– É um prazer em conhecê-la Sra. Collins– Fred cumprimenta educado estendendo a mão para minha vó. A mesma olha para seu braço esticado e por um segundo acho que ela não vai cumprimentá-lo. Mas ela aperta a mão dele com mais força do que deveria.
– Nós já nos conhecemos. Naquele lugar de quinta categoria em que você levou minha neta– ela responde com um sorriso amarelo.
Fred engole seco e levemente o vejo perder a cor. Aproximo-me dele e seguro sua mão, tentando em vão o deixar menos nervoso com a situação. Sei muito bem o quão ameaçadora minha vó pode ser.
– Eu que quis ir no lugar vó– minto olhando para ela. Meu semblante era nítido para ela pegar mais leve, por isso minha vó respira fundo e da um pequeno sorriso. Mas até o sorriso dela era assustador– Vamos comer?
Pergunto levando Fred para a sala de jantar antes de minha vó fazer algum outro comentário desagradável. Nossa mesa de jantar era grande e cabiam 16 pessoas. A luminosidade vinha do lustre e as grandes janelas de vidro tinham vista para o jardim da casa.
Reparo que haviam quatro pratos expostos na mesa, mas nós somos apenas três... Meu coração se aperta em meu peito. Será que meu pai está vindo também?
– Achei que seria só nós três– Fred comenta olhando para a mesa muito bem organizada.
– Também– quando estou prestes a perguntar para minha vó se meu pai viria mesmo, a campainha toca fazendo minha barriga congelar. Ele veio!
Mas meu pai tem a chave de casa, ele não precisaria tocar a campainha. A não ser que não seja o meu pai...
Escuto vozes vindo da sala, ao meu lado Fred ajeita a coluna me fazendo rir devido ao seu nervosismo. Seguro a mão dele com mais força e dou um beijo em sua bochecha.
– Relaxa vagabundo, é só um jantar e você está se saindo muito bem.
– Você acha?– ele pergunta com os olhos esperançosos. Confirmo com a cabeça o fazendo da um sorriso mais descontraído– Então acredito em você.
Minha vó aparece na sala de jantar claramente mais feliz.
– Agora sim podemos começar a jantar, o último convidado chegou!
Vejo uma pessoa surgir atrás dela e meu sorriso some. Não, não é possível. Ela não podia ter trago ele para esse jantar.
– Peço perdão se os fiz esperar muito, o trânsito de Miami não ajuda quando estamos com pressa– Ed da um sorriso olhando para minhas mãos entrelaçadas com as do Fred. Não consigo responder, ainda estava chocada com a presença dele aqui– Está tudo bem com vocês? Parece que estão vendo um fantasma– ele ri se aproximando de nós– Você está linda, Emily– o loiro pega minha mão depositando um beijo na mesma– Como sempre.
Ao meu lado sinto Fred enrijecer. Tiro minhas mãos da do Ed enquanto ele cumprimenta o moreno. Pisco varias vezes para ter certeza que eu não estava no meio de um pesadelo, entretanto, infelizmente, era tudo real.
– Vamos sentar por favor– minha vó sugere se aproximando de sua cadeira na cabeceira da mesa. Sacudo a cabeça voltando para a realidade. Vai dar tudo certo. Repito isso mentalmente varias vezes.
Aproximo-me de minha cadeira ao lado de minha vó e antes deu tocar nela, Ed é mais rápido e estica a mesma para mim deixando Fred, que também havia tentando fazer isso, com as mãos esticadas em vão. Vejo as bochechas dele ficarem vermelhas e para disfarçar ele põe as mãos no bolço da calça.
– Obrigada– meu agradecimento quase não sai. Sento na cadeira com minha barriga congelando de nervoso e evito olhar para o Ed. Ao meu lado, os dois rapazes puxam a cadeira ao mesmo tempo. Olho para eles que pareciam estar no meio de um briga com o olhar para vê quem sentaria do meu lado. Para evitar qualquer chance de conflito seguro a mão do Fred e peço para ele sentar a minha frente. O que eu prefiro, dessa forma eu vou poder ficar olhando para ele durante o jantar todo e talvez consiga esquecer que o Ed esteja do meu lado.
Quando todos já estavam sentados minha vó faz um gesto com a mão para a empregada que estava no canto da sala, a mesma vai para a cozinha e logo volta com pratos na mão e os coloca em nossa frente. Olho para o prato e tento não demonstrar o meu descontentamento com a escolha da entrada.
Escargot!
P.O.V– Fred
Olho para as seis porções de escargot diante de mim. Óbvio que seria um prato que eu nunca comi na minha vida. A empregada coloca um alicate e um talher diferente na minha frente. Respiro fundo, eu consigo fazer isso!
Pego o guardanapo e o coloco em meu colo. Não tenho ideia de como comer isso. Olho para Emily, a mesma parece perceber o quão perdido eu estava. Reparo que ela pega o alicate com a mão esquerda, em seguida pega o garfo que só tinha dois dentes e tira de dentro do casulo algo viscoso e verde. O modo como ela fazia parecia ser extremamente fácil. Seguro o garfo e tento não demonstrar minha surpresa ao notar que os talheres eram folheados a ouro. Repito os seus gestos, mas foi mais difícil do que eu pensei, tento tirar a comida dentro do caracol, porém ao fazer isso a mesma voa para longe de mim. Escuto Emily segurar um risada, mas o Ed não polpa esforços para rir da minha falha.
– Aposto que é a primeira vez que está comendo escargot, não é?– ele pergunta com certo deboche na voz fazendo minhas bochechas pegarem fogo.
– É minha primeira vez sim– admito evitando olhar para a vó da Emily.
– Ninguém acerta da primeira vez– a loira me defende– E esse é um prato difícil de comer, eu mesma demorei até finalmente aprender.
Olho para ela que me olhava com um sorriso de lado. Pego o segundo casulo e dessa vez consigo tirar o que tinha dentro do mesmo e comer. O gosto era diferente, mas era bom. Admito que sempre tive vontade de provar essa comida, mas nunca comprei por ser muito cara.
– É uma delicia!– afirmo fazendo Emily confirmar. Era algo macio por fora e consistente ao mastigar.
Depois de acabarmos a entrada. Os empregados tiraram nossos pratos e colocaram outro sem fazer barulho nenhum. Olho para a comida e reconheço ser vieiras fritas e as bolinhas negras que estavam em cima do mesmo só podiam ser caviar. Se eu pudesse, ficaria uma hora admirando a organização desse prato, estava impecável. Acho que nunca comi tão bem assim na minha vida. O único problema era a pouca quantidade de comida que tinha no prato, essas duas porções de vieiras não vão conseguir nem forrar meu estômago.
– Frederico, não é?– escuto a vó dela perguntar. O modo como ela me olhava me fazia me sentir uma criança indefesa.
– É sim senhora.
– Seus pais fazem o quê?
– Minha mãe limpa casas de férias, já meu pai é caminhoneiro!– nunca senti vergonha da profissão de meus pais, sabia o quanto eles ralavam para conseguir sustentar a casa.
– Então eles são empregados...– ela comenta com certo deboche.
– Sim– sussurro.
– Meu filho é dono de uma das maiores empresas aqui da America. O que seria dele se não fosse por funcionários como seu pai– corto a vieira e levo um pedaço a boca– Por sermos uma empresa grande, nós precisamos que façam muitas entregas para nós. Já pensou que coincidência seria se seu pai trabalhasse para nós?
– Seria uma coincidência e tanta– afirmo.
– Mas seu pai faz entregas para todo o país?
– Não, só para o nosso estado da Flórida mesmo– digo. Não sei se era impressão minha, mas ela parecia já saber disso. O que não tem lógica alguma– Ele não gosta de ficar muito tempo longe de casa.
– Que maravilha, não?– ela da um gole no seu vinho tinto e volta a me olhar. Parte de mim queria sair correndo daquele lugar, ir para bem longe dos alcances dela– E você também pensa em se tornar caminhoneiro?
– Não.
– Mas você pensa em fazer faculdade?
– Penso sim. Vou querer fazer gastronomia.
– Fred cozinha muito bem– Emily comenta com um sorriso– As comidas dele são deliciosas.
– Um homem, cozinhando...– a Sra.Collins diz erguendo a sobrancelha– Que inusitado.
– Não vejo problema nenhum nisso– o sorriso da dama some dando lugar a um semblante frio– Há muitos chefes por aí que são homens e são tão bons quanto às mulheres. Não existe classificação de profissão por gênero. Assim também como não existe um homem ganhar mais que uma mulher por fazer as mesmas coisas– ela lança um olhar amargo para o Ed, em seguida volta a olhar para sua vó. Percebi que isso tinha sido motivo de outras discussões delas.
– Claro que não– a vó dela diz encerrando o assunto.
Ficamos alguns segundos em um silêncio agonizante, até que a risada do Ed quebra o silêncio.
– O que foi?– Emily pergunta o olhando curiosa.
– Estou apenas lembrando de uma viagem que a gente fez– ele ri mais alto como se estivesse vivendo o momento novamente– Do camelo que saiu correndo com você montada nele.
Emily olhou para ele e revirou os olhos segurando o riso.
– Nossa, nem me lembre desse ocorrido– ela tampa os olhos com a mão envergonhada– Tínhamos ido para Dubai, eu estava super animada para poder montar em um camelo e guando finalmente o fiz, o animal começou a andar muito rápido, então eu tentei bater de leve minha perna na dele, mas isso só serviu para fazê-lo acelerar. Eu fiquei desesperada– ela riu e não controlei o meu riso também– Achei que ia me perder de vez nas dunas daquele deserto.
– Você já viajou para algum lugar Fred?– Ed indaga e coloca um pedaço de comida na boca.
– Ham, já conheci bastante lugares do México. Mas eu era muito pequeno, não lembro direito!
– Então você nunca foi para a Europa?– a avó da Emily pergunta como se fosse um absurdo eu nunca ter viajado para esse continente.
– Nem para a Disney?– Ed completa– Basta pegar um voo de Miami para Orlando, em menos de uma hora você chega.
É o sonho da Lara e da Maria irem para Disney e eu estaria mentindo se falasse que eu mesmo não tenho vontade de conhecer a terra do Mickey. Mas nós somos 6 pessoas sem contar contar com a Naya. Os ingressos são muito caros para nós irmos.
– Eu e Emily temos o passe anual– ele diz fazendo minha namorada corar.
– Compensa mais ter o ingresso anual do que comprar o ingresso do dia e você pode ir às vezes que quiser durante o ano...– ela explica evitando me olhar.
Queria perguntar se eles iam juntos, e só de imaginar meu estômago parecia revirar.
– Realmente vale a pena, e o bom é que quando estiver cansando da rotina do dia a dia, basta pegar o jatinho e passar um final de semana indo nos parques. Você volta revigorado– o loiro sugere.
Jatinho. Ele falou como se fosse algo tão simples e comum como água.
– Quantas vezes eu não me imaginei indo para o Animal Kingdom, só para poder ficar na parte nova do Avatar. O lugar é lindíssimo– Emily suspira dando um sorriso animado.
– Ouvi disser que os brinquedos são muito bons– comento.
– O simulador que fizeram é bom mesmo, Emily que o diga, ela até chorou...
– Foi mais forte que eu. Parece que você está voando mesmo. Você sente o cheiro, a água no seu rosto, o vento em seu cabelo. É incrível. Você ainda sente o animal respirando na sua perna, tem noção o quão maravilhoso isso é?
Então eles foram juntos. Ignoro o gosto amargo que a comida subitamente ficou. Os dois continuaram a conversar sobre outros lugares que eles visitaram. A Emily tinha conhecido quase o mundo todo e enquanto eles conversavam empolgadas sobre todas as suas experiências com viagens, eu me sentia completamente isolado. Eu não tinha vivido nem metade do que a Emily viveu e por um segundo pareceu que ela tinha esquecido que eu estava ali.
Olho para o prato de sobremesa que tinham acabado de colocar em minha frente. Eu tinha perdido completamente a fome.
– Mas o melhor de viajar também é poder comprar– disse a vó da loirinha.
– Ou dar algum presente especial para alguém– Ed complementa com um sorriso olhando para a dama– Fico feliz em saber que você ainda usa o colar que eu te dei Emily!
O garfo que eu estava segurando cai da minha mão e Emily engasga com o suco que estava bebendo. Quando ela põe o copo na mesa reparo no lindo color que ela usava. Devia ter sido uma fortuna. Rio irônico, óbvio que ele daria algo desse gênero para ela, e o que eu dei é um maldito cachorro de pelúcia que não custou nem 15 dólares.
Eu fui um idiota mesmo por achar que a Emily iria gostar daquilo.
– Ham, é... bem, foi... foi... – Emily poe a mão no colar tentando buscar o que disser.
– Tudo bem querida, nós sabemos o como você gosta de ser mimada com esses presentes!– a Sra. Collins informa.
– Eu também sempre soube como agrada-lá– Ed se gaba– Nunca dei nenhum urso de pelúcia, pois sei o como ela os odeia.
Olho para a loirinha já completamente desapontado. A mesma estava com as bochechas coradas e quando nossos olhos se cruzam ela nega com a cabeça.
– Odeia?– pergunto a olhando nos olhos, porém minha voz quase não sai.
– Não!– ela afirma– Eu não gosto daqueles ursos gigantes segurando um coração com dizeres românticos. Agora, quando for algo que tenha um significado para o casal, eu vou amar mais do que qualquer joia...– ela não tira os olhos do meu. E por pouco tempo não me sinto um completo idiota.
– Você quase me convenceu!– afirma o rapaz pondo suas mãos em cima das dela. Isso fez meu sangue ferver e tive que respirar muito fundo para não perder o controle. Essa tortura de jantar está quase acabando, só preciso aguentar por mais alguns minutos. Emily afasta suas mãos da dele com as sobrancelhas franzidas.
– Eu estou falando a verdade– ela admite um pouco brava.
A avó dela me olha de cima a baixo e não consigo a encarar de volta, mas a sinto analisando cada detalhe meu. Será que ela sabe que fui eu que dei aquele vagabundo de pelúcia para Emily? Ajeito minha coluna realmente incomodado de estar ali. Parecia que eu era um rato jogado na cela dos leões.
– Você trabalha?– ela indaga. Consigo encarar os seus frios olhos verdes. Com o mesmo ar superior que eu via nos olhos da Emily quando nos vimos a primeira vez.
– Trabalho sim senhora.
– Onde?
– No Starbucks e às vezes nas férias consigo trabalhar em alguns restaurantes.
– E você ganha bem?
– Vó!– Emily a repreende– Não precisamos entrar nesses detalhes...
– Sabemos que é pouco mesmo– Ed sussurra alto o bastante para eu escutar. Cerro os punhos debaixo da mesa, não vou responder. Sei que é isso que ele quer que eu faça.
– Posso não ganhar tão bem quanto vocês, mas consigo ajudar nas contas lá de casa.
– Eu e Emily vamos comandar a empresa dos nossos pais....
– Assim é fácil ganhar dinheiro, de algo que já possui um lucro alto. Mas será que vai conseguir manter?– o gosto amargo se instala em minha língua. Olho para o Ed com a sobrancelha erguida tentando não demonstrar minha raiva.
– Pensa em ir para qual faculdade?– a Sra. Collins pergunta mudando de assunto.
– Se é que ele de fato vai para uma...– escuto o loiro sussurra fazendo meu sangue ferver.
– Não sei ainda, talvez eu faça uma faculdade aqui em Miami mesmo.
– Emily vai para Harvard– ela diz isso com tanta certeza e convicção. Olho para Emily que parecia se encolher na mesa.
– E a senhora já pensou que talvez ela não queira ir para lá?– questiono. Vejo os olhos da Emily se arregalarem, ela nega discretamente a cabeça. Seus olhos pareciam suplicarem para eu não comentar nada. Mas eu sei o como ela seria infeliz se seguisse os passos da vó.
– Óbvio que ela quer. É o melhor para ela!
– Jura?– me irrito aumentando o tom de vez. Lembro da conversa que tive com a Emily no dia em que ela e o pai discutiram. Lembro dela comentar que não queria fazer nada disso e sim estudar moda em Paris– Ou talvez seja o que você acha que é melhor para ela!
– Olha o respeito rapaz!– a Sra. Collins junta as sobrancelhas me lançando um olhar gelado e ameaçador.
– Fred...– escuto Emily sussurrar. Mas agora eu já comecei.
– E se ela não quiser? A felicidade da sua neta não importa? Você já chegou a perguntar o que ela quer?
– Eu vou ao toalete– ela levanta da mesa me olhando com arrogância– E quando eu voltar, não quero mais te vê aqui!
Ela sai da sala deixando um clima tenso. Olho para Emily que parecia querer chorar a qualquer momento. Ela olha para mim tentando pensar no que disser.
– Eu... Eu vou falar com ela– a loirinha gagueja e se levanta indo atrás da avó.
Bufo um pouco irritado, talvez eu fui um pouco longe de mais, mas eu não conseguiria continuar escutando a Sra.Collins falando tudo o que a Emily deveria fazer sem nem saber que aquilo era tudo o que ela não queria. A risada do Ed me traz de volta à realidade.
– Parabéns Fred, conseguiu irritar a velha– debocha– Dessa vez eu nem precisei intervir, você se afundou sozinho...
– Ah cala a boca!–exclamo levantando da mesa.
– E você realmente acha que vocês vão continuar juntos? Sinceramente Fred, é questão de tempo até a Emily cair na real e perceber que você...– ele para de falar me fazendo cerrar os punhos.
– Que eu o quê?– pergunto aumentando o meu tom de voz.
– Que você não passa de um vagabundo!– ele levanta da cadeira me afrontando com o olhar. Minha mão coçava para ir de encontro com a cara dele, mas precisei de todo meu auto controle restante para me manter calmo.
– Pode continuar jogando seu jogo sujo Ed– me aproximo dele ameaçador– Mas ela está comigo agora, não com você!
O rapaz morde a bochecha com um brilho desafiador nos olhos. Dou as costas para ele indo para a sala principal quando o escuto rir atrás de mim.
– Mas ela já foi minha– paro de andar e olho para ele confuso– Espera, você não sabia que a gente já namorou?– o quê? Eu sabia que o Ed gostava da Emily, até porque ele nunca fez questão de esconder isso, agora ele ser o ex dela... – Uau, você não tinha nem ideia– ele ri– Eu sinto falta dela. Sinto falta dos beijos, do corpo... – ele da um sorriso malicioso– Emily é muito gostosa, não?
Tudo aconteceu tão rápido que eu não tive controle sobre o meu corpo. Dou um soco tão forte em seu rosto que o faz cambalear. Ele limpa o sangue de sua boca com um sorriso irônico nos lábios.
– É só isso que sabe fazer?– ri– É impressionante como a pessoa é burra. Você sabe que a Emily gosta de coisas caras, que ela gosta de ser mimada e que ela só está com você para poder experimentar algo novo, mas ela vai se cansar– ele da um sorriso superior me olhando de cima abaixo– E depois de te dispensar, vai ser para a minha cama que ela vai vir!
Essa frase serve como um gatilho para eu perder todo o meu controle. Quando me dou conta estava em cima dele sendo guiado pela minha raiva. Dou um soco no rosto dele o fazendo rir, o que só serviu para me irritar ainda mais. Ele nem estava se defendendo. Só quando meu pulso está erguido no ar para lhe dar outro soco que percebo a burrada que eu fiz e já era tarde de mais para desfazer.
– Mas o que está acontecendo aqui?!– a voz da Sra. Collins faz meu estômago se revirar. Emily me tira de cima do Ed, que estava com a mão em sua boca sangrando e uma expressão exagerada de dor.
– Esse marginal me atacou– ele aponta para mim.
– Você me provocou!– exclamo.
Emily olha para mim e para o Ed, parecia que a qualquer toque meu ela desmoronaria.
– Ca... Calma– ela pede com a voz tremida. Sua vó me encarava com puro desgosto e desaprovação. Abro a boca para me defender, mas Emily me lança um olhar mortal mandando claramente eu não falar nada.
– Vai em bora da minha casa– a Sra. Collins ordena entre os dentes– Agora!
– Eu...– tento me defender, mas Emily me olha furiosa.
– Fred, não fala nada!– não sabia se ela estava irritada comigo ou com a situação. Ela ainda segurava meu ombro, me impedindo de me aproximar do Ed– Eu... Eu te levo lá fora!
Emily me puxa para fora da sala. Olho uma última vez para a Sra. Collins que negava com a cabeça em desaprovação, em seguida olho para o Ed que estava com um sorriso vitorioso nos lábios. Cerro os punhos irritado comigo mesmo.
Eu só tinha uma chance...
E estraguei tudo!
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