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História A ameaça da Fênix - Prelúdio de uma tempestade


Escrita por: Tigrevurmud

Capítulo 3 - Prelúdio de uma tempestade


Fanfic / Fanfiction A ameaça da Fênix - Prelúdio de uma tempestade

No meio do branco da montanha coberta por neve destacava-se a figura de uma garota de cabelo curto e azul, na mão direita portava uma lança. Apesar das poucas roupas e partes do seu corpo estarem a amostra ela não parecia sentir nenhum pouco do frio da montanha congelada. Os olhos azuis da garota já avistavam o castelo de Olmutz quando alguns soldados vieram recebe-la.

- Ludmila-sama! Seja bem vinda!

- Obrigada.                   

Já dentro do castelo Ludmila Lourie foi recebida por um dos oficias do seu exército.

- Bem vinda de volta Ludmila-sama, espero que tenha aproveitado sua caçada.

- Não foi bem esse o objetivo... mas aproveitei sim.

Ludmila saia ocasionalmente do palácio para refletir sobre a vida e os acontecimentos.

- Aconteceu um ataque enquanto a senhorita esteve ausente.

- O que? Ao castelo?

- Sim... três membros daquele grupo dos encapuzados invadiram pelo lado oeste, aparentemente eles conseguiram escalar pelo lado de fora e passaram por cima dos muros, mas quando estavam próximos ao seu escritório a guarda os encurralou, houve uma intensa luta e eles mataram 7 soldados, mas vendo que não tinham chances decidiram fugir, entretanto conseguimos capturar um deles.

Ludmila ouvia com surpresa o relato do oficial.

- Ótimo! Conseguiram alguma informação dele?

- Não, ele não diz nenhuma palavra.

- Muito bem, vamos ver se continuará assim, me levem até ele.

- Sim.

Chegando na cela do prisioneiro a visão que Ludmila teve foi de um homem aparentando 40 anos, o rosto com cicatrizes de queimadura no lado esquerdo e de três cortes próximos ao maxilar mostravam uma figura amedrontadora como de uma fera selvagem.

- E a Vanadis-sama aparece empunhando sua Viralt.

A voz lenta e feroz veio do fundo da cela atraindo toda a atenção de Ludmila e dos soldados que a acompanhavam.

- Vocês devem ter muita coragem para invadir o castelo de uma Vanadis ou muita vontade de morrer...

A fala de Ludmila foi interrompida por uma risada que transmitia uma sensação de aterrorizante, os soldados começaram a se afastar deixando aparecer leves tremores enquanto Ludmila era a única a permanecer imóvel e de forma imponente.

- O que é tão engraçado?

- Esse mundo...

- Hum?

- Esse mundo é ridículo não é?

- Está enlouquecendo?

- hahaha...

- Não importa, o que eu quero agora são informações que você me dará inevitavelmente.

Ludmila bateu levemente no chão com sua lança congelando uma parte do corredor entre ela e a cela.

- Ora não há necessidade disso Vanadis-sama, afinal... você tem pouco tempo, então eu falarei algumas coisas interessantes para passar o tempo.

- Como?

- Você quer saber quem sou não é?

- Você não me importa, quero saber que tipo de grupo são vocês.

 - Ora minha cara Vanadis-sama, isso é a mesma coisa. Perguntar quem somos é o mesmo que perguntar quem sou. Eu sou a tempestade que destruirá esse mundo ridículo. Olhe para essas folhas vermelhas em minha roupa, representam as folhas arrancadas de uma árvore em meio a tempestade, são vermelhas porque são banhadas pelo sangue do povo imundo do antigo mundo, ou melhor, desse mundo que está prestes a ruir...

- Querem destruir o mundo? Que idiotice, não tenho interesse nos símbolos que usam... diga de uma vez! O que realmente estão querendo?!

- Nossa, que temperamento... mas não se preocupe logo você não terá mais com o que se preocupar...

Uma luz vermelha começou a brilhar da palma da mão direita do prisioneiro, no mesmo instante a Viralt de Ludmila foi suspensa no ar, correntes surgiram da luz vermelha e prenderam a Viralt. Todos, principalmente Ludmila não acreditavam no que estavam vendo, antes que tivessem qualquer reação ouve uma explosão no lado de trás da cela, a luz vermelha assim como a Viralt e o prisioneiro sumiram em meio a confusão.

Sem perder tempo Ludmila partiu em perseguição, abriu a cela e correu para fora. Três pessoas com o mesmo manto nas costas estavam montadas em cavalos, a velocidade já era grande mesmo que em meio a neve.

- Droga! O que é isso?

Ludmila não acreditava que algo assim pudesse acontecer, o roube de uma Viralt direto das mãos de sua portadora. Ela não podia deixar isso prosseguir.

- Rápido! Preparem as tropas!

As palavras de Ludmila eram cheias de ódio e raiva, mas no entanto eram lentas comparadas a imagem dos encapuzados que começará a diminuir no seu campo de visão.

A situação era desesperadora, sem chances reais de alcançar o inimigo e sem saber que tipo de poder podia capturar uma Viralt, as esperanças de Ludmila começavam a diminuir.

- O que foi isso?

Gritou um dos soldados. Mila viu o que aconteceu, mas era quase tão inacreditável quanto o ocorrido de instantes antes. Em meio ao sopro da neve e corrida dos fugitivos, o que carregava a Viralt foi ao chão.

- Mas o que foi isso? ... rápido um cavalo!

Mila correu enquanto via mais uma figura cair do cavalo. Ela procurou algum sinal ao longe e foi ai que viu um tom avermelhado, era o cabelo de alguém montado em um cavalo.

“Tigre! Mas o que faz aqui...?”

Ela ficou contente subitamente e o ânimo foi sentido pelos soldados que a acompanhavam, os cavalos tomaram um passo mais veloz, o homem que segurava a Viralt levantou-se nesse meio tempo e tentou subir no cavalo do seu companheiro, mas duas flechas o atingiram, ambas no braço direito fazendo com que soltasse a lança. Vendo a aproximação da tropa seguida por Ludmila e com a ameaça do arqueiro ao longe que tinha em sua companhia uma pessoa de cabelos loiros que estava ao lado, os dois encapuzados decidiram fugir.

Ludmila se aproximou e tomou a Viralt em suas mão.

“Me desculpe pela minha falta de atenção.”

O pedido foi direcionado a Viralt que respondeu com um leve ar gelado como se estivesse compreendendo o que aconteceu e os sentimentos de Ludmila.

- Você está bem Mila?

- Sim... mas Tigre, que surpresa e em ótima hora.

- O que foi tudo isso Ludmila-sama?

Lim se aproximava em seu cavalo e falou enquanto desmontava.

- Esse grupo maldito. Não tenho ideia de como conseguiram isso, esse poder estranho.

- Poder?

Tigre não entendeu as palavras de Mila.

- Sim, ele tomou a Hajya no Zankaku[1] de minhas mãos ainda na cela e conseguiu escapar.

- O que, como assim?

- Bom, é uma longa história, mas é melhor conversarmos lá dentro, vocês devem estar exaustos e gostaria de saber o motivo da sua visita.

- Então... creio que o motivo tem a ver com o que acabou de acontecer aqui.

- Hum?

- Mas como você disse, melhor entrarmos para discutir melhor isso.

- Ótimo! Vou preparar um chá delicioso para vocês.

- Obrigado.

Tigre e Lim agradeceram e todos partiram rumo ao castelo de Mila.

- Como está o chá?

- Delicioso.

- Muito bom.

- Que bom.

Tigre e Limalishia elogiaram o chá servido por Ludmila, era algo delicioso e extremamente conveniente em virtude de todo o frio da região ao redor do castelo. Eles estavam dentro do escritório da Vanadis o que por sinal era agradavelmente quente.

- Então... esse grupo apareceu em Leitmeritz também?

- Sim. Eu quase fui assaltado na cidade por uma integrante desse grupo, mas a princípio achei que fosse algo aleatório, que fosse só mais um pequeno grupo de saqueadores, mas no dia seguinte Elen recebeu notícias da fronteira.

Tigre olhou para Lim que estavam sentada ao seu lado e ela prosseguiu.

- Infelizmente não conseguimos muitas informações e nem rastro deles, a única pista que tivemos foi a notícia que eles estavam atacando regiões de Olmutz. Então resolvemos vir pessoalmente para saber mais sobre esse grupo.

- Também ajudaremos no que precisar Mila. O que vimos não pode ser ignorado.

- De fato, o quase roubo de uma Viralt por um poder como aquele é impressionante. Mas lamento dizer que não sabemos muito sobre eles também. Eles tem assaltado carregamentos de dinheiro nas cidades e principalmente em pequenas vilas. Nunca fizeram nada além disso, mas hoje o foco foi outro.

Ludmila olhou rapidamente para a sua Viralt, antes que sua atenção fosse tomada por Lim.

- A quanto tempo os ataques começaram?

- A pouco mais de 2 meses, no início os ataques e saques aconteciam em intervalos de alguns dias em regiões muito distantes uma da outra, mas na última semana eles se intensificaram e o nosso encontro de hoje foi o mais intenso ataque deles.

- Devemos assumir que a sua Viralt é o alvo deles.

Ludmila concordou com Lim.

- Mas por que roubar uma Viralt? Mesmo que consigam, ela não deve obedecer alguém que não seja a sua portadora.

- Acho que eles podem querer usar o poder dela de algum jeito, mas não faço ideia de como fariam isso.

Ludmila respondeu olhando novamente para a Hajya no Zankaku. Por alguns instantes todos ficaram pensativos, refletindo sobre os fatos até que o silêncio foi rompido por Tigre.

- Não. Não é só isso.

- Hum?

- Realmente a tentativa de roubo da sua Viralt é algo preocupante e muito perigoso, mas na pior das hipóteses devemos considerar o roubo de mais de uma. Se eles não conseguiram desse vez, tentaram outra e talvez seja de outra Vanadis. O que acham?

Lim foi a primeira a responder.

- Se considerarmos que o objetivo seja uma Viralt independente de qual seja, creio que sim. Do contrário o objetivo seria a Hajya no Zankaku de Ludmila-sama.

- Isso é provável Tigre... em todo caso devemos acabar com eles.

- Seria bom avisar as outras Vanadis para que fiquem em alerta.

- Sim, mas por hora vou pedir que preparem suas acomodações, já está ficando tarde, vocês devem estar cansados da viagem.

- Ficamos gratos.

Tigre e sua companheira agradeceram a oferta de Ludmila, o céu escurecia lentamente acompanhado de uma fina neve que caia sobre Olmutz.

***

No dia seguinte, Tigre, Lim e Ludmila estavam novamente no escritório.

- Eu acabei de enviar mensageiros para as demais Vanadis, acredito que teremos algumas respostas em breve.

Percebendo o ar de preocupação de Tigre Ludmila acrescentou.

- Não se preocupe, mandei para Eleonora também.

- Obrigado.

- Infelizmente não podemos fazer muita coisa por enquanto, temos batedores dispersos em várias regiões, todos em alerta, mas sem nenhuma pista, nem mesmo conseguimos rastros da fuga de ontem.

- Só podemos esperar pelo próximo passo deles, hum?

Lim perguntou retoricamente, ela não conseguia aceitar o fato de não haver nenhum ponto de partida, algo que pudessem fazer.

A reunião foi breve e logo se encerrou, Tigre caminhava em direção as muralhas e logo foi alcançado por Lim.

- O que pensa em fazer conde Vorn?

- Não tenho certeza, nada parece fazer muito sentido até agora, sinceramente eu pensei em voltar para Leitmeritz, mas...

- Está preocupado com Ludmila-sama?

- Sim, sobre o objetivo daquele grupo ser as Viralts é apenas uma hipótese até agora, o fato foi o ataque a Mila. Nunca ouvi falar sobre algo assim antes.

- Eu também não, mas assim que tivermos respostas dos mensageiros...

- Acho que vão gostar de ouvir isso! – Ludmila surpreendeu ambos – um dos nossos mensageiros diz ter visto os intrusos de ontem indo em direção a um vilarejo perto da fronteira com Leitmeritz.

- Ótimo! Agora temos por onde começar... espere, isso quer dizer que ele voltou e não chegou a falar com Elen?

- Sim, ele priorizou me informar sobre a localização do grupo. Mas em todo caso temos que ir logo.

- Certo, vamos Lim!

[1] Lança maligna da Morte. A Viralt de Ludmila.


Notas Finais


Título do próximo capítulo:
Lavias e Arco Negro: uma combinação avassaladora


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