História A herdeira do trono - Cap7

_ Sério que você quebrou um banquinho na cabeça do cara?_ perguntou a loira ainda estupefata, podia não conhecer muitas princesas, mas acreditava que elas não costumavam sair por ai quebrando cadeiras na cabeça das pessoas por elas terem invado sua biblioteca (se bem que se fosse ela faria a mesma coisa provavelmente) _tipo, pra valer?

_ Sim, acabei ficando sem meu banquinho pra pegar os livros das pratilheiras mais altas, como vou alcançar meus livros agora?_ questionou, agora que tinha parado para pensar a respeito foi um grande erro ter quebrado seu banquinho naquele brutamontes.

_ É só pular_  respondeu a loira já rindo recebendo uma careta da amiga como resposta_ mas e o cara?, ele ta bem?, porque eu acho que uma pessoa normal provavelmente estaria quase morrendo se estivesse no lugar dele, toda descadeirada e dolorida.

_ Ele ta bem, até demais se quer saber_ afirmou a princesa se lembrando da cena ocorrida mais cedo.

_ Que jeito de conhecer seu talvez futuro marido, parece até aqueles livros de comédia romântica onde o casal se odeia quando se conhecem mas depois descobrem na verdade se amarem incondicionalmente.

_ Nem brinca com isso Lucy_ falou a princesa com uma careta, era certo que talvez o brutamontes pudesse vier a ser seu marido, mas não queria pensar nisso,tinha coisas mais importantes com as quais se preocupar no momento, podia pensar em quem seria se marido depois, isso.

_ Falando em marido, já sabe como vai escolhe-lo? Digo, você já decidiu as tarefas do torneio?

A princesa olhou pela janela, observando a paisagem. Não tinha decidido nada sobre as tarefas, aquilo havia dado muita dor de cabeça para a azulada nas ultimas horas, na verdade não parava de pensar nisso por um minuto sequer, antes de decidir a prova o melhor seria primeiro o que ela teria que provar. Mesmo ainda tendo um mês era melhor se prevenir antes, afinal, essas tarefas iriam decidir seu futuro, influenciar sua vida pessoal e social.

_ Lucy qual qualidade você acha que é indispensável em um rei?_ perguntou Levy , no pouco tempo em que decidiu como definiu como seriam divididas as provas:

Rei (Nessa etapa o pretendente teria que provar ser capaz de exercer o papel de rei, de representante do povo).

Caráter (Essa a princesa havia escolhido para evitar que o ganhador fosse um completo psicopata, evitar que ele colocasse o reino em perigo).

Popularidade (Ver se o candidato era aprovado pelo povo, já que ele seria rei, seu povo tinha que no minimo gostar dele).

Companheiro (Como seu futuro marido, na ultima etapa ele tinha que convencer a princesa de que ele seria um bom companheiro, de que ele não falharia como marido).

_ Justiça, por ser um representante do povo ele deve olhar para todos igualmente, ele tem que manter o equilíbrio do reino, ter a capacidade de colocar as necessidades do reino acima das suas. 

_ Então vamos pesquisar uma prova na qual eles tenham que provar ter a capacidade de fazer isso.

Gajjel estava na biblioteca, após o café da manhã tinha ido direto para o comodo, não por ter esperanças em encontrar a princesa, mas sim por conta de realmente se sentir bem no lugar, se lembrava de que quando mais novo só se sentia confortável no castelo quando na biblioteca. No local sempre tinha a opção de fugir da realidade.

Ele caminhava pelos corredores repletos de estantes preenchidas de livros até o topo, era uma visão linda de se ver. O lugar tinha mudado relativamente desde sua ultima visita (que tinha sido a aproximadamente a 15 anos), o acervo de livros tinha aumentado, alguns dos livros já não estavam mais lá enquanto outros tinham sido renovados ou trocados por versões mais novas, as estantes tinham sido mudadas e as cortinas que cobriam as janelas também, os móveis eram novos.

O moreno pegou um livro de capa de couro verde escuro, seu titulo era escrito de tinta cinza, os adornos da capa eram rústicos e marcados. Com a próxima aventura em mãos Gajjel passou a procurar um bom lugar para desfruta-la, não queria ficar perto da lareira, a ultima experiencia perto dela não tinha sido das mais agradáveis.

Escolheu uma poltrona que dava de frente para uma das janelas da biblioteca, ela era um pouco escondida e Gajjel se camuflava fácil nela, se acomodou bem nela e começou a leitura. Não sabia dizer ao certo o que estava lendo, sua mente vagava, ele ainda estava completamente inconformado com o fato de a princesa não se lembrar dele, ele havia sido tão insignificante assim na infância dela? Seria ele tão burro assim por pensar que ela se lembraria dele depois de tanto tempo?

Essa não era a questão, ele tinha que manter o foco.

Não havia ido ali para pensar nisso e não iria.

Faria o que tinha de fazer sem pensar nessas bobagens.

Levy estava agora na porta da biblioteca, Lucy estava ao seu lado, por algum motivo a azulada se encontrava nervosa, iria mostrar agora uma parte muito grande de sua vida, conhecer e andar por sua biblioteca era o mesmo que andar por sua alma. Abriu as portas do recinto sem encarar a loira atrás de si.

Assim que olhou para a unica amiga, Levy viu os olhos da mesma brilharem, ela olhava para tudo maravilhada e abobada, parecia que iria chorar a qualquer momento.

_ Aqui é tão lindo!!!!!!!!!!!!!! Como pode? Meu Deus, não acredito que você tem esse livro_ falou logo depois de correr para uma das várias estantes, admirou o livro animada e depois seu queixo caiu_ VOCÊ TEM ESSE????????????_ gritou a loira enquanto pegava outro livro_ Levy acho que meu coração não aguenta tanta emoção.

_ Calma Lucy, lembra, foco_ disse a azulada séria se contorcendo de alegria por dentro, sua amiga tinha adorado o lugar mais especial para ela, aquilo representava muito mais do que a loira podia imaginar_ vinhémos aqui com um objetivo e temos que cumpri-lo sem enrolação, meu futuro depende disso, literalmente.

Lucy concordou com a cabeça enquanto limpava o canto dos olhos ainda agarrada aos livros, tinha a obrigação de ajudar a azulada, sentia que apoiar e ajudar aprincesa seria uma das melhores coisas que faria na sua vida, afinal tinha que ajudar sua melhor/unica amiga nesse tipo de situação, por mais inusitada e estranha que fosse.

_ Vamos começar a pesquisar então!_ declarou a loira animada se encaminhando para um dos corredores.

Levy sorriu e seguiu o exemplo da mesma. Seus livros estavam todos bem organizados por autoria, cores, títulos e tamanhos, podia não ser perfeccionista como Jellal, mas não conseguia evitar isso se tratando de seu xodós. Já tendo decorado a localização de todos seus livros a princesa foi até a prateleira que ficava do lado da janela com a poltrona, iria pegar um livro que tinha lido a algum tempo sobre curiosidades da personalidade humana.

Encontrou o livro na penúltima prateleira, ele estava do lado de um livro de couro vermelho, a princesa olhou para os lados do corredor, "onde deixei meu banquinho mesmo? A merda, não acredito, eu quebrei ele!" pensava a princesa tendo um pequena crise de ansiedade, pensou no que poderia fazer enquanto olhava para cima, com a esperança de que com algum milagre o livro decidisse pular da prateleira e pousar em suas mãos.

Estendeu seu braço o mais alto que conseguiu (não chegou nem na ante penultima prateleira), sentiu uma presença a suas costas muito próxima, se virou rapidamente mas já era tarde, deu de cara com o tronco da pessoa, ela estava entre o homem a sua frente e a prateleira, num impulso estava com as mãos no peito do mesmo, o corpo dele era bem definido.

_ Acho que já sei para que era o banquinho que você quebrou em mim ontem _ sussurrou o brutamontes em seu ouvido, o desgraçado tinha pego o livro acima dela e agora a "prendia" contra a prateleira,  mesmo ele tendo que se abaixar para sussurrar em seu ouvido ainda a mantinha sem saída_ era esse livro que queria?_ perguntou balançando o livro ao lado de seu rosto.

_ Sim_ falou a azulada o encarando.

_ Você é bem possessiva não é?_ disse olhando para as mãos da princesa que ainda estavam em seu tronco, ela tratou de rapidamente tira-las e encara-lo com frieza_ mas não tem importância, eu gosto_ declarou sorrindo para ela.

_ Faça-me o favor e me de o livro por favor_ falou a princesa tentando parecer o mais impassível que poderia parecer, não cairia nas provocações dele de novo.

_ Para que você quer esse exemplar do Rui?_ perguntou o brutamontes avaliando o livro, agora já não se encontrava prendendo-a agora, tinha tomado uma certa distancia da mesma, coisa que a azulada agradecia mentalmente.

_ Não te interessa brutamontes.

_ Eu te fiz um favor pegando o livro pra você e é assim que me agradece?_ perguntou o moreno arqueando uma sombrancelha enquanto a encarava_ da próxima vez te deixo escalar a prateleira.

_ Obrigada por pegar o livro, mas o que você está fazendo na minha biblioteca de novo?, não aprendeu a lição ontem?_ perguntou Levy enquanto o olhava com deboche.

_ Já te disse baixinha, eu tenho permissão para estar aqui_ falou dando um peteleco na testa da azulada.

_ Ora seu..

_ Levy?_ ouviram a voz da loira, Levy por algum motivo ficou com receio e vergonha, como se fosse uma criança que foi pega fazendo arte_ tá tudo bem? Você encontrou o livro que queria?_ perguntou Lucy novamente, a princesa já escutava os paços da amiga vindo em sua direção.

Em reflexo a azulada pegou o livro da mão do brutamontes que se encontrava distraído de mais para notar tal movimentação, não se demorou e passou uma rasteira no moreno fazendo com que ele caísse de bunda no chão, o calando com a mão logo em seguida, o empurrou para de trás da poltrona e fez um gesto de silencio, por algum motivo não queria que Lucy o visse ali, sentia vergonha só de pensar que a loira o descobriria ali.

Levy olhou para o inicio do corredor onde estavam, se a loira aparecesse por ali ela veria, não demorou muito para que ela desse as caras por ali, mas logo ela saiu resmungando qualquer coisa. A azulada soltou um suspiro ao qual nem notou segurar, olhou para frente dando de cara com os olhos de Gajjel a lhe fitar intensamente.

A princesa não desviou os olhos do moreno, não conseguia, alguma coisa a impedia de parar de olha-lo. Os olhos de Gajjel eram extremamente vivos, eles pareciam brilhar, pareciam querer devorar Levy, ele a olhava sem pudor, não desviando os olhos por um momento que fossem, parecendo querer enxergar sua alma.

Gajjel então não olhava mais seus olhos, seu olhar estava direcionado mais abaixo, tirando assim a princesa de seu transe. Ela se levantou e respirou pesadamente, parecia ter ficado muito tempo naquela situação, e ao mesmo tempo muito pouco. Pigarreou e olhou para o brutamontes que ainda se encontrava no chão.

_ Quando pretende se levantar?_ perguntou tirando a poeira inexistente do livro que carregava na mão, sua garganta ainda parecia estar tão seca quanto um deserto sem na época de seca.

_ Por que você me derrubou?_ perguntou o moreno fingindo que nada do que tinha acabado de acontecer aconteceu.

_ Para que ela não te visse_ respondeu a azulada sem mais nem menos_ e nem ouse me perguntar o por quê disso_ falou ela querendo evitar a resposta.

_ Você quem manda majestade, mas nós temos que parar de nos encontrar assim_ falou ele a encarando com um sorriso sádico.

_ Assim como?_ perguntou Levy enquanto franzia o senho.

_ Comigo apanhando de você minha cara, posso acabar te atacando qualquer hora dessas_ respondeu sem olha-la pegando o livro que estava em cima da poltrona que antes se encontravam escondidos, fez uma breve referencia olhando-a nos olhos agora_ bom, já avisada vou embora minha princesa.

E saiu sem mais nem menos, caminhou pelo corredor e quando chegou no final dele olhou para trás sorrindo quando a pegou ainda o encarando e com uma piscadela sumiu da visão da azulada. 

Ele realmente queria deixar ela louca.

O resto da tarde foi tedioso, a princesa ficou pesquisando e tomando notas juntamente com Lucy, que não tinha comentado nada sobre antes, a governanta levou um lanche para elas duas vezes no decorrer do tempo (para Panther-lilly também). Ninguém mais havia entrado na biblioteca, elas estavam montando teorias de provas que pudessem testar os participantes mas estava meio difícil já que ambas não tinham ideia do que estavam fazendo ali.

Lucy estava relendo um trecho de um antigo livro que tinha em mãos, a princesa estava ao seu lado com um bloco de notas murmurando coisas desconexas, a loira estava em uma parte que falava sobre um rei que era conhecido por seu senso de justiça e que tinha resolvido muitos conflitos graças a isso, seu caso mais famoso era um em que ele devolvera o bebê para a mãe certa.

No livro,  duas mulheres tiveram filhos juntos, um dos filhos morreu e a mãe do que morreu, pegou o da outra mãe. De manhã, ela percebeu que aquele que tinha morrido não era seu filho e começaram a discutir. Foram até o palácio do rei e contaram-lhe a história. Ele mandou chamar um dos guardas e lhe ordenou: "Corte o bebê ao meio e dê um pedaço para cada uma". Falado isso, uma das mães começou a chorar e disse: "Não, eu prefiro ver meu filho nos braços de outra do que morto nos meus", enquanto a outra disse: "Pra mim é justo". o rei , reconhecendo a mãe na primeira mulher, mandou que lhe entregassem o filho.

Com a comovente história uma lampada pareceu se acender na cabeça da loira, como poderia ter passado batido por essa história?, era tudo tão obvio agora, parecia ter desperdiçado um dia  inteiro de pesquisa quando a resposta estava bem no de baixo de seu nariz.

_ Levy, acho que já sei como fazer a prova_ declarou a loira sorrindo alegremente.

_ Como?_ perguntou a azulada que agora prestava total atenção na loira.

_ Vamos imitar o rei Salomão.