História A Fera e a Fera - Estou nervosa

                                                                  POV CORINNE RUSSEAU

Olhei para uma porta que estava na minha frente, ela era branca. Sem pensar duas vezes abri ela, e me deparei com um quarto com uma cama de casal, e uau, era linda. Parei de encarar a cama quando me surpreendi ao ver Peter e Fares surgirem DO NADA em cima dela. Os dois estavam sem camisa, o Peter estava deitado ao lado de Fares, que recebia carinhos em sua barriga barriguda.

Como esperado, comecei a dar risada e gritos enquanto presenciava aquela cena de puro amor e romantismo entre Peter e Fares. Com meu escândalo, eles rapidamente se viraram e me viram toda vermelha de tanto rir. Fares ia falando alguma coisa com uma cara de irritado, até que meu despertador tocou às 10h15min. Era um sonho, e foi engraçado. Queria que isso acontecesse na vida real.

Me levantei da cama já me fazendo perguntas, queria saber o motivo de eu ter sonhado com o macaco do Peter. Eu estava com olheiras já, acho que é porque não ando dormindo muito bem. Meus pensamentos foram interrompidos com alguém batendo na porta do meu quarto, saco.

— Quem é? — Perguntei, irritada.

— Sou eu. — A voz respondeu.

— Sou eu quem, mula? — Perguntei novamente, dessa vez mais irritada ainda com a burrice da pessoa.

A porta se abriu, e era a minha mãe. Estranho, não reconheci a voz dela.

— Oi, mãe. Tudo bom? — Falei, abrindo um sorriso falso.

— Quem você chamou de mula, Corinne? — Ela perguntou, aparentemente irritada.

— Eu chamei? Estranho. Não me lembro de ter te chamado de mula. — Me fiz de desentendida.

— Tá, tá bom. Não precisa se fingir de burra, eu te conheço desde que você nasceu. — Minha mãe falou.

— Então... o que a Sarah quer? — Perguntei, falando o nome da minha mãe.

— Nada, só ia te acordar. Você tem mania de acordar mais tarde.

— Era isso? — Perguntei, esperando que fosse uma coisa importante.

— Sim. — Sarah respondeu e saiu.

Com pressa, fui direto para o banheiro fazer minhas higienes. Não posso me atrasar, preciso me preparar rapidamente para ir ao colégio, vulgo lugar de tortura.

Após eu ter me arrumado e comido um pouco, eu fui para o ponto de ônibus. Já estava olhando no celular as horas, com medo de chegar atrasada. Passaram-se dois minutos e o ônibus chegou, entrei e me sentei no fundo, já estava cansada de ir pra escola todos os dias.

Cheguei na escola, e puta que me te pariu. Tinha um teste hoje, sei lá, e eu não sabia de nada. Continuei a andar pelo corredor com aquilo em mente, estampando um sorriso forçado, aproveitando que ainda não havia tocado o sinal.

— E aí, migona. — Ayla falou, indo em minha direção junto com a Kate.

— E aí miga, beleza? — Cumprimentei Ayla, e logo em seguida dei um sorriso para a Kate.

— Beleza na fortaleza, miga. — Rimou.

— De boa na lagoa. — Kate imitou Ayla e rimou também.

— Tranquilo como um esquilo. — Falei, mostrando ser a mais top das rimas.

— Corinne, você parece menos maldosa hoje. — Kate mudou de assunto.

— Eu não sou maldosa, e só estou preocupada com o teste de hoje. — Me expliquei.

— Miga, não acredito que você não estudou. — Ayla falou, como se estivesse chocada.

— Tive alguns problemas de memória, então me esqueci. — Inventei uma desculpa.

— É mesmo? — Ayla disse.

— É. E falando em memória, adivinhem com quem eu sonhei? — Mudei de assunto.

— Com o Kaine? — Kate chutou.

— Eca, não. Odeio esse menino. — Falei, botando a língua para a fora, fazendo uma expressão de nojo.

— Então com quem, miga? Desembucha! — Ayla pediu.

— Com o Peter.

— Hmmmmmmmmmmm.... — As duas maliciaram.

— Credo, que isso? Eu sonhei com o Peter e o Fares. — Completei.

— Ficou de vela, foi? — Ayla perguntou.

— Eles estavam numa cama, o Peter estava fazendo carinho na barriga do Fares. — Segurei o riso.

Kate não se agüentou e começou a rir ali mesmo, chamando a atenção de quem estava no corredor. Deviam estar achando que éramos doidas. O sinal tocou e eu, Kate e Ayla subimos as escadas, indo em direção à nossa sala. Me sentei no meio, ao lado de Ayla.

— Miga, em qual período vai ter o famoso teste? — Perguntei.

— Nesse mesmo. — Ela respondeu, com um sorrisinho.

— Merda... — Falei baixinho e virei para frente, chocada.

Depois que todos os alunos se sentaram, o professor entregou o teste. Como eu não tinha estudado nada, respondi poucas coisas e chutei algumas. Minha mão já estava suada de nervosismo, quando ele recolheu as folhas, quase tive um ataque cardíaco. As aulas foram passando e eu ainda estava pensando nesse teste, pensando no quanto fui merda nele.

No fim das aulas, fomos avisados que amanhã iria ter um concurso de bolos ao ar livre. Não pensei duas vezes e fui correndo me inscrever, mesmo eu não sabendo fazer bolo. Acho que isso vai ser por sorteio...