História A busca pelo Rei - Confusão de pensamentos

“- Quando meu pai sumiu nós fomos expulsas do reino e ficamos presas, a única de nós que pode se mostrar sou eu, e mesmo assim somente para as pessoas marcadas com o meu poder, no caso você.

- Certo... Então... Eu vou ajuda-la, creio que é melhor salvar o mundo do que encarar um bando de pessoas num corredor da escola- Suspira – Agora, qual o seu nome?

- Oh, bem, eu tenho diversos nomes, mas pode me chamar de Vetry, é meu nome de batismo.

- Certo, quando partiremos?”

Sentada no chão, no meio de um quarto com nenhum espelho, Yuki resolve colocar os pensamentos em ordem, sem interrupções, estava confusa e sem saber o que fazer.

“O que eu estava pensando? Eu não posso sair daqui, vou ter que recusar...” pensa ela, porém...” Não, eu não posso recusar, é a vida de milhares de pessoas, não somente a minha”.

Yuki já não sabia mais o que fazer perdida em seus pensamentos nem sequer percebe Mayu entrar e lá deixar seu lanche, sem interrompê-la, ela se lembra do que Vetrus lhe disse após sua ultima pergunta.

“Bem... inicialmente você terá que aceitar o pedido de seu pai e ir estudar naquela escola, lá se encontra a primeira pessoa que terá que encontrar”.

Ninguém sabia, mas Yuki tinha um pouco de medo das pessoas, não sente isso com os empregados, seu pai e os empresários, pois já os conhece desde pequena, porém com pessoas novas é diferente, ela trava e não consegue falar, ela já conhecia um pouco do diretor do renomado colégio, por isso não travou.

Ela sabia que deveria superar o seu medo, porém era algo muito difícil para ela, que não tinha a quem pedir ajuda, não tinha uma pessoa de confiança desde o sumiço de sua mãe, seus únicos amigos foram seus livros.

Yuki confessava que estava ansiosa e entusiasmada para começar essa aventura, algo que só via nos livros, um grupo de amigos indo combater o mal e salvando o mundo de algo devastador, era tão incrível quanto impossível, porém diversos fatores dificultavam tudo isso, mesmo sendo algo arrogante e egoísta.

Primeiramente, não queria sair do único lugar que lhe lembrava da mãe.

Depois, o seu pequeno medo das pessoas.

E por ultimo, isso era totalmente impossível de estar acontecendo de verdade.

Até porque esse tipo de coisa só acontecia em livros e sonhos, mesmo sabendo que isso tudo estava acontecendo mesmo, desejava que tudo fosse um sonho, poupando-a de tanto sofrimento e dúvidas.

Seus pensamentos foram interrompidos pelo bater do sino da sala, indicando que já anoiteceu, resolveu voltar para seu quarto, começou a correr rapidamente, porém ao perceber que não havia comido o lanche que Mayu lhe trouxera resolveu voltar e come-lo rapidamente, pois já estava no horário de ler junto a fotografia de sua mãe, que ficava em sua pequena mesinha de leitura, sempre às 19 horas era o horário de leitura, para honrar seus momentos com sua mãe quando criança.

Voltou a correr, pois seu quarto ficava um pouco distante, após alguns segundos, percebeu algo estranho, ela já não sentia mais o chão aos seus pés, ao olhar para baixo ficou surpresa ao perceber que já não tocava mais o chão, estava literalmente flutuando, mesmo que apenas uns poucos centímetros, porém não ligou muito para o fato e voltou a correr, até perceber, novamente, que agora corria mais rápido e rapidamente chegou à porta do seu quarto.

Ficou um tempo parada, para processar o que acabou de acontecer “seria esse o amadurecimento que Vetrus falou?”, Yuki pensou, abriu a porta e pela primeira vez ignorou o momento de leitura com a sua mãe, disposta a conseguir mais respostas, foi em direção ao espelho.

-Vetrus!- chamou-a – Vetrus apareça, preciso que me responda algumas coisas!

No momento aparece uma das empregadas, que estava com um olhar confuso e segurava alguns lençóis limpos, Yuki constrangida à dispensa rapidamente e se vira em direção ao espelho novamente, onde encontrar Vetrus dando algumas pequenas risadinhas.

-Vetrus! Onde estava, viu o que tive que passar?

-Desculpe Yukizinhaa, mas digamos que viver dentro dos espelhos te dá o privilegio de ter pornô ao vivo 24 horas.

- Pervertida! – Exclama

- Depois de alguns milênios de vida, não tem como não se tornar – Vetrus dá de ombros.

- Bem, vamos focar aqui, me explicar direito o que é o “amadurecimento”- Diz Yuki.

-Huhu, pensei que iria me perguntar isso, bem, o amadurecimento nada mais é que o nome que eu dei para o momento que os poderes começam a despertar, alguns despertam cedo, outros mais tarde, como você.

- Então eu sou atrasada? – Pergunta indignada enquanto percebe que deusa dos ventos assente com a cabeça.

A conversa se encerra ai, Vetrus logo some novamente e Yuki cai na cama, porém ao se lembrar de que precisava tomar mais um banho se levanta rapidamente e vai em direção ao banheiro, enquanto relaxava em sua banheira, novamente seus pensamentos a incomodam, apesar de ter aceitado o pedido da deusa, ainda pensa em recusar, porém lembra-se do que pode fazer hoje, flutuar foi realmente incrível e sua grande velocidade poderia ser bastante útil, imagina poder fazer coisas, além disso?

Yuki resolve testar seus poderes e estica o braço em direção ao sabonete encima da prateleira, faz um pouco de força mental, porém não obtém sucesso, Vetrus aparece no espelho do banheiro e com um pequeno suspiro diz.

- Você não vai conseguir assim

Yuki se assusta com o aparecimento repentino da Deusa e rapidamente cobre seus seios com os braços

- Hey! Você não pode ir aparecendo assim nos banheiros dos outros! – repreende

– Eu já vi tudo que você tem ai, não adianta esconder.

Yuki logo fica corada e envergonhada, Vetrus abre um pequeno sorriso malicioso e logo diz:

– Antes de ir para o novo colégio você precisa aprender a controlar sua magia, amanhã começamos com o nosso treinamento – Termina de se pronunciar e desaparece em seguida.

Yuki resolve que mesmo não sabendo se iria de fato aceitar a missão era melhor treinar um pouco e deixar para resolver essas coisas depois, ao sair da banheira se enrola com uma toalha felpuda e vai em direção ao closet, onde escolhe uma camisola de seda roxa para dormir e penteia delicadamente seus cabelos, ao terminar volta ao seu quarto.

Logo se lembra de que não fez sua leitura com a mãe, então se agacha na frente de sua foto e pede desculpas, pega um livro qualquer em sua prateleira para ler antes de dormir, ao terminar, pede aos céus que não tenha mais um pesadelo esta noite, mas logo se lembra de que provavelmente não vai haver ninguém lá, ao menos ninguém bom, mas adormece mesmo assim.

Estranhamente essa noite não houve pesadelo nenhum, apenas um sonho com sua mãe, onde ela tinha grandes asas de anjo e uma auréola totalmente negra, em seus braços residia uma criança de aproximadamente um ano com chifres na cabeça, mas apesar de tudo, sua mãe sorria calmamente, como se a confortasse e assim Yuki acorda, totalmente relaxada e calma.