Recebi alta depois de assinar muitos papéis. Meu estado físico e mental estava bom; ou melhor, quase bom.
O dia estava ensolarado, no carro estávamos todos juntos; quero dizer, quase todos juntos. Kwon ao meu lado, Leonardo do outro e minha tia no volante. Estávamos em silêncio, sem ter o que comentar sobre o que havia acontecido. Até achamos melhor assim, pelo menos acho melhor assim. Não há o que comentar, erramos e pronto.
Em casa, Kwon e Leonardo me levaram até meu quarto, me acomodaram na cama e ficaram sentados do meu lado perguntando se havia melhorado.
Eu disse que mais ou menos. Mas da pra andar mesmo sem ajuda.
Em menos de 5 minuto, ainda estava exausta pelos medicamentos, então pedi pra que me descem licença para dormir mais um pouco. E assim, eles fizeram; me deram licença.
Descabelada, acordei com risadas e muitas conversas; o que me fez levantar da cama com raiva, olhei para a tela do celular coçando o olho esquerdo que ardia. Fui ao banheiro e passei uma água no rosto, conseguindo ver claramente meu rosto, resolvi observar os hematomas causados pelos políciais.
Tinha muitos arranhos na canela e um roxo no braço; mas dava pra esconder. Tomei um banho pra acalmar os nervos pra procurar não pensar no dia em que me fodi inteira.
Saindo do banho fiz aquele processo todo de se secar; no final coloquei qualquer roupa velha.
Andei pelo corredor chegando até as escadas; antes mesmo que eu descesse olhei de cima o que estaria acontecendo no andar de baixo onde fica a sala; é claro que os meninos estavam rindo muito, mas eu gostaria de saber o porquê.
Desci as escadas com pequenos passos silênciosos, primeiro que pensei em xeretar mas mudei de idéia logo após quando quis brincar de assusta-los. Afinal, eles estavam tão hipnotizados pelo que estavam fazendo que se esqueceram de olhar pra trás.
Cheguei mais perto, bem mais perto e bem devagar. Eles estavam sentados de costas pra mim; será realmente perfeito o susto.
Cheguei perto dos dois, bem na orelha e....e...e...
- Bultaureune! : Gritei.
- Eita porra! : Leonardo deu um pulo, que caiu no chão. Kwon mesmo, soltou um grito bem gay da qual eu mesmo me assustei.
Rimos da situação, mas voltamos a conversar depois de meia hora os meninos me chamaram de louca ou "Se tem problema? Não faz mais isso."
- Até que horas dormir?
- Dormiu muito. Tipo de 14:30 você acordou agora, que é 19:00 horas.: Disse Kwon.
- Você literalmente apagou. : disse Leonardo.
- ótimo.
Tomei um copo d'água enquanto Kwon se levantou do sofá para usar o banheiro:
- Bom, eu estou bem. Melhorei com esse último apago. Já posso fazer outro rolê. : Eu disse ao Leonardo enquanto me sentava ao seu lado.
- Vish. : Ele me olhou surpreso.
- O que foi?
- Kwon jamais deixaria você fazer outro rolê, justamente porque você está doente. E outra, ele vai dormir aqui hoje.
(QUÊ? MINHA TIA DEIXOU?)
- Como assim?
- Kwon ficou muito preocupado, então perguntou pra sua tia se poderá dormir aqui. Sua tia disse sim. Ele até insistiu que você dormisse na casa dele, mas sua tia disse várias vezes que não; que seria melhor você aqui. Ele respeitou.
- E o filho da puta não me contou nada!
- Claro! Você estava dormindo feito uma pedra. Acho que ele iria te contar depois. Sei lá esse moleque é doido.
Enquanto me expressava de um jeito sério, minha tia tinha chegado em casa sorridente. Até mesmo Kwon apareceu a sala:
- Por que esse sorriso tia? : Perguntei estranhando.
Todos nós olhamos, enquanto ela deixava umas sacolas em cima da mesa:
- Nada. Só acho que vou sair com os amigos pra tomar uma.
- Osh. : Estranhei, enquanto os meninos davam risada.
- Recebi um dinheirinho, e chegou final de semana! Tô velha mas pra curtir tô boa, né não Kwon?
- Oh! Eu apoio. : Kwon Respondeu sorrindo.
- Daí vocês ficam tomando conta da casa. Que de madrugada eu chego.
(E cuidar da bagunça?)
- Ah tia! Ah não! : Resmunguei.
- O quê? Até parece, se orienta menina. Tenho que viver também.
- Nossa.
- Então, na sacola tem várias verduras e misturas, vocês fazem comida. Ta bom?
- Tá bom. : Todos responderam.
Sem mais conversa, ela se retirou do lugar nos dizendo "fica com Deus". No horário do Leonardo, ele ficou mais um pouco e foi embora pois na primeira tentativa de ligar pra sua mãe e pedir com que ela deixasse ele dormir na minha casa foram péssima: ela nem sí quer atendeu o telefone.
(Bom, ficamos só eu e o Kwon; não sei porque, mas sabe quando você fica sozinho com seu garoto e imagina vocês dois casados, do nada?)
- Amor, vou fazer algo para você comer. : Disse Kwon enquanto tirava seu tênis, sua toca e sua camiseta de frio.
- Vou te ajudar.
Que noite fresca. Minha nossa.
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