosta de você, você está completamente sozinha, ninguém nunca vai amar você, entende? - Falou a última frase com um sorriso quase sofrido no rosto, veio até mim e bagunçou meus cabelos, eu mantinha o rosto abaixado, coberto pelos cabelos, para que não possam ver as minhas lágrimas escorrendo

As mãos me soltaram, continuei com a cabeça baixa e sentia as palmas das minhas mãos serem cortadas pelo asfalto gelado, pude ouvir algumas risadinhas e depois um líquido branco escorrer da ponta da minha cabeça e ir aumentando e se espalhando por todo o meu corpo. Leite. Tinham jogado leite em mim. Cerrei as minhas mãos, tristeza e ódio se corroíam por todo o meu corpo, uma nuvem de farinha estava ao meu redor, podia sentir aos poucos a massa topar em mim e me deixar completamente suja, eu pensei que havia acabado, mas logo senti algo cortar em minha cabeça, estavam quebrando ovos.

- Agora você parece um bolo, talvez da próxima vez a gente cante parabéns para você, espero que esteja se sentindo bem mal hoje, lembre de mim e de todas as outras garotas que desejaram fazer isso quando for dormir.

Eu não estava mais aguentando aquilo, e agora os meus soluços estavam altos. Eu estava completamente imóvel, fiquei um bom tempo assim. Elas já haviam ido embora, mas eu ainda continuava ali, tentando entender o que havia acontecido, pedindo para aquilo apenas ser um sonho. Talvez se eu pudesse voltar no tempo e mudar as coisas, talvez se ela fosse alguém melhor, nada daquilo teria acontecido. Eu não queria ser negativa, ou pensar em minha vida com lembranças ruins, mas naquele momento era impossível ser positiva, é difícil querer ser feliz quando se esta jogada no chão, humilhada e coberta por comida.

Mesmo que eu quisesse mudar tudo, eu sei que as coisas não aconteceriam da maneira que aconteceu e meu interior se incomodava com isso, eu agradeço por tudo de bom que tenha me acontecido nesses últimos meses, mesmo que coisas ruins tenham se passado, coisas boas também aconteceram e eu não posso esquecer isso. O Changkyun foi o meu primeiro amor, e eu não me sinto mal por dizer essas palavras, nem me sinto mal pelas palavras que o mesmo já me disse. Eu sei que fins são tristes e eles precisam acontecer, porque tudo acaba, até momentos ruins. Eu posso ser jovem, mas já conheço essa dor, eu só não sou familiarizada com a refeição, eu só não sabia que algo tão bonito poderia se transformar em algo tão ruim. É mais doloroso do que eu imaginava e ele parece mais feliz agora. E então agora as minhas lágrimas caem, mesmo que elas caiam, eu estou bem e se eu não estiver, eu vou ficar.

 

- Rukia? - Ouvi uma voz conhecida me chamar, mas não tinha coragem de levantar a cabeça. Eu estava tremendo e imóvel - O que aconteceu?

Levantou-me, me puxou do chão tentando me fazer ficar em pé. Encarei aquele rosto que estava se perguntando o que havia acabado de acontecer.

Sabe Kihyun, nem eu mesmo sei, e  acho que isso pode ser visto nos meus próprios olhos.

 

- Não vou perguntar se tá bem, nem mesmo te forçar a falar nada, mas eu estou preocupado

- Apenas vá - Falei apontando o caminho para onde ele está indo

- E te deixar aqui nessa situação? Que tipo de pessoa eu seria?

- Uma pessoa qualquer que não se intromete em assuntos alheios

- Então é isso que eu sou, uma pessoa qualquer? - Mais uma lágrima escorreu

- Não, não é, desculpe-me - Pegou um lenço que estava no caso de seu uniforme e tentou limpar meu rosto, mas eu virei a cara impedindo ele

- Então limpe você. Por favor, para de chorar, isso machuca - Falou ele por um instante, depois se culpando por admitir aquilo tão fácil

- Sabe o que machuca mais? O que eu estou sentindo, mas você não tem culpa disso, eu não quero descontar isso em você Kihyun. - peguei o fino pano e comecei a limpar o meu rosto

- E se eu disser que não ligo? Pode descontar em mim, eu não vou ficar magoado, eu vou te entender - Falou se aproximando, aos poucos chegou perto o bastante para me abraçar, melando o seu uniforme também. O afastei  

- Por que você faz isso também? Você irá se aproximar de mim e depois dizer que só sentia pena? Eu não quero que ninguém me ajude por sentir dó de mim, eu não mereço mais que isso? - Tentei sorrir, virando-me em direção contrário ao garoto para poder ir embora

- Eu não sei se as outras pessoas foram tão más com você, mas comigo não é assim - Me parou com o seu corpo ficando em minha frente - Você é muito mais que uma pessoa que estou ajudando por bondade, Rukia, por mais que mal nos conhecemos eu já posso te considerar uma amiga, uma amiga que talvez eu nunca tenha tido. Eu quero te ajudar, não porque eu tenho pena. Eu só não quero te ver magoada. Nunca! Nunca mais! Eu estou me culpando por não ter chegado antes e impedido isso, mas agora eu estou aqui e não vou deixar você chorando sozinha, se for para chorar, chore na minha frente. Não só ria comigo, eu não me importo de parecer um bobo na sua frente como agora enquanto tento fazer você entender.

- Obrigada... Então, eu posso sujar o seu uniforme? – Ele abriu os braços com um leve sorriso no rosto.

O abracei. Ele estava sendo um ótimo amigo naquele momento, eu estava agindo como uma completa mal agradecida.

- Se alguém conhecido nos ver ou se sua namorada souber que você anda me abraçando com tanta freqüência, não vai ser nada legal pra mim. Principalmente porque maioria dos coreanos pensa que abraço é um toque muito íntimo.

- Mas somos íntimos agora, nós somos amigos, não? Eu não vou deixar te atingirem por conta disso.

Sorri, o abraçando mais ainda.

- Não vai ser ruim se você chegar assim em casa? - Perguntou

- Por sorte acho que não vai ter ninguém lá - Falei tentando rir

- Quer que eu te leve lá?

- De bicicleta?

- Não fale assim, eu tenho pernas fortes e aguento te levar - Falou rindo

- Tudo bem, mas se você me derrubar, eu juro que te mato

-Fechado

 


Notas Finais


(Stay, stay, stay with me *batidinha frenetica* lalalalalalala

Mas geeeente, que capítulo mais deprê porém extremamente shippável. Socorro, a Yuri tá ferrada se estiver mesmo grávida xD
"New girls", as top - quem fala top?- as odiadas. Esse povo é louco, inveja é osso.
Kihyun e Rukia, olha, não é por nada mas tô shippando.

E vocês? Oque acharam do capitulo? Deixem os seus comentários, interajam que a Lola vai responder. Eu leio todos tbm, dá até um up quando eu leio, daí eu fico enjoando a Lola pra escrever mais rápido.
Então poessoinhas, bye bye, encontrem a Lola ai em baixo que nós nos encontramos nos próximos capítulos, bjs - Lin)


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