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História A acompanhante - Sakura e Sasuke (Sasusaku) - Meu primeiro cliente


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi pessoas!!! Tudo certo???


Vocês não tem noção de como estava empolgada para atualizar logo essa fanfic. Minha dedicação está toda voltada a vocês, e minha mente parece um carrinho de bate-bate, tilintando com as ideias que surgem toda vez que começo escrever um novo capítulo dessa história.
Agradeço a todos os leitores, e também aos comentários maravilhosos.
Espero que gostem!

Capítulo 4 - Meu primeiro cliente


Ino ficou eufórica, dizendo que eu tinha desafiado Karin, porém o meu intuito não era esse, apenas queria mostrar para ela que não permitiria que ninguém pisasse em mim. Algumas pessoas têm mania de pensar que só porque uma pessoa fala manso, podem fazer o que quiser com elas. Mas as coisas não são bem assim, e já tinha muitas preocupações em minha cabeça para ter de me preocupar com alguém que me queria ver de baixo autoestima.

 

 Hinata me ligou assim que saí do ensaio fotográfico, e quase fui atropelada por um carro ao ver que era ela que me ligava. Hinata deixou de falar com Ino pouco tempo depois de saber que ela estava se prostituindo. Era obvio que ela não entenderia minha posição nessa situação também, mas não queria perder a nossa amizade.

 

 Ela costumava ser muito crítica e certinha com tudo e aos dezoito já havia se casado com Naruto, um garoto que ela namorava desde o oitavo ano. Isso tudo porque disse que só faria sexo com ele depois que se casassem. Na época eu era muito bobinha ainda, mais do que hoje, porém já sabia que esse pensamento que ela tinha era bonitinho, porém antiquado.

 

Mas com ela não adiantava falar, e a consequência disso acabou sendo um preço alto para eu pagar. O marido dela já tinha dado em cima de mim várias vezes, e quando fui contar o que tinha acontecido, ela simplesmente não acreditou e disse que era apenas uma impressão minha. Tive vontade de bater nela naquele dia para ver se ela acordava para vida.

 

O Naruto era uma pessoa boa de coração e muito amável com minha amiga, mas acho que o fato de termos crescido todos brincando juntos, na mesma rua e na mesma escola, as coisas acabaram ficando estranhas. Quando disse para Ino o que tinha acontecido, ela falou que já imaginava que o garoto era a fim de mim, pela forma que ele me tratava, mas o assunto acabou morrendo depois que parei de ir na casa de Hinata.

 

Enfim... estava no telefone com minha amiga, e Ino ao meu lado perguntando sem parar quem era, tive de ir para a frente de um restaurante. Tampei um dos ouvidos, enquanto no outro apertava meu celular na orelha, tentando abafar o barulho dos carros, e de Ino. Hinata só queria saber como eu estava e dizer que estava com saudades de mim. Eu também sentia muito a falta dela e de assistimos filmes juntas.

 

Ino revirou os olhos quando me ouviu falar o nome da garota, e eu dei um tapinha no braço dela, sibilando a palavra "p-a-r-a" , enquanto a olhava brava. Um ano já era tempo demais para duas amigas/irmãs ficarem sem se falar. E apesar de saber que isso se deu ao radicalismo de Hinata, também sabia que tinha sido por conta da intolerância de Ino, que gritou com a garota sem muitos motivos aparentes.

 

Na segunda feira, fui fazer os exames ginecológicos pedidos por Mei. Como eu não tinha como pagar a consulta, ela pagou e disse que descontaria o valor no meu primeiro trabalho. Eu aceitei, tendo em vista de que não havia outra opção, e aproveitei para pedir ao médico que me passasse um anticoncepcional.

 

Quase uma semana já havia se passado e ainda não havia recebido nenhuma ligação de trabalho. Estava bastante preocupada, já que meu dinheiro acabou, e sabia que meus exames já tinham sido entregues a Mei, pois minhas fotos já estavam no site. Fiquei um pouco depressiva e quase acabei levando bomba em uma prova que fiz. Por sorte, Tsunade repetiu o exame, pois sabia que eu conhecia bem a matéria.

 

Comecei a pensar que, talvez, eu ainda não tivesse clientes por causa da mensagem que deixei. Talvez fosse melhor ter colocado a mensagem do próprio site mesmo, do jeito que as outras meninas faziam e pronto. Liguei para Ino, mas ela me disse que era assim mesmo, que nos primeiros meses eram poucos clientes, mas que tudo melhorava depois.

 

Após desligar o telefone me senti muito melhor, mas acabei me dando conta de que não sabia nada sobre um relacionamento amoroso, afinal, eu nunca tinha tido um na minha vida! E pior, era exatamente isso que eu havia proposto aos meus clientes. Peguei o celular e conectei no carregador, pois ele já estava com a bateria viciada. Ele era meu pau pra toda obra, já que não tinha computador.

 

Comecei a pesquisar coisas sobre namoro. Como uma namorada deve tratar o parceiro; como ser uma boa namorada; coisas sobre sexo e vi até alguns vídeos pornográficos. Li tanta besteira que já estava ficando nervosa, mas depois de vários sites consegui achar um que me desse um pouco de noção de como deveria agir. Estava claro que cada caso era um caso, mas sabendo ao menos o básico eu poderia me virar.

 

Primeiro o site falava sobre a aparência, o modo de falar e se comportar. Dizia que uma mulher inteligente é sempre discreta, gentil, porém cheia de vida. O último item talvez fosse um pouco mais complicado, eu não costumava ter a mesma animação de Ino para as coisas, mas iria me esforçar ao máximo possível.

 

Depois falava que a mulher deve dar prioridade ao parceiro, ter tempo para ele e sempre ouvi-lo sem criticar. Achei isso um pouco chato, até porque na minha mente os homens são os culpados pela maioria dos problemas no mundo, e ter que ouvir o que eles têm que dizer sem fazer críticas seria até estranho para mim.

 

Os homens gostam de mulheres que riem de suas piadas e comentários bobos. Meu humor não era tão bom quanto eu gostaria e na maioria das vezes nem entendia as piadas que as pessoas me contavam. Mas fingir todo mundo sabe, então só tinha que me lembrar de abrir um sorriso largo quando ouvisse algo que se parecesse uma piada.

 

 Outra coisa que achei terrível é o fato de ter lido que namorados devem se falar todos os dias. Quase não tinha tempo para mim e para os meus estudos, como arranjaria tempo para falar com eles? Para minha sorte, a maioria dos clientes desse tipo de negócio eram casados, mas, ainda assim, se eu percebesse eles dispostos a aprofundarem as coisas, iria deixar e quando estivesse desocupada responderia. Isso não ia quebrar meus dedos mesmo!

 

 Li sobre várias outras coisas, tipo: demonstrar interesse no trabalho dele, dizer obrigada sempre, não ser arrogante, ter respeito, incentivá-lo, etc. Eram tantas coisas que acabei pensando que estar num relacionamento devia ser ainda pior do que estar trabalhando na lanchonete que eu era atendente antes. Mas para meu alívio, sabia que esses caras não costumavam ficar muito tempo com uma garota só, então não teria que os ouvir sempre.

 

Os vídeos pornôs que vi eram totalmente sem noção. Os atores muitas vezes eram feios e desajeitados, e as mulheres as vezes gritavam, mas quando a câmera focava no rosto delas era visível que na verdade elas não estavam sentindo prazer algum, ao menos foi o que me pareceu. E alguns homens tinham o pinto mole e esquisito, quase tive vontade de vomitar!

 

 Quando achei um filme bom, quase pulei de alegria. O filme foi gravado nos E.U.A. mas tudo bem, já que meu inglês não era tão mal. Confesso que acabei me masturbando enquanto assistia. Li que uma mulher deve estar sempre atualizada e bem informada sobre seu corpo, então não me senti nenhum pouco mal ao fazer isso, sem contar que não era primeira vez.

 

A atriz desse filme era muito boa, ela tinha uma cara safada, e ao mesmo tempo sapeca e parecia estar aproveitando cada momento do sexo. O homem também era bem legal, além de bonito. Ele não ficava apenas metendo nela, feito um besta, ela a beijava e gemia fechando os olhos como se estivesse transando com alguém que o matasse de tesão.

 

Acabei assistindo outra vez, queria gravar em minha mente todas aquelas posições, e a maneira que ela o chupava. Resolvi que me inspiraria nessas coisas durante meus encontros. E o fato de ter ficado com um só homem até hoje não era da conta de ninguém, e se eu fizesse tudo direitinho ninguém ia sequer notar.

 

Fechei meu livro, guardei minhas coisas e saí da sala de aula às pressas para chegar logo em casa e descansar um pouco. Estudar não era uma tarefa fácil, cansa nossa mente e também o corpo. Sabia que teria que me esforçar bastante para manter meus horários e procurar marcar encontros nos quais eu pudesse voltar para casa na mesma noite.

 

 Ino me disse que a Karin falou mal de mim para uma garota da agência, mas parece que a menina não acreditou muito, alegando que a ruiva era do tipo "nada confiável". Eu só esperava não ter nenhum problema com ela, e acredito que isso não seria difícil, devido ao fato de nós não precisarmos ter contato algum.

 

Pulei no ponto de ônibus ao sentir meu celular vibrar no bolso de trás da minha calça. Já ouvi várias advertências sobre roubos, mas eu sempre acabava me esquecendo. Senti um frio na barriga ao ver que quem me ligava.

 

 — Olô! — falei, o coração batendo forte.

 

— Oi, Sakura, querida. Sou eu, Mei. Estou ligando para pedir que você fique atenta nas mensagens que eu vou te enviar agora. — Enquanto ouvia, dei o sinal para o ônibus parar.

 

  — Está bem, eu vou ver.

 

Nos despedimos e fiquei segurando o celular com uma das mãos enquanto me agarrava ao banco do ônibus para não cair. Realmente precisava desse dinheiro, era muito complicado ter de viver com o mínimo, é como estar andando constantemente na corda bamba. Senti meu celular vibrar e quase o deixei cair, nervosa.

 

Ela me enviou três fotos de homens, um mais feio e velho do que o outro. Suspirei fundo antes de ler a mensagem que ela enviou em seguida, me sentindo decepcionada por meu primeiro cliente ter que ser tão... Meu celular vibrou mais uma vez, com outra mensagem dela que chegava. Fechei os olhos reprimindo todo mau pensamento, até porque Ino tinha me falado sobre os velhos, eu sabia muito bem onde estava me enfiando.

 

 

 Eles elogiaram bastante o seu perfil e gostaram muito da mensagem que você deixou. Inclusive todos os três aceitaram pagar mais pelo serviço de "namorada". E como eu não sabia o valor que você cobraria a mais, falei que ia ver se você estaria disponível e que o preço era negociado diretamente com você. Escolha um deles e envie uma mensagem para mim com o nome do que você gostou que passarei seu número para ele. E o meu pagamento eles mesmos fazem, assim como o seu será depositado direto em sua conta.
   

 Mordi os lábios, feliz da vida por ter lido aquilo. Eu sabia que as garotas recebiam em média mil reais por programa, e quando algumas optavam por transar sem camisinha cobravam de mil a dois mil a mais pelo serviço, e também existiam negociações mais caras, até mesmo ofertas feitas pelos próprios clientes. Mas eu também não poderia exagerar no valor para não correr o risco de perdê-los.

 

O ônibus enfim parou, e sai apressada enquanto revia as fotos no celular. Eu precisava realmente desse dinheiro e não dava para escolher muito, caso contrário só veria minhas dívidas aumentando. Entrei em minha casa, tirei meus sapatos e me deixei cair na cama. Resolvi que escolheria o mais decente possível, lógico!

 

Porém, enquanto eu estava olhando as fotos, recebi uma nova mensagem. Mei me enviou outro cara, esse era mais novo e bonito. Porém ainda me senti dividida por me lembrar que Ino disse que homens mais velhos pagam melhor.

 

 Então, comecei a analisar as fotos com detalhes, mas não conseguia me imaginar com aqueles senhores, talvez até mais velhos que meu pai. E mesmo precisando de dinheiro, achei melhor enviar o que mais me agradou para Mei. Fui tomar um banho, o chuveiro estava no quente, mas a água ainda estava gelada. Em São Paulo fazia frio sempre e quando estava quente eu não sentia tanto calor assim, como as outras pessoas.

 

Saí do banheiro sem sequer me enxugar direito. Estava louca para ver se meu "namorado desta noite" me ligaria ou mandaria alguma mensagem. Peguei meu celular, percebendo minhas mãos trêmulas, porém não havia nada ainda. Me enxuguei direito e comecei a passar creme no meu corpo, mas meus olhos estavam colados no meu telefone e quase dei um pulo ao ver a tela se acender.

 

Boa noite. Estou ansioso para te conhecer! Achei sua proposta muito interessante e estou louco de curiosidades para experimentar esta noite diferente contigo. Aguardo sua mensagem com o valor e regras.
Orochimaru

 

Coloquei minha língua para fora. Que nome feio!

 

Graças a essa noite que estava para começar, ia poder pagar minhas dívidas e começar a ficar um pouco tranquila ao menos. Tinha também que mandar uma mensagem para Ino, já que era sexta-feira e deveríamos nos encontrar no bar.

 

Seria um alívio para mim não aparecer naquela casa noturna, já que Itachi provavelmente estaria por lá. Não queria encontrar com ele tão cedo. Não que eu não tenha gostado dele, mas não sabia como reagiria ao vê-lo depois de tudo o que aconteceu. Na cabeça dele o fato de termos ficado juntos foi apenas algo comum, mas na minha... foi minha primeira vez.

 

Me sentei na cama, passando a toalha pelo meu corpo, tentando reprimir o frio, pensando no que escrever para ele. Mas tudo parecia impróprio e sem autenticidade. Escrevia algumas palavras e logo depois apagava, mordendo meus lábios para não falar nenhum palavrão. Não costumava xingar, mas nesse momento, era tudo o que eu queria.

 

Boa noite. Também quero muito conhecer você. Fico feliz que tenha gostado do meu perfil e espero conseguir atender suas expectativas. O valor é dois mil e quinhentos a noite, porém não dormirei com você, e não aceito atos sadomasoquistas. Sou uma garota meiga e muito carinhosa, tenho certeza que vamos nos relacionar com facilidade.

 

Depois de enviar, me levantei da cama procurando uma roupa adequada, não poderia ser nada vulgar, mas também tinha de ser bonita e atraente. Ai que difícil, pensei e peguei um vestido tubinho preto que tinha um cinto de oncinha.

 

Havia usado ele uma só vez para ir no casamento civil de Hinata, mas para sair assim não sabia se esse cinto ficaria bom, e ainda tinha de pensar que estava fazendo frio. Balancei minha cabeça negativamente, devolvendo o vestido ao armário, pensando não ser uma boa escolha. Peguei uma calça jeans destryed clara, a mais decente que eu tinha, uma blusa levinha branca de manga, uma echarpe preta e branca e um blazer preto. Agora só precisava pensar no sapato, mas isso não era muito difícil, ia de bota preta, cano curto.

 

Para minha sorte não ia precisar passar nenhuma das peças. Olhei para meu telefone, porém ele ainda não havia enviado nada, e isso estava me deixando angustiada. Respirei fundo, pensando que tinham se passado apenas alguns minutos e que talvez ele estivesse ocupado ou não viu a mensagem ainda, mas eu só estava paranoica, pois meu celular tocou de novo.

 

Nem mesmo poderei te amarrar? E uns tapas? Você não gosta de bondage? E também preferia que você passasse a noite comigo e fosse embora apenas pela manhã.

 

Meu coração tremeu com tudo aquilo. Senti vontade de ligar para Ino e me declarar desesperada! Me sentei novamente na cama pensando no que responder. Mei e Ino tinham me dito que tudo o que eles quisessem a mais eu poderia aumentar o valor.

 

Sorri, pensando que no meu primeiro encontro já conseguiria ganhar talvez até mais dinheiro do que as garotas que transavam sem camisinha, isto é, se ele aceitasse minha proposta financeira.

 

 Eu aceito a bondage, desde que você não me machuque em momento algum, sempre parando ao me ouvir pedir. E também aceito passar a noite, porém o valor para esses serviços, que considero extra, gerará um custo maior, além do nosso combinado inicial.

 

Me levantei quase pulando da cama, estava ansiosa pela noite, esta com certeza seria uma experiência completamente nova e atrativa. Nunca tinha me imaginado fazendo isso. Não acho que seria tão mal, mas era inevitável não sentir um pouco de medo. Afinal de contas, estaria com um desconhecido total me dominando.

 

Comecei a pesquisar em meu celular coisas sobre o tema enquanto aguardava a resposta dele, mas antes mesmo que meu navegador abrisse, vi a mensagem dele chegando. Sem pensar em muita coisa, fui lê-la e quase cai para trás com a resposta do homem. E isso, sim, seria uma noite boa para mim.
 

Gostei muito de você e estou disposto a pagar cinco mil pela sua companhia.

 

Empolgada, mandei uma mensagem imediatamente de volta para ele, dizendo aceitar o acordo, e ele me respondeu com o nome do hotel que nos encontraríamos. Não sabia sequer onde era o lugar, mas nem precisava saber de muita coisa, já que ele que pagaria meu táxi: o que era um alivio, já que não tinha dinheiro para nada. Estava extremamente contente, o valor oferecido por ele era ainda mais audacioso do que havia em mente.

 

 Peguei da minha gaveta a lingerie mais bonita que eu tinha. Não era nada muito glamoroso, mas era o que eu tinha. Ela era vermelha, de renda e bem delicada, o sutiã realçava bem meus seios medianos, e a calcinha deixava minha bunda ainda mais redondinha. Me olhei no espelho, contente com o resultado e comecei a vestir minha roupa.

 

Comecei a me maquiar, mas não era muito habilidosa com isso, então, fui na internet procurar um guia de maquiagem bacana.

 

Peguei o telefone tremendo tanto que mal conseguia procurar o número de táxi que Ino tinha me dado. E depois de quase deixar o telefone cair no chão, consegui chamar o taxista, pedindo urgência. Só depois disso que fui perceber minha real realidade: eu estava extremamente nervosa e com bastante medo dessa noite.

 

 — Vou receber o meu primeiro cliente, e de cara ele me paga um valor altíssimo. Ele também vai ser meu primeiro dominador, além de o segundo homem no qual dormirei — sussurrei para mim mesma, pensando na situação em que estava agora.

 

Peguei uma bolsa de ombro que minha mãe me deu e comecei a tirar tudo o que tinha lá dentro. Papéis velhos que eu sequer sabia onde tinha conseguido, um folheto velho da faculdade, o guia de ônibus que Ino havia feito para mim quando cheguei na cidade e outras coisas. Depois de fazer a limpeza comecei a arrumar, coloquei meus documentos, uma calcinha extra e uma camisola, presente de Ino. Ela era muito bonita e de marca, então não passaria vergonha.

 

Pensei em pôr mais uma muda de roupa dentro, porém a bolsa ficaria estufada demais, então apenas acrescentei minha escova de dentes, uma base matte, para não ficar que nem um fantasma pela manhã, e algumas outras coisas pequenas que poderia usar em caso de necessidade. Me sentei na cama com cuidado, para não bagunçar minhas roupas e maquiagem, sabendo o quão desastrada eu era. 

 

Já estava nervosa, e o táxi parecia que nunca chegaria. Olhei para minha bolsa da escola, lembrando a quantidade de coisas que teria que estudar no dia seguinte quando chegasse. Por sorte não tinha nenhum trabalho agendado, pois só agora que ia começar a trabalhar que teria dinheiro para comprar materiais da faculdade que estavam em falta.

 

Acabei ficando tão perdida nos meus pensamentos que sequer vi o tempo passar, apesar da minha ansiedade. Levantei rapidamente da minha cama ao ouvir a buzina do táxi.

 

 Entrei no carro branco já dizendo o endereço do hotel, olhando nos olhos do motorista pelo retrovisor. Enquanto o homem dirigia, eu olhava pela janela, mas não prestava atenção em nada que via. Estava pensando em como seria esta noite, torcendo para que tudo desse certo. Ainda pensava sem parar no que ele poderia fazer comigo.

 

De certa forma, era excitante fazer algo diferente, mas sabia que alguns homens eram brutos demais, e chamar a polícia nessas circunstâncias era algo fora de cogitação. Respirei fundo enquanto o motorista ia parando o carro na frente de um hotel luxuoso. O prédio era muito alto, com vidros verdes espelhados, um jardim muito bem-aparado e preservado ao redor e no caminho de entrada.

 

O carro parou, e eu continuei a olhar para o prédio, sentindo minhas mãos suarem por conta da minha falta de experiência e por saber que não poderia demonstrar isso. Fui acordada pelo motorista, que abria a porta para que eu saísse. Um homem de cabelos compridos, perfeitamente alinhados e com aspecto sedoso estava parado em frente ao carro, com as mãos no bolso de sua calça social. Ele com certeza era o homem da foto.

 

Comecei a descer do carro tentando parecer o mais elegante possível e peguei na mão de Orochimaru, que estendia a dele para me apoiar. Eu estava com um sorriso largo no rosto enquanto ele me analisava discretamente, com a face séria. O medo que eu tinha agora era de ter desagradado ele com minhas roupas ou aparência.

 

 — Boa noite.

 

— Boa noite.

 

Ele tirou de seu paletó uma carteira de couro, fazendo sua gravata balançar um pouco. Pude ver várias notas altas quase que saltando de dentro dela. Meu primeiro pensamento foi no perigo que ele corria em andar com tanto dinheiro assim. Mas, para ele, isso não deveria ser nada. Observei um casal que saía do hotel de mãos dadas e olhei para a mão de Orochimaru em seguida, procurando por uma aliança, mas não havia nada.

 

 — Obrigado. — Educado, se despediu do motorista com um aperto de mão, e voltou-se a mim novamente. — Você é linda. — Ele se aproximou, e, trêmula, segurei a mão dele, enlaçando nossos dedos. Ele me olhou parecendo bravo, mas logo desviou seu rosto em direção à entrada do hotel.

 

 — Obrigada! Você também é muito bonito.  

 

Segurava minha bolsa com a mão esquerda, enquanto sentia ele apertar um pouco a minha direita, parecia estar começando a se sentir um pouco mais confortável com a situação, e eu também. Olhei um pouco para baixo, pensando no que deveria falar com ele, mas minha cabeça não estava muito boa. O sapato social que ele usava era de grife, reparei.

 

 — Este hotel é muito bonito.

 

  — Também é a primeira vez que venho aqui. Escolhi especialmente para você, espero que goste. — Abri um sorriso sincero, me sentindo lisonjeada pelo que ele disse. E vi um olhar de surpresa nos olhos dele, aquilo foi bastante satisfatório. Esse pequeno gesto me fez compreender que se eu queria que essa experiência fosse ao menos parecida com um namoro, então eu teria que me apaixonar por ele em uma noite e fazer com que ele sentisse o mesmo por mim. Seria difícil, mas eu teria de conseguir! Estava sendo paga para isso.

 

  — Muito obrigada. — Soltei minha bolsa e a mão dele, agora abraçando seu braço esquerdo enquanto sussurrava essas palavras. E pela primeira vez pude ver seu sorriso, que era muito bonito, parecendo completar perfeitamente seu rosto: largo, com uma curvatura singela, além de dentes alinhados e brancos. Ele se desvencilhou de meus braços, me abraçando a cintura. Me senti vitoriosa.

 

  — Vamos jantar com uns amigos, espero que não se importe. — Sua voz era rouca, e ele parecia fazer o tipo sedutor, até seu jeito de andar denunciava isso. E eu procurava me atentar a cada detalhe nele que me agradava, enquanto caminhávamos pelo hall de entrada do hotel. Minha intenção era pensar nele como um homem que eu realmente desejava.

 

  — Tudo bem — disse sem graça, enquanto via duas recepcionistas cochichando enquanto olhava para nós, porém logo elas se separaram com o olhar do homem ao meu lado para ambas.

 

 — Pink? É assim mesmo que tenho de chamar você?

 

 — Desculpa! Pode me chamar de Sakura.

 

 — Não tem que se desculpar. — Ele soltou minha cintura, segurando novamente minha mão. Estávamos indo para o fim da enorme sala, e mesmo de longe já podia ver os cabelos vermelhos da magricela da Karin, que ria descontroladamente em seu vestido azul, ao lado de um homem de cabelos pretos, terno da mesma cor e camisa branca, sem gravata e que não parecia nem um pouco feliz.

 

 Quanto mais nos aproximávamos daquela mesa, mais sentia meu coração palpitar; de todas as pessoas que poderia encontrar, a que menos queria estava logo ali a minha frente. Tinha visto essa garota apenas uma vez e ela já era capaz de me tirar completamente do sério. E a forma que ela se vestia e se comportava, fez com que eu questionasse o porquê de ela ser a melhor acompanhante da empresa que eu estava trabalhando.

 

 Além de espalhafatosa, ela era sem noção: o homem ao seu lado não parecia estar de bom humor, porém ainda assim ela estava a falar como uma maritaca. E como se não bastasse toda essa inconveniência, sequer sabia se deveria falar com ela ou fingir que não a conhecia. Deixaria ela dar o primeiro passo, e se não desse, não falaria nada. Paramos em frente à mesa que o casal estava, enquanto eu tentava não os encarar, envergonhada por causa do silêncio que nos envolvia.

 

 — Esta é a Sakura — Orochimaru disse, soltando minha mão e puxando uma cadeira para que eu pudesse me sentar.

 

 — Prazer em te conhecer, Sakura, eu sou Karin — a mulher falou, se levantando, e apertando minha mão com força, como se quisesse me obrigar a ir em sua onda. Mas a maluca não precisava tentar me obrigar a nada, eu não era burra e já tinha entendido o recado.

 

— O prazer é meu — falei com um sorriso falso, puxando minha mão da dela, enquanto via o homem que estava ao seu lado se levantar, já começando a estender sua mão para um cumprimento.

 

  — Eu sou Sasuke.


Notas Finais


É isso aí geeenteee!!!

Espero vcs no próximo cap.
Bjnn


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