História A CAVERNA E OS COELHOS - A Caverna e os Coelhos

Na terra das coisas, em uma toca de coelhos, construída bem ao pé de uma colina de algodão doce, dois coelhos brigavam, na verdade um brigava e o outro ouvia. 

O que brigava, aos berros dizia: -- COMO VOCÊ PODE SORRIR O TEMPO TODO?! NÓS MORAMOS MESMO, NA MESMA TOCA?! EI! VOCÊ NÃO SE IRRITA? NÃO TEM VONTADE MANDAR TUDO PARA O ESPAÇO E MATAR UM? OU DOIS?

 E o que ouvia, gargalhava e respondia: -- Se acalme seu esquentado! E deixe a vida te responder. O coelho que estava bravo, em meio aos brados de indignação, de repente fez uma pausa, como se alguma lembrança estivesse em seus pensamentos, o coelho que estava feliz por seu amigo brigão ter se acalmando, perguntou: -- O que foi seu esquentado? Cansou de gritar? No que você está pensando? Aceito as desculpas. E gargalhou. 

 O coelho bravo, com um olhar de quem tinha uma idéia, respondeu: -- Já sei! Lembra da caverna que o velho tatu nos contou? Aquela que fica na montanha das borboletas? Segundo o que ele nos disse, essa caverna responde a todas as coisas, se lembra ou não, não me interessa! Nós vamos para lá agora! E eu vou entender como é que pode você ter os mesmos problemas que eu e continuar feliz! Sem nem dar tempo para respirar, o coelho bravo e decidido, puxou o amigo pelo braço e saiu em direção a tal caverna que a tudo responde. 

 Mesmo sem saber se a caverna era de verdade, o coelho sorridente se deixou levar pelo seu amigo, pensou que poderia ser divertido e que um passeio seria muito bom para aquele coelho bravo se distrair um pouco, passaram por alguns lugares tão belos e tranquilos, como a floresta dos sinos de vento, que tinha um som tão gostoso, a única coisa que atrapalhava um pouco eram os resmungos de um coelho que ainda estava bravo, depois passaram pelo jardim das águas, onde a estrada ficava no meio de dois rios de águas cristalinas, um corria para direita e no fundo havia carpas azuis, já o outro corria para esquerda e tinha carpas vermelhas, mesmo em um lugar como esse ainda dava para ouvir o coelho murmurar. Após muito caminhar, chegaram aos pés da montanha, era coisa mais incrível que aqueles coelhos já haviam visto, as árvores tinham folhas coloridas, havia árvores com folhas, verdes, vermelhas, azuis, amarelas, douradas etc, muitas fadas com asas de borboleta, voavam por cima das árvores, porém ainda dava para ouvir o coelho bravo murmurar, então em meio aos murmúrios esbravejantes deu para ouvir uma doce voz: -- Olá felpudos, o que fazem aqui na nossa montanha? Era uma menina ruiva com asas azuis como a de uma borboleta, o coelho alegre por ter visto tantas paisagens bonitas ficou boquiaberto com a beleza da jovem, antes mesmo de qualquer palavra de gentileza, o coelho resmungão disse: -- Ei mocinha saia daí, eu vou ter minhas respostas!  A moça riu e respondeu: -- Vocês estão indo para a caverna dos pensamentos? Bom... Isso será interessante! Eu vou mostrar o caminho para vocês felpudos. 

 Muitas árvores coloridas depois, os coelhos chegaram à entrada de uma caverna bem comum então a moça ruiva disse: --Chegamos felpudos! Agora é só ficar de frente para a entrada da caverna e terá as suas respostas, o coelho resmungão jogou o seu amigo na frente da caverna, e de lá de dentro saiu um vento e brilhou uma luz azul que logo se apagou, e por fim uma voz grave e meio cavernosa, saiu de lá: -- OUÇA A VOZ DO SEU PENSAMENTO! Em seguida de dentro da caverna começaram a sair sons belos, de flautas e vozes agradáveis que diziam coisas como: Bom dia para você também! Obrigada! Também foi bom te ver! Além de algumas boas risadas de crianças, sons de sinos de vento e águas tranquilas. Antes que a caverna pudesse terminar e mostrar o coelho bravo empurrando seu amigo disse: -- Quanta bobagem! Saia que agora é minha vez! E a caverna imediatamente soprou um vento forte e dela saiu um vapor cinza que logo cessou, em seguida uma voz grave cavernosasa disse: -- OUÇA O SOM DO SEU PENSAMENTO! Então de dentro da caverna começara ir alguns barulhos que incomodavam, sons como o de vocês alteradas, crianças chorando, algumas vozes bravas dizendo coisas como: Bom dia nada! Saia daqui e pare de falar! Ouviu-se também uns estalidos agudos e altos como o de sinos e um barulho de água que parecia sacudir os ouvidos. E novamente a voz cavernosa bradou: -- AQUI ESTÃO OS SONS DA SUA MENTE.

 Em seguida ouve um silêncio e o coelho que resmungou o caminho todo, mudou sua fisionomia, e então o silêncio foi quebrado por uma gargalhada contagiante que vinha da moça ruiva, que caiu pra traz de tanto rir, enquanto repetia nos intervalos de sua gargalhada: - Rara o som do pensamento dele... Hahaha... Tanto barulho... hahaha. E o coelho que geralmente ficaria bravo, sorriu meio desconcertado.