História A culpa de um Anjo - ESPECIAL-VerKwan

Ele tinha algo diferente, nunca tinha visto isso antes, era um brilho no olhar a cada nota que cantava, seus olhos se fechavam, talvez para se concentrar mais, ou só por extinto, não sei, nunca aconteceu comigo.

Nos Estados Unidos era difícil ver pessoas fazendo as coisas por simplesmente...gostarem, lá eu sempre fui ensinado a fazer o que me desse mais dinheiro, sem ligar se era ou não o que eu queria. Minha família, para o azar da sociedade era um casal de pintores, ou seja, viveram a vida inteira através da arte, algo que não foi nada fácil.

Quando eu decidi vir para a Coréia foi com intuito de me formar em direito e conseguir dar uma condição melhor para minha família, mas isso não aconteceu.

Assim que entrei na facilidade para fazer minha matrícula, meus dedos se moveram automaticamente até a opção  que estava escrito "Música" o que fez eu me jogar em uma vida igualmente a dos meus pais, na base da sorte, sem saber se vou ter dinheiro no fim do mês ou não, mas com uma coisa muito melhor do que a certeza de algo, o amor, eu amava a música, amava o rap, e amava ainda mais o menino de cabelos avermelhados que se sentava em meu lado nas aulas.

SeungKwan era tão lindo, talentoso, dedicado, que chegava a me deixar com uma leve inveja, já que eu só tinha o sonho, mas me faltava a inteligência, me faltava a vontade.

Ele me ajudou nessa parte, ia até sua casa praticamente todo dia depois da aula e ele me ajudava a entender as matérias mais teóricas. Só que nada é perfeito.

Com o tempo, eu fui parando de prestar atenção no que ele falava para encarar sua boca, fui parando de prestar atenção nos livros para olhas sua mão que acompanhava as palavras que ele lia. Fui começando a gostar mais do menino do que da matéria, eu me apaixonei, e só ele não tinha percebido.

Era bem óbvio, sempre deixei na cara, mas o menino não captava, parecia que ele tinha uma barreira que o impedia de ver o que os outros sentem. Eu não iria me declarar, não sou dessas pessoas corajosas e românticas, eu sou só um adulto que não saiu da adolescência e que adora um desafio. SeungKwan era o maior desafio de todos, e eu desafiaria a minha própria sanidade para conquistá-lo.

{...} {...} {...}

Baby Boo: Seu idiota, da pra parar de ficar saindo da merda do jogo? É em equipe sabia? E você é do meu time.

Hansolie: Desculpa, eu tô meio oculpado.

Baby Boo: O que é mais importante do que eu, babaca?

Hansolie: Cagar. Tenho necessidades fisiológicas.

Baby Boo: Ahhh Hansol, que nojo! Não se fala essas coisas para uma princesa igual a mim.

Hansolie: Agora você não caga?

Baby Boo: Cago, mas na minha intimidade, e como uma Lady, é claro.

Hansolie: Tô limpando a bunda, já vou voltar a jogar.

Baby boo: Hansol!

No dia dessas mensagens eu e SeungKwan ficamos jogando até de madrugada até ele me ligar desesperado falando que a luz tinha acabado e que ele estava sozinho em casa. Fui até lá buscá-lo. Mas não saímos de sua sala.

Eu bati na porta, ele abriu, eu só conseguia ver sua silhueta.

-Oi, ainda bem que você chegou.

Ele disse já saindo da apartamento e fechando a porta atrás de si, mas eu a segurei o impedindo de rodar a chave.

-O que está fazendo?

Ele perguntou me encarando com cara de desaprovação.

-A minha casa é muito longe, não podemos ficar aqui? 

-Mas está tudo escuro. - Ele disse com um bico nos lábios.-

-E eu estou aqui, fica tranquilo.

Ele bufou e voltou a abrir a porta entrando no breu do apartamento e se jogando no sofa.

-Kwannie...

Chamei entrando no apartamento e fechando a porta.

-O que?

Ele respondeu nem me dando atenção enquanto mexia no celular.

Eu fui chegando perto do sofá lentamente, até me sentar no braço do grande objeto de madeira.

SeugKwan me olhou por cima da tela do celular sem paciência.

-Quando você chama o nome de alguem e essa pessoa fala "O que?" Você tem que responder, se chama educa...

E antes dele terminar a frase eu selei seus lábios nos meus, delicadamente, sem movimentos brutos, só um selar de lábios, bem inocente. Senti suas mãos em meu peito e em seguida um empurrão, que fez nossos rostos se afastarem.

-V-você tá louco? - Ele perguntou levantando rapidamente do sofá, claramente bem desconfortável com a situação.-

Eu não repondi.

-Sai, Vernon. Eu consigo ficar sozinho no escuro, pode ir. - Ele disse abrindo a porta e fazendo a luz do corredor bater em seu rosto (só o apartamento deles que estava sem luz, provavelmente não tinham pagado a conta do mês.) Fazendo suas bochechas avermelhadas aparecerem, e ele mexendo nos dedos como sempre fazia quando estava nervoso, normalmente antes de alguma apresentação. Eu me senti importante naquela hora, eu era tão importante quanto a música para SeugKwan.

Eu só sai pela porta e ouvi o estrondo dela se fechando em seguida.

No outro dia, fingimos que nada tinha acontecido, e fizemos isso por um bom tempo, até que em uma tarde voltou a acontecer, nos beijamos, mas dessa vez não foi inocente, foi com mãos por todos os lados, línguas desesperadas, camisas sendo tiradas, bermudas e cuecas sendo jogadas pelo quarto.

Depois desse dia, SeungKwan continuo fingindo que nada estava acontecendo, e eu também, mesmo que quisesse explicação sobre o que o menino sentia, eu apenas fui na dele.

A gente tranzava pelo menos uma vez por semana, depois nós nos vestiamos e voltávamos a estudar, sem conversar sobre nada, apenas relevando o acontecimento.

Aquilo estava me corroendo por dentro, mas SeungKwan parecia não ligar, então estava tudo bem, tudo estava bem.

{...} {...} {...}

Não é que eu seja um monstro, e não ligue para ele, eu só não posso ligar. 

Vernon é incrível, e eu sei disso, mas eu não posso me apaixonar, não posso me apegar, porque minha família iria me matar, meu pai me arrebentaria de tanta porrada, minhas irmãs nunca mais olhariam na minha cara, e minha mãe choraria até morrer desidratada. Por que? Porque Vernon é um menino, por que ele tem um pênis, e porque eu dou meu rabo para ele. Isso importava muito na minha família.

Na minha cabeça (que as vezes eu acho que faltou um neurônio.) Tranzar com ele sem compromisso, sem palavras, só a própria tranza e os gemidos não me fazia gay, ou seja, não tinha que me assumir para minha família, eu estava errado? Óbvio, mas eu prefiria pensar que aquilo era  certo.

O plano da tranza sem compromisso foi falho, porque eu amava Hansol, eu amava sentir ele dentro de mim, amava quando ele me beijava, e amava os suspiros que ele soltava. 

Nós tínhamos um relacionamento sério, ninguém saia com outras pessoas, era só a gente, nos dois estávamos apaixonados, mas ninguém se pronunciava.

Se Hansol não abrisse a boca iria continuar assim, até ele se cansar de mim. Porque eu não diria nada, continuaria calado, estava ótimo desse jeito.

Maldita hora que ele decidiu ter atitude.

(...) (...) (...)

-SeungKwan.

Ele me chamou assim que se desfez dentro de mim. Nós não conversávamos no meio do sexo, já sabia que vinha bomba.

O encarei como resposta, e ele continuo.

-Você gosta de mim?

Ele perguntou, eu senti meu coração acelerar, minhas mãos suaram, então eu desvie o olhar e encarei a parede.

-C-como assim?- Falei tão baixo que nem sei como ele escutou.-

-Para de ser idiota, eu me sinto igual seu bonequinho. Você me usa e depois joga na caixa, para no outro dia brincar de novo! Eu sou um ser humano! Eu sou apaixonado por você! E aceitei tudo isso só para poder beijar sua boca. Eu sei que provavelmente você não sente nada, mas eu preciso saber! Eu ainda tenho uma esperança, posso mantê-la?

Eu fiquei muitos minutos quieto. Pensando se falava a verdade ou se mentia. Talvez a verdade doesse mais do que a mentira, então eu fui um completo idiota e menti.

-Não. - Eu disse firme, encarando o menino a minha frente. Logo pude ver as lágrimas silenciosas descerem seu rosto.-

-Então acabou, só falei comigo se tiver alguma emergência.

Ele se vestiu e saiu o mais rápido possível, deixando eu totalmente perdido em meu próprio apartamento.

Um tempo depois aconteceu tudo aquilo com Mingyu e Seung Cheol, e eu falei com ele, fazendo o que eu fazia de melhor, fingir que nada aconteceu, e ele fez o que fazia de melhor, ser um covarde, e entrar na minha.