Minha omma passou a nos visitar frequentemente,era estranho.
- Filha! - Hyuna me chamou e eu fui até ela,coloquei as mãos no bolso do casaco preto e me joguei no sofá. - Posso te perguntar uma coisa? - Assenti e ela continuou: - Me perdoa?
- Pelo o que exatamente?
- Tudo. Por ter te expulsado de casa,por ter brigado com seu pai na sua frente naquele dia e...
- Hyuna. - Interrompi - Você não sabe o quanto doeu ser expulsa de casa pela mesma mulher que me pôs no mundo. Eu fiquei tão mal,imagine.
- Eu errei. Errar é humano.
- Eu sei que errar é humano. Mas por uma parte foi bom para você já que se livrou de um peso nas suas costas.
- Eu amo você,Tzuyu - Suspirou e me olhou - Agora,esqueça dos seus problemas,esqueça da pirralha chata e vamos nos divertir.
- Espere...O que você disse,Hyuna? - Queria que ela repetisse para eu ter certeza do que ouvi. - Que eu esquecesse da pirralha chata? - Como se tivesse vontade própria minha mão foi ao encontro de seu rosto.
- O que você fez!? - Ela levou sua mão até sua bochecha esquerda que estava vermelha - Eu continuou sendo sua omma,Tzuyu!
- Soo-an continua sendo minha filha, estando aqui ou não. - Umas lágrimas rebeldes insistiram em cair - Vai embora daqui,por favor.
Ela me olhou como se quisesse me matar pelo olhar,passou por mim e saiu.
[°]
Seis horas da noite e Sana não tinha chegado,normalmente ela chega as cinco.
Comecei a ficar preocupada,andava de um lado para o outro e roía as unhas.
Onde será que ela estava?
Tentei inúmeras vezes ligar para ela e só dava caixa postal. As horas foram passando, a preocupação aumentando e nada de Sana chegar.
Naquela noite eu não jantei,não consegui dormir nem por um minuto.
Por volta das uma da manhã ouvi batidas na porta,batidas fortes,parecia que a pessoa do outro lado queria derrubar a porta.
Levantei pedindo a Deus que fosse Sana,girei a chave e abri a porta. Não era ela...
- Jackson? - Estreitei meus olhos e ele sorriu fraco. - O que você quer uma hora dessas?
- O assunto é sério, envolve a Sana. - Seu sorriso desapareceu e ele ficou com uma expressão séria.
- E-Entre. - Dei espaço para o garoto entrar,assim que fez isso fechei a porta.
- Olha,eu não vim fazer você brigar com Sana mas eu preciso te contar. - Respirou fundo e continuou: - Eu estava numa boate não muito longe daqui e vi a Sana lá...Ela estava bebendo descontroladamente e beijava todas que estavam a sua frente. - Meu coração errou uma batida,demorei um momento para processar tudo o que eu acabara de ouvir. - Ela envolveu-se em uma briga com um garota porque estava aos beijos com a esposa dela e - Ele ficou calado e olhou para mim.
- E...? - Meus olhos estavam cheios de lágrimas,deixei que todas elas escapassem - Fale,por favor.
- Como Sana estava muito bêbada não conseguiu se defender, eu tentei passar por todas aquelas pessoas mas sempre que tentava eu era empurrado para trás. Ela apanhou muito e foi levada para o hospital.
Puta que pariu,hein. Por que essas coisas ruins tem que acontecer comigo?
- Q-Qual hospital?
- Eu te levo,vamos - Tranquei a porta quando saimos e entrei no seu carro. - A outra mulher foi levada para a delegacia,não teve nenhum ferimento diferente da Sana.
Fiquei calada e encostei minha cabeça na janela.
- Acho que eu seria mais feliz se eu não a tivesse conhecido. - Pensei alto.
- Como assim?
- Hãm?Nada,só estava a pensar alto.
- Tudo bem,estamos quase lá.
[°]
Estavámos na recepção,ai Deus como eu odeio hospitais!
Ninguém nos dava notícias sobre Sana.
- Doutor. - Jackson se levantou quando viu um médico aproximar-se de nós.
- A senhorita Sana está bem. - Ele sorriu - Podem entrar na sala,se quiserem - Assentimos e o homem saiu de lá.
- Você vai entrar,Tzuyu? - Balancei a cabeça,afirmando - Eu vou com você.
Entramos e Sana estava acordada observando cada canto daquela pequena sala.
- O que aconteceu? - Ela perguntou e eu a ignorei,eu só estava ali por estar mesmo mas não queria falar com ela.
- Longa história Sana,fique calada e quieta que é melhor. - Jackson disse e sentou- se na outra poltrona que tinha na sala.
- Minha cabeça está doendo.
- Mais um motivo para ficar calada.
Então um silêncio invadiu o cômodo, não era um silêncio agradável, pelo ou menos não para mim.
A minha vontade era bater na Sana,arrancar-lhes os cabelos e quebrar todos os dentes! A raiva estava a me consumir aos poucos.
[°]
- Obrigado, Jackson- Ele deu-me um abraço e um beijo na bochecha.
- Por que eu estava no hospital?Por que o Jackson estava lá? - A mais velha falou quando eu fechei a porta e sentou-se no sofá.
- Você é ridícula, Sana! Nem imaginas a vontade que eu estou de te bater até tu irdes novamente para o hospital.
- Hãm?O que eu fiz? - Estreitou os olhos como se estivesse a tentar se lembrar de algo.
- Bebeu pra caralho, beijou todas e se envolveu numa briga por ter ficado com uma mulher casada. Só isso! - Meu tom de voz aumentou e a raiva acabou por me consumir.
- E-Eu fiz isso...?Me desculpa. - Encarou o chão.
- Olha,eu não quero brigar com você,então tchau.
- O quê?
- Acabou,Sana. Simplesmente acabou. - As lágrimas inundaram meus olhos.
- Como assim?Você não pod...
- Posso! - Interrompi ela e fui para o quatro,joguei minhas roupas dentro de duas malas e logo terminei. - Adeus.
- Por favor,amor não faz isso.
- Não me chama de amor. - Puxei as malas com dificuldade até a porta e sai.
Eu não sabia para onde ir,eu não tinha para onde ir.
Nunca que minha omma deixaria eu ficar na casa dela.
Nayeon se casou com Jihyo e elas se mudaram para Daegu.
Dahyun não fala mais comigo porque acha que eu guardei rancor dela por conta do acidente que aconteceu com Soo-an.
Mina,Momo,Chaeyoung e Jungyeon estão viajando.
Vou ficar na rua?É isso mesmo?
Eu não tinha mais lágrimas para chorar.
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