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História 2087 - The Walkthrough - Inocência


Escrita por: Astteria e ClownClown

Notas do Autor


"Eu sou a mosca que pousou na sua sooopa"

Capítulo 7 - Inocência


Fanfic / Fanfiction 2087 - The Walkthrough - Inocência

O jogo se empanturrou de Caster. Agora todo mundo queria vestir um robe, usar um chapelão e sair murmurando latim antes de gritar o nome da magia. Tudo ainda no capítulo do Halloween. Alguns foram corajosos o suficiente para abandonar meses de jogo só para ter um mago. Enquanto isso, Joseph aproveitava para upar mais e mais o seu Rank. As magias ainda estavam sendo descobertas, soube até de uma comunidade exclusiva para Casters que está mais para sociedade culta. Eles trocam informações e vão testando os limites que o jogo impõe para as magias, que até o momento não eram conhecidos. Já tem builds de Elemental, Necromancer, Sacerdote, Monge, Druidas... todos conceitos de outros jogos só que aqui muito mais diversificado graças a Vênus. Ah é, falando dela, novas divindades foram aparecendo graças a “fé dos sacerdotes”, tudo para garantir buffs e novas habilidades para a variação da classe. A própria chinesa, aquela que disse no capítulo passado que virou oficialmente a primeira da classe Caste,r foi homenageada. Virou algo semelhante a Vênus, ela no caso representa toda a magia. A Deusa Change.

Joseph agradeceu bastante, os Casters ainda eram vulneráveis, os corajosos que tentavam se aventurar nas rankedsapanhavam feio para classes mais ágeis corpo a corpo. Assassins eram seus nêmeses e Lancers, insuportáveis.

Pouco a pouco escalava para a glória do Gold. Fazia isso junto com Otto, seu melhor amigo talvez, não lembro. Os dois falavam de absolutamente tudo, nenhum segredo sequer escapava... parando para pensar, é bizarro ter tamanha intimidade. Joseph e Otto se conheceram ainda crianças. Otto sempre foi alto e acima do peso, tirando todos os apelidos degradantes o que sobrava era Montanha. O moreno vive falando que ele é muito engraçado, na verdade ele desenvolveu uma teoria de que todos os gordos são engraçados e Otto não era exceção; estavam sempre juntos zoando um ao outro. No jogo não era diferente.

Jack e Ugo combinados eram extremamente agressivos. O Berseker tinha o título de Raider, agora mais evoluído era um Viking da mais pura essência, usava um machado longo com  três pequenos crânios de animais pendurados como amuletos, uma ave, um réptil e um humanoide. Seu elmo possuía dois chifres de marfim, sendo que um estava quebrado, a cara e o corpo com pinturas rúnicas que davam atributos e faziam parte da sua armadura. Falando nisso, toda ela era composta de couro e pequenas peças de metal (Leather e Plate) além de mais detalhes com ossos. E ainda tinha três ossos de costela pendurados na cintura. Já o Assassin melhorava sua build cada vez mais, chegou ao nível máximo em Antecipação e então apareceu uma quest onde ele podia desbloquear Previsão, uma versão melhorada, mas ainda não a escolheu. Uparia Foco agora. Fez Raids em conjunto com a comunidade para aproveitar ao máximo o capítulo do Halloween que ficava cada vez mais assustador.

Agora falando da vida de Joseph, ela deu uma virada interessante. Com a chegada de Naomi a casa estava mais cheia. Ela, algumas vezes trazia amigas ou mais convidados para lá. Gostava que sempre perguntava para ele primeiro, mesmo não precisando ouvir a resposta. Quando acontecia, ele ia para o quarto e jogava. O mesmo seria se fosse o contrário. Maria aparecia de vez em quando, por exemplo, sem falar do grupo de Sci- Empreendedorismo. Bem, mesmo não querendo aparecer na festa dos outros ele precisava mijar, tentou ser o mais discreto possível para não atrapalhar a conversa de Naomi e suas duas amigas. Já estava bem tarde, as três riam bastante enquanto bebiam cerveja e olhavam os celulares comentando uma das outras.

— Ei... Joseph não é? – Enquanto passava pelo canto da casa o mais discretamente possível, a garota ruiva chamou a sua atenção. Nesse momento ele olhou primeiro para Naomi, que olhou para a ruiva e depois olhou de volta para Joseph meio que “autorizando”... não era essa a palavra, hoje em dia não existe uma para expressar esse momento estranho.

— Sim, eu mesmo. – Respondeu calmo, mesmo com sua bexiga quase estourando. A ruiva olhou para Naomi e depois para a terceira amiga, uma morena de pele escura que estava bem distante - se é que me entende -, e voltou sua atenção para o rapaz.

— A Naomi me disse que você é mágico... é verdade? – Outra vez os olhares vieram primeiro. Pareciam estar num jogo de vida ou morte, em que precisavam interpretar cada olhar até entender o que o indivíduo pensava. Naomi encarou a ruiva “Não era pra contar! ” E depois olhou sem graça para Joseph “Desculpa”. Ele apenas sorriu. “Sem problemas”.

— Mágica não existe, eu só minto, engano as pessoas e faço elas aplaudirem. – Brincou, apesar de ter um fundo de verdade. Antes que a ruiva começasse, ele fez um sinal com a mão para ela esperar e avisou que tinha que ir no banheiro. Riu um pouco e falou que ia esperar.

Voltou secando a mão no short e se sentou na poltrona livre ao redor da pequena mesinha onde estava o baralho.

— Vou começar fazendo uma brincadeira, pode ser? Hum... – Olhou para Naomi, ela demorou um pouco para entender.

— Ah. Evelyn e Jessica. – Apontava primeiro para a ruiva e depois para a morena.

— Prazer.

— Olá.

Voltando a explicação, Joseph começou a embaralhar de forma confusa, seus dedos pareciam ter triplicado. Não era possível para um ser humano ser tão rápido fazendo aquilo. Jogava as cartas de um lado para o outro para que fizessem barulho, juntava todas, separava em partes iguais, ora usava uma mão ora duas, finalizando com uma espécie de sinal de soma. O baralho foi dividido em quatro partes iguais e todas equilibradas em uma só mão. Jessica fez um sorriso de empolgação. Quando ele olhou para Evelyn viu que a ruiva e Naomi estavam trocando certos tipos de olhares que ainda não compreendia. Juntou o baralho novamente e entregou as primeiras quatro cartas. Uma para cada.

— A brincadeira dessa vez é acertar o naipe. Você só vai poder fazer uma pergunta e todos são obrigados a responder. Pode mentir se quiser, mas tem que ser de forma objetiva. Só presta atenção pra não entregar a sua ao fazer a pergunta. Quem acertar mais vence.

— E quem vencer ganha o que? – Evelyn se ajeitou no sofá tirando a almofada do colo, se debruçando sobre o braço enquanto espera pela resposta. Ela tinha uma expressão sacana. Joseph procurou contatar Naomi com o canto dos olhos, mas notou que ela não ligava. A noite acabou de ficar interessante.

— O que você quer ganhar? – Perguntou sorrindo; estava mais confiante do que nunca.

— Se eu ganhar você conta o segredo para gente.

— E se eu ganhar? – Evelyn sorriu provocando. Ele olhou para todas as meninas e balançou a cabeça pensativo.

— Uma dessas cervejas está bom.

A brincadeira começou. Naomi olhava para Joseph o tempo todo atrás de alguma pista, com certeza tinha um truque naquilo tudo, ela só não sabia qual. Decidiu fazer uma pergunta vaga.

— Qual a cor da carta de vocês? – Perguntou. De forma anti-horária cada participante respondeu, no fim, todos falaram preto. Era a vez de Jessica, ela estava um pouco bêbada, a sua pergunta acabou entregando o seu naipe. Agora a vez de Evelyn, ela também ficou pensando por bastante tempo, imaginando a probabilidade de todos terem pegado o mesmo naipe ou se eles se repetiram e acabou que cada um desviou da sua pergunta.

Toda a atenção se voltou para o moreno que sorria, achava engraçado o fato delas saberem que tem alguma armação, mas não acharem.

— Eu não preciso perguntar. – Começou apontando para Naomi e foi identificando uma a uma. – Espadas, Copas, Ouros e... – Finalizou apontando para si mesmo com o polegar. – Paus.

— O QUE?! COMO? – Berrou Jessica. As meninas ficaram bastante surpresas.

Primeiro ele pegou uma garrafa, abriu a tampa e deu um gole. Agora sim podia responder.

— É simples, fui eu que embaralhei. – As meninas se sentiram tão idiotas. Estava tão na cara. – Viu, quando você descobre, vê que não tem tanta graça na mágica.

— Então você é mais um mentiroso? – A ruiva provocou.

— Só é mentira se você descobrir

Continuaram com mais seções de mágica e conversa. Joseph já fazia parte da festa e bebia das cervejas junto com elas. No fim terminou dando uns amassos na Evelyn enquanto Naomi ajudava Jessica que estava passando mal.

No dia seguinte foi para a aula de Empreendedorismo todo estragado. Sentia fortes dores de cabeça, não aguentava mais o professor falando. Willian se manteve calado a maior parte do tempo, ele analisava alguns cálculos pelo celular. Já Malena, toda hora olhava para Joseph e voltava a rabiscar na sua mesa digital.

— Você tá me desenhando? – Finalmente perguntou.

— Não, estou fazendo um unicórnio...

— Ah... – Achava aquilo estranho para alguém como ela.

— .... Fodendo o seu cu! – Quando virou a tela virtual, se impressionou com a veracidade dos detalhes. Um unicórnio todo másculo “acabando com a raça” do moreno, que estava com mesma expressão de agora.

Willian começou a rir até que Joseph tentou também, mas sentiu sua cabeça latejar.

— Foi mal não ajudar em nada dessa vez. Eu vou marcar uma reunião lá em casa pra gente começar a trabalhar de verdade. O outro integrante até agora não veio também. Precisamos rever isso.

— Será que ele morreu? – Brincou a morena de feições felinas, entretida com o seu “projeto”.

— Agora falando de ToH. Eu percebi que você já está quase no Gold. Quer ir duo mais tarde quando ficar melhor? – Sugeriu Willian fechado o programa do celular. – Ao contrário de você, Casters são chatos pra caralho contra mim.

— Claro, claro. Eu tô deitando e rolando nas rankeds graças a eles. – Olhou para Malena. — Se você quiser jogar também, só marcar.

— Vou pensar no seu caso.

A garota voltava com os desenhos. Obviamente salvou o desenho e logo partiu para outro. Malena, parecia amar meia-calça preta, em todas as aulas que a via ela estava usando uma. Joseph curtia bastante até. A melhor coisa era o seu jeito despreocupado de se vestir, com roupas folgadas e casacões masculinos, ouviu uma vez dela que a própria fazia as estampas de camisa. Pretende ser uma desenvolvedora de jogos, além de uma desenhista extremamente habilidosa.

Joseph e Willian começaram a conversar sobre o jogo, Malena escolheu continuar desenhando suas bizarrices. Antes o moreno perguntou se ela tinha algo de prender o cabelo para emprestar e de fato tinha. Um laço com caveiras.

— Serve?

—  Óbvio. – Joseph amarrou num rabo de cavalo. Acho que é a primeira vez que viam a testa do garoto. Como a aula era bem cedo, sempre estava indisposto para fazer qualquer coisa. Malena achou bizarro, mas legal. Ela gostou.

— Aí tipo, a build Samurai já virou um câncer.

— Samurai e Ninja – Completou Joseph.

Apesar de tamanha variedade muitos jogadores escolhem copiar builds já existentes por causa da alta taxa de vitória ou então porque é divertida. Samurais são Sabers que focam Força e Destreza, mais Concentração. Ninja ou Shinobi, são Assassins com Destreza e Agilidade. Todos pegam as mesmas habilidades e vão atrás dos mesmos itens, alguns até tentam variar, mas a essência permanece a mesma. O fato de se popularizarem significa que é uma build extremamente boa, mas também a quantidade de pessoas despreparadas torna as coisas desbalanceadas.  

 Conversavam sobre mais outras variações de builds opinando quais eram boas ou ruins e como conseguiriam derrotar. Os Fancers por exemplo, eram mosqueteiros. Sabers extremamente ágeis que formavam uma variação dessa variação; o Matador. Uma espécie de esgrimista com uma longa capa, geralmente vermelha, baseado nos toureiros. Outra build legal era a do Shadow Priest, uma sacerdote sombrio com habilidades de controle mental. Taoístas, Inquisidores, Hemomancers, etc. O jogo era tão imenso que se quisessem cada jogador poderia ter uma build completamente única. Era demais tamanha complexibilidade.

Agora fodeu. Eles vão continuar falando para sempre, nada pode acabar com o papo deles sobre Tales of Heroes. Joseph recebeu uma mensagem. Pegou o celular para ler e era Maria, sorriu e tratou de se despedir de Willian e Malena.

— Vou vazar, não aguento ficar escutando esse professor falar e eu já estou ruinzão.

— Sei... – Soltaram com um ar de reprovação. Malena prosseguiu. – Seja mais criativo da próxima vez ou então só fala que vai ir para casa transar, a gente entende. Um marmanjo de 20 anos não precisa arranjar esse tipo de desculpas. Que vergonha!

— Nossa, vocês são maus.  


Notas Finais




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