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História A forgotten future - VI day: One of us


Escrita por: Hiy-chan

Capítulo 6 - VI day: One of us


Lucy On

Olhei para trás vendo Gajeel e um outro homem loiro nos seguir, seguimos juntos pela metade da noite, o dia que amanheceu avermelhado pela poluição e o sol que mesmo tão cedo já queimava nossas peles. O muralha humana piscou para mim tentando amenizar o clima, mas estava tensa demais para fazer o mesmo. Tentei passar confiança nas minhas palavras para o demônio rosado, mas estava apreensiva demais para o que estava por vir. Senti os braços de E.n.d rodearem minha cintura e me puxarem de repente para o lado, fomos recebidos por uma chuva de balas. Apertei a arma com força nas mãos sentindo o rosado fazer o mesmo na minha cintura.

-Isso é loucura... –sussurrei

-Na verdade, estava achando estranho demorar tanto para outro ataque. –o loiro suspirou

-Vamos logo! –E.n.d correu em direção aos tiros atirando também.

-Mais um dia no paraíso. –Gajeel falou seguindo o rosado, o loiro apenas concordou e seguiu eles.

Pensei em seguir eles, porém minhas pernas falharam me forçando a me apoiar em um carro completamente destruído. Olhei para minha perna direita e vi algumas gotas de sangue sujarem o chão manchando a minha calça com a cor carmesim.

-Merda!

-Acho melhor você se concentrar na luta, amor! –virei minha cabeça para cima rapidamente vendo um homem com uma arma em punho mirando na minha cabeça, ele tinha um capuz sujo escondendo o rosto mas a tatuagem em seu olho esquerdo parecia querer se exibir.

-E você é?...

-A pessoa que vai acabar com você. –ele fez menção de atirar, mas fui mais rápida me jogando para o lado.

A chuva de tiros voltou com mais força, tentei me levantar apoiando meu peso no meu joelho esquerdo, houve uma gritaria absurda, seguida de mais tiros. Vários homens em motos nos cercaram, começaram a fazer cavalo de pau levantando a poeira enquanto um círculo era riscado no chão pelas rodas lisas, comecei a recuar, não conseguia ver um palmo a minha frente até encostar em alguém, virei com os calcanhares mirando rapidamente na cabeça do adversário até parar no último segundo. O dedo no gatilho tremendo enquanto o suor frio escorria pela minha testa.

-Ei, Ei, calma aí lôra, estamos do mesmo lado. –Gajeel se apressou a dizer.

-Por enquanto. –a voz do rosado atrás de mim estava irritada, decidi ignorar sua provocação.

-E agora? –o loiro se juntou a nós ficando de costas para o Gajeel que imitou seu movimento esperando uma brecha para atacar qualquer um que se aproximasse.

-Não temos muita escolha, esperem meu sinal e atirem em qualquer um que entrar nesse monte de areia. –todos concordamos e nos viramos formando um circulo.

O barulho dos motores das motos era ensurdecedor, a gritaria que parecia não querer cessar tão cedo, meu coração palpitando e minhas mãos suando, se tinha alguma palavra para descrever esse momento era “Fodido”, o momento mais fodido da minha vida.

-Parem aí! –uma voz grossa ordenou, e quase instantaneamente as motos pararam, como se fosse um espetáculo em perfeita sincronia, eles ainda nos cercavam, agora com armas e barras de ferro nas mãos.

-Acho que quero aquela moto ali. –Gajeel parecia aéreo a tudo a sua volta.

-Pegue-a. –uma figura apareceu caminhando lentamente no meio dos homens, a poeira agora se dissipava lentamente revelando o homem de antes vindo em nossa direção.

-Você? –disse o encarando, vi de soslaio o E.n.d me encarar confuso.

-Você não me ouviu? Pegue-a... –ele parou a alguns metros de nós me ignorando completamente antes de levantar o rosto, exibindo um sorriso maldoso– Se puder.

-Uma MTT Turbine Superbike Y2K? –Gajeel estava maravilhado, parecia não levar as palavras do homem com capuz como uma ameaça, mas eu levei, quando vi Gajeel começar a andar em direção a moto me apressei para segurar seu ombro o impedindo.

-Não acho uma boa ideia.

-Ei! Calma aí lôra, você sabe quanto vale uma moto dessas aqui? –ele disse visivelmente irritado.

-Sei que não vale mais que sua vida. –disse voltando minha atenção para o homem a nossa frente.– Nós apenas queremos levar  a Wendy de volta. Queremos evitar mais um confronto.

-Ora, ora, parece que temos uma diplomata no recinto. –ele riu soberbo.– Apresente-se loirinha. –ele disse puxando rapidamente uma pistola da cintura e apontando para mim.

-Vamos com calma garotinho, isso não é brinquedo. –levantei minhas mãos em sinal de rendição.– Meu nome é Lucy Eucliffe, e eu pretendo continuar viva.

Os homens das motos não tinham nenhum pudor, encaravam meus seios e minhas pernas com os olhares carregados de luxúria, isso me fez fechar as mãos em punhos indignada, Gajeel, E.n.d e o loiro de antes permaneciam em silêncio observando tudo com tranquilidade.

-Bem, para responder sua pergunta, não estamos com nenhuma “Wendy” aqui. Estamos apenas com nosso novo mascote. –os homens riram com as palavras dele.– Mas, se quiser ficar no lugar dela, podemos negociar.

-O quê?

Nesse momento, um homem ruivo se aproximou de nós puxando uma longa corrente de ferro, na ponta pudemos ver uma pessoa de estatura baixa com a cabeça dentro de um saco sujo sendo praticamente arrastada em nossa direção, meus olhos se arregalaram no momento que vi seus cabelos azuis balançando com a forte ventania que fez a poeira levantar.

-W-Wendy? –ouvi o rosnado de raiva de Gajeel, que só foi impedido com muita dificuldade de vir para cima do homem por conta do loiro. E.n.d continuava imóvel, não tinha expressão alguma, mas podia perceber sua raiva quando ele cerrou os punhos.

-Seu desgraçado... –Gajeel cuspiu as palavras completamente irado.– Ela é só uma criança!

-Não meu caro, ela é o meu novo mascote.

Ele sorriu se divertindo com nossa raiva indo em direção da pequena, o homem então colocou a mão em cima do saco e o puxou de uma vez revelando os olhos inchados por conta do choro da menina, assim que nos viu mais lágrimas gordas escorreram do seu rosto, ela abriu a boca para tentar falar, mas foi impedida pelos soluços por conta do choro.

-C-Calma Wendy. Vamos tirar você daí. –disse tentando sorrir para a menina, mas estava tão difícil sorrir naquela situação.

-O que você vai fazer? –o loiro perguntou para mim quando viu que Gajeel já estava mais controlado.

-É, amorzinho, o que vai fazer? –ele ria da situação, não fazia o mínimo esforço demonstrar sensibilidade pela dor da menina, e eu? Eu me segurava para não dar um tiro bem no meio de sua cabeça.

-Esse filho da puta está certo em uma coisa, garota, estamos em desvantagem aqui, o que pensa em fazer? –o loiro disse não tendo muita esperança em mim.

Levantei minha arma, sentindo minha mão tremer de raiva, mirei bem na sua cabeça, ouvindo todos os homens destravarem suas armas e mirarem em nós, Wendy puxava as mãos tentando tira-las da algema que era presa pela corrente chorando ainda mais, mas ao invés de atirar, soltei minha arma escutando o som abafado dela caindo no chão.

-O que está fazendo? –ouvi a voz do rosado depois de tanto tempo naquele silêncio.

-Bem, ele mesmo disse, se eu quiser ficar no lugar dela, poderíamos negociar, não? Ou você não tem palavra? –disse indo em passos lentos na direção do homem.

Aqueles malditos abaixaram as armas somente para começarem a falar palavras nojentas e pedir, quase suplicar para que o chefe deles aceitasse minha oferta. Ele pareceu gostar da ideia, pôs fez um sinal com a cabeça como se concordasse. O homem ruivo se aproximou de mim puxando Wendy junto, o ruivo fez menção de tirar a corrente das mãos dela, mas então parou quando viu que o cara do capuz levantou a mão mandando para ele parar.

-Mas por que eu deixaria ela ir embora, se eu poderia ter vocês duas e matar esses imbecis? –ele disse se aproximando de Wendy.– Além do mais, ela pode ser útil, essa carinha de inocente dela pode ser muito útil na verdade.

-Mas ela não pode fazer agora o que eu posso fazer. –disse indo em direção aos dois e tirando com força a mão dele que agora acariciava a bochecha dela, ele levantou olhar me encarando.– Só quero que solte-a, e a deixe ir com eles. Depois disso, farei o que quiser. Posso ser bem útil, sou uma excelente atiradora, tenho certa experiência em hackear computadores e acessar arquivos que podem garantir uma vida boa para você e seu grupo. Muito melhor que uma simples garotinha do nada. –disse fingindo falar com desdém para Wendy.

-Muito bem! –ele riu alto.– Ótima atuação! –ele bateu palmas lentamente.

-Não estou atuando, de fato eu posso ser útil a vocês!

-Eu sei... Mas fingir não gostar da garota é ir um pouco longe demais. –ele cruzou os braços sério.– Mas estou me sentindo caridoso hoje, então irei atender a seu pedido. Vá logo fedelha, antes que eu mude de ideia.

Ele se aproximou novamente dela, mas dessa vez com uma chave na mão. O barulho das algemas que a acorrentava sendo destrancadas ecoou no lugar, Wendy olhou para mim esperando uma resposta, confirmei com a cabeça fazendo ela engolir o seco e ir em passos tímidos em direção aos rapazes.

-Uma troca por outra. –ele veio em minha direção segurando meu pulso e puxando com brutalidade, fui forçada a ir atrás dele sentindo minha perna latejar pela dor.– Vão logo, antes que eu mude de ideia, vocês tem cinco minutos para sair da minha área ou serão mortos aqui mesmo.

Wendy correu para os braços do Gajeel que segurou a menina com apenas um braço sem muito esforço, ele encarava o rosado juntamente com o loiro que parecia esperar um comando, acho que de certo modo eu tinha um pingo de esperança que ele de alguma forma me levasse junto com eles, que ele desse um jeito para eu não ficar para trás. Mas ele virou as costas e em passos lentos começou a andar sendo guiado por alguns homens de moto.

-Ora, não faça essa cara querida, achou mesmo que eles iriam ser malucos o suficiente para te levar daqui? São apenas três homens e uma garotinha, eles mal tem armas. Como podem te levar? –tentava fingir, mas aquilo estava me corroendo.

Eu dei minha vida, minha liberdade por eles, e eles simplesmente vão embora? Como pude ser tão burra?

-Ela tem todo direito de achar isso. –olhei para o rosado que parou no mesmo segundo junto com Gajeel e o loiro.– Porque é o que iremos fazer.

Parecia tão surreal para mim, em um momento estava praticamente nos braços daquele homem asqueroso, no outro estava sendo puxada as pressas pelo E.n.d, Gajeel de alguma forma conseguiu pegar a moto que ele parecia tão maravilhado, Laxus atirava nos desgraçados enquanto subia em outra moto, Wendy, mesmo tão pequenina atirava nos homens com a maestria de um soldado do governo.

E o E.n.d? O E.n.d estava em cima do desgraçado socando o rosto dele, enquanto ele estava mole no chão o sangue dele respingava em cima de mim, eu estava atônita ao seu lado, via tudo aquilo sem poder acreditar, acreditar que eu iria viver mais um dia, olhei para o lado vendo o rosto do homem agora sem o capuz desfigurado, completamente ensanguentado.

-Isso é por tocar nos meus companheiros. –o rosado disse limpando o canto da boca enquanto a sua respiração falhava, seus olhos estavam escuros, ele tinha uma aura pesada ao seu redor, não parecia de maneira alguma o líder provocador que ele parecia ser.

-Temos que ir E.n.d! –o loiro disse dando partida na moto e indo em direção a saída daquele lugar.– Tem mais daqueles desgraçados vindo!

-Vamos logo! –Gajeel falou dando a partida na moto dele.

Wendy subiu na moto de Gajeel quando ouvimos o som de tiros se aproximando, olhei para E.n.d que estendeu a mão para mim, mas ainda estava tão perplexa a tudo que demorei a entender seu gesto, quando fiz menção de segurar sua mão ele me puxou me jogando no seu ombro indo em direção a uma moto, ele puxou o corpo de um dos cara que estava morto de cima dela e me jogou sentada em ali.

-Você disse que é uma excelente atiradora. –ele jogou uma arma nas minhas mãos.– Vamos ver isso agora.

Ele subiu na moto dando a partida seguindo Gajeel e o loiro gritando o caminho inteiro para eu atirar nos homens que se aproximavam, com ajuda de Wendy conseguimos acabar com eles, não com todos eles, mas o suficiente para podemos sair do campo de visão dos outros que sobraram. Voltamos ao acampamento enquanto amanhecia, a luz do sol levantava-se lentamente aquecendo meu corpo.

Olhei para Wendy que agora roncava apoiada nas costas de Gajeel que agora tinha uma expressão fechada, enormes olheiras denunciavam seu cansaço, mas não estávamos muito diferente dele. Fomos recebidos por gritos e aplausos das pessoas do acampamento, Wendy acordou na mesma hora assustada e foi levada as pressas por Levy e Mirajane para uma das tendas.

Gajeel e o loiro foram guardar as motos e se juntar ao pessoal que perguntavam animadamente sobre nossa aventura, muitos preocupados com os machucados deles, outros preocupados com a Wendy, enfim, todos se preocupavam com todos.

-Ei... –olhei nos olhos do rosado que me encarava.

-Hum?

-Não vai descer? –ele levantou a sobrancelha esperando minha resposta, foi aí que me dei conta, estava ali como uma tonta com meus devaneios.

-Desculpa. –desci da moto, não sei porque pedi desculpas, talvez eu estivesse cansada demais para aguentar mais uma briga tola, ele deu de ombros começando a empurrar a moto com ele.– Espera!

-Hum? –ele parou mas não me olhou nos olhos.

-Por que... Por que vocês não foram embora? –tenho que admitir que aquilo estava se passando na minha cabeça o caminho todo.– Vocês poderiam simplesmente sair de lá com a Wendy e um problema a menos.

-Eu sei. –ele riu, um riso sincero.– Mas somos fiéis aos nossos companheiros, e infelizmente... Você agora é uma de nós, nossa companheira, então eu praticamente fui obrigado a te salvar.

-Eu não pedi nada! –gritei irritada.

-Eu sei. –ele se virou para me olhar.– Mas você mereceu.

Quer saber? Foda-se o cansaço, fui em direção a ele mesmo mancando para discutir sobre sua resposta, mas minha perna vacilou me fazendo perder o equilíbrio e cair para frente, achei que iria sentir o chão duro, mas na verdade senti o macio das roupas dele, ele me segurou com dificuldade me impedindo de cair de cara no chão, mas acabou largando a moto, e o barulho da moto caindo no chão acompanhado da sua buzina que começou a tocar foi o suficiente para fazer todos olharem em nossa direção.

-Você tem um talento incrível para ser o centro das atenções né, lôra aguada?

-O que foi que você disse, demônio rosado?

-Vocês dois deveriam disfarçar mais... –olhamos para baixo vendo Wendy que nos encarava rindo.– Está tão na cara que vocês se gostam!

-CLARO QUE NÃO! –acabamos gritando juntos, merda! Odeio esse maldito cabeça de fósforo!



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