História 30 Seconds to Love You - Bêbado

- Margot, meu Deus ! Se tá comendo muito -  Cara exclamou, entrando na cozinha e me vendo com um grande prato de panquecas

- Por que você acha isso ? - Perguntei colocando as mãos na cintura

- Ah, sei lá, deve ser pelo fato de você estar prestes a comer um prato com mais de 10 panquecas - Ela disse, sarcástica.

- Ora, me deixe. Não estou de regime nem nada.

- Na verdade você está sim. David disse para você perder pelo menos 2 quilos, mas do jeito que você vai indo, parece que você vai acabar ganhando 2 quilos.

Mostrei o dedo do meio para ela, que retrucou mostrando a língua. Ela abriu a geladeira, e soltou um gemido de reprovação.

- Essa geladeira tá vazia.- Ela reclamou. ​Do que ela está falando ? A geladeira está lotada.

-​ Mas, a geladeira está cheia. Até de mais. - Disse com um pedaço de panqueca na boca

- Esta cheia de coisas que eu não quero comer, pelo menos não agora.- Fez bico e se sentou á minha frente na bancada. Lhe ofereci panquecas, mas ela negou com a cabeça e fez bico de novo. Revirei os olhos e me concentrei no que estava fazendo. Ela ficou cantarolando, me fazendo ir a loucura, vou encarnar a Harley Quinn aqui e vou dar uma marretada na cara dela. Realmente, Cara é uma menina muito, muito legal; mas, ás vezes ela também é uma menina muito, muito chata e irritante. Vai entender. Logo meus pensamentos estava no filme, e vivia me perguntando como seria nas gravações, oque deveria fazer para incorporar mais a personagem. Realmente não sabia. Talvez Cara não pense do mesmo jeito, ela faz parecer que é muito fácil se transformar em outra pessoa, totalmente diferente dela.

Pensei também em Jared, fazer o coringa não deve ser nada fácil, principalmente sabendo que vários outros atores o fizeram e eles são muito amados pelo público, pode ser que ele não sege muito bem aceito. Eu tenho medo de que isso aconteça comigo.

Ouvimos a campainha bem breve na porta, que me tirou de meus devaneios. Olhei para Cara como se estivesse a mandando atender a porta.

- Eu não vou lá não - Cara falou baixo, mas audível.

- Você vai sim !

- Por que eu ? Por que não você ?

- Porque eu estou comendo, não percebeu ? - Falei irritada, mas permaneci com o tom baixo.

- Isso não é desculpa

- Claro que é

Discutimos baixo, mas por dentro estávamos querendo gritar. Logo a campainha tocou de novo, me fazendo ficar nervosa. Olhei para Cara, e reviramos os olhos, como se já entendêssemos oque queríamos dizer. Fizemos um sinal com o punho fechado, que estava encima da outra mão livre. Chacoalhamos as mãos e vemos o resultado. Eu 'joguei" papel e ela tesoura.

- Podemos fazer de três ? - Supliquei sabendo que teria de atender a porta.

- Não- Ela empinou o nariz e cruzou os braços- Tem que aprender a aceitar suas derrotas.

Bufei e sai da mesa ainda a olhando. " Você tem que aprender a aceitar suas derrotas." resmungava enquanto me dirigia a porta. A abri com indiferença, mas fiquei surpresa com quem eu vi.

- Margot !! - Shannon gritou ao me ver, o mesmo estava ao lado de Jared.

- Shannon !! - Gritei como resposta e lhe dei um abraço, Shannon riu. Pelo ombro do homem, vejo Jared me olhar com expectativa, e para não deixar de fazer algo, acenei para ele com um sorriso. Soltei Shannon e fui em direção a Jared, que abriu um grande sorriso ao perceber que eu não me esqueci dele. Envolvi meus braços por baixo dos dele e coloquei minhas mãos em seus ombros, ele passou a mão por minha cintura. Senti aquele cheiro maravilhoso que ele tinha, não sabia se era perfume ou se era cheiro natural, só sabia que era maravilhoso.

- Desculpe-nos se estivermos incomodando, Margot. Mas Shannon implorou para vir - Jared coçou a nuca, Shannon sorriu envergonhado.

- Que isso. Também estava com saudade do Shanimal ! - Baguncei os cabelos dele.- Entrem por favor

Abri passagem para que eles passassem e logo vi Cara se aproximando.

- Ah, Shannon essa é Cara, minha amiga. Cara, esse é Shannon, irmão do Jared. - Os apresentei. Eles se abraçaram e trocaram umas palavrinhas. Realmente senti um clima entre os dois e logo fiquei animada.

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Shannon , Cara, Jared e eu estávamos no sofá, esparramados. Estávamos nos empanturrando de salgadinho e refrigerante. E olha que só eram 11:00 da manhã. Parece que o refrigerante não havia feito muito bem para nossos neurônios, já que estávamos rindo de qualquer merda que falássemos. Cara falava coisas sem nexo, e não tinha motivo para estar assim, já que não estávamos ingerindo álcool. Tudo que Cara falava, era hilário para nós, oque me assustou um pouco, já que percebi oque quão grave está nosso retardamento.

- Suco de mortadela ! - Cara disse entre risos

- Surra de Havaiana - Shannon completou

- Isso não faz sentido- Jared disse, ele não foi o primeiro a perceber.

- Mariana  !- Gritei com as mãos para cima, antes de cair na gargalhada.

Todos ficaram rindo iguais a uns loucos, mas logo tudo perdeu a graça e ficamos todos em silêncio. Jared se levantou e foi para o piano que ficava no canto da sala. Sentou-se, fez como se fosse um homem elegante, estalou os dedos e dedilhou coisas sem sentido.

- Você sabe tocar ? - Perguntei  para Cara, sem desprender o olhar de Jared

- Não, só está aí porque minha mãe pediu. Não tinha mais espaço na casa dela.

Ri fraco com sua resposta e logo voltei 100% da minha atenção para o moreno sentado no piano. O mesmo fez um sinal para mim, ele queria que eu sentasse ao lado dele. Fiz uma cara de 'Eu ?" e depois dele confirmar, fui. Sentei -me timidamente, mas logo me soltei e fiz uma dancinha estilo anos 60. Nunca ri tanto, por coisas tão bestas na minha vida.

----------////---------- Mais tarde ...

- Vocês realmente tem que ir ? - Perguntei fazendo biquinho para os dois á minha frente

- Sim, tenho que colocar o neném na cama - Shannon brincou, mas acabou levando um soco no braço.

- Ok, então - Disse, um pouco triste. Abracei os dois de uma vez e fui os conduzindo até a porta. Quando estava prestes a abrir, Cara, que tinha subido minutos antes, desce toda arrumada.

- Me esperem - Ela diz pulando os últimos degraus.

- Aonde vai ? - Perguntei

- Resolver algumas coisas. Podem me dar uma carona ? - Cara pergunta aos dois.

- Claro, por que não ? - Jared responde, já que era ele que estava dirigindo.

Não interferi, mas estava realmente curiosa para saber que assunto Cara teria que resolver. Eles foram embora, me deixando sozinha, naquela casa. Realmente fiquei com medo. Sentei-me no sofá e fiquei maratonando algumas séries. Fiquei tanto tempo, que acabei cochilando ali mesmo.

Depois de talvez umas 2 horas, acordo assustada, ao ouvir batidas na porta. Fiquei intrigada, primeiro: a casa tem campainha; segundo: as batidas eram violentas. Levantei-me, coçando os olhos e bocejando. Deduzi que fosse Cara, voltando depois de resolver seus problemas.

- Tom ?! - Disse, ao dar de cara com o loiro, aparentemente estranho

- Oi, Margot - Ele disse com a voz embolada. Se aproximou de mim, cambaleando, e me abraçou violentamente. Respirei fundo e senti um forte cheiro de bebida.

- Tom, você bebeu ? Seu cheiro está me dando enjoo - Disse o afastando o mais longe possível.

- Claro, mas foi só um pouquinho- Ele fazia gestos e sua voz estava se alterando cada vez mais.

- Não quero nem saber oque você fez ! Onde estava ?! - Disse irritada

- Não te interessa !

- Claro que me interessa, sou sua noiva, como vou saber se você estava me traindo ?

- Cale a boca, Margot ! Você não tem que saber de nada. Você só vai servir pra fazer comida, limpar a casa, e cuidar dos nossos futuros filhos.

Ele falou aquilo, e logo me veio um enjoo. Enjoo dele. Que homem mais escroto. Minha mãe estava completamente errada sobre ele.

- Você não pode falar assim comigo ! - Apontei para ele com os olhos cheios de lágrimas. Mas eu não estava magoada, estava chorando de raiva ...

- Claro que eu posso. Eu posso fazer tudo, inclusive te trair. Oque você vai fazer ?!

- Seu idiota ! Você me dá nojo !

- Cale a boca. Vem nós vamos embora ! - Ele me pegou pelo pulso.

- Não, eu não vou.... - Disse com a voz severa  

- Ah, você vai sim !

- Não eu não v.... - Minhas palavras foram interrompidas por um tapa. Ele me acertou no rosto e logo o mesmo começou a arder. Lágrimas vinham e eu realmente não queria chorar, não queria me mostrar fraca na frente daquele monstro.

- Venha, vamos ! - Ele me puxou novamente, mas eu consegui soltar minha mão e corri para o andar de cima. Ouvi seus passos pesados me seguindo e tive de ser rápida para conseguir me trancar dentro do quarto de hóspedes. Me joguei dentro do quarto e o tranquei desesperadamente, Tom dava murros na porta, e gritava para que eu a abrisse. Sentei-me enfrente a mesma, caso a tranca quebrasse, teria mais chances de escapar depois.

- MARGOT !! ABRE ESSA PORTA !! MARGOOOT !! - Ele gritava enquanto esmurrava a porta. Sentia que uma hora ela iria ceder e esse seria o meu fim.