História 2008 Year teenager - Capítulo 8

Yuri

Novamente atrasada. Rukia me mataria. Calcei os tênis e tratei de sair logo dali antes que eu perdesse o ônibus.

-Quase que não chega –Disse enquanto eu me aproximava do ponto.

-Sem gracinhas, estou de mau humor –Falei com certa dificuldade, devido ao modo ofegante em que me encontrava. Posso não ter corrido, mas andar rapidamente também cansa.

-Percebe-se –Sorri , indo até ela, dei um abraço apertado.

-Obrigada

- Okay neh.., agora pode me soltar, estou começando a ficar sem ar –Rimos, o ônibus havia chegado.

Rukia não parava de encarar, o que tinha dado nela? A ignorei completamente, trocaria fácil ela por um G Dragon na minha vida, não dei muita importância, voltando minha atenção pra um ponto qualquer do automóvel e colocando os fones de ouvido.

Pouco tempo depois, a encarei por um minuto, olhei-me, com uma jaqueta de couro preta por cima do Uniforme, voltei a atenção a ela, que usava um moletom escrito “I believe in unicorns” e um grande arco íris era visto por todo o casaco, ri com aquela nossa semelhança, sinta a ironia.

Chegamos à escola. Estava com a vontade zero de sempre, tentar algo novo, socializar e estudar, esses não eram os meus desejos. Alguém me teletransporta para um show do Super Junior, por favor.

Não demorou muito, acabei vendo uma cena que me incomodou bastante, um garoto de cabelos platinados derrubando, propositalmente, as coisas de uma garota, como se não bastasse, ainda riu da mesma. Uma coisa que me irrita é injustiça. Aproximei-me do local. Dei uma grande tapa na cabeça do que eu julguei ser um idiota metido a playboy.

-Pegue

-O que? Você está louca? –O imobilizei, quase o jogando no chão... Quase... Só o tronco e a cabeça dele se abaixaram em direção ao mesmo.

-Eu mandei você pegar - Após me olhar com ódio, pegou os livros que havia derrubado.

-Satisfeita?

-Agora você diz que está apaixonada por ela.

-Como? - Gritamos em uníssono para a Rukia.

-Sim, isso sempre acontece nos dramas, você tem que falar -Começou a fazer uma voz masculina - “ Nenhuma garota me tratou assim antes, eu estou apaixonado”

-Você é realmente uma tola –Direcionou os braços até ela e começou a bagunçar seus cabelos. Que ousadia..

-Wonho, você não pode bagunçar o cabelo de uma garota assim –Um garoto de estatura baixa se aproximou e tirou os braços do playboy, que eu acabara descobrir ter o nome de WonHo(??)..Quem se importa,neh? 
-Eu posso, você não - Continuou falando enquanto bagunçava o cabelo da pobre Rukia. Isso mesmo, ele tirou os braços do metidinho em cima de minha amiga, para logo em seguida fazer a mesma coisa, só que dessa vez um pouco mais freneticamente. Nesse momento eu só pude tentar segurar uma risada.

-Mas que merda é essa – Revoltou-se –Ninguém pode mexer no meu cabelo! –Tirou  a mão do garoto dando leves tapas em seguida.

-Vamos embora Rukia –Poderia até ter achado graça, porém aquilo já estava muito constrangedor

-Seus bastardos, argh, meu cabelo -Saiu reclamando.

-Até mais, fofa, me liga - Piscou um olho, o garoto que aparentemente se chamava WonHo, foi ignorado completamente pela mesma.

-Vocês duas, me esperem –Gritou a garota que eu havia ajudado agora a pouco –Obrigada por me ajudarem, vocês são realmente gentis

-Acredite, nós não somos gentis, não somos o tipo de pessoa que você deve conversar -Após falar isso, ela entendeu o recado.

Hyungwon

O tédio percorria todo o meu corpo, o que estava fazendo ali? Naquele momento?!

Levantei rápido da cadeira sem me importar, deixando todos os meus pertences de lado, depois voltaria e os pegaria de qualquer forma.

Olhei ao redor e no mesmo momento em que cruzava a porta tentando sair, a garota a qual estava de olho entrava, ela me incomodava de uma maneira inexplicável, foi um momento constrangedor e tenso, na minha mente pelo menos.

Caminhei devagar pelos corredores daquele lugar, não me importava de ser pego, não me importava com nada, era esperto o bastante para inventar qualquer desculpa, era inteligente o bastante para ser questionado por alguém.

Seguindo o meu instinto, cheguei à escada de emergência, a cada degrau me aproximava mais da ‘liberdade’. Acabei achando o terraço, ar fresco, era exatamente o que eu precisava.

Meu peito doía, era algum certo tipo de angústia, não conseguia mudar aquele sentimento mesmo que tentasse, e não havia uma forma de fazê-lo.

Coloquei a mão na cabeça, fechei os meus olhos, tentando aliviar o estresse, pedindo de alguma forma que toda a, mesmo pequena, sensação de não pertencer àquele local, fosse embora.

Olhei em direção ao térreo, encarei as pessoas que estavam ali, conversando, divertindo-se, e algumas apenas estudando, completos idiotas. Meu olhar se encontrou com o de outra pessoa, um garoto de cabelos loiros e um sorriso agradável.

”Muito bonito”, foram as primeiras palavras que me vieram em mente, não podia negar os fatos, bonito o suficiente para manter distância. Ele deve ser igual os outros, me convenci daquilo.

Limpei um pouco o chão, sentei logo ali, não ligava para as circunstâncias, iria descansar em pouco tempo. Mas aquele não era um cansaço comum, onde eu poderia dormir horas e estaria tudo bem, era um cansaço de mim mesmo, ou até mesmo de viver a mesma coisa sempre, da monotonia irritante, cansado de tudo. Fechei meus olhos, tentando de alguma forma encontrar uma paz interior.

-I couldn't help her (E eu não podia ajudá-la)

Cantar... Sim, cantar era uma boa opção para o que queria.

-I just watched her make (Eu apenas a assisti cometer..)
-The same mistakes again (…os mesmos erros outra vez)

-Bela voz

-Quem o ouvisse falando tais palavras não concordaria –Abri meus olhos

-Se meu elogio não vale de nada, não falarei mais –Sorriu o garoto que a pouco tempo estava no térreo, sentou ao meu lado.

-Não foi isso que quis dizer..

-Por que está sozinho?

-Eu gosto do silêncio

-Então eu estou atrapalhando? Ótimo –Sorriu, estava tentando entender o que ele queria, nenhuma resposta era encontrada,tentava a encontrar, enquanto me mantinha olhando nos seus olhos.

-Como é seu nome?

- Hyungwon

-Prazer, Minhyuk –Não adiantava o encarar, sua confiança era exaltada a cada palavra que saia de sua boca.

-Aqui está muito barulhento, até mais.

-Vamos comer –Segurou a minha mão me impedindo de andar –Podemos ser amigos, certo?

-O que o leva a pensar que eu quero isso?

-Qual seria o motivo para não querer? - Ele apenas sabia que havia vencido aquela pequena discussão, sorriu novamente - Vamos.

Todas aquelas garotas com hormônios a flor da pele, notei de longe os olhares de desejo enquanto as meninas o encaravam, eu sentia aquilo também, enquanto faziam o mesmo comigo, ”por favor, não me transformem em um boneco para ser admirado”, pedia mentalmente àquelas mesmas pessoas.

-Oppa –Acenavam  e sorriam, enquanto tentavam agir de formas exageradamente fofas.

Minhyuk apenas acenava e sorria de volta, como imaginei, amava sacudir os corações das pobres garotas, mesmo sabendo que nunca teria um relacionamento com nenhuma delas, por apenas prazer de vê-las se derretendo toda vez que o visse.

-Qual é a graça de ter toda a atenção para você?

-Elas apenas me divertem, eu só estou retribuindo todo o carinho que elas me dão.

-Isso não é carinho, muito menos um sentimento que se pode aproveitar, isso não é real

-Gosto de acreditar que sim –Um  grande idiota.