História A Babá - Eu quero a guarda das crianças

Point of View — Justin Bieber

Tinha chegado à empresa, e como sempre estava movimentada, mas também era raro. Vou em direção ao elevador, aperto o numero do andar e arrumo meu cabelo em frente ao espelho, que não era exatamente um espelho. Chaz estava comigo, trabalhamos juntos. Cada um tem seu escritório, assim teríamos mais privacidade. Saio do elevador e entro em minha sala, sem dar atenção à secretária, me sento e pego umas folhas, dou uma lida e bufo ao ver a última. Querem um modelo de um novo carro, não estava com cabeça para isso, deixarei nas mãos de Chaz. Cada um também tem suas ideias, e como ele era o único que estava na empresa, seria responsável pelo novo modelo. Ligo pra ele vir até aqui, em poucos minutos ele aparece em minha sala.

— Querem modelo novo. — dou a folha para ele ler. — Não estou com cabeça para isso, você será responsável por fazê-lo.

— Sim. — bufou. — Tua secretária é muito atirada Bieber! Se minha namorada vê-la dando em cima de mim, mata nós dois.

— Eu sei. Ela também deu em cima de mim. — riu. — Você sabe que eu não quero nada com ninguém, e sabe o porquê.

— Sei sim. — se levantou. — Mas você tem que seguir em frente. Lembre-se, ela não irá mais voltar, meu amigo.

Ele sai da sala e reflito o que ele disse. Sei que ela não irá voltar... Mas eu ainda a amo. É errado amar alguém que já está morto? Se sim, me perdoem, mas eu a amo e isso não irá acabar. Eu sei que preciso seguir em frente por causa das crianças. Sei que eles sofrem por não ter uma mãe. Tento dar o melhor a eles, por isso contratei uma babá, está dando certo, pelo menos ao Bryan. Ele antes era tão na dele, não interagia com ninguém, isso me deixava mal. Nunca sabia o que fazer, sempre o encontrava chorando pelos cantos pedindo o colo da mãe, isso era péssimo. Blair reagiu bem ao saber que a mãe dela estava no céu, digo, foi a melhor maneira que encontrei de contá-la. Sempre tentei mostrá-los que a mãe deles estava por perto, mesmo não estando de verdade. Hoje recebi uma ligação de Blair dizendo que Lorena não queria levá-la ao parque. Bom, fui até em casa e dei-lhe permissão, já que ela não iria sair sem que eu a autorizasse. Eu a entendo, não queria que nada acontecesse com eles.

Agora estava em uma reunião com Chaz ao meu lado, discutindo sobre o novo Modelo. Eles querem que seja original, um nunca visto nas lojas. Eu e Chaz estávamos dispostos a lançar um. Há algumas horas atrás não estava com cabeça para isso, mas vi que isso poderia ajudar na empresa. Um deles quer ajudar com o carro, eu trabalho só com meus amigos, mas irá ser bom. Eu sei desenhar, Chaz sabe montar as peças, Chris e Ryan nas ideias do modelo. Mas como nenhum dos dois estão na empresa iremos nos encontrar em casa para resolvermos isso.

— Quanto tempo vocês acham que ficará pronto? — Raymond, um dos homens que estão na reunião se manifestou pela primeira vez me encarando. Arqueio as sobrancelhas, e dou um sorriso de lado.

— Não sei, dentro de um ou três meses, talvez. — Dou de ombros, e encaro Chaz que assenti. — Então é  isso, dentro de, no máximo, três meses o carro sai. Feito?

— Sim. — Wesley, o homem que queria o carro esticou as mãos e fiz o mesmo, apertando-as. — Se ele correr mais de 400 km/h e valer 4 milhões, eu o compro.

Assenti e sai da sala, teremos trabalho com esse carro. Entro na sala, me sentando na cadeira logo bufando ao ouvir meu celular tocar. Meu coração acelera ao ver que era uma chamada de Lorena, que nada tenha acontecido com eles. Pego o aparelho e deslizo para atender:

— Justin?

— Sim. — pausei, aconteceu algo, eu sinto. — Oque houve?

— Tem uma mulher aqui. — dei um gole na água.

— Que mulher? Qual o nome dela?

— Qual o seu nome? — Escuto Lorena perguntar a ela. — Ebby. — Respondeu a tal mulher.

Eu conheço essa voz...

— Escutou? — Lorena pergunta, rapidamente me levanto e pego minha maleta.

— Já estou a caminho. — Digo e desligo. Não é possível que ela esteja em minha casa, não mesmo. Passo por minha secretária e paro em sua frente. — Irei sair, não volto hoje, e cancele todas as reuniões.

Dou uma corrida básica e entro no elevador bufando, não tinha ninguém ali, então retiro meu paletó e saio do elevador assim que ele apita, entro no carro, retiro o mesmo do estacionamento e piso fundo no acelerador. No entanto, hoje o trânsito estava calmo, poderia correr com o carro, e foi assim que eu fiz. Chego em casa e largo o carro de qualquer jeito, entro correndo e a vejo, ando em direção a ela e fico em sua frente.

— O que você está fazendo aqui Ebby? — Pergunto alto fazendo-a sorrir debochada, eu conheço esse sorriso, ela vai aprontar algo.

— Olá para você também. — sorri falso. — O que eu quero? Simples, logo você irá descobrir.

— Certo. — dei de ombros. — Então você pode voltar aqui só quando for me dizer, que tal?

— Qual é o nome deles? — Ela encara Blair e Bryan como se fossem... Dinheiro? Franzo o cenho e encaro-a.

— Você deveria saber, já que eles são seus netos. — me sento no sofá e sorrio. — Me diz o real motivo para você está aqui em minha casa pela primeira vez.

— Eu quero a guarda das crianças. — Falou e gargalho alto, ela me encara furiosa. — Qual é a graça?

— Não sei, me diz você. — aponto para ela. — Porque eu achei, e muita. Tenho vários motivos para não dar a guarda deles.

— Então diz. — Reviro meus olhos.

— Primeiro: eles nem te conhecem. Segundo: eles são meus filhos, eu não morri para lhe dar a guarda deles. — Digo simples, ela ri debochada e pega um papel logo me dando.

“Sr. Bieber, o senhor está sendo solicitado ao tribunal para uma audiência de requerimento de guarda pela Sra. Ebby Ribbin. A mesma alega que o senhor não tem condições de ficar com os menores Bryan e Blair Bieber. A audiência será dia 04/07/2017. Ás 08h da manhã.”

— Você não pode fazer isso! — altero a voz, ela ri sarcástica. — Você nem ao menos pegou eles quando nasceram. Você nunca quis vê-los.

— Eu posso e eu vou. — Velha infeliz. — Eu posso tudo, aprenda isso.

— É o que veremos. — Dito isso ela andou até a porta e se virou.

— Te espero lá. — Falou e saiu. Bufo estressado e me sento no sofá, coloca as mãos no rosto respirando fundo.

Ela nunca os pegou no colo... Não pode fazer isso, não mesmo.

— Papai, quem é ela? — Escuto Blair questionar, levanto meu rosto a encarando.

— Era a sua vovó. — Ela arregala os olhos e franze o cenho.

— Então ela é mãe da minha mamãe? — Falou confusa, me fazendo ficar confuso com sua lógica. Ri baixinho e assenti. — Nunca a vi, por quê?

— Não sei anjo, não sei. — Disse calmo.

— Justin. — viro-me para o lado, tinha me esquecido que Lorena estava aqui. Levanto-me e a olho. — Já coloquei Bryan para dormir, ele estava cansado. Posso ir?

— Sim, claro, certo. — me embolo. Lorena ri, fazendo-me rir junto a Blair. — Você está contratada.

— SÉRIO? — Grita e pula em cima de mim, ela arregala os olhos e logo me solta. — Desculpa. Não sei como lhe agradecer.

— Tem sim. — Falo com um sorriso simpático nos lábios.

— Como? — questiona.

— Aceitando ir a um jantar. — Falo nervoso, nunca fiquei assim, céus. Ela não vai aceitar, é apenas uma simples babá, tenho certeza.

— Aceito. — Tudo bem, estava errado, ela aceitou. Estou suando frio, por quê? Nem eu sei o que está acontecendo comigo. — Já vou.

Agora tenho coisa para resolver. Primeiro: fazer e lançar um novo modelo de carro. Segundo: ir a tal audiência. Terceiro: ir a um jantar.​