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História 2008 Year teenager - Capítulo 21


Escrita por: minserhyuk

Notas do Autor


(Oi. Bom, primeiro de tudo eu gostaria de me desculpar. A Lola me mandou esse capítulo a 4 dias e eu não o postei. Além do que, tanto eu como ela estávamos em semana de provas e sem tempo para atualizar a fanfic.
aaah, sobre o capítulo entendam que os pontos de destaque são lembranças das quais não foram mostradas ao longo da fic,okay?
Bem, esse capítulo é importante e espero que todos entendam o objetivo disso.
tenham uma boa leitura, amo todos vocês - Lin)

****POR FAVOR, LEIAM AS NOTAS FINAIS!! É MUITO, MUITO IMPORTANTE!!!*****

Capítulo 21 - Capítulo 21


Rukia

 

Como eu tinha imaginado... Ninguém em casa, talvez essa tenha sido a única coisa boa do dia, o que me faz agradecer mentalmente por isso. Despedi-me do Kihyun e fui diretamente para o quarto, antes que alguém me visse naquela situação em que estava.

 

Não foi uma missão fácil tirar toda aquela farinha e cheiro de ovo de mim, principalmente por que o tempo em que fiquei na banheira, mais chorava do que tomava o meu banho.

Pensar em tudo aquilo, em todas aquelas coisas que me disseram. E se as meninas estiverem certas? E se realmente todos ali me odiassem? Eu sou um ser desprezível a tal ponto?

 

Logo a noite veio e com ela trouxe pessoas completamente desagradáveis, eu já não me sentia nenhum pouco bem, e as coisa só pioravam a cada hora que passava como se todo o mundo estivesse contra mim e resolvesse atacar nas mesmas 24 horas, ou talvez todo o meu destino já estivesse traçado.

Sentei-me à mesa e alguns olhares foram direcionados a mim uma boa parte do tempo, alguns sorrisos sarcásticos eram dados pela minha meia irmã, os olhos da minha mãe revisavam entre eu e o meu padrasto, e eu podia quase que sentir ser comida pelo ódio expressivo vindo do meu padrasto,o olhar flamejante e julgador como o de uma cobra esperando o momento certo para atacar.

Não demorou muito e aquele balão de água que nos prendia estourou. Ouvi um copo sendo quebrado atrás de mim, senti alguns pequenos vidros cortarem a minha bochecha, meu padrasto furioso levantou da mesa, agora mantendo seu rosto próximo ao meu

- Que merda você pensa estar fazendo? – Sua mão me acertou em cheio, fechei os olhos, sentindo meu rosto arder aos poucos

- O..do..que vo.. você está falando? – Tentei  falar, mas as palavras não saiam da minha boca da forma que eu queria

- Agora vai fingir que não sabe de nada? Era só o que me faltava – Pegou pelos meus cabelos me arrastando até o outro cômodo da casa, minha mãe mantinha um olhar de pena sobre mim, mas não fazia nada, apenas nos acompanhou até a sala. Fui jogada com uma força não tão grande na parede ouvindo o outro continuar a falar

– Eu falei com o pai do seu amigo, não se lembra de nada? Lee Jooheon? – Eu ainda não sabia do que o mesmo estava falando, continuei calada o ouvindo – Você acha que pode simplesmente fazer o que quer? Quem te deu o direito? Pelo jeito eu não te ensinei da maneira certa – Se aproximou mais de mim, logo senti seu punho marcando a boca do meu estômago, me fazendo se assustar e gritar abafado pelo dor dor

– Eu falei com ele, eu sei o que vocês fizeram, você quer tanto me ver destruído assim? Eu, aquele que sempre te criou com tanto amor e carinho? – Novamente me acertou alguns socos. A dor era imensa, meu corpo era consideravelmente frágil para tudo aquilo, e em um momento de redenção acabei por cair no chão sobre os meus joelhos

­– EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ, PELO MENOS OLHE NA MINHA CARA! – Eu queria conseguir, mas a minha cabeça continuava baixa, não conseguia encarar ninguém alo presente

– Querido, por favor, se controle – Vi minha mãe tentar afastá-lo, mas o homem apenas a olhou com seu, já conhecido, olhos de cobra e pediu para que a mulher se retirasse, juntamente com sua filha mais nova que parecia apreciar as cenas que via, com um pequeno sorriso sínico no rosto. Uma das empregadas retirou a mulher mais velha do local, e acho que esperando que sua filha também saísse, o homem voltou em minha direção tentando fazer olhá-lo novamente.

– EM? NÃO VAI MESMO ME OLHAR?

– Deixa pai – A voz aguda se fez presente no local, me fazendo olhar assustada para a dona e escutar um suspiro vindo do monstro ao meu lado, como se estivesse dando ordem para que sua “querida menina” continuasse a falar. – Essa bastarda é mesmo mal agradecida, como você pode ser assim tão ruim? Você realmente não sabe aproveitar uma oportunidade quando vê uma, o que ainda está fazendo aqui? Não percebeu que aqui não é o seu lugar? Você acha que faz falta a alguém? – Uma risada alta foi ouvida da minha irmã – Ninguém aqui fica ansioso se você chega atrasada de algum lugar, na verdade às vezes eu até rezo para que você não volte, você está sozinha Rukia! Uma inútil que desde que surgiu só atrapalha a minha vida e a do meu pai, é realmente uma merda ser conhecida na escola por ser “a irmã da estrangeira”, só saia da minha vida e pronto! Nem seus amigos devem ligar mesmo pra sua existência!

 Eu queria gritar, queria falar que não era e que ela estava mentindo, mas aos poucos estava concordando com o que ela falava, a mesma agora mexia no meu cabelo, e me empurrava algumas vezes, alguns chutes também foram dados.

– Eu acho que ela já entendeu meu amor, vá para o seu quarto ou fique com sua mãe, eu resolvo as coisas com ela – Ela olhou com ódio para o pai também e antes que falasse qualquer coisa, subiu marchando até o andar superior da casa.

Os funcionários também nunca estavam presentes para ver o show que o meu padrasto fazia comigo, todos eram cegos, surdos e mudos, afinal ele podia fazer o que ele quiser, ele tem dinheiro não é mesmo? Não, não devia ser assim.

– Rukia, eu estou cansado, CANSADO, de ter que ter essa mesma conversa com você – Um chute muito forte atingiu a minha barriga, que já estava bastante machucada – Levante! – Segurou no meu pescoço, forçando. Eu não conseguia sentir o ar entrando, estava começando a ficar sufocada, quando fui jogada novamente na parede – Seja lá o que vocês viram naquele computador, eu espero, eu realmente desejo – Segurava meu rosto com força – Que vocês fiquem com a boca bem fechada, por que se eu souber que vocês tentaram novamente algo, aí sim, você está completamente ferrada – Mais um tapa foi dado no meu rosto, cambaleei para trás, já tonta e sem forças.

 

Estava deitada no chão frio da sala, olhava o lugar que agora não tinha ninguém, estava novamente sozinha, me culpando, sentindo-me um pontinho preto em meio a vários pontos brancos, eu não sabia definir como eu me sentia, mas estava acontecendo um pequeno caos em mim. Tentei me levantar, mas era difícil sem que algumas partes do meu corpo doessem, dentro de mim eu sentia como se tudo estivesse quebrado, estilhaçado.

Deitei-me na banheira pela segunda vez naquela noite que mal tinha se iniciado, tentando relaxar o meu corpo, mas apenas centenas de lágrimas escorriam pelo meu rosto, as palavras que ela falou me machucavam novamente, ela estava realmente certa? Eu estava apenas me enganando todos os dias, achando que eu era feliz?

 Mas eu era

Eu sei que fui, todos os dias, por mais que tudo fosse cinza, ao decorrer dele ia se colorindo. Um sorriso caloroso do Minhyuk, algumas piadas sem graça faladas pelo Kihyun, Yuri e sua maneira de deixar tudo mais tranquilo deixando-me “ligar o foda-se” e apenas ser livre. Eu sentia saudades do Hyungwon também, daquelas frases que me faziam refletir e de suas expressões engraçadas. Nem posso falar do quanto eu sinto falta do jeito carinhoso que o Changkyun me tratava e como suas palavras me ajudaram a seguir em frente.

Aquilo era tudo mentira?

Eu não queria acreditar nisso naquele momento, mas a pessoa que mais me fazia falta era o Jooheon, eu sei que algo também aconteceu com ele, eu não sei nada dele, ele não me manda mais mensagens, não faz meu coração bater um pouquinho mais rápido e me faz sorrir, sorrir com todos os dentes como só ele conseguia fazer isso. Nesse momento até as cantadas furadas e o jeito popular do Hoseok me faziam falta, até ele era importante para mim. Como eu precisava dos conselhos do pai Shownu, agora apelidado assim por mim, ele era tão protetor e afetuoso, que eu podia dizer que ele era tipo um super paizão, eu sou muito feliz por ter pessoas assim na minha vida. Eu agradeço até mesmo a Suzy, que no final das contas nunca foi ruim para mim, como o Hyungwon falava, o segredo da felicidade é perdoar e esquecer, eu não guardava mágoas dela, até por que eu a entendia, nós acabamos entrando no mesmo jogo, só que nossos personagens não foram programados para se dar bem.

Agora, pela minha cabeça, se passa memórias vagas de vários momentos que tive com todos, momentos aqueles que sequer eu dou importância e que são esquecidos no final do dia.

*Ouvi Suzy gritar dentro de uma sala, como aconteceu comigo, também tinha aprontado com a menina, trancaram a garota no depósito do zelador da escola, podia ouvir o soluços da mesma que se desesperava por ajuda, quando eu consegui abrir a porta ela me abraçou apertado enquanto sentia o seu tremer de medo*

Eu não estava diferente agora, estava parecendo uma criança com medo do próprio reflexo.

 

Após me vestir com uma típica calça jeans, blusa básica e moletom, eu fui novamente ao espelho. Meus olhos estavam fundos e sem brilho. Pensei se o que iria fazer era realmente o certo. Que seja.

Pulei a janela, do mesmo jeitinho que o Honey havia me ensinado. Sorri com aquilo, mesmo que algumas lágrimas manchassem o meu rosto, naquele momento me lembrar dele me fazia sorrir, como se acalmasse o meu coração, em pouco tempo o garoto fechado de cabelos vermelhos havia se tornado tão importante para mim.

 

*Corremos tanto que não conseguíamos mais respirar, paramos em um lugar completamente deserto, mas que tinha uma ótima paisagem, nos deitamos na grama um do lado do outro, eu podia ouvir a respiração dele ofegante ao meu lado enquanto olhávamos o céu, o mesmo segurou a minha mão, olhei tentando entender o que ele estava fazendo, e nossos olhares se encontraram. Estávamos com os rostos tão próximos, senti-o segurar com mais força ainda a minha mão e logo depois sussurrou que tudo iria ficar bem, só precisávamos segurar a mão um do outro*

Eu queria segurar a mão dele naquele momento, queria que ele fizesse eu me sentir bem naquela noite fria, mas a minha mão estava dentro do meu moletom preto.

 

Eu não sabia para onde estava indo, mas eu sei que eu estava tentando alcançar as ondas do meu coração, em algum lugar, de algum jeito, eu sabia que mesmo se eu tentasse falar com Minhyuk eu não conseguiria, já era tarde e ele estava sem celular no momento.

Irritei-me, lembrando do que havia acontecido com meu amigo. Da última vez que o vi, pela manhã, ainda estava bastante machucado, assim como eu estou agora onde a cada passo meu corpo doía. Ainda podia sentir a mão dele no meu pescoço, infelizmente nem eu, nem o Minhyuk conseguimos proteger um ao outro como havíamos prometido.

 

*Enquanto passava remédio nas costas do branquelo eu me culpava por não conseguir fazer absolutamente nada por ele, eu só sabia entende-lo e o abraçar a cada minuto, o que deve ter chamado muita atenção das pessoas daquele colégio, trazendo ainda mais ódio para mim, espero que o Minhyuk não se sinta culpado, afinal isso não é culpada dele. As pessoas daquela escola também não sabiam o quanto gostávamos um do outro, não falo de relacionamento, mas sim como irmãos, nós éramos completamente parecidos, estávamos em sintonia o tempo todo, éramos como almas gêmeas, éramos o conforto um do outro.*

Existe amizade mais bonita? Eu só peço para ele não estar sentindo o que estou sentindo agora, por que ele estaria em sinal de alerta.

 

O Minhyuk até poderia ser minha alma gêmea, mas a Yuri, bem, ela era uma espécie de anjo da guarda, que sempre estava comigo praticamente a minha vida toda, compartilhando as nossas histórias todos os dias. Não era uma amizade ardente e nova como a do Minhyuk que aos poucos eu ia falando ainda mais e mais de mim e ele dele, era uma amizade tranquila e pacífica, onde já sabíamos perfeitamente como éramos, eu sei tudo sobre a Yuri, suas manias, imperfeições, seu jeitinho de ser, eu conhecia mais ela do que a mim mesmo.

 

*Quando éramos mais novas costumávamos acampar no jardim da minha antiga casa, era muito grande e parecia uma pequena floresta, ficávamos contando histórias de terror e tentando pegar vagalumes. Em que momento de nossas vidas nós perdemos a felicidade? Quando foi que nos tornamos tão sem graça? Eu sei que não é certo viver no mundo da lua, mas o qual é o problema de às vezes sair do mundo real e da uma volta na nossa imaginação?*

Em falar de imaginação novamente Hyungwon me veio em mente, o garoto que era fechado, me encarava de um modo diferente, que me deixava desconfortável em quase todos os momentos é que de alguma forma guardava algum certo tipo de magoa de mim, pelo menos antes de poder nos conhecer.

 

 *Sentados para fazer um trabalho de redação, continuávamos a nos encarar em silêncio, ele mantinha os pensamentos longe e eu o observava tentando de alguma forma entende-lo, mas aquele era meu erro, você não pode simplesmente dizer como uma pessoa é só a observando, se você não a conhecer de verdade nunca saberá como ela é. Com algumas tentativas falhadas de comunicação e alguns pequenos insultos fomos ficando cada vez mais próximos, quando eu me dei conta, já estávamos falando de vários assuntos e assim ele admitindo que gostou de me conhecer.*

Como também não irei esquecer-me dele por alguns minutos me encarando e ficando em silêncio e depois perguntar “por que eu era tão superficial?” Eu no momento levei aquilo como um tapa, me senti ofendida, mas depois de algum tempo pensando eu percebi que era assim que todos me viam, a garota rica, que também é bonita, tira boas notas e tem amigos populares, eu era mesmo um mini vilã de algum filme americano, só faltava eu ser má, o que também estava acontecendo ultimamente.

Já fiquei horas me perguntando “o que é ser uma pessoa ruim? Eu era? Quem era? Pessoas más realmente existiam? Ou era apenas um ponto de vista diferente?”

É como qualquer história, mesmo você ouvindo os dois lados e compreendendo eles, você não consegue mais dizer quem é mesmo a pessoa errada, a verdadeira culpada, porque todos estão apenas pensando neles mesmos o tempo todo, e não estão preocupados se machucaram alguém, mas porque eu era a única estranha que sempre me sentia completamente mal por fazer algo de errado a alguém?

Eu, a partir de agora eu não vou mais sorrir sempre. Agora vou chorar, brigar, eu vou fazer tudo o que uma pessoa normal faria. Novamente, isso era o que eu gostaria de falar, mas o meu coração não deixava, sempre fui controlada pelas emoções e agora não seria diferente, eu apenas voltaria para aquela escola, sorriria, diria o quanto meus amigos são importantes e o quanto eu amo eles, por mais que às vezes os mesmo não estejam comigo em todos os momentos iguais aqueles, mas não podia culpar ninguém, a final, eu que mantive a minha boca fechada.

“Eu quero ficar, quero sonhar mais, eu quero viver, quero fazer tudo que posso e o que não posso, mesmo com o coração cheio de feridas, por que eu sei que no final do túnel, alguém está esperando por mim, mesmo quando for a hora de partir eu irei feliz, afinal, nunca se sabe quando será seu último adeus”

Aquelas palavras as quais eu pensei chegaram como um chute, doeram mas eu precisava delas, como uma forma de ilusão, pensando que tudo que viesse a acontecer a partir dali fosse apenas algo pré-destinado, eu simplesmente não podia controlar aquilo, do mesmo jeito que não podia controlar a tristeza que me seguia e que aumentava a cada dia que passava.

 

Atravessei a rua olhando o céu, que hoje brilhava como nunca antes visto, meus passos eram lentos e o ar estava mais denso agora, eu sentia algo ruim, uma sensação que nunca tinha sentido antes, um pressentimento desconfortante, um aperto no coração e uma angústia que não parecia ter fim, mas no fim eu sabia de tudo, sabia o que era aquilo. Ouvi alguém me chamar de longe algumas vezes, um conhecido há essa hora? Sim, talvez aquilo fosse apenas para que eu mostrasse a alguém o que eu havia escolhido naquela noite, onde sabia que a minha mente estava em colapso.

-RUKIA! - Olhei em direção ao garoto que vinha correndo na minha direção, Shownu gritava com todas as suas forças pelo meu nome. .

 

Minhyuk

 

Estava de volta à escola, nunca imaginei que estaria feliz em voltar para aquele lugar, mas ultimamente qualquer lugar era melhor que a minha própria casa.

Entrei na sala recebendo alguns olhares e outras piadinha como  “voltou das férias” ou “finalmente eu posso ver o meu oppa” e até mesmo um “ senti a sua falta”, mas não era da pessoa que eu esperava. Desde aquele dia não visitei a escola, por puro medo, medo de alguém saber ou ver meus hematomas que ficaram por dias no meu corpo - E ainda tem alguns que foram escondidos pelo uniforme.

Minha casa se tornou um completo caos, eu podia até ver as nuvens com raios na cabeça do meu pai e em todo lugar que eu ia o olhar de pena da minha mãe me acompanhava, era melhor ficar no quarto, mas eu precisava comer, como precisava de ar fresco, nunca gostei de ficar preso a algum lugar e ficar lá era horrível.

 

O intervalo chegou e não pude conter a minha alegria, estava tão animado que quando visse uma anã de cabelos pretos pularia nela e não soltaria mais, estava com tanta saudade da Rukia que acho que não conseguiria viver um dia sem ela.

Agora que o Hyungwon se foi eu só a tenho para compartilhar o meu amor.

Vi-a de longe, mas ela me parecia diferente, estranha, mantinha a cabeça baixa e passos rápidos, ela nunca foi assim, sempre andou atenta, como se procurasse algo e ao andar quase davas pulinhos de alegria. Gritei o seu nome, me aproximando, mas a mesma me ignorou completamente, talvez ela não tenha escutado, espero que não esteja me ignorando. Olhei triste ela sumir por dentro das pessoas.

- O que está acontecendo?- Perguntei à Yuri que estranhamente estava conversando com alguém, alguém que eu não gostava muito

- Do que você está falando exatamente?

- Rukia - Falou um “aah” baixo pensando na pergunta

- Voce não está sabendo de nada?

- Deveria?

- Claro que sim Minhyuk, você já foi mais informado - Revirei os olhos

- Sem enrolação, só fala!

- Fala direito com ela - soltou Hyunwoo

- E quem está falando com você cosplay de monstro?

- A criança começou

- Vocês se conhecem e não se gostam? Era só o que faltava. – Yuri falou com um ar irritado e um olhar julgador, como se realmente estivesse dando bronca em duas crianças que brigavam por um empurrão ou coisa assim. – E Hyunwoo, quem está falando com ele sou eu – Sorri pela resposta – Minhyuk, agora fala direito comigo, antes que eu te quebre de porrada.

- Okay – Comecei a rir de nervoso

- Eu não sei direito, ela vem agindo estranho desde o começo do ano,nada que chame tanta atenção ou que precisa ser urgente, mas ultimamente eu acho que ela está assim por causa da carta

- Carta? Que carta?

 

Explicaram-me toda história, agora eu conseguia entender o porquê do modo estranho de minha amiga, o que mais me magoa é ela ter pensado que eu não ficaria ao seu lado nessas situações, eu a apoiaria em qualquer coisa, afinal ela sempre está comigo, seria estranho se eu não estivesse com ela também.

Mas essa história mão me desceu muito bem. Não tem como ela ter feito isso, a Rukia não é o tipo de pessoa que fala coisas ofensivas por carta e manda para alguém, não mesmo, aquilo tinha cheiro de armação e eu sabia exatamente de quem era.

 

Despedi-me dos dois a minha frente e rumei até as minhas suspeitas, que quando me viram chegar perto já soltaram risinhos de felicidade.

– Oppa! – Uma das 4 meninas a frente me cumprimentou abraçando um dos meus braços, mas com cuidado o retirei. Não poderia parecer ser rude, não agora.

– Oi, como vocês estão? – E logo uma conversa, mais delas do que minha, surgiu. Eu estava apressado e sabia que logo o sinal indicando o fim do intervalo tocaria, então me apressei e perguntei de uma vez.

– Onde está a outra amiga de vocês? – Perguntei as vendo franzirem o cenho na duvida, mas logo entenderam e uma se pronunciou.

– Aah. Eu não sei, a ultima vez que a vimos ela disse que iria entregar algo para o ChangKyun oppa, se bem que a namoradinha dele estava do lado, então não acho que ela demore. – Respondi com um “hm”. Percebendo que alguns dos alunos já se dirigiam a sala eu adiantei o que queria, nunca pensei ser tão enrolado para alguma coisa.

 

Pedi o número da menina, recebendo algumas expressões negativas e positivas, elas eram amigas mesmo? Por fim me deram o número da garota e finalmente rumei de volta à classe.

O “plano” era simples, ligaria para a menina, marcaria um encontro após a aula e ali mesmo tentaria descobrir se ela estava ou não envolvida nisso tudo.

Poderia ser louco demais fazer aquilo apenas por uma informação – ou afirmação – Mas eu não queria ver a Rukia daquela forma e ainda teria um tempo maior longe da casa a qual passei a sentir nojo.

 

Após a aula decidi procurar pela mesma, pensando ser mais fácil do que ligar, poderia simplesmente ficar direto e pronto. Após quase uma hora – que eu não percebi que tinha se passado – Suspirei irritado e liguei, voltando ao primeiro plano, o qual eu não deveria ter dispensado, assim a perda de tempo seria menor.

 

Após o tom de surpresa da garota eu avisei que estava a esperando na escola. Estranhei o fato de a mesma ter demorado tanto a chegar e além do que estava com parte da farda um pouco suja de farinha e os olhos inchados.

– Você está bem? – Ela me olhou assustada e logo soltou um sorrisinho falso, dizendo que não poderia estar melhor. Bom, que seja, a preocupação foi algo automático. Andamos um pouco e a noite já começava. Os assuntos eram banais e a voz chegava a ser extremamente irritante de se ouvir em certas horas. Após tudo isso eu lembrei que deveria voltar à escola e pegar alguns materiais que havia deixado na sala, e não podia ter lugar melhor para finalmente eu tentar conversar com ela, já que não parava um segundo se quer de tagarelar coisas inúteis. Cheguei e antes de pegar meus pertences acabei por ficar com a menina no pátio da escola – ainda aberta a noite, provavelmente por conta dos clubes – e finalmente comecei a persuadir a menina a me contar o que quer que ela ou as amigas tenham feito para a Rukia. Aquilo já passava do ridículo, nunca mais tento fazer nada assim, sou muito enrolado.

- Oppa – falava com quase lágrimas nos olhos, talvez notou um pouco de irritação da minha parte quando falei sobre a Rukia. Sorri, o mais falso possível

– Desculpa, eu só quero saber de algumas coisas – Realmente, eu não passaria todo aquele tempo precioso com ela se não fosse por algum motivo.

– O que você está querendo saber oppa? Eu vou te contar tudo

Fiquei ainda mais perto, prendendo-a no encosto do banco do pátio e colando o máximo que podia dos nossos corpos, aquilo não era algo que eu fazia, não mesmo.

Rukia você está me devendo uma.

Desci o meu rosto para perto do ouvido dela, a fazendo se arrepiar, mal ela sabia que… tentei fazer a voz mais sexy que conseguia, o que não era difícil com a minha voz rouca.

-Eu sei que foi você que escreveu a carta em nome da Rukia..

-Foi mesmo oppa, eu que escrevi, eu não queria nenhuma garota no caminho, mas ela sempre esta lá, sempre!

- E você achou MESMO que prejudicando alguém, ou melhor, duas pessoas, iria fazer com que eu ou o I’M se aproximasse?

- MAS A IDEIA NÃO FOI MINHA, as meninas.. elas estavam.. elas queriam fazer algo e nós estávamos com raiva, então eu escrevi e elas entregaram, mas eu não..

- Chega por hoje.

 

Sai de lá o mais rápido possível, antes que eu fizesse algo com aquela garota que eu me arrependeria pelo resto do ano, já que bater em garotas não seria o meu melhor feito do ano.

Aquilo me deixou furioso, iria contar para todos, Rukia não merece ser tratada dessa forma mesmo negando, e ela não era a autora da carta, eu estava com raiva, mas precisava me encontrar primeiro com a Yuri, sei que ela também não acreditou e vai me apoiar.

 

Depois de me acalmar um pouco e me dirigir até a sala de aula para pegar meu livro e agenda esquecidos fui andando e acabei escutando um baque próximo a área esportiva do colégio. Curioso - e preocupado – fui até lá ver quem estava a essa hora, me surpreendendo com a Yuri e o Shownu na área da piscina.  

“Ótimo lugar para se estar quando a sua amiga deve estar se acabando de chorar” pensei mas logo percebi que eu também estava errado naquela história, o tempo que perdi podendo falar com a baixa eu estava querendo a afirmação de algo que de certa forma já tinha certeza. Ignorei o meu próprio comentário e gritei o nome da Yuri, para a mesma notar a minha presença.

-O que aconteceu? – Contei tudo que havia descoberto e feito aquela tarde, e vi uma Yuri enrubescer de ódio, mas logo suspirando, como se tentasse controlar suas emoções .

– Eu sabia que ela não faria isso, eu sabia!

-Vão para a casa dela, eu vou terminar de treinar aqui e depois vou - falou o Hyunwoo

-Ta tudo bem, vamos Yuri.

 

Saímos rápido da escola e pegamos um táxi até a casa da Rukia. Encontramos o padrasto dela na casa, bebendo whisky enquanto lia o jornal, meu pai também fazia aquilo acho que era uma regra dos pais. Ignorei e após uma pequena conversa ele disse que a Rukia estava no quarto, também perguntou se ela tinha dito algo para a gente, negamos, afinal ela realmente não falava nada. Mas o que nos surpreendeu foi o fato dela não estar no quarto quando chegamos.

Olhei confuso para a Yuri e logo depois de uma ronda no banheiro e cômodos próximos ela foi até a janela, percebendo escancarada, coisa que – pelo que a Yuri disse – não era normal já que Rukia vivia trancada e com o mínimo de claridade possível no quarto. Supondo assim que ela tinha saído por ali, o que não entendi foi que – assim como a janela – a porta do quarto também estava aberta. Os pais dela sequer se importaram em ver se ela estava em casa, ou bem?

Yuri me olhou preocupada e antes de qualquer coisa eu peguei o celular e liguei para a outra, uma opção não válida quando no mesmo quarto ouvimos o ringtone do celular da Rukia em baixo do travesseiro.

-O que a gente faz agora?

-Eu não sei, talvez ir aos lugares que ela mais gosta?

-Talvez ligar para os meninos, ela pode estar com algum deles..

-Não acho que esteja, ela só briga com o Kihyun, o Jooheon tomou chá de sumiço, você está aqui, não sobraram muitas opções

O celular no bolso da Yuri tocou, a observei e após ela franzir o cenho e atender eu senti uma péssima sensação. Sabe quando você tem certeza que de alguma forma tudo vai desabar? Foi como se aquele aperto no meu peito me avisasse tudo aquilo e pela expressão da garota a minha frente que parecia não acreditar no que tinha acontecido. Em poucos segundos a vi deixar – Assim como seu celular– Seu corpo cair sobre os joelhos e seus olhos marejarem. A noticia não foi só ruim..

 

Shownu

 

O Minhyuk havia chegado animado por ter descoberto algo que eu já duvidava há algum tempo, mas eu não queria falar sobre esse assunto e preocupar ainda mais a Yuri. Vesti a minha roupa e sequei os meus cabelos, depois de deixar o vestuário arrumado peguei minha mochila a caminho da casa da Rukia.

 

Estava andando enquanto escutava alguma música no aleatório, olhei para rua e seja lá o que o destino estivesse tramando, encontrei a Rukia.

 Ela estava distraída e olhando para o céu por algum motivo.

 Após observar bem onde ela estava, e ver o movimento do carro de grande porte se aproximando em certa velocidade aumentei meus passos para alcança-la logo, o que ela pensava enquanto estava parada em uma faixa de pedestre?

Mas o sinal abriu, sim, e sem conseguir controlar minhas emoções eu comecei a gritar o nome da Rukia para avisar a mesma, mas eu estava longe demais, longe demais para impedir que aquilo deixasse de acontecer. E eu gritava, gritava com todas as minhas forças enquanto corria para tentar de alguma forma salva-la, mas parecia que a mesma não queria ser salva, ela me olhou e depois encarou o carro e continuou imóvel olhando o automóvel já não tão longe.

Eu senti seu olhar novamente sobre mim, enquanto minhas cordas vocais e meu peito já se cansavam pela corrida, e como todos aqueles dias quando a vi, ela sorriu.

Ela sorriu doce, mesmo estando com lágrimas no rosto. Como se de alguma forma me avisasse que estava tudo bem, era uma escolha, e aquela imagem poderia ser a mais sufocante que eu já tivera passado ao longo desses anos. Não consegui continuar olhando e de forma automática acabei fechando meus olhos, ouvindo em seguida o barulho das pessoas correndo. Dos gritos. Das buzinas... Da batida.

Naquele momento eu me tornei uma criança sem rumo que parecia ter perdido os pais no mercado. Sentia-me um covarde, estava com tanto medo de abrir os olhos, as minhas mãos tremiam e alguns flashbacks voltavam da noite em que perdi a minha mãe, quando havia me tornado tão fraco?

Sentado no chão, chorando igual ao meu eu de anos atrás, sem poder fazer nada e perdendo alguém próximo.

Porém deixei que aqueles pensamentos fossem para os ares, depois de algum ponto de coragem me levantei sabendo que precisava ajudar a garota de alguma forma, mesmo meu psicológico e emocional totalmente desgastado. Ouvia algo como um “Hyun Woo, levante-se” e foi o que fiz. Após chegar próximo ao meu de pessoas, me informaram que a ambulância já estava por vir e eu me senti mais inútil ainda por não ter, de fato, ajudado.

Apenas fiquei lá, fitando a menina no chão, chorando e tremendo e depois de um tempo ouvindo os sinos e os suspiros de alivio das pessoas em volta enquanto viam o carro da ambulância se aproximar.

 

 


Notas Finais


Eu não terminei de escrever esse capítulo e já estou escrevendo essa nota, porque? Bem, porque eu me sinto mal, muito mal. Quando eu comecei essa fanfic eu queria fazer algo diferente do que eu já tinha lido antes, eu já li muitas histórias semelhantes abordando temas parecidos mas nenhuma me deixou vamos dizer.. satisfeita. Eu não culpo as pessoas que escreveram elas e sim a mim mesma por ter uma imaginação tão fertil que ficava criando finais diferentes e me decepcionando com os verdeiros, mas voltando ao assunto. Eu queria fazer uma fanfic com o Monsta X, além de ser meu grupo utt, eu estava sentindo falta de fanfic hétero já que a maioria é yaoi, e sou bem feliz pelo fato da minha fanfic ter sido abraçada por muita gente, até por pessoas que não gostam do gênero dela. Quando eu criei a história eu já tinha um começo, clímax e final, e esse capítulo é o clímax, eu precisava dele e sei que muitas pessoas agora ficaram pelo menos emocionadas. Assim como vocês eu também me apeguei a personagem mesmo sabendo o fim dela, mas eu também percebi que não foi algo do tipo "ah eu gosto da personagem" vocês realmente focaram nela e a compreenderam, do jeitinho que desejei. Não queria deixar ninguém muito abalado por causa da Rukia, eu só queria que as pessoas percebessem que no mundo existem muitas pessoas como ela e talvez vivam ao seu lado porém vocês não conseguem perceber. O que eu quero chegar com isso é, nunca magoe alguém, por mais que você ache que ela não é “uma boa pessoa” ou que você não tenha intimidade. Ninguém sabe direito a vida dos outros, portanto, não seja o motivo da infelicidade da outra pessoa. Espero que todos tenham entendido o que fiz com a história da personagem, isso aconteceu em uma fanfic e magoou, imagine na vida real,onde existem problemas reais? Seja a felicidade de uma pessoa, procure ajuda-las e se a pessoa que precisa de ajuda é você, pense em como todos a sua volta se sentem machucados pelo fato do não compartilhamento de seus momentos. Ajudem as pessoas e permitam ser ajudadas, amo vocês, beijão da Lola.


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