História A filha da empregada - Eixos

A festa de formatura do Rony estava bem animada. Várias turmas da área de computação estavam se formando, e Gina alegava que se alguém não começasse a animar aquela festa os nerds ficariam só parados conversando. Então ela, Fred e Jorge pediram ao DJ da festa para que tocasse thriller do Michael Jackson porque eles fariam um remake de uma das cenas de “De Repente 30!”. Hermione agradeceu mentalmente por já ter assistido aquele filme milhares de vezes, pois os três irmãos a puxaram pro meio da pista de dança para performar junto com eles.

Até que tinha sido divertido, mas Ronald tinha ficado bravo com o “mico” que os irmãos o fizeram passar.

— Ainda bem que estou me formando, não verei mais ninguém daqui. — Rony disse depois de a pista de dançar já estar lotada de pessoas.

— Ah Roniquinho, nós arrasamos! — Gina disse — Mas fique tranquilo porque as pessoas que irão zombar de você são seus amigos, e com eles você não vai perder o contato!

— Obrigado por me lembrar, Gina.

— De nada, Maninho! Olhe só quem apareceu, senhor Potter. — Gina disse assim que Harry se aproximara deles com sua câmera fotográfica.

— E aí, pessoal. — Harry cumprimentou — Eu vi o show, parabéns vocês arrasaram! Fred e Jorge fazendo moonwalker foi literalmente a melhor parte da noite.

— Não foi não. A melhor parte da noite foi meu amor recebendo seu diploma! — Hermione disse ficando na ponta dos pés para beijar a bochecha de Rony, fazendo com que todos os outros fizessem cara de nojo.

— Mione, cunhadinha linda e muito mais favorita que o Potter. — Fred disse para provocar Harry, afinal ninguém poderia namorar a princesinha da família e sair impune dessa — Você não precisa mentir para agradar o babaca do Ronald.

— Porque obviamente, nossos moonwalkers foram literalmente a melhor parte da noite. — Jorge completou.

— Por que você não vai atrás da sua noiva, ein? Aproveite e leve este traste do Fred junto com você. — Rony disse irritado.

— Eu vou mesmo, mas já já eu volto pra requebrar este quadril aqui. — depois de uma cena bizarra de Jorge rebolando ele saiu levando Fred consigo.

— Como está se sentindo o nosso primeiro graduado do grupo, ein? — Harry perguntou.

— Bem, tirando a parte de que estou envergonhado pelo incrível número de dança que meus irmãos fizeram, eu estou bem contente! — Rony respondeu.

— Eu estou bem orgulhosa! — Hermione disse abraçando o namorado.

— Eu também estou. — Harry disse indo dar alguns tapinhas nas costas do melhor amigo.

— Na verdade nós todos estamos! Own, esse é um bom momento para um abraço em grupo! — Gina disse indo abraçar os outros três.

— Ok, ok. Obrigado pessoal, isso é muito importante pra mim! — Rony agradeceu.

— Você viu a mamãe como ela estava aos prantos? Até o papai chorou!

— Eu vi, Ginny. E também vi que os dois pediram para vocês não fazerem o número de dança e mesmo assim fizeram. — Rony disse tentando parecer bravo.

— Oras, você fala como se alguém tivesse o direito de impedir o meu show!

(...)

Hermione não largara do pai um segundo sequer, desde o hotel até a sala de embarque do aeroporto. Toda vez que alguém a olhava podia notar seus olhos vermelhos e alguns soluços abafados. Seu pai partiria no próximo voo para Nova Iorque e voltaria para casa, e seu irmão juntamente com a família dele embarcaria uma hora depois num voo que partiria para Dublin.

Ela já tinha pedido muito para que ficassem por mais tempo, porém após um mês em Londres eles tinham que voltar para suas vidas, não poderiam deixar tudo pra trás. Seu pai tinha um emprego e seu irmão sua floricultura, eles tinham que voltar.

A situação não era difícil só para ela. Com a filha chorando agarrada ao seu corpo, Adam perdia cada vez mais a coragem de ir embora. Ele lembrava-se do dia em que a deixara no abrigo, sua menina estava da mesma maneira como naquela vez. Ele apertou-a mais contra si mesmo e sentiu as lágrimas dela molharem sua camisa. Hermione ainda era pequena como antes, frágil, dócil e bondosa e se tornara uma linda mulher. Às vezes ele se entristecia por ter perdido o crescimento dos filhos, mas se orgulhava por ser pai de dois adultos maravilhosos.

— Nós vamos nos falar sempre, minha filha. Você estará sempre perto de mim, tanto em meu coração como nas capas de revistas das bancas de jornal.

— Isso não é o suficiente pra mim. — ela disse manhosa entre um soluço e outro.

— Eu já conversei com meu genro, vocês irão passar as férias de vocês comigo. Eu vou alugar um apartamento e...

— Pai, se o senhor precisar de ajuda com qualquer coisa...

— Eu posso contar com você, eu sei disso. Assim como você pode contar comigo sempre! Vocês dois! — ele disse lançando um olhar para Johnny que desviou o olhar daquela cena imediatamente.

Estavam no aeroporto para se despedirem daqueles que partiriam naquela tarde: Hermione, Ronald, Helena, Fred que os ajudara muito e até mesmo Suzie que sempre quisera conhecer os dois filhos da grande amiga de trabalho. Ouviram o anúncio da última chamada para os passageiros embarcarem, e foi aí que Hermione não conteve os seus soluços.

— Eu tenho que ir, minha fadinha. Não se esqueça que eu amo você! — ele beijou a testa da filha antes de abraçá-la.

— Eu também te amo, pai. Me avise quando chegar lá? Por favor...

— Eu avisarei meu anjo, avisarei.

Ele passou a se despedir de todos os outros ali presentes. Pegou a menina Lisa no colo e lhe dera um livro infantil de presente, assim como ensinara sua própria filha a ser uma devoradora de livros ele gostaria de ensinar sua neta a ser também. Se despediu de Helena, Suzie, agradecera Fred por tudo e fez uma leve brincadeira com Ronald e Violet, pedindo para que os dois cuidassem muito bem de suas dois joias preciosas e também exigiu que ficasse informado sobre tudo o que dissesse respeito ao seu segundo neto que estava no ventre da mulher.

Quando passou na frente de Johnny surpreendeu-se quando o rapaz o abraçou. Retribuiu fortemente o abraço, e ao perceber que o menino soluçava ele rendeu-se ao choro também. Esticou o braço na direção de Hermione e a morena entendeu que ele a chamava para fazer parte daquele momento, então ela foi ao encontro dos dois chorando também.

— Eu senti a sua falta. — Johnny disse para o pai.

— Eu também senti meu filho, senti falta de vocês dois.

— Senhor Granger, acho melhor ir antes que perca o voo. — Fred avisou e ele se separou dos filhos.

— Isto não é um adeus, ok? Não é como da outra vez. — Adam disse e beijou os filhos pela última vez.

Enquanto ele pegava sua única mala que insistira em levar consigo no avião, a pequena Lisa foi para o colo da tia. A menina estava assustada com toda aquela situação depois de ver o pai, o avô e a tia chorando e quase começou a chorar também, só não o fez quando a tia coruja lhe disse que estava tudo bem.

Adam caminhou em direção à sala de embarque e antes de desaparecer no meio das outras pessoas ele lançou um olhar para seu filho, sua filha e a neta que estava agarrada a sua filha caçula, repousando sua pequena e inteligente cabecinha nos ombros da tia. Sentiu seu peito aquecer e finalmente deu as costas e foi embora sorrindo por ter tido como sua última visão as três figuras mais importantes de sua vida até agora.