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História A forgotten future - VII day: Are you still friends?


Escrita por: Hiy-chan

Capítulo 7 - VII day: Are you still friends?


Lucy On

Já se passaram mas de três semanas desde o incidente com a Wendy, e como esperado nesse meio tempo não consegui atualizar meus relatórios, na verdade, nem teria como, o sinal daqui é péssimo, e quem diria que um rádio chinfrim que não consegue sintonizar nenhum canal sem ficar com ruídos insuportáveis seria meu melhor aliado até agora.

Passei um tempo dormindo no quarto do E.n.d até o maldito praticamente me expulsar de lá, com a desculpa de que eu estava abusando da sua boa vontade. Claro que fiquei indignada, principalmente porque eu merecia ter um bom lugar para dormir, se não fosse pelas cobertas de seda, e a cama mais fofa de todo o mundo, eu com certeza já teria matado aquele maldito rosado pelas provocações dele.

Sim, nossa relação mudou muito nesse tempo. Mas acredite, prefiro mil vezes o E.n.d calado, bom líder, e sério, do que o palhaço alimentado por provocações que ele se tornou. Mas mesmo que eu esteja atrasada nos meus relatórios, não me desviei do meu alvo. Preciso arrumar um meio de levar Natsu comigo, pelo menos consegui a confiança dele, pelo que tudo indica.

Agora, só preciso dar um jeito de sair daqui sem ninguém desconfiar e levar ele talvez de boa vontade comigo, ah!... Claro né, Lucy! A coisa mais fácil do mundo é sair de uma gangue em um mundo destruído sem ninguém desconfiar!

-A quem eu quero enganar? –suspirei derrotada.

-Falando sozinha, lôra? –dei um pulo para trás com a voz repentina, me virei dando de cara com Gray, o moreno que insiste em ficar ficar sem camisa.

-O que aconteceu com os bons modos? –ele arqueou uma sobrancelha.– Até onde eu sei, um rapaz não pode entrar assim no quarto de uma moça!

-Hã?! –ele começou a rir.– Acha mesmo que temos algum tipo de privacidade aqui, loirinha? Cara, eu passei a noite toda ouvindo os gemidos da Evergreen enquanto ela trepava com o Elfman em uma cama a cima da minha, tipo, literalmente, era um beliche, bom, era, até os dois quebrarem.

Não resisti a cara de nojo do Gray e caí sentada de tanto rir, não demorou muito para ele desmanchar a carranca no lugar da sua cara e rir também, claro, imaginar a cena de duas pessoas transando e uma outra sendo obrigada a ouvir tudo, não parece nada legal, mas contanto que essa pessoa não seja eu, por mim tudo bem.

-M-Mas afinal, –limpei as lágrimas que se formavam no canto dos meus olhos.– O que você está fazendo aqui?

-Bem, eu estava procurando a Juvia, mas já que você está aqui, acho que posso perguntar para você.

-Ah, claro... –dei leves batidas nas minhas roupas enquanto prestava atenção nas palavras dele.

-Você se importa em ir comigo até a fonte? O estoque de água já está acabando, e com a porra da chuva ácida que acabou com os outros galões que ainda tínhamos não sobrou muito para o pessoal todo.

-Claro! Você se importa que eu fale com Levy antes? Tinha prometido ajudar ela a achar um canal que ainda tenha alguma sintonia no rádio. –perguntei sorrindo de lado.

-Não, é que, o E.n.d queria que fossemos rápido, sabe, antes que o pessoal se dê conta do real nível do problema.

-É tão grande assim? –perguntei indo até minha mochila e pegando uma arma colocando na cintura, ele suspirou coçando a cabeça afirmando sem ânimo.

-Infelizmente sim, lôra.

-Tudo bem, me dê alguns minutos para eu guardar umas coisas que eu vou com você.

-Certo, te encontro na área leste, onde ficam as motos. –confirmei com a cabeça esperando ele sair do dormitório feminino.

...

Era tarde, e esse foi o horário mais propício que encontramos para ir buscar água na tal fonte, é óbvio que não estou aqui a muito tempo, mas para mim está mais do que claro que quando o sol vai embora é ai que tem mais chances que acontecer alguma merda. Segui o caminho indicado por Gray levando dois galões vazios comigo.

E lá estava ele, escorado em um quadriciclo, com os braços cruzados sobre o peito com um olhar distante, até pensei em dar um susto nele, aí me lembrei que isso tem muito mais a cara da Wendy do que a minha, e de qualquer maneira perdi a chance, o moreno percebeu minha aproximação e olhou na minha direção pegando um capacete e estendendo para mim.

-Não sabia que você se preocupava tanto com a segurança, senhor Fullbuster.

-Não me preocupo, mas não quero matar o novo bichinho favorito do chefe. –ele lançou uma piscadela seguida por um sorriso malicioso, joguei os dois galões nele que desviou sem nenhum problema ainda sorrindo.

-Não me faça perder a paciência, Fullbuster.

-Não ouso tal ato, Eucliffe. –ele sorriu travesso, não pude evitar sorrir também.

Esqueci de mencionar que minha relação pessoal melhorou bastante, bom, menos com uma pessoa, Juvia me via como uma “rival do amor”, antes até tentava explicar para ela que minha relação com o Gray não passava de uma amizade, mas desisti depois de três chiliques nervosos da azulada.

-Então... Vamos? –concordei pegando o capacete e colocando sobre minha cabeça já subindo no quadriciclo, Gray pegou os dois galões colocando cada um ao meu lado amarrados por uma corda, no total possuímos quatro galões que temos o dever de encher.

Assim que Gray se certificou que os galões estavam bem amarrados ele subiu dando a partida, demorou alguns segundos até o quadriciclo ligar, o barulho do motor parecia agradável para ele, já que no mesmo momento Gray relaxou a postura segurando com mais firmeza no guidão.

-Pode segurar na minha cintura loirinha, eu não mordo. –ele disse sorrindo.

-Ah, jura? –brinquei arqueando uma sobrancelha.

-Só se você quiser.

Antes que eu respondesse Gray puxou um pano para cobrir o nariz e a boca arrancando com o quadriciclo me forçando a segurar sua cintura. Olhei para a lua que tinha a cor escarlate iluminando o céu, era uma noite sem estrelas, como as várias que já estava acostumada a ver.

Ao longe podia ver o tom vermelho alaranjado tomar conta do horizonte e a fumaça negra sujar o céu. Suspirei cansada, algum dia, eu vou ver aquele céu azul novamente, cheio de estrelas, com a lua prateada limpando tudo, e não vai ser artificial, será real, tão real que vai parecer até que estou sonhando.

- O que foi, loirinha? –olhei baixo, Gray me olhava de canto.

-Nada, só estava... Só estava pensando.

-Pensando? –concordei, ouvi ele suspirar e voltar sua atenção para a estrada.– logo, logo vamos chegar.

-Certo.

Passei mais alguns minutos apenas olhando o que podia do céu, até sentir Gray freiar bruscamente, olhei para ele confusa e ele simplesmente desceu desamarrando os galões.

-Chegamos.

Gray pegou dois dos galões e colocou nas minhas mãos, fazendo um sinal para eu esperar, e assim eu fiz, assim que ele pegou os outros dois ele saiu na dianteira tomando espaço entre mim, comecei a segui-lo até chegarmos em um pequeno riacho, o que me surpreendeu não foi o fato de ter um riacho no meio do nada com água limpa, o me surpreendeu foi ver o Gray chutar aquela água deixando ela lamacenta pela sujeira nos seus pés.

-O que você está fazendo, garoto! –deixei os galões caírem e fui em sua direção o puxando dali.– Isso é água potável! Você sabe o quanto é difícil achar água assim?

-Essa água 'tá podre. –ele riu soberbo.– A água que vamos usar está debaixo dessa terra toda, temos que cavar um pouco antes da verdadeira água pura chegar.

-... O quê? –o olhei descrente.

-Essa água tá aqui a muito tempo, Lucy, acha mesmo que nenhum filho da mãe não mijou aqui? Ou sei lá, trepou? A única água que ainda vale a pena buscar é a que vem da fonte, que está enterrada aqui. Foi por isso que te chamei, para te ensinar logo 'pra quando você vier sozinha não matar a gente. –ele riu baixo antes de começar a cavar com as próprias mãos não muito perto do riacho.

-Você poderia ter me falado antes. –me ajoelhei e comecei ajudar ele a cavar, suspirei derrotada.– Me sinto uma idiota.

-Você não é idiota, Lucy. –ele riu um pouco mais olhando para o céu.– As coisas nem sempre são o que parecem.

-O quê? –ele me encarou sorrindo torto.

-Lucy... Preciso te contar uma coisa.

...

Chegamos com os quatro galões cheios, assim que Gray parou o quadriciclo pulei dali, estava tão fora de mim que nem vi o rosado na minha frente.

-Ôpa! Ôpa, lôra aguada! Já está virando habito a gente se encontrar assim. –olhei para ele que tinha um sorriso divertido no rosto.

-...–não consegui o encarar por muito tempo, virei o rosto e praticamente corri para os dormitórios femininos, vi de longe Gray se aproximar do rosado sorrindo.

-O que deu nela, Gray?

-Não sei, talvez esteja cansada. Me ajuda aqui com esses troços d’água, chefe? –Gray lançou um sorriso provocativo, o rosado devolveu o mesmo sorriso antes de pegar os outros dois galões de água sem dificuldade.

Já no quarto partilhado, eu me encontrava deitada na cama com o braço sobre o rosto, não acredito nas coisas que o Gray me disse, nas coisas que ele tento... De repente senti um peso sobre minha cama e duas mãos agarrarem os meus braços com força, pensei em gritar mas minha primeira reação foi usar minhas pernas para tentar imobilizar a pessoa.

-C-Calma aí, Lu! –a segurada das mãos foram ficando mais suaves, quando abri os olhos vi Wendy começando a ficar vermelha, dando pequenos tapinhas na minha perna para que eu a soltasse.

-Eu disse que isso de dar susto nas pessoas ainda ia te meter em encrenca, Wendy. –Mira apareceu ligando o interruptor e assim acendendo todas as luzes do quarto, soltei Wendy aos poucos tentando fazer os batimentos do meu coração se normalizarem.

-O que foi Lucy? Parece que viu um fantasma. –Wendy disse se levantando e ficando ao meu lado na cama.

-É claro né, Wendy. Também, com o susto que você deu na pequena. –Mira disse colocando a mão no rosto suspirando.

-Quem é pequena??? –Levy apareceu segurando nas mãos uma caixa maior que ela com vários livros, folhas soltas e outras coisas.

-Esquece, meninas. Eu 'tô bem, só que hoje... Hoje eu estou cansada, só isso. –disse me escorando na cabeceira da cama.

-Sei, sei. –Levy pareceu entender que eu não estava disposta a falar, então apenas colocou a caixa em cima da sua cama e veio se sentar ao meu lado.– Enfim, mesmo estando cansada, que tal vir com a gente comer algo?

-Achei que a hora de pegar a ração da noite já tinha passado. –falei confusa.

-Sim, sim, mas hoje é especial. Não é verdade, Mira? –olhei para Levy que tinha um sorriso de cumplicidade e depois para Mira que sorria timidamente.

-Pois é. Na verdade foi por isso que eu e a Wendy viemos aqui, logo depois de você sair com o Gray, Elfman pediu Evergreen em casamento.

-Casamento? –não pude controlar a surpresa em minha voz.– Eu nem sabia que esses dois estavam namorando.

-Na verdade, eles não estavam. Meu irmão acabou se apressando demais e a pedindo em casamento antes mesmo de pedir ela em namoro. –Mira riu um pouco, enquanto Levy e Wendy seguravam a risada– Como o esperado, ela disse não.

-Maaas... –Wendy começou.– Ela não disse nada sobre o namoro, então depois de tanto tempo sem assumir nada seguro para nós...

-Depois de tanta birra e brigas entre eles, –Levy continuou– Ela disse sim ao pedido de namoro. E como esperado Elfman disse... –as meninas encheram os pulmões de ar antes de cada uma imitar o irmão da Mira falando em uníssono.

-“Pedir a garota certa em namoro, é coisa de homem!” –elas caíram sobre minha cama rindo, não pude evitar de gargalhar imaginando a cena.

...

Estava no centro do acampamento, tinha uma enorme fogueira naquele meio, várias pessoas conversavam entre si. Algumas mulheres dançavam rodeando a fogueira, observei Juvia e Mira tocarem alguns instrumentos enquanto cantavam. A música soava tão alta quanto as risadas das pessoas, em um monte de almofadas, algumas crianças dormiam, entre elas, Wendy, que chegava a roncar.

Cana e Gajeel bebiam enquanto olhavam a fogueira, de longe podia ver os olhos de Levy marcando fulminantes Gajeel, que de tão bêbado cantava fora do ritmo da música, Elfman e Evergreen tinham sumido, com certeza aproveitando os benefícios de um namoro público, a única pessoa que ainda não tinha visto naquele meio era o rosado, não que isso era algo ruim, mas um líder longe da festa entre seus companheiros não era algo bem visto. Pelo menos na minha opinião.

-E aí, Luce? –estava bom demais para ser verdade, o demônio rosado sentou ao meu lado olhando para a fogueira.

-É Lucy. –peguei uma caneca e senti o cheiro forte da bebida que queimou minhas narinas, não me importei muito e beberiquei o conteúdo.– Veio agradecer pela minha ajuda?

-Ora. –ele riu pelo nariz.– Fez mais que sua obrigação, e outra, só teria sido ajuda se você tivesse além de levado os galões, tê-los colocado de volta no lugar que os pegou.

-Claro, você nunca está satisfeito. –revirei os olhos bebendo um pouco mais da bebida.

-Agora sim, está começando a me entender. –ele riu bebendo mais do líquido da sua garrafa.

-...

-Os trabalhos de quem é o líder nunca são nada fáceis, as pessoas sempre esperam o melhor de você. E nem sempre você pode dar a elas o que elas querem. –olhei para ele compreendendo suas palavras.

-Você só tem que ser você mesmo. Eu já percebi, “E.n.d”, apesar de ser bem filho da mãe, as vezes, você se importa com os seus. Isso para mim é uma qualidade muito boa. –olhei para o céu e depois para as pessoas do acampamento, cada uma delas, velhas ou novas, todas confiam nas decisões dele, não importa o quão estranha possa parecer.

-No final, –olhei para ele enquanto ele bebia. De repente ele começou a falar com a boca por debaixo da garrafa.– Você não é tão diaba assim lôra, talvez confusa no começo, mas é alguém de bom coração. –ele deu um sorriso sereno, pela primeira vez desde Sting senti meu coração bater descompassadamente, talvez eu esteja com... medo?

-"As coisas nem sempre são o que parecem." –repeti a frase que ouvi e suspirei olhando pro chão, senti o olhar de Natsu sobre mim, ele riu um pouco mais.

-Mas você parece exatamente com isso que eu te disse, só não vê ainda. –ele pousou a mão sobre meu ombro antes de me usar como apoio para levantar, ele cambaleou para o lado antes de virar-se para me encarar.– Boa noite, lôr— ôpa! Lucy. Boa noite, Lucy.

Vi ele cambaleando ir na direção de Gajeel e Cana, de longe o rosado começou discutir com o muralha humana enquanto Cana ria da cena aproveitando o momento para roubar a bebida de Gajeel. Esse lugar, realmente é tão estranho.

-Lucy... –olhei para cima dando de cara com Gray, ele estava sério, parecia um dos poucos que ainda não estava bêbado, e isso chamou minha atenção, principalmente pelo que aconteceu mais cedo na fonte.

-Sim? –ele se sentou ao meu lado me oferecendo uma bebida, neguei com a cabeça mostrando meu copo quase vazio.

-Sinto muito pelo que te disse mais cedo, mas espero que compreenda meus motivos e minhas ações. –concordei incerta, queria simplesmente sair dali e fingir que nada aconteceu.

-Você têm seus motivos... E eu tenho os meus, Gray. –falei olhando para a fumaça negra da fogueira que subia até o céu.

-Ainda somos amigos, Lucy? –o olhei surpresa e acabei deixando meu copo cair no chão.

E agora? Depois de tudo que ele me disse, será que ainda somos?


Notas Finais


Então gente? Eles ainda são? O que será que o Gray falou pra Lucy na fonte??? Tãm tãm tãããm... Um dia eu conto pra vcs.


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