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História A Herdeira dos Black II - O Torneio Tribruxo


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 12 - O Torneio Tribruxo


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - O Torneio Tribruxo

Finalmente tinhamos chegado e a chuva não tinha parado. Isso foi uma grande complicação, já que precisei me ajeitar para me proteger até as carruagens. Agasalhei Taran na capa, Hermione tinha feito o mesmo com Bichento e Rony deixou as vestes a rigor por cima da gaiola de Pichitinho. Antes de sairmos correndo até as carruagens demos oi ao Hagrid recebendo os primeiristas. Pobres garotos, eu não gostaria de atravessar o lago com esse tempo, pensei.

Neville foi quem embarcou com a gente na mesma carruagem.

Tudo estava borrado do lado de fora, nem mesmo as luzes de Hogwarts ajudava na visão. No mesmo momento em que a carruagem parou, ouvimos um forte estrondo de um relâmpago, que iluminou o céu. Não enrolamos um minuto se quer na carruagem entramos correndo no castelo, mesmo tentando me proteger da chuva, não adiantou muita coisa. Estava toda encharcada, Harry, Rony, Hermione e Neville não estavam diferentes.

— Ainda bem que não coloquei a sandália — disse para Hermione olhando meu tênis molhado. — Falei para você continuar com o tênis, Hermione... Ai Rony! Já basta eu estar encharcada por causa da chuva, agora você vem me molhar mais?

— Foi mal — disse ele, sacudindo a cabeça e espalhando água agora do meu lado oposto. — Carácoles, se isso continuar assim, o lago vai transbordar. Estou todo molhado, ARRE!

Um grande balão vermelho e cheio de água caíra do teto na cabeça de Rony e estourara. Encharcado mais do que estava e resmungando, Rony cambaleou para o lado e esbarrou em Harry na hora em que uma segunda bomba de água caiu — não me acertando por um tris, mas quando ela estourou aos meus pés, espirrou água gelada no meu tênis e molhando tanto meu tênis como minha meia. Grunhi furiosa e olhei para o teto, cerrei os punhos ao ver que se tratava.

— Tinha quer você, não é mesmo — exclamei furiosa. — Seu poltergeist de merda!

— Olha lá como fala, melhor limpar essa boca suja — disse ele com um sorriso malicioso e se preparando para me atacar uma bexiga, mas fui mais rápida e consegui me agachar antes da bexiga em acerta.

— Ora seu...

— PIRRAÇA! — berrou uma voz zangada. — Pirraça, desça já aqui, AGORA!

Era a Profª McGonagall, que vinha correndo do Salão Principal; a professora escorregou no chão molhando e agarrou Hermione pelo pescoço para evitar cair.

— Ai... desculpe, Srta. Granger...

— Tudo bem professora! — ofegou Hermione, massageando a garganta.

— Pirraça, desça aqui AGORA! — brandou ela, ajeitando o chapéu cônico e olhando feio pelos óculos de aros quadrados.

— Não to fazendo nada! — gargalhou Pirraça, disparando uma bomba de água contra várias garotas do quinto ano, que gritaram e mergulharam no Salão Principal. — Já molharam as calças, foi? Que inconvenientes! Ihhhhh! — E mirou mais uma bomba em um outro grupo do segundo ano que tinha acabado de chegar.

— Vou chamar o diretor! — ameaçou a Profª Minerva. — Estou lhe avisando, Pirraça...

Pirraça estirou a língua, jogou uma última bomba de água para o alto e foi embora.

— Bom, vamos andando, então! — disse a professora em tom eficiente para todos nós. — Para o Salão Principal, vamos! Ah, Srta. Black — chamou ela antes mesmo de fazer menção de sair. — Avisando que a senhorita acabou de receber uma detenção e irá perde 15 pontos.

— Por quê? — disse olhando a professora abismada. — Por que eu xinguei o Pirraça?

— Não — respondeu ela no seu tom severo. — A senhorita azarou o colega Goyle, no Expresso de Hogwarts, além de ter agredido o Sr. Malfoy.

— Mas só que...

— O que a senhorita fez foi inadmissível, além de mal ter começado o ano já fui logo receber um toque do Prof. Snape informando o que a senhorita tinha feito.

Revirei os olhos e bufando furiosa. Tinha que ser o Seboso! Tinha que ter aquele nariz grande dele metido nisso tudo. Maldito!

— Amanhã irei lhe comunicar sobre a sua detenção — disse ela. — Agora pode ir.

 

Não disse nada e entrei de cara fechada no Salão Principal com Hermione no meu pé.

— Eu disse que isso iria acontecer — murmurou ela, quando sentamos na mesa da Grifinória. — Nem entrou em Hogwarts e já perdeu pontos e ganhou uma detenção.

— Foda-se — digo. — Me irrita em saber que teve dedo do Snape nisso tudo... dedo não, nariz, aquele nariz grande dele. Eu ainda não esqueci o que ele fez com meu padrinho e com meu pai — resmunguei furiosa e olhando para a mesa da Sonserina. 

Não achando nenhum sinal da Madame, o pontinho loiro que achei foi de Jéssica conversando com a Buldogue.

— Boa-noite — disse o Nick Quase Sem Cabeça, aparecendo ao lado de Harry e Rony.

— Para quem? — retruquei com ignorância. — Só se for para você, Nick.

— Espero que andem depressa com a seleção — falou Harry, descalçando os tênis e despejando a água que acumulara dentro. — Estou faminto.

Queria estar mais animada com a seleção, mas foi impossível, o fato de ter recebido uma detenção antes me entrar na escola. Fez meu humor ficar insuportável. E não era só a detenção, era mais o fato do nariz de Snape estar metido nisso e o Malfoy também. Aquele idiota deve ter inventado uma “boa” historinha para o Seboso. Eu o agredi? Claro que não. Apenas taquei um livro na cara dele e soltei uma faísca no saco dele. Isso não foi uma agressão. Ou não tão grave.

Nesse meio tempo apareceu Colin Creevey, um aluno do terceiro ano e fã número um de Harry. Não sei como esse moleque ainda não lascou um beijo no Harry. Já mencionei isso ao meu amigo, o que fez ele se manter mais afastado de Colin e agora não foi diferente.

— Harry, adivinha só! Adivinha só, Harry! Meu irmão está começando! Meu irmão Dênis!

— Hum... que bom! — disse Harry.

— Ele está realmente excitado! — continuou Colin, praticamente dando pulos na cadeira. — Espero que ele fique na Grifinória! Cruza os dedos, hein, Harry?

— Hum... claro — disse Harry. E se virou para encarar Rony; Hermione e eu eu estávamos de frente para os dois. — Irmãos e irmãs geralmente vão para a mesma Casa, não é? Estava pensando nos Weasley, todos os sete alunos da Grifinória.

— Ah, não, não obrigatoriamente — disse Hermione. — A gêmea de Parvati Patil está em Corvinal e elas são idênticas, a gente podia até pensar que fossem ficar juntas, não é mesmo?

Apoiei a cabeça na mão, não queria falar nada e desenhava com o dedo na mesa de madeira com tédio.

— Onde é que está o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas? — perguntou Hermione, que deveria estar olhando a mesa dos professores.

— Quem sabe não conseguiram ninguém — sugeri, ainda com a cabeça baixa. — Era para o meu padrinho estar naquela mesa agora. — resmunguei.

— Você ainda não esqueceu, neh?

— Claro que não, Rony, e não pense que vou esquecer facilmente — retruquei olhando o ruivo. — Por culpa do Snape, meu padrinho está sem emprego, perdeu o único lugar que o aceitou para trabalhar. Dumbledore foi o único que abriu as portas. A vida financeira do meu padrinho é um tanto que precária. 

Levou mais alguns minutos para começar a seleção, Rony ficava resmungando que estava com fome a todo o momento e sempre olhando a porta do salão. Nesse tempo vi Snape aparecendo com os mesmos cabelos oleosos. Francamente, será que ele não lava o cabelo? Hagrid foi quem apareceu em seguida, segundos depois apareceu a Profª McGonagall com os novos alunos. A aparência desses novos alunos eram piores que a nossa, o estado deles era bem pior, pois pareciam que tiveram feito a travessia do lago a nado ao invés de barco. Um dos garotos foi o que me chamou mais atenção, ele era muito pequeno, sem dúvidas o menor do grupo. Era um menino com cabelos castanhos-baços, que vinha embrulhado em um agasalho enorme que logo imaginei ser de Hagrid. O menino parecia muito animado, sem se importar se estava passando frio, apenas acenou para a mesa da Grifinória e dizendo para Colin que tinha caído no lago. O que deu para insinuar que era o irmão de Colin.

A seleção ocorreu tranquilamente, o irmão caçula de Colin; Dênis Creevey foi para a Grifinória. Além dele teve mais alguns, que logo esqueci o nome e os outros foram selecionados para as outras casas: Lufa Lufa, Corvinal e Sonserina, onde pude achar o Malfoy. Meu sangue ferveu e jurava a mim mesma, que aquele idiota iria ter o que merece pelo que fez comigo e com o Rony no expresso. Claro, também pelo que disse da Hermione na Copa.

E, finalmente, com “Whitby, Kevin!” (Lufa-Lufa) encerrou-se a seleção. A Profª Minerva apanhou o chapéu e o banquinho e levou-os embora. Para alegria de Rony. 

O Prof. Dumbledore se levantara. Sorria para todos, os braços abertos num gesto de boas-vindas.

— Só tenho duas palavras para lhe dizer — começou ele, sua voz grave ecoando pelo salão. — Bom apetite!

— Apoiado! Apoiado! — disseram Harry, Rony e eu em voz alta, enquanto as travessas vazias se enchiam magicamente diante dos nossos olhos. Eu estava morta de fome. 

Enchi o prato com o que queria. Enquanto comia, só ouvia o que Nick explicando do que porque não haveria festa esta noite. Segunda ele tinha acontecido um problema e como sempre o culpado era Pirraça. Aquele imbecil tinha feito a festa na cozinha. Causando prejuízos e confusão. Espalhando tachos e panelas, além da sopa para todo lado.

— Deixou os elfos domésticos loucos de terror...

Blém. Olhei assustada para o lado e afastando minha taça da trilha do suco de abóbora de Hermione que tinha derrubado sua taça. 

— Tem elfos domésticos aqui? — perguntou ela, encarando Nick com uma expressão de horror. — Aqui em Hogwarts?

— Você não sabia disso? — perguntei surpresa. Recebendo uma negação dela com a cabeça. — A um monte deles aqui em Hogwarts.

— O maior número que existe em uma habitação na Grã-Bretanha, acho. Mais de cem — disse Nick.

— Eu nunca vi nenhum! — exclamou Hermione. — Como você, Susana, pode ter visto?

— Na cozinha, eles ficam na cozinha — expliquei. — Raramente eles deixam a cozinha durante o dia. Eles saem mais a noite, acho que para fazer a limpeza. 

Hermione agora encarou Nick.

— Mas eles recebem salário? — perguntou ela. — Têm férias, não têm? Licença médica, aposentadoria e todo o resto?

Nick deu gargalhadas tão gostosas que sua gola de rufos escorregou, e a cabeça despencou para o lado e ficou balançando nos poucos centímetros de pele e músculo fantasmais que ainda ligava ao pescoço.

— Licença para tratamento médico e aposentadoria? — repetiu ele, puxando a cabeça de volta aos ombros e prendendo-a com a gola. — Elfos domésticos não querem licenças nem aposentadorias.

Hermione olhou para o prato de comida em que mal tocara, juntou os talheres e afastou-o.

— Não acredito que você vai fazer greve — e ela me olhou de canto. — Não é deixando de comer que eles vão conseguir licenças.

— Su tem razão — disse Rony, cuspindo, sem querer, fragmentos de pudim de carne em Harry. — Opa... desculpe, Harry... — E engoliu. — Como a Su disse, você não vai arranjar licenças para eles deixando de comer!

— Trabalho escravo — disse ela, respirando com força pelo nariz. — Foi isso que preparou este jantar. Trabalho escravo.

Não insisti o jantar todo para Hermione comer. Ela não tocou nem mesmo na sobremesa, Rony até ficou provocando-a com os doces, o que fez ganhar um olhar assustador.

 Satisfeita. Era assim como estava agora, depois de comer tantos pedaços de pudim de groselhas. A sobremesa desapareceu, e o diretor se tornou a se levantar. Fazendo todo o salão ficar quieto, dando para se ouvir apenas o uivo do vento e o batuque da chuva.

— Então! — exclamou Dumbledore, sorrindo para todos. — Agora que já comemos e molhamos também a garganta (“Hum!”, fez Hermione), preciso mais uma vez pedir sua atenção para alguns avisos.

“O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir Ioiôsberrantes, Frisbees-dentados e Bumerangues-de-repetição. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens, creio eu, e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la.”

Vi os cantos da boca do diretor tremerem ligeiramente.

Ele continuou:

— Como sempre, eu gostaria de lembrar a todos que a floresta que faz parte da nossa propriedade é proibida a todos os alunos, e o povoado de Hogsmeade, àqueles que ainda não chegaram à terceira série.

“Tenho ainda o doloroso dever de informar que este ano não realizaremos a Copa de Quadribol entre as Casas.”

— Quê? — exclamou Harry. E pude ver pelo olhar que xingava Dumbledore, assim como Fred e Jorge.

Dumbledore continuou:

— Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...

Mas neste momento, ouviu-se uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam.

Apareceu um homem parado à porta, apoiando em um longo cajado e coberto por uma capa de viagem preta. Repentinamente foi iluminado por um relâmpago que cortou o teto. Ele baixou o capuz, e só pude vê-lo sacudindo uma longa juba de cabelos grisalhos e ainda escuro, começou a caminhar em direção à mesa dos professores.

Ouvia um ruído metálico e abafado ecoando pelo salão a cada passo que ele dava. Fiquei me perguntando quem era, não conseguia ver nada, apenas arregalei os olhos com o relâmpago que cruzou o teto iluminou o homem.

Não tinha dúvidas que era ele. O rosto cheio de cicatrizes, a boca lembrava um rasgo diagonal e faltava um bom pedaço do nariz. E o que realmente fez ter certeza que era ele, foi quando vi os olhos se movimentando para todos os lados.

— Não acredito — sussurrei para que apenas Hermione, Harry e Rony ouvissem. — É o Olho-Tonto Moody.

Os três me olharam estupefatos.

— Tá brincando? — murmurou Harry e Rony.

— É serio, não estou brincando — respondi baixinho. — O reconheci na mesma hora que vi o olho, não tenho dúvidas é o Alastor Moody, o auror.

Dumbledore apenas confirmou o que disse, ao apresentá-lo como novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. 

— Que deve ter acontecido com a cara dele?

— Acho que é resultado de muita batalha — cochichei em respostas.

Observava-o a todo momento, até quando se sentou e tirou do interior da capa um frasco de bolso e bebeu um longo gole. Ele é como a Tonks me descreveu, não posso acreditar que agora ele é o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Uma das coisas que preciso fazer amanhã é escrever para minha prima, dizendo a novidade.

— Como eu ia dizendo — recomeçou Dumbledore, sorrindo para os alunos, via que todos mirava Olho-Tonto, paralisados —, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.

Meu queixo caiu na hora.

— O senhor está BRINCANDO! — exclamou em voz alta Fred.

Mesmo ainda digerindo o que o diretor disse, não pude deixar de ri com o Fred.

— Não estou brincando, Sr. Weasley — disse o diretor —, embora, agora que o senhor menciona, ouvi uma excelente piada durante o verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um leprechaum que entram num bar...

A Profª Minerva pigarreou alto.

— Hum... mas talvez não seja hora... não... Onde é mesmo que eu estava?

— No Torneio Tribruxo — respondi em voz alta.

— Ah, sim, obrigada Srta. Black — falou o diretor sorrindo para mim —, bom, alguns de vocês talvez não saibam o que é esse torneio, de modo que espero que aqueles que já sabem me perdoem por dar uma breve explicação e deixem sua atenção vagar livremente.

“O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas europeias de bruxaria — Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades — até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.”

— Taxa de mortalidade? — sussurrou Hermione, no meu ouvido, parecendo assustada. Apenas chacoalhei os ombros, demonstrando que não estava preocupada, e sim muito animada em saber que ia ter o torneio na escola. 

— Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio — continuou Dumbledore —, nenhuma das quais foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamento de Cooperação Internacional de Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal.

“Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um julgamento imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões.”

— Estou nessa! — sibilou Fred mais para mim do que os outros na mesa, o rosto iluminado de entusiasmo. Ele não era único. Sorri com o mesmo entusiasmo. Já estava me imaginando como campeã de Hogwarts. Glória eterna! Riqueza! Por mais que não precise de ouro, já que herdei uma enorme quantia de ouro da minha mãe e também do meu pai, quando ele foi preso o seu cofre foi também deixado em meu nome. Nas férias mesmo ele voltou a dizer o mesmo que aquele ouro também era meu, então sempre que precisasse era só pegar. Mas a questão de estar interessada na riqueza não era pensando em mim e sim no meu padrinho. Todo o ouro seria para o meu padrinho.

Só que toda essa minha animação de me inscrever no torneio foi para baixo. Parece que me tacaram um balde de água fria ao ouvir Dumbledore dizendo que só poderia se inscrever os alunos de maior idade. Junto com os outros alunos, também protestei, olhava furiosa para o Dumbledore que precisou elevar o tom de voz, avisando que iria cuidar pessoalmente para que nenhum menor de idade enganasse o juiz.

— As delegações de Beauxbatons e de Durmstrang chegarão em outubro e permanecerão conosco a maior parte deste ano letivo. Sei que estenderão as suas boas maneiras aos nossos visitantes estrangeiros enquanto estiverem conosco, e que darão o seu generoso apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido. E agora já está ficando tarde e sei como é importante estarem acordados e descansados para começar as aulas amanhã de manhã. Hora de dormir! Vamos andando!”

Sai junto Harry, Rony e Hermione pisando duro. E logo Fred e Jorge nos alcançaram, também reclamando sobre o torneio.

— Não podem fazer isso com a gente! — reclamou Jorge, ao meu lado sempre olhando para Dumbledore de cara emburrada, antes de sairmos do salão. — Vamos fazer dezessete anos em abril, por que não podemos tentar? Com você é compreensível, Susana, pois falta três anos para fazer dezessete.

— Isso não tem nada haver, eu tenho quatorze anos, mas sou muito melhor do que qualquer maior de idade — resmunguei de cara fechada.

— Não vão me impedir de me inscrever — disse Fred, teimoso, também de cara amarrada. — Os campeões vão fazer todo o tipo de coisas que normalmente nunca podemos fazer. E mil galeões de prêmio!

— É — disse Rony, com um olhar distante no rosto. — É, mil galeões...

Enquanto subíamos as escadas, os gêmeos discutiam as maneiras pelas quais Dumbledore poderia impedir os menores de dezessete anos de se inscreverem no torneio.

— Quem é esse juiz imparcial que vai decidir quem são os campeões? — perguntou Harry.

— Sei lá — disse Fred —, mas é ele que temos de enganar. Acho que umas gotas de Poção para Envelhecer talvez resolveram, Jorge...

— Mas Dumbledore sabe que vocês são menores — ponderou Rony.

— É, mas não é ele que decide quem é o campeão, é? — perguntou Fred, astutamente. — Estou achando que quando esse juiz souber quem quer entrar, ele vai escolher o melhor de cada escola, sem se importar com a idade do campeão. Dumbledore está tentando impedir a gente de se inscrever.

— Será mesmo... — falei pensativa.

— Mas teve pessoas que morreram! — disse Hermione com a voz preocupada, ao meu lado, enquanto passávamos por uma porta escondida atrás de uma tapeçaria para subir outra escada ainda mais estreira.

— Ah, mas isso foi há anos, Mione — disse levianamente. — Em todo o caso o que é a vida sem um pouco de risco, ein?

— Ei, Rony e Susana, e se descobrirmos como contornar Dumbledore? Já imaginou a gente se inscrevendo?

— Seria maravilhoso — disse. — Já até me imagino como uma campeã de Hogwarts.

— Que é que você acha? — perguntou Rony a Harry. — Seria legal, como a Susana disse, não seria? Mas suponho que eles queiram alguém mais velho?... Não sei se já aprendemos o suficiente...

— Eu decididamente não aprendi — ouvi a voz tristonha de Neville às minhas costas. — Mas imagino que a minha avó vai querer que eu experimente, ela está sempre falando que eu devia lutar pela honra da família. Eu terei que... opa...

O pé de Neville afundara direto por um degrau no meio da escada. Havia muitos desses degraus bichados em Hogwarts; achava que todos os alunos sabiam disso, mas pelo jeito a memória do Neville é fraca para se lembrar de pular o degrau. Harry e Rony foi quem o ajudou, enquanto ajudava, uma armadura no alto das escadas ria.

— Quieta aí — disse irritada, baixando o visor da armadura com estrépito, ao passar.

Chegamos à entrada da Torre da Grifinória, e lá estava o quadro da Mulher Gorda.

— Senha? — perguntou ela quando nós aproximamos.

— Asnice — disse Jorge —, um monitor me informou lá embaixo.

O retrato girou para frente, dando passagem para a sala comunal que continuava a mesma. Suspirei aliviada ao sentir o clima quente, estava tão quente a comunal e não via a hora de ir direto para baixo da cama quente. Tirar esse uniforme molhado e colocar meu pijama quente.

— Vamos nessa garotos, boa noite — me despedi junto com Hermione, que antes de subir ouvir ela murmurar um “Trabalho escravo” o que me ignorei na hora.

— Boa noite — disseram eles juntos.

Subi as escadas até o dormitório feminino com uma Hermione de mau-humor. Ao entrar no dormitório, Lilá, Parvati e Emma já estavam se deitando. Taran já estava no quarto, deitado na minha cama. 

— Trabalho escravo — ouvi Hermione murmurar de mal-grado, já vestida e se colocando de baixo do coberto.

Revirei os olhos e disse:

— Hermione, eles não são a Winky.

— O que você quer dizer com isso?

— Que eles não são maltratados como a Winky era tratada pelo Sr. Crouch — disse abaixando meu tom, só para que ela ouvisse. — Eles são felizes aqui, precisam ver como eles são felizes, são bem tratados e não acho que isso seja trabalho escravo como você disse. E se você quer a prova disso, vou te levar na cozinha e te mostrar que não estou mentindo. 

— Então me mostre — disse ela.

— Mostrarei — prometi decidi e me enfiando de baixo da coberta. — Boa noite, Mione.

— Boa noite, Su.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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