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História A Herdeira dos Black II - A Fantástica Doninha Saltitante


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 14 - A Fantástica Doninha Saltitante


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - A Fantástica Doninha Saltitante

— Desculpe a demora, professora, eu estava no banheiro — menti.

— Não se preocupe, minha querida, chegou bem na hora — disse Trelawney.

Balancei a cabeça positivamente e apressei os passos até Harry e Rony que tinham guardado o meu lugar.

— Demorou — cochichou Rony, assim que sentei. — Onde você estava?

— Preparado minha vingança com o Malfoy — respondi.

Os dois me olharam curiosos, fiz um gesto com as mãos de espera, pois ia pegar o frasquinho para mostrar aos dois. Coloquei o livro de Adivinhação na mesa, mas quando coloquei o vidro na mesa.

— Isso são formi...

— Você está preocupado, meu querido — disse a Profª Trelawney de repente, o que me fez tirar o mais rápido o frasco da mesa. Olhamos para a professora e a mesma, olhava tristemente a Harry. — Minha Visão Interior transpõe o seu rosto corajoso e chega dentro de sua alma perturbada. E lamento dizer que suas preocupações têm fundamento. Vejo tempos difíceis em seu futuro, ai de você... dificílimos... receio que a coisa que você teme realmente venha a acontecer... e talvez mais cedo do que pensa...

Harry lançava olhares impassíveis para Rony e eu, que apenas reviramos os olhos e eu fiz um gesto de que ela é louca assim que se virou para voltar a sua mesa.

— Meus queridos, está na hora de estudarmos as estrelas — disse ela. — Os movimentos dos planetas e os misteriosos portentos que eles revelam somente àqueles que compreendem os passos da coreografia celestial. O destino humano pode ser decifradas em pufes muito próximos à que se fundem...

Deixei a professora falando e voltei a colocar o vidrinho na mesa.

— Vai usar formigas para se vingar do Malfoy?

— Exatamente, Rony — digo. — Pensei melhor e decidi fazer algo mais legal.

— E formigas são legais?

— Essas são e você vai como são legais — falei baixinho e sorrindo com malícia.  — O que você acha disso, Harry?

E quem disse que ele estava prestando atenção? Ele está é quase cochilando.

Foi nesse meio tempo que reparei todo mundo olhando para gente, na verdade para o Harry e então o cutuquei forte, chamando-o.

— Harry!

— Quê?

Ele acordara. Fiz um sinal para ele olhar em volta da sala e assim o fez. Harry se sentou direito.

— Eu estava dizendo, meu querido, que você sem dúvida nasceu sob a influência nefasta de Saturno — disse a Profª Trelawney, com um leve quê de mágoa na voz, acho que pelo fato de que ele não estava prestando atenção. Ele não era o único.

— Nasci sob o quê... perdão? — disse Harry.

— Saturno, querido, o planeta Saturno! — disse a professora, parecendo irritada que ele não tivesse prestado atenção à tal informação. — Eu estava dizendo que Saturno com certeza estava numa posição dominante no céu na hora em que você nasceu... seus cabelos escuros... sua baixa estatura... suas perdas trágicas na infância... acho que estou certa ao afirmar, meu querido, que você nasceu em pleno inverno?

— Não — respondeu Harry. — Nasci no verão.

Gargalhei ao contrário de Rony que transformou a risada em um forte acesso de tosse.

Meia hora depois, cada um recebeu um mapa circular, para encontrar a posição dos planetas na hora do nosso nascimento e depois desenhar a posição. Aquilo era muito cansativo, trabalho enjoado, pois tinha que ficar toda hora consultando a tabelas horárias e cálculos de ângulos. E só de pensar que são duas horas de aula fazendo isso... Ninguém merece! Deveria ter feito o que Hermione fez o ano passado em desistir da aula. 

— Eu tenho dois Netunos aqui — disse Harry, desanimado, depois de algum tempo, olhando insatisfeito o seu pergaminho —, isso não pode estar certo, pode?

— Aaaah — exclamei, imitando o sussurro místico da professora —, quando dois Netunos aparecem no céu é um sinal seguro de que um anão de óculos está nascendo, Harry...

Rony riu alto junto com Simas e Dino, que estavam sentados próximos, também riram alto, só não foi alto a ponto de abafar os gritinhos irritantes de Lilá.

— Ah, Profª Sibila, olhe! Acho que tenho um planeta oculto! Aaaah, qual é esse, professora?

— É Urano, minha querida — disse a professora examinando o mapa. 

— Posso dar uma olhada no seu Urano, também, Lilá? — perguntou Rony.

Não sei o que a professora entendeu com o Rony querer ver o Urano de Lilá. Só sei que ela emburro a cara e acho que foi por causa disso que ela entupiu a gente de dever de casa no final da aula.

— Quero uma análise detalhada do modo com que os movimentos dos planetas vão afetá-los no próximo mês, tendo em vista o seu mapa pessoal — disse ela secamente, parecendo mais a Profª Minerva do que a fada etérea de sempre. — Para entrega na próxima segunda-feira, e não aceito desculpas!

— Diabo de morcega velha — exclamou Rony com amargura, quando descíamos as escadas para jantar. — Isso vai nos tomar todo o fim de semana, ah vai...

— Muito dever de casa? — indagou Hermione animada, nos alcançando. — A Profª Vector não passou nada para nós!

— Palmas para a Profª Vector — retrucou Rony mal-humorado.

Antes de ele falar mais alguma coisa, decidi mudar de assunto e mostrei o frasquinho com as formigas.

— É isso que vai usar contra o Malfoy?

Confirmei com a cabeça.

— Você sabe que vai se meter em uma encrenca se fizer isso, não sabe?

— Mione um “excelente” ou “que idéia maravilhosa” seria ótimo — digo tentando desviar do sermão dela.

Ela apenas revirou os olhos e disse sorrindo:

— A sua idéia parece ser ótima, mas você por acaso pensou como vai entrar na comunal da Sonserina ou por acaso tem outra idéia?

— É verdade, Su — diz Rony pensativo enquanto descíamos as escadas até o Salão Principal. — Como é que você vai colocar isso perto do Malfoy?

— Fácil eu... — Antes de terminar de responder, uma voz alta soou às nossas costas.

— Weasley! Ei, Weasley!

Viramos. Malfoy, Crabbe e Goyle estavam parados perto da porta do salão, cada qual parecendo mais satisfeito. Logo guardei o frasquinho na bolsa sem deixar a Madame ver.

— Falando no diabo, olha só quem aparece — digo com um sorriso cínico.

— Calada — disse ele ameaçador, me olhando com os olhos brilhando de malícia. — Meu papo é com o Weasley.

Arqueei a sobrancelha e Rony perguntou rispidamente:

— Que é?

— Seu pai está no jornal, Weasley! — disse Malfoy brandindo um exemplar do Profeta Diário, e isso bem alto para que todas as pessoas aglomeradas no saguão pudessem ouvir. — Escuta só isso!

 

NOVOS ERROS DO MINISTÉRIO DA MAGIA

Pelo visto os problemas no Ministério da Magia ainda não chegaram ao fim, informa nossa correspondente especial Rita Skeeter. Recentemente censurado por sua incapacidade de controlar multidões durante a Copa Mundial de Quadribol, e ainda devido à opinião pública uma de suas bruxas, ontem o Ministério enfrentou novo constrangimento com as extravagâncias de Arnold Weasley, da Seção de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas.

 

Malfoy ergueu os olhos.

— Imagina, nem escreveram direito o nome dele, Weasley, é quase como se ele não existisse, não é?

Percebi que todos no saguão prestavam atenção. Malfoy esticou o jornal com um gesto largo e continuou a ler:

 

Arnold Weasley, acusado de possuir um carro voador há dois anos, envolveu-se ontem numa briga com guardiões trouxas da lei (policiais) por causa de latas de lixo extremamente agressivas. O Sr. Weasley parece ter ido socorrer “Olho-Tonto” Moody, um ex-auror idoso, que se aposentou do Ministério ao se tornar incapaz de distinguir um aperto de mão de uma tentativa de homicídio. Ao chegar à casa do ex-auror, fortemente guardada, o funcionário verificou, sem surpresa, que, mais uma vez, o Sr. Moody dera um alarme falso. Em consequência, o Sr. Weasley foi obrigado a alterar muitas memórias para poder escapar dos policiais, mas se recusou a responder às perguntas do Profeta Diário sobre as razões que o levaram a envolver o Ministério nesse episódio pouco digno e potencialmente embaraçoso.

 

— E tem uma foto, Weasley! — acrescentou Malfoy, virando o jornal e mostrando-a. — Uma foto de seus pais à porta de casa, se é que se pode chamar isso de casa! Sua mãe bem que podia perder uns quilinhos, não acha?

Juro que estava querendo pular em cima dessa Madame e arrancar todos esses fios loiros do cabelo dele. Óbvio que eu não estava pior que o Rony, ele tremia de fúria. Todos o encaravam.

— Se manda, Malfoy — disse Harry. — Vamos Rony...

— Ah, é mesmo, você esteve visitando a família no verão, não foi, Potter? Você também, não é mesmo, Black? — caçoou Malfoy. — Então me contem, a mãe dele parece uma barrica ou é efeito de foto?

— Você já olhou bem para sua mãe, Malfoy? — respondeu Harry, antes mesmo de eu responder, mas deixei Harry cuidar disso enquanto Hermione e eu tentávamos segurar Rony pelas costas das vestes para impedi-lo de partir para cima da Madame. — Aquela expressão na cara dela, de quem tem bosta debaixo do nariz? Ela sempre teve aquela cara ou foi só porque você estava perto dela?

Ri ao ver Malfoy ficar vermelho.

— Não se atreva a ofender minha mãe, Potter.

— Então vê se cala esse bocão — disse Harry dando as costas, fiz o mesmo para sair de lá com o Rony.

BANGUE!

Do nada ouvi as pessoas gritarem e alguém berrando:

— AH, NÃO VAI NÃO, GAROTO!

Virei-me, na mesma hora que ouvi um estampido e pude ver Draco Malfoy desaparecendo e no lugar dele tinha uma doninha albina. Segurei um riso em seguida, mas foi em vão, a doninha tremia de medo. Olhei em volta para ver quem era o responsável e esse alguém era o Olho-Tonto Moody que vinha mancando até Harry.

— Ele o mordeu? — ouvi-o professor perguntando ao Harry e rosnando. Sua voz era baixa e áspera.

— Não — respondeu Harry —, por pouco!

— DEIXE-O! — berrou Olho-Tonto.

— Deixe... o quê? — perguntou Harry espantado.

— Não você, ele! — vociferou Olho-Tonto, apontando o polegar por do ombro para Crabbe, que ia recolher a doninha branca.

Olho-Tonto começou a mancar em direção a Crabbe, Goyle e a doninha, que soltou um guincho aterrorizado e fugiu em direção às masmorras.

— Acho que não! — rugiu Moody, tornando a apontar a varinha para a doninha, ela subiu uns três metros no ar, caiu com um baque úmido no chão e quicou de novo para cima.

— Draco! — exclamou uma voz preocupada, uma cabeleira loira passou por mim e foi correndo até o Malfoy.

Era Jéssica que tinha uma expressão horrorizada e preocupação.

— Pare de fazer isso com o meu primo, professor! — exclamou Jéssica irritada para o Olho-Tonto. — Transforme meu primo de volta como humano!

— Não — rosnou ele, ainda fazendo a doninha quicar. 

— Como não? — Jéssica o olhou indignada. — Claro que vai, o senhor está machucando ele... Draco... — Ela tentou ir atrás da doninha, mas foi impedido pelo próprio Olho-Tonto.

— Não irei parar — disse ele mais uma vez para Jéssica, olhando com o olho falso. — Acontece que não gosto de gente como seu primo que ataca um adversário pelas costas — rosnou Moody, enquanto a doninha quicava cada vez mais alto, guinchando de dor. — Um ato nojento, covarde, reles...

— PARA! — berrou Jéssica, vi os olhos dela cheios de lágrimas.

Antes de ela fazer alguma besteira, vi um dos Sonserinos que se não me engano o nome era Blasio Zabini foi correndo até ela e a segurou. Nesse meio tempo ouvi uma outra voz.

— Prof. Moody! — chamou uma voz chocada.

A Profª McGonagall vinha descendo a escadaria com os braços carregados de livros.

— Olá, Profª McGonagall — cumprimentou Moody calmamente, fazendo a doninha quicar ainda mais alto.

— Já pedi para o senhor parar com isso! — rugiu Jéssica. — Está machucando ele!

— Ele? — repetiu a professora olhando Jéssica ainda sendo segurada (aquilo estava mais para abraço) pelo Zabini. — Do que... que é que a Srta. Hopkins está querendo dizer, Moody?

— Estou apenas ensinando — respondeu ele.

— Ensinan... Moody, isso é um aluno? — gritou a professora, os livros despencando dos seus braços.

— Tecnicamente é uma doninha, professora — disse em meio aos risos.

Claro que nem preciso dizer que recebi um olhar reprovador da professora, o que me fez parar de rir na hora, na verdade eu apenas segurei a risada.

A professora desceu correndo e puxando a própria varinha; um momento depois, com um estampido, Malfoy reapareceu, caído embolado no chão, os cabelos lisos e louros sobre o rosto agora muito vermelho. Jéssica se soltou de Zabini e foi correndo até a Madame que se levantou, fazendo uma careta.

— Moody, nunca usamos transformações em castigos! — disse a professora com a voz fraca. — Certamente o Prof. Dumbledore deve ter-lhe dito isso?

— É, talvez ele tenha mencionado — respondeu Moody, coçando o queixo displicentemente —, mas achei que um bom choque...

— Damos detenções, Moody! Ou falamos com o diretor da casa do faltoso!

— Vou fazer isso, então — disse Moody, encarando Malfoy com intenso desagrado.

Os olhos dele ainda estavam lacrimejados, fazendo uma cara de dor... Será mesmo que o Olho-Tonto o machucou? Já que ele bateu tantas vezes no chão e na maioria das vezes quicava com força no chão. Malfoy tinha erguido o rosto maldosamente e murmurava alguma coisa em que se distinguiam as palavras “meu pai”.

— Ah, é? — disse Olho-Tonto em voz baixa, aproximando-se alguns passos, Jéssica apenas ia puxando Draco para se manter o mais afastado do professor. — Bom, conheço seu pai de outras eras, moleque... diga a ele que Moody está de olho no filho dele... e se quiser, também na sobrinha dele... diga-lhe isso por mim... agora, imagino que o diretor da casa dos dois seja o Snape, não?

— É — respondeu Jéssica cheia de rancor.

— Outro velho amigo — rosnou Moody. — Estou querendo mesmo conversar com o velho Snape... vamos, seu... — Antes dele segurar o antebraço de Malfoy, Jéssica puxou o primo de volta, se afastando dele.

— O senhor não vai levá-lo a lugar nenhum — disse ela. — Depois de você ter feito o que fez, agora quer falar com o Prof. Snape? Francamente, o senhor é maluco como saiu no Profeta Diário.

— Mais respeito comigo, mocinha... Não pense que eu não conheça o seu pai... Acha mesmo que eu não sei onde ele está nesse momento, e do que ele fez para estar onde está!

Jéssica corou e olhava com muito desgosto o Olho-Tonto.

— O senhor não tem esse direito — murmurou ela. — Não tem... 

— Je…

— Não vou deixar você levar o Draco, ele vai comigo até a ala-hospitalar e eu própria vou contar tudo ao Prof. Snape o que você fez e meu tio também vai ficar sabendo de tudo.

Então ela deu as costas e subiu as escadas com Malfoy ao lado. E vendo o Malfoy se afastando, senti algo tão estranho no peito uma sensação de preocupação e por um momento fiquei com uma vontade de ir até aquele loiro para ver se ele estava realmente bem. Só que neguei tudo e me xinguei na mesma hora. Como é que eu vou ficar preocupada com o Malfoy agora? Eu deveria estar ainda rindo da cara dele, ele mereceu por ter dito aquelas besteiras do Rony. Ele mereceu! 

Mesmo tentando esquecer o Malfoy indo para ala hospitalar, eu continuei com a expressão pensativa até mesa da Grifinória, foi Rony que me fez esquecer tudo e voltar a pensar na cena como uma forma divertida. 

— Não falem  comigo — disse Rony em voz baixa para gente, assim que sentamos na mesa.

— Por que não? — perguntou Hermione surpresa.

— Porque quero gravar isso na memória para sempre — disse Rony, com os olhos fechados e uma expressão de enlevo no rosto.

— Já pensei até no nome para o que acabou de acontecer — disse risonha. — Draco Malfoy, a fantástica doninha saltitante.

Rony, Harry e Hermione gargalharam, e eu os acompanhei. Aquilo foi ótimo, pois esqueci completamente meus pensamentos vergonhosos de preocupação pelo Malfoy. 

— Por mais que ache a Hopkins exagerada, concordo em partes com ela, de que Malfoy deve ter se machucado — comentou Hermione se servindo de bife de caçarola. — Foi bom a Profª Minerva ter o feito parar...

— Mione! — exclamou Rony furioso, os olhos se abrindo repentinamente. — Você está estragando o melhor momento da minha vida!

Hermione soltou uma exclamação de impaciência e começou a comer outra vez em alta velocidade.

— Não me diga que vai voltar à biblioteca hoje à noite? — perguntei, observando-a do meu lado.

— Preciso — respondeu Mione indistintamente. — Muito que fazer.

— Mas você nos disse que a Profª Vector...

— Não é dever de escola.

— Então o que é?

— Conto para você tudo depois, prometo. — Em cinco minutos ela limpou o prato e fora embora.

Ela mal tinha saído e logo Fred apareceu, ocupando o lugar dela e ficando ao meu lado.

— Moody! — disse ele. — Ele é legal?

— Pra lá de legal — disse Jorge, sentando-se defronte a Fred.

— Superlegal — disse Lino, escorregando para o lugar ao lado de Jorge. — Tivemos ele hoje à tarde — disse Lino a Harry, Rony e eu.

— E como foi? — perguntei ansiosa.

Fred, Jorge e Lino trocaram olhares cheios de significação.

— Nunca tive uma aula igual — disse Fred.

— Ele sabe das coisas, Su — disse Lino.

— Do quê? — perguntou Rony.

— Sabe o que é estar lá fora fazendo as coisas — disse Jorge cheio de importância.

— Que coisas? — perguntou Harry.

— Combatendo as Artes das Trevas? — indaguei.

— Exatamente — confirmou Fred.

— Ele já viu de tudo — disse Jorge.

— ‘tástico — exclamou Lino.

Rony enfiara a cabeça na mochila à procura do horário.

— Não vamos ter aula com ele até quinta-feira! — disse Rony desapontado.

O jantar ocorreu tranquilamente, conversar sobre várias coisas com os gêmeos e colocava a conversa em dia com o meu amigo Lino. Quando o pouco que sobrou do jantar desaparecem sendo substituídos pela sobremesa, comentei com os gêmeos e Lino sobre minha detenção.

— Não acredito que você ganhou detenção justo no primeiro dia de aula — falou Lino me olhando pasmos e rindo.

— Pois é, Lino — digo colocando uma colherada de sorvete de morango na minha taça. — Eu não tenho culpa se as detenções me adoram.

— Acho que você está andando muito o Fred e Jorge — brincou Lino.

Ri ao ver as caras que Fred e Jorge fizeram.

— Dessa vez você nos ofendeu, Lino — disse Fred em tom falso de ofendido.

— Até parece que somos maus exemplos — disse Jorge. 

— Damos o melhor apoio para nossa querida amiga, Susana Black — Fred colocou o braço em volta do meu ombro e voltou a dizer: — Ainda não sugerimos a ela em explodir as privadas. 

A conversa estava tão boa que acabei esquecendo que tinha a detenção para cumprir. Precisei sair de lá as presas, pedi para Rony e Harry levarem minha bolsa até a comunal, e se virem a Hermione entregasse a bolsa para ela levar ao dormitório. Fui até Filch pegar o que precisava, óbvio que ele não deixou de dizer um comentário cruel, o que ignorei na mesma hora. Ele me deu um balde, esfregão, luva e panos para limpar as escadas. Teria que fazer toda a limpeza sem usar magia.

Perdi completamente a noção do tempo, enquanto limpava as escadas, imagino que deveria ser tarde já que não ouvia uma alma viva naquele castelo, só quando estava na metade da escadas enxugando que ouvi passos. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi: Filch. Com certeza era ele, vendo se estava fazendo o trabalho certo.

— Muito trabalho? — disse uma voz atrás de mim.

Olhei por trás do ombro e vi Theodore, parado e me encarando com o mesmo sorrisinho de sempre.

— Não — respondi, voltando a passar o pano na escada —, falta pouco para terminar.

— Que bom — ele ia agachar para pegar outro pano, mas logo tirei da mão dele.

— O que está fazendo?

— Vou te ajudar a terminar de limpar a escada, imagino eu que está aqui já faz horas — disse ele.

— Não precisa Theo, não preciso de ajuda — falei um pouco sem graça.

Ele arqueou a sobrancelha.

— Verdade — insisti. — Já estou terminando. 

Theo desistiu de tentar insistir, então suspirou e se sentou no chão se encostado na parede perto da escadas.

— Você não vai voltar para a comunal da Sonserina?

— Não — respondeu ele negando com a cabeça. — Tinha ido ver o Draco na ala hospitalar, fiquei esse tempo todo lá, e não tive pressa para voltar para a comunal. Então não é agora que vou ter mais pressa... Até por que não quero lhe deixar sozinha.

Sorri agradecida e disse em seguida:

— Você mencionou sobre o Malfoy na ala hospitalar, quer dizer que ele está muito mal?

Vi Theo me lançar um olhar curioso, e eu na hora me toquei na merda que disse. 

— Quero dizer... Hum... Ele está ainda na ala hospitalar? — Tentei corrigi a pergunta e tenta fazê-la em um tom que não demonstrasse preocupação. Quero dizer, que preocupação o que, isso nem foi preocupação é apenas uma curiosidade.

— Por que a pergunta? — perguntou Theo em um tom seco. — Preocupada com o Draco?

— Preocupada? — digo, tentando demonstrar indignação. — Claro que não, Theo.

— Hum...

— É serio — digo. — Eu estou nem aí para o Malfoy, apenas quero saber por curiosidade... Ah, mas do jeito que aquele seu amigo deve ser, nem deve ter se machucado. Deve estar fingindo, assim como ele fez com o braço o ano passado.

— É, talvez — falou Theo ainda me olhando suspeito. — Já que ele parecia ótimo quando fui vê-lo.

Desviei o olhar dos dele. Não queria continuar sendo observada tão atentamente pelo Theodore. Parecia até que ele queria ler, decifrar cada ato meu. Voltei a terminar a escada, não querendo dizer mais nenhuma palavra do Malfoy. Ao contrário de Theo que voltou a falar.

— Por um momento achei que você estava realmente a fim dele — disse Theodore.

— Eu afim da Madame? — digo segurando um riso. — Da onde tirou isso?

— Sei lá — respondeu ele. — Acho que foi dos seus atos com ele. Ou talvez pelo seu reencontro com ele na Copa Mundial. E também... fiquei sabendo que vocês dois se beijaram umas duas vezes. 

Isso me fez lembrar esses momentos com o Malfoy. Lembrei do meu primeiro beijo com ele, que foi bem no dia que descobri que era filha de Sirius Black; o segundo foi na Torre de Astronomia e confesso que até hoje me recordo daquele beijo. Merda! E tem um terceiro, mas parece que o Theo não sabe. Bem se é que aquilo foi um beijo. Acho estava mais para um selinho demorado. Que terminou com aquelas palavras da Madame de que tirou as dúvidas dele. Droga, mas que dúvidas aquele idiota estava querendo dizer?

— Óbvio que tudo isso é obra da minha imaginação — Theodore continuou a falar. — Já que eu não quero imaginar a garota que sempre fui afim com o meu amigo.

Decidi não falar nada, Theodore também parou de falar e ficou apenas me observando terminar o último degrau da escada. E nesse meio tempo fiquei pensando no que tinha ouvido de Theodore. “A garota que ele sempre esteve afim”, claro que isso foi uma indireta para mim, sempre soube que ele era a fim de mim, mas eu não acha que ele ainda gostava. Pensei que ele tinha me esquecido, só que pelo jeito, depois dessa ele de fato não me esqueceu.

Não demorou muito e terminei de enxugar. Levantei me espreguiçando e tirando a luva.

— Depois de horas — digo bocejando —, terminei!

— E pelo jeito fez um ótimo trabalho — disse Theo em tom de brincadeira, olhando o piso e devo concordar que fiz um ótimo trabalho, já que estava brilhando.

— Sei disso — concordei rindo.

Theo também riu. Soltei meu cabelo do rabo de cavalo, quando ia voltar a prende-lo, Theo impediu.

— Não prende — pediu.

— Preciso prender, meu cabelo deve estar um nhaca.

— Não está — Theo tirou minha mão do cabelo e tirou o elástico. — Você fica mais linda de cabelo solto.

— Hum... Mesmo ele estando sujo?

— Mesmo estando sujo — diz ele mordendo o lábio inferior.

Não sei se ele queria disfarçar, mas se queria não estava conseguindo, deixar que eu perceba que ele está olhando minha boca. Theo estava bem próximo, e só ai que reparei melhor suas mudanças. Estava mais alto, forte e o cabelo preto como sempre dava o toque especial. Nossa distância se tornava mínima conforme Theodore se aproximava mais e mais, olhando-me profundamente com aqueles aqueles olhos negros. Sua mão foi para o do meu rosto, entendendo perfeitamente a intenção dele com tudo aquilo.

— Vai fazer isso mesmo? — perguntei na hora que nossos lábios estavam quase roçando.

— Ainda quero um segundo — ele não me deixou dizer nada e nem ele disse, apenas juntou nossos lábios.

Não sei se queria, mas acabei me deixando levar e retribui o beijo. Theodore me beijava tão intensamente, me prendendo junto ao seu corpo, apertando minha cintura e só não desceu mais além dos limites, pois levantei a mão. Coloquei meu braço em volta do pescoço dele e acariciando o cabelo sedoso. Sua língua tinha pedido passagem e cedi. Nós separamos apenas quando o ar começou a fazer falta. Respirava ofegante, mas ainda estava próxima de Theodore, ele mesmo continuou com a aproximação mínima.

    — Por que você fez isso? — perguntei em um quase sussurro.

    — Por que eu sou louco por você — respondeu ele me dando um selinho.

    Ele acariciava o canto do meu rosto.

    — Você sabe que sempre gostei de você — ele me deu outro selinho. — Sempre gostei... — Theo ia me beijar mais uma vez, só que nessa mesma hora, alguém chamou:

    — O que você está fazendo Theodore?

    Virei para ver quem era e esse alguém era Draco Malfoy. Rosto estava vermelho e só pela forma que olhava Theodore, parecia querer quebrar o pescoço dele.

    — Eu que pergunto, Draco — retrucou Theodore ríspido. — O que você está fazendo aqui?

  

 


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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