História A Fera e a Fera - Amigo

Após Kate dar um espirrão, o professor também a repreendeu por falta de educação, alegando que uma garota não podia espirrar daquele jeito. Depois disso tudo, também teve outras aulas, até que o sinal tocou para o intervalo.

— Não se esqueçam de fazer o trabalho. — Falou a professora Alzira, mesmo sabendo que ninguém prestaria atenção no que ela estava falando, pois o sinal havia tocado.

Eu, a Gwen, a Ayla e a Kate saímos da sala acompanhando os outros alunos, indo direto para o refeitório e sentamos em uma mesa que por milagre de Deus, estava vazia.

— Gente, alguém vai comer? — Ayla perguntou, retirando uma barra de cereal do bolso do moletom que ela estava usando.

— Eu acho que vou comprar alguma coisa para comer, eu nem almocei. — Disse, com um sorriso.

— Deixa que eu compro, Lia. — Gwen falou, e eu fiquei surpresa. Era a primeira vez que ela estava sendo simpática comigo.

— T-tá bom... — Concordei e entreguei meu dinheiro para Gwen, que em seguida se levantou da mesa e foi para outro lado comprar meu lanche.

— Gwen sendo simpática? Ué. — Ayla falou, rindo.

— Ela sempre foi simpática. — Kate disse, defendendo a Gwen.

— Nem sempre, né amiga? — Ayla rebateu, com um sorrisinho.

Fiquei em silêncio enquanto Kate e Ayla discutiam sobre a Gwen, era engraçado mas bizarro. A discussão das duas foi interrompida com Corinne chegando na nossa mesa.

— Olá, imundas. — Corinne brincou.

— Oi, Corinne. — Kate parecia aborrecida quando começou a falar com Corinne.

— Oi, Coco. — Ayla cumprimentou, aparentando conhecer Corinne.

— O que vocês acham dessas fotos? — Corinne mostrou as fotos que havia tirado ontem do Fares e da Kate se beijando, e Kate começou a ficar vermelha.

— Que fotos são essas? — Peter se intrometeu na conversa, tentando olhar as fotos.

— São fotos do Fares e da Kate trocando saliva. — Corinne finalmente mostrou as fotos para o Peter, que começou a rir e a fazer uns barulhos de porco durante a risada.

— MEU DEUS!! LINDA FOTO, VAMOS COLOCAR NO MUSEU! — Ele começou a fazer um escândalo e a ficar vermelho de tanto rir, assustando as demais pessoas.

— Chega, para de ser escandaloso, nem é tão engraça... — Quando Corinne olhou novamente para a foto, começou a rir também.

— Que exagero. — Ayla comentou, enquanto via Corinne rindo.

— Ai, ai... — Corinne finalmente parou de rir e ficou séria, mudando totalmente de assunto.

— Vocês querem um leitão? — Ela perguntou como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Ué, onde que você achou o porco? — Peter perguntou para Corinne.

— Eu achei perto da casa do Fares, quando estava planejando ir contar para a tia dele que ele estava chamando minha mãe de puta tridimensional. Eu fiquei com pena do porco, só que minha mãe não gosta de leitões e quer que eu dê para alguém. — Corinne explicou toda a história, com um sorrisinho.

— E-e-eu ficaria com o porquinho, se minha mãe deixasse. — Falei.

— Acho que o meu pai vai deixar, e eu sempre quis ter um. — Peter disse.

— Ok... — Corinne só disse isso, e em seguida se abaixou e pegou uma caixa que estava ao lado da nossa mesa, no chão. Começamos a ouvir choros de porco.

— Nossa, Corinne, você guardou o porco aí? Que maldade! — Peter falou, decepcionado.

— Quer que eu guarde no cu, por acaso? — Ela abriu a caixa, botou no chão e respondeu Peter irritada.

Da caixa saiu um leitão, muito fofinho e um pouco sujo de lama, ele fazia barulho.

— Awnnn, meu filho! — Peter imitou uma voz de bebê.

— Qual o nome dele? — Ayla perguntou, quase rindo.

— É Minor. — Corinne respondeu, seriamente.

— Sua mula, é fêmea. — Peter falou.

— E como você sabe? — Corinne rebateu com uma pergunta.

— Sabendo, e não tem cara de Minor, vou trocar. — Ele respondeu de imediato.

— Ele tem cara de... — Peter começou a fazer suspense.

— Maya. Ele tem cara de Maya. — Peter completou.

— É, tem cara mesmo. — Corinne concordou.

— Também acho. — Ayla expressou sua opinião.

— N-n-não é proibido animais na escola? — Perguntei, sem dar minha opinião.

—Se fosse proibido o Peter nem estaria aqui. — Corinne disse.

—  Vou botar a Maya de volta na caixinha e inventar que estou com dor de barriga para sair da escola. — Peter ignorou Corinne e piscou.

— Boa sorte. — Corinne falou com um sorrisinho.

— Obrigado, vamos Maya. — Peter saiu de lá enquanto falava com o leitão.

— Vocês estão sabendo da festa? — Corinne sentou-se no lugar da Gwen e mudou de assunto novamente, que aleatória.

— Que festa? — Kate perguntou.

— Durrr, a festa do Adolf, criatura. — Corinne respondeu como se estivesse falando com a pessoa mais burra do mundo.

— Eu fiquei sabendo, até ganhei o convite. Eu não gosto muito de festa, prefiro ficar assistindo Netflix mas se vocês forem, eu posso ir. — Ayla disse.

— Me pediram pra entregar os convites nessa mesa, então peguem. — Corinne entregou os convites para eu e Kate e logo saiu da mesa, enquanto Gwen estava voltando.

— Eu demorei muito? — Gwen perguntou.

— É... um pouco. — Kate respondeu.

Eu e as meninas nem saímos da mesa, apenas ficamos comendo e esperando o sinal bater. O sinal bateu e voltamos para a sala de aula, eu fiquei prestando atenção na aula dos professores, enquanto estava a maior balbúrdia no fundo por conta da festa. As aulas acabaram e todos nós saímos da escola com a maior agitação.