História A Babá - Iate

Point of View — Justin Bieber

Tinha se passado dois meses. Dois longos meses. Lorena estava bem melhor. Ela disse que não se lembra exatamente quem fez isso com ela, mas sabe que foi um homem. A entrega do modelo novo estava chegando, tudo estava correndo bem. Bryan estava mais grudado em Lorena do que antes, Blair continua a mesma coisa: abusada.

Estava tocando uma música desconhecida por mim na rádio do carro. Apesar de a Lorena ter sofrido aquele “acidente” ela continua sorrindo. Ela havia levado um tiro na barriga, e foi por isso a quantidade de sangue que tinha no chão. No período em que Lorena ficou no hospital, Bryan não quis comer até levarmos ele para vê-la. O que foi um sacrifício para mim, ele estava bastante fraco, então, para não piorar o levei até a mesma. Porém, levei uma bronca dela, por não ter o feito comer antes de ir ao hospital.

Afinal, ela queria que eu fizesse o que? Enfiasse comida a baixo? Não, não iria fazer isso com ele.

Parei meu carro em frente a minha casa, peguei minha maleta, e entrei. Subi as escadas, e vi Lorena dormindo serenamente em minha cama, com as crianças ao seu lado. Olhei as horas e ainda estava cedo, certo que ela que cuidava deles, mas eles dormem muito. Aos poucos ela foi despertando do sono e me encarou.

— Chegou cedo, o que faz aqui há essa hora, Biebs? — indagou dando um sorriso. Saímos do quarto a fomos para a área da piscina, sentei-me em uma espreguiçadeira, e coloquei Lorena em meu colo, com as pernas em cada lado. Ela se arrumou em meu colo, e pôs a cabeça em meu pescoço, sua respiração batia no mesmo, me fazendo soltar umas risadas baixas.

— Decidi vir mais cedo, já que tudo sobre o modelo novo está quase finalizado. — dei um suspiro aliviado. Ela acariciou minha nuca, dando um beijo próximo a minha orelha. — O que fez para eles se cansarem e irem dormir?

— Brincamos, comemos, corremos. — colocou a mão em seu queixo. — Comemos de novo, e logo eles se cansaram.

Ri dela quando fez uma careta após repetir a mesma palavra.

— Eles foram dormir agora? — ela assentiu. — Estava pensando, nós poderíamos ir para o quarto de hóspedes, não?

Lorena concordou rindo alto, tampei a boca dela com a minha mão. Assim que ela parou de rir, tirei minhas mãos de sua boca, e pude ver a vermelhidão em sua bochecha. Ela percebeu que estava a encarando e pôs suas mãos sobre seu rosto ainda corado.

— Vamos. — respondeu, se levantando de meu colo, mas a puxei e me levantei com ela. — Justin! — bateu em meu ombro. Não dei atenção e subi até o quarto. Assim que abri a porta do quarto, pulei em cima da cama com ela, dando risadas. — Certo. — respirou fundo.

— Você já fez isso com alguém, certo? — perguntei receoso. Ela passa o polegar em minha maçã, soltando um suspiro.

— Claro que sim, bobo. — sabia que ela estava nervosa. — E que vai ser a nossa primeira vez juntos, sabe? Faz tanto tempo que… Não faço isso. E vai ser com uma pessoa especial pra mim, entende? Pode parecer bobeira, mas eu me sinto bem ao seu lado e tudo mais.

Ela estava visivelmente nervosa.

— Faz cinco anos que eu não faço também. — falo, dando de ombros. Lorena dá um pulo, e arregala os olhos. — É sério, pra mim também será com a pessoa ideal, eu tenho certeza que você é especial.

Em poucos minutos, estávamos nus em minha cama. Ela era tão linda. Céus! Seu corpo era escultural, tão perfeito. Dava pra ver algumas pintinhas em seu corpo, que fiz questão de beijá-las, uma por uma. Beijava seu pescoço lentamente, enquanto ela soltava suspiros. Ela fazia questão de morder minha orelha.

Vi que ela já estava preparada, então, olhei em seus olhos, enquanto sentia cada pedacinho dela. Beijei seus lábios ao perceber que ela iria gritar. Meu corpo se movia com certa lentidão. Não queria ir com pressa. Queria fazê-la lembrar desse dia. Parei de beijá-la, quando a mesma mordeu meu lábio inferior com certa força. Deus!

Seu rosto estava bastante vermelho. Aumentei um pouco a velocidade, ouvindo-a gemer em meu ouvido. Enquanto me movia, lembrei-me de todos os momentos que tivemos juntos. Eram bons, sorri com isso. Colei nossas testas quando senti que ela estava quase lá. Em vinte minutos chegamos ao ápice juntos. Deite-me ao lado dela, que estava quase dormindo, beijei a testa da mesma, e nos cobri.

(...)

Esperava Lorena ficar pronta. Iriamos todos em um passeio de iate. A vi sair de seu apartamento com uma bolsa. Ela estava incrivelmente linda com vestido branco aberto na lateral de seu corpo, e um salto que era desnecessário, com seus cabelos soltos, e alguns acessórios. Seus lábios tinham um batom escuro, porém, estava linda. Entramos em meu carro, e liguei o mesmo.

— Não precisava vir de salto, Loren. — falei, usando o apelido que criei ontem.

— Então vamos voltar, que eu pego uma sapatilha. — encarou-me.

— Pode ir assim mesmo, não tem problema. — sorri de lado. Depois de ontem não ficamos estranhos um com o outro. A nossa relação até mudou um pouco.

— Pai, estamos chegando? — Blair perguntou, perto de meu ouvido.

— Senta. — ela encostou-se ao banco. — Sim, estamos quase perto do píer.

Dito isso ela ficou conversando com Bryan. Voltei a olhar para Lorena, e vi que ela estava me encarando. E não, não estávamos nem perto do píer.

— Presta atenção na estrada. — disse ela rindo.

— Certo. — dei uma última olhada para ela, que virou meu rosto com a mão. — Tente dormir um pouco crianças. — ambos assentiram. Coloquei uma música para eles dormirem, e abaixei o volume da mesma.

Suspirei alto, chamando a atenção da morena ao meu lado. Senti sua unha me fazendo carinha em minha nuca.

— Está tudo bem, né, Justin?

— Sim, claro que está. — olhei de canto. — E você?

— Apenas um pressentimento de que algo vai acontecer. — suspirou, e apertou sua mão em minha nuca, me causando um arrepio. — Mas nada que me faça ter medo. Afinal, estou com você e as crianças.

Queria perguntar algo a ela, mas iria sair tão invasivo. Porém, estamos ficando, certo? Até porque ela parece bem agora. Respirando fundo, diminui a velocidade do carro, vendo o transito ir mais devagar.

— Lorena queria lhe perguntar algo. — digo, chamando a atenção dela.

— Pergunte, oras. — disse descontraída.

— Foi bom ontem, sabe tipo…

— Claro que foi Justin. — riu de mim. — Porque você acha que estou calma demais contigo? Não é porque fizemos sexo ontem, que ficaremos estranho um com outro.

Ri aliviado, mas senti um tapa em minha nuca. Olhei com um ponto de interrogação para Lorena.

— As crianças dormiram, e desculpa pelo tapa. — disse rindo, provavelmente da minha cara.

— Ok.

Em menos de cinquenta minutos chegamos em frente ao píer. Tireis as coisas de trás, e peguei Blair pela mão, Bryan estava um pouco sonolento pra andar, então Lorena o pegou no colo. Eu me perguntava se ela estava bem segurando ele e sua bolsa, vi que ela estava com dificuldade, andei até a mesma, e peguei sua bolsa.

— Eu consigo carregar! — exclamou, porém, sai de perto dela indo até o iate. A ouvi bufar e dei um sorriso, vendo-a passar por mim. Para chegar até o iate tinha tipo uma passarela, e ela era de madeira e aperta um pouco, então, como ela estava de salto tinha que olhar para o chão, senão iria cair junto com Bryan. Seu cabelo voava no ar enquanto andava. O iate era de três andares, um pouco exagerado? Sim.

Assim que parei em frente ao iate, tinha um homem parado ao mesmo. Ele me viu, colocou um sorriso no rosto e me entregou a chave do iate. Entramos no mesmo, soltei a mão de Blair, e guiei Lorena até o andar de baixo, que continha um quarto para por meu filho. Voltei ao andar de cima vendo Blair com seu maiô, e tentando por sua boia nos braços pequenos.

— Vem cá, Blair. — sentei em uma cadeira, e puxei-a para meu colo. Arrumei as boias dela, e a vi correr lá pra trás. Lá tinha uma espécie de piscina que dava vista para o mar. Liguei o iate, e rumei até o lugar que acharia perfeito.

Uma hora depois, parei o iate. O mar era tão claro nesse lugar, que queria mostrar para meus filhos e Lorena. Chamei-os, e vi uma coisa que me tirou o ar dos pulmões. Lorena de biquíni. Ele era um azul escuro, na parte de cima era todo cruzado. Dava pra ver a cicatriz onde ela havia levado o tiro.

— Aqui não é lindo? — falo sorrindo. Apesar de estarmos longe, tinha um hospital perto daqui, porém, tinha que andar por alguns minutos, nada muito assustador. — Não é tão fundo, é só pôr as boias. Escutou? Blair e Bryan só pulem com as boias, e atrás do iate tem uma escadinha para subir de volta.

Vi Bryan pedir para Lorena por as boias neles, e sair correndo com Blair atrás. Percebi o olhar de Lorena queimando em mim, e a encarei, chamei-a com o dedo indicador, e a mesma veio com um sorriso nos lábios. Abracei sua cintura, ela pôs a mão em entorno ao meu pescoço nos aproximando.

— Gostou do lugar? — arqueio uma sobrancelha. Ela sela minha bochecha me olhando ainda.

— Eu adorei, quer dizer, amei! — ri. — É tudo tão perfeito, e claro, dá até para ver os peixes, Justin! — disse alegre.

Gargalhei alto, apertando-a mais a mim.

— Sabe, nunca andei em um iate. — Lorena diz me dando uma leve encarada.

— Sério? Então, eu fui o primeiro cara a te levar em um iate? — assentiu. — Me sinto lisonjeado. — Ela ri.

— Você não foi o primeiro cara. — a olhei. — Você foi o primeiro homem. Foi o meu homem! — suas bochechas coraram de forma leve, passei meu dedo ali, alisando carinhosamente.

— Sou seu homem é? — ri fraco.

— O meu homem, só meu, entendeu? — assenti ainda rindo. — Meu ficante, namorado, meu tudo. Apenas meu, tá?

— Todo seu, amor. — ela arregalou os olhos, abaixando a cabeça. — Meu amor.

— Toda sua. — colocou a cabeça em meu pescoço. Beijei seus lábios lentamente, provando o quanto ela é maravilhosa. O quanto ela poderia se abrir comigo. O quanto ela poderia ser livre ao estar comigo.

— Gosto tanto de ti. — digo.

— Eu também. — sussurrou.

— Vamos aproveitar certo? — andamos até onde as crianças estavam.

Passamos a maioria do tempo brincando com as crianças dentro do mar. Blair queria subir até o primeiro andar, onde ficava o controle do iate, onde eu dirigia o iate. Em certa hora, Bryan disse que estava com sono, Lorena e ele foram para os quartos dormirem. Subi com Blair para o iate, e sentei na cadeira. Olhei para a mesa a minha frente e vi que continha comida, chamei Blair, ela ainda estava emburrada por não ir lá em cima.

— Pai, o senhor gosta da tia Lorena? — questionou-me enquanto comia seu sanduíche. Engasguei-me e bebi um pouco de suco.

O que eu iria lhe dizer? A verdade, Justin. — gritou meu subconsciente.

— Gosto sim, filha. — a olhei comendo. — Por quê?

— Por nada, querido pai. — olhou-me de uma maneira estranha. — Se beijam?

— Que pergunta é essa?

— Ué. — parou de comer. — Uma conversa entre pai e filha, certo?

Ela falava de uma maneira adulta. O que eu achava estranho.

— Isso não é de seu interesse, filha. — falo, calmo.

— Claro que sim. Se será ela que vai tomar o lugar da mamãe, claro que é! — deu um sorriso. — Pois bem, o senhor realmente gosta dela, certo? — assenti. — Então, ela vai ser a nossa mãe?

— Não é bem assim, filha. — parei de comer, e dei um gole do suco. — Estamos apenas no conhecendo. Então, deve ser que daqui pra frente, vai saber?

Desvio o assunto. Ela se levanta e some da minha vista. Paro e penso diversas vezes. Se Blair está assim apenas sabendo que eu gosto da Lorena, imagina quando eu namorá-la? Fui para o quarto, e olhei Bryan dormindo em uma cama, Lorena em outra. Andei em direção a Lorena e deitei ao seu lado, mesmo estando apertado, consegui me deitar, a puxei para meu peito. Bryan que estava dormindo, se levantou e subiu em cima de mim, se aconchegou em meu peito, passei meu braço por cima dele, para que, no caso, não caísse.

(...)

Senti o iate chacoalhar e abro os olhos vendo que Lorena também acordou. Coloquei Bryan na cama, e o cobri.

— O que será que aconteceu? — perguntou.

— Não sei, vamos lá em cima ver.

Subimos algumas escadas, e dei uma olhada em volta, percebendo que não estávamos no mesmo lugar de antes.

Blair.

— Tenta achar a Blair. — falo rápido, e corro pelo iate. Cadê essa garota. Não sei o que houve, mas senti meu corpo ir para o chão, e minha cabeça bater no mesmo. — Deus!

Subi para o primeiro andar e encontrei Blair no chão. Sinto o iate inclinando, e suspiro alto.

— Desce e procura a Lorena. — digo. Olhei em volta percebendo que estava em uma área onde tinham bastantes pedras e rochas grandes. Tento sair ligando o iate, e bufo assim que percebo ele se mover. Aumentei a velocidade, e ouvi um estrondo. Não acredito. Não poderia acontecer isso. Desci e pulei no mar, nadei até o fundo, e vi que tinha uma pedra atravessada para dentro do iate. Nadei para mais perto, e vi que entrava água por ele. Subi para a superfície, nadei até a escadinha e subi por ela. — Lorena, sai daqui com o Bryan e eu pego a Blair.

Peguei a mesma pela mão e pulei na água novamente. Cheguei a uma parte que tinha areia, e coloquei Blair sentada.

— Fica aqui, vou pegar algo, não sai. — falo nervoso. — Eu não mandei você mexer lá, Blair? Responde!

— Eu queria aprender a dirigir! — falou chorando.

— Só fica quieta aqui!

Andei até uma floresta. O sol já estava se pondo. Fui pegando alguns galhos pelo chão. Eu não acreditava que a Blair poderia fazer uma atrocidade dessas. Antes de a Lorena chegar ela era bem calma, até certo ponto. Eu só queria entender o porquê dessas malcriações dela. Tracey era calma, eu pensava que se a mãe era calma os filhos também seriam. Porém, apenas Bryan puxou esse lado dela.

Bryan ultimamente anda bem calminho, mas só perto da Lorena. Ele se apegou tanto a ela, que cheguei a ficar um pouco com ciúmes pela proximidade de ambos. Seria amanhã a entrega do carro. Na verdade, era pra ser hoje, mas como Wesley estava me perturbando, decidi adiar. Chris disse-me que ele estava estranho. Eu não liguei para este fato, Wesley tinha que entender que tudo era em seu devido tempo.

Perdi a noção da hora, e vi que já era de noite, arregalo meus olhos. Dei meia volta ao perceber que tinha uma boa quantidade para acender uma fogueira, para nos esquentarmos, antes de irmos. Enquanto andava sentia bichos me picando, deveria ter colocado o repelente. De longe vi Blair andando de um lado para o outro.

— Blair, voltei. — deixei as madeira no chão. A mesma veio até mim chorando, me desesperei. — Que houve?

— O iat-te ele t-tá afundand-do. — gaguejou. Olhei para o mesmo, e vi que era verdade. — A Lorena tá tentando tirar o Bryan de lá, mas, a porta emperrou. E ela disse que não sairia de lá sem ele. Pai o ajuda, por favor.

Sai correndo até o mar, e nadei o mais rápido possível até o iate. Vi que só o primeiro andar aparecia na superfície. Já deve ter bastante água lá embaixo. Respirei profundamente, e afundei, peguei o chaveiro em meu bolso que tinha uma pequena lanterna. Já conseguia ver a entrada do iate. Entrei no iate, e fui até onde Bryan se encontrava. Lorena tentava abrir a porta, porém, ela não tinha mais força. A água batia em meus ombros.

— Sai daqui, Lorena.

— Não, eu só saio daqui com ele, não me pede pra sair! — disse chorando. — Já tentei abrir, mas não dá.

— Bryan tá bem?

— Sim, eu estava conversando com ele agora a pouco. — suspirou. Olhei em volta percebendo que tinha um extintor, o peguei e bati com ele no trinco da porta.

— Continua falando com ele. — falo.

— Bryan se estiver me ouvindo bate na porta. — pediu. Não ouvi nada, Lorena começou a se desesperar, e a bater na porta. — Meu amor, bate na porta, por favor.

E nada de novo.

Com certa velocidade batia no trinco da porta pra ela se abrir. Consigo abri-la e uma quantidade de água sai por ela, vi o corpinho de Bryan flutuar. Meu coração para. Minha respiração falha. Lorena o pega e sai às pressas, a sigo, e conseguimos subir para a superfície. Olhei para onde deixei Blair e vi que tinha alguns carros de polícia e bombeiros, e bastante pessoas em volta. Ajudei Lorena a ir em direção a areia.

No momento que vi, estávamos indo em direção ao hospital. Lorena tentava a todo custo fazer a respiração de Bryan Voltar, mas ela não parava de fazer o que estava fazendo. O carro da polícia para, e Lorena sai com Bryan no colo. Apenas vi o levarem em uma maca, e Lorena cai aos prantos no chão. Fui até a mesma e a peguei, me sentando na cadeira. Blair apareceu ao meu lado, e me abraçou.

Depois de uma hora, um homem moreno aparecendo olhando em volta. Assim que seus olhos pararam em mim, sinto a saliva falta.

— Parentes de Bryan Bieber?