História A ESTRANGEIRA... Why me? - Lutar

_ Você tem que pedir meus pais. E é isso que vamos fazer agora, preparado para encarar meu pai, Kim Taehyung?

O garoto tinha os olhos arregalados, juntamente com a boca aberta. Ele estava certo de estar nervoso, se Taehyung acreditava que eu era uma pessoa difícil, ele deveria imaginar que quem me criou era ainda mais. Infelizmente meu pai era muito ciumento, como filha única sempre fui a pequena para os olhos dele, a protegida. Mas, meu pai me conhecia bem, ele sabia a filha que tinha, imaginara que eu não era a garota pura que iria se resguardar para o casamento, então ele sempre era extremamente rígido com os meus namorados.

_ Você acha que é o momento certo? Digo, sua mãe está no hospital e… - Taehyung passava a mão no cabelo castanho enquanto esperávamos um táxi após sairmos da casa das minhas amigas.

_ Sei que na Coréia a tradição é diferente, não se preocupe Taehyung, não estou te pedindo em casamentos. - sorri lhe batendo forte no braço.

_ Eu aceito. - o garoto disse rapidamente, me encarando. Devolvi o olhar pensando que tudo se tratava de uma brincadeira, mas o garoto estava sério.

_ Estou brincando Taehyung. - falei para ele.

_ Mas eu não… - o garoto pegou minha mão e delicadamente enlaçou nossos dedos. _ Eu te amo, de verdade. - sua outra mão repousou em minha face alisando minha maçã do rosto. _ Casa comigo?

WTF?

Logo o táxi chegou e nós colocamos para dentro do veículo. Não respondi. Porque? Bom… porque eu estava com medo de que tudo isso se desmoronasse na frente dos meus olhos e outra, estamos namorando a pouco tempo, pouquíssimo tempo, não sabia se de fato iríamos dar certo, quer dizer, certo nunca demos, já que somos opostos um do outro, mas o sentimento acabou falando mais alto, mas… até quando?

Chegamos ao hospital e o clima estava meio tenso entre nós, e eu sabia o motivo, a falta da minha resposta. Taehyung não estava mais nervoso por conhecer meus pais, mas estava confuso pelo meu silêncio.

Desculpa por ser tão medrosa…

_ Alana, eu sei que está com medo, que já passamos por muitas coisas juntos, mas eu realmente estou disposto a tudo por você. - Taehyung segurou minha mão tocando minha aliança. _ Posso mesmo te beijar estando na frente de um hospital?

Sorri com a última pergunta e logo me aproximei do garoto, segurei seus ombros largos e selei nossos lábios. Taehyung abraçou minha cintura e me aproximou ainda mais de seu corpo, nosso beijo era calmo, tranquilo, carregado de receio mas transbordando amor. É fato. Eu amo esse Imbecil e o que mais quero no mundo é ficar com ele.

Subimos de elevador até o andar onde minha mãe estava. Taehyung voltou a ficar nervoso, sua mão suava e a todo momento sua língua estava passando entre seus lábios. Falei para o garoto esperar na porta que eu iria “preparar o terreno” antes de o apresentar de fato como meu namorado.

_ Com licença… - bati na porta já aberta avisando que estava ali. Minha mãe estava com uma aparência boa, sorridente e um pouco mais corada, meu pai estava do lado dela, um pouco menos abatido dos dias que estava sem dormir.

_ Oi filha, entra… - minha mãe se pronunciou primeiro.

_ Bom, vim aqui para dizer uma coisa, mas… - não estava encontrando as palavras adequadas para falar, ainda mais vendo o olhar do meu pai em cima do meu pescoço, que tinha algumas marcas, mesmo que leves e depois reparando a aliança prata em minha mão.

_ Você está namorando? - bingo. Quando digo que meu pai me conhece, estou realmente dizendo a verdade.

_ É… - respondi.

_ Onde ele está? Vocês não estão namorando até que eu e sua mãe deixe. - ciumento.

_ Pai, pega leve, o garoto já está assustado o suficiente. - pedi quase suplicando para o meu pai, que estava deverás raivoso. _ Mãe…

_ Meu bem, calma, é só um namorado, nossa filha já é uma mulher… - minha mãe tentou ajudar. Mas era inútil, meu pai era um teimoso de mão cheia, vulgo eu versão masculina.

Fui até a porta pegando a mão do garoto, que já estava todo se tremendo depois de ouvir a voz grossa do meu pai. Toquei seu rosto tentando acalmar Taehyung, tudo ia dar certo, ele conquistou o mais difícil, ou seja, eu. Entramos no quarto e os olhos de meus pais se arregalaram ao ver o garoto ao meu lado.

_ Pai. Mãe. Esse é Kim Taehyung, meu namorado. - o garoto reverenciou os mais velhos, sendo observado atentamente pelos olhos minuciosos do meu pai. _ Taehyung? Esses são meus pais.

_ Eu sabia que aquele olhar não era um olhar qualquer… é ele não é? Aquele da coletiva de imprensa? O mais novo? - minha mãe dizia nos observando.

_ Sim é ele. - mãe é mãe.

_ Ele é lindo minha filha. Ele não entende nada do que falo? - minha mãe perguntou quando que Taehyung estava perdido no assunto.

_ Não mãe, não entende. Mas posso traduzir para ele… - olhei para o Taehyung falando que minha mãe tinha lhe achado muito bonito e o garoto ficou todo envergonhado agradecendo.

_ Então traduzi para ele que eu tenho algumas perguntas. - tinha chegado a hora. Meu pai iria começar o interrogatório.

_ Taehyung… calma, são só umas perguntas. - peguei em sua mão e lhe dei um sorriso sincero.

_ Ele usa drogas? - revirei os olhos com a pergunta do meu pai e traduzi para Taehyung, que se assustou e começou a dizer não diversas vezes._ Ele bebe? Fuma? Já foi casado? Tem filhos? - se o meu pai soubesse o quão rígido é a Coréia não iria estar tão preocupado.

_ Alana, seu pai me lembra você. - Taehyung disse baixinho em meu ouvido. _ Difícil e teimoso…

_ Ah é? - comecei a bater no garoto que se defendia e gargalhava. _ Porque está comigo então, hum?

_ Porque você é a diferença que faltava na minha vida cheia de igualdade. - parei de bater no garoto e sorri. Taehyung a cada gesto me deixava ainda mais apaixonada.

_ Ram… estamos aqui, Alana. - ouço a voz do meu pai me despertar. _ Ok! Ele é aparentemente um bom rapaz…

_ Meu bem, veja como ele olha para nossa filha, ele a ama. - minha mãe disse me deixando curiosa para olhar Taehyung, que realmente estava me olhando com o olhar mais doce e singelo que já tinha visto.

_ O que houve? - perguntei ao garoto.

_ Eu te amo. - Taehyung disse com seu sorriso quadrado a mostra.

_ Eu te amo.

Fomos interrompidos com o celular do garoto tocando alto, vendo que era Namjoon pediu licença para atender do lado de fora do quarto.

_ Você gosta dele filha? - meu pai perguntou.

_ Eu o amo.

_ Entendo. Seja feliz minha filha, mas se ele te fazer algum mal irei até no Japão atrás dele. - meu pai gesticulando com as mãos.

_ É Coréia do sul pai. - rimos juntos e logo Taehyung voltou com um semblante preocupado.

_ Tenho que ir. - ele disse se aproximando.

_ Já? Pensei que ficaria mais… - eu estava realmente triste com aquela despedida.

_ Estão precisando de mim, o comeback está próximo. - Taehyung pegou minha mão tocando minha aliança, aquilo tinha se tornado um hábito.

_ Ok… eu entendo.

Despedimos de meus pais, que no final das contas aceitaram meu namoro com o garoto e fomos para minha casa pegar a pequena mochila que Taehyung tinha trazido.

_ Não fica assim… logo você vai voltar para Seul e iremos sempre nos ver. - ele disse arrumando suas coisas enquanto eu estava sentada na cama onde dormimos.

_ Seul… lá que o verdadeiro problema começa… - respondi pensativa.

_ Porque diz isso?

_ Não vou conseguir namorar escondido por muito tempo, Taehyung, você me conhece, sabe como sou. - Esse é um grande problema. Taehyung é famoso, um idol, amado por inúmeras garotas que sonham em se tornarem suas namoradas. E tem a Bighit…

_ Alana, assim que eu chegar falarei com o Hitman sobre nós e sobre as ARMY, não se preocupe, elas vão continuar me amando. Sou irresistível esqueceu? - Taehyung me tirava sorrisos com seus comentários bobos.

Fomos ao aeroporto faltando minutos para o vôo. Ficamos abraçados o tempo todo até os segundos finais antes do check in. Nos beijamos e por fim ele foi embora, voltando para casa.

Tinha decidido passar no hospital novamente para ver minha mãe mais uma vez, conversar sobre Taehyung e pedir uns conselhos. Dentro do ônibus não consegui tirar os olhos da aliança que brilhava em meu dedo, e a cada flash de lembrança um sorriso aparecia em meus lábios. Como um garoto tão diferente de mim pode me completar tanto? Então os opostos se atraem? Ou no fundo somos parecidos? Que seja! O importante é que… Kim Taehyung é o meu namorado.

Chegando no hospital fui diretamente para o quarto de minha mãe, onde estava sozinha, meu pai estava jogando baralho com os idosos internados. Conversamos e contei como acabei me apaixonando por Taehyung, pedi conselhos sobre os poréns que iriam chegar até nós e minha mãe me apoiou para lutar, guerrear pelo meu amor. Sim. Eu faria isso. Ele vale a pena.

Falei para minha mãe que Taehyung cantava muitíssimo bem e que tinha um grupo, então coloquei num canal a cabo que passava coisas relacionadas ao kpop, pensando que provavelmente um MV do Bangtan poderia passar, mas para minha surpresa Haruka estava na TV falando sobre seu novo drama, quando foi questionada sobre relacionamentos, e sua resposta foi:

“_ Atualmente estou compromissada…”

“_ Nos diga o nome!” - os jornalistas clamavam.

“_ Não posso… ele é realmente conhecido.” - disse se fazendo de tímida.

“_ Diga! Diga!” - os jornalistas estavam loucos.

“_ Bom, acho que ele não irá se importar… estou namorando é… Kim Taehyung do Bangtan e estamos muito felizes.”

…

Desliguei a tv com raiva jogando o controle longe. Claro que ela não ia deixar barato. Aquela garota nunca ia abandonar Taehyung ou simplesmente me deixar em paz.

_ O que houve minha filha? - minha mãe perguntou preocupada.

_ Essa vaca… Ah!... Ela disse que está namorando… o Taehyung… mãe! O meu TAEHYUNG! - gritei.

_ E o que você vai fazer com relação a isso?

_ Não se preocupe mãe. Eu ouvi seus conselhos. Eu vou lutar!

Seul… me aguarde, estou voltando…