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História A Herdeira dos Black II - Conforto


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 24 - Conforto


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - Conforto

Por um momento eu estava rindo com Harry de uma brincadeira que tinha dito, mas depois tudo parecia ter desmoronado quando escutei a voz de Dumbledore dizendo o nome de Harry que estava escrito no pedaço de pergaminho que foi lançado pelo Cálice. Olhei o diretor na mesma hora com o pedaço de pergaminho na mão, e vi a Profª Minerva indo falar com Dumbledore, que inclinara a cabeça para ela, franzindo ligeiramente a testa.

— Eu não escrevi meu nome — ouvi Harry dizendo atrás de mim.

Voltei a encará-lo, sem saber o que dizer.

— Vocês sabem que não — disse ele para Rony, Hermione e eu.

Não só ele não sabia o que falar, pois Rony, Hermione e eu não tínhamos nem palavras.

— Harry Potter! — Dumbledore tornou a chamar. — Harry! Aqui, se me faz o favor!

— Vá — murmurei a ele, ajudando a se levantar da cadeira.

— Su, eu não... — dizia ele no mesmo tom, se negando a se levantar.

— Harry, vai logo — murmurei para que ele apenas ouvisse. — Estão te chamando.

Quase que Harry tropeça no próprio pé na hora de se levantar. Disse quase, pois eu segurei na mesma hora. Ele me olhou pela última vez, eu apenas assenti de leve e dei um leve empurrão para ele andar.

— Isso só pode ser uma brincadeira — disse em voz baixa, observando Harry passar pela porta que Krum, Fleur e Cedrico passaram. — Só que uma brincadeira de muito mau gosto.

Tanto Rony como Hermione e eu, não dissemos nada quando Dumbledore disse a todos para voltarem a suas comunais. E nós mantivemos assim até a Torre da Grifinória. Meus pensamentos só estavam em Harry, só nele, nem se quer prestei atenção nos comentários de Fred e Jorge se perguntando como Harry tinha conseguido colocar o nome no Cálice. Eu me perguntava a mesma coisa, só que junto vinha outra pergunta, será que ele colocou mesmo o nome no Cálice?

— Precisamos comemorar — ouvi Fred dizendo assim que passamos pela passagem da Mulher Gorda.

— Comemorar o que? — perguntei do nada.

— O que poderia ser, ein? — disse Fred em um tom como se resposta fosse óbvio. — Comemorar a participação de alguém da Grifinória no Torneio Tribruxo.

— Se anime Susana — diz Jorge com o braço em volta do meu ombro. — Vamos até a cozinha pegar comes e bebes?

— Não — digo, revirando os olhos. — Vou deitar-me, tchau!

Eu não queria, mas acho que meu tom de voz acabou saindo um tanto seco, já Jorge me olhou surpreso quando tirei o braço dele e não o deixei me tocar de novo. A verdade é que não estava com cabeça para as brincadeiras dos dois e muito menos para uma festa. Só do que preciso agora é deitar-se, e assim tentar ver se passa a minha dor de cabeça.

Rony já tinha desaparecido, segundo Hermione, ele já tinha subido para o quarto e não disse uma única palavra. Pelo jeito vou conseguir falar com Rony apenas amanhã. Hermione e eu não trocamos nenhuma palavra, apenas nos sentamos na cama de cada uma e eu logo coloquei o pijama.

Quem disse que eu consegui dormir? Nem mesmo depois que a festa na comunal terminou, consegui pegar no sono, aquilo estava sendo uma tarefa muito difícil. Eu me virava para todos os lados, deitei-me de bruços e também deitei de barriga para cima, só que nada disso funcionava. Queria estar que nem o Taran que dormia ao meu lado tranquilamente. Parecia estar tendo um ótimo sono, sua respiração estava lenta e o corpo todo esticado próximo a minha perna.

Ao me sentar na cama dei uma longa olhada no dormitório, todas estavam dormindo, inclusive Hermione que parecia ter conseguido pegar no sono. Olhei para o relógio ao lado da minha cama que marcava uma hora e quinze da madrugada. Como não estava conseguindo dormir, decidi descer um pouco e ficar enrolando na sala. Quem sabe conseguia pegar no sono.

Abri devagar a porta para não acordar as garotas e desci as escadas.

— Parece que a festa foi boa — digo ao chegar na sala e ver tudo bagunçado.

Havia papel e copo para tudo quanto é lado. Além de garrafas de cerveja amanteigada no chão e algumas ainda pela metade. Entre tudo isso o que me chamou atenção foi a bandeja de docinhos.

— Quer saber, isso eu não vou deixar jogarem fora — pensei alto, peguei a bandeja e me sentei com as pernas cruzadas no sofá que ficava de frente para a lareira.

Eram bombinhas de chocolates, eu amava aquilo e seria um grande desperdício jogar isso fora. E dane-se que seja de madrugada e eu esteja comendo uma bandeja de docinhos.

Assim que fui aproveitar o terceiro docinho ouvi alguém descendo as escadas, mas logo parei, senti que essa pessoa tinha parado na escada e não demorou muito para ela voltar a subir, só que antes eu disse:

— Harry?

— Como você sabia que era eu? — ouvi a voz dele nas minhas costas.

Virei para olhá-lo e tinha mesmo acertado.

— Não sabia — disse, olhando-o parado na escada do dormitório dos meninos. — Apenas arrisquei e pelo jeito acertei.

Desviei o olhar dele e voltei a focar na bandeja de doces.

Harry ficou parado por um tempo, mas logo se aproximou e se sentou ao meu lado.

— Estava sobrando — expliquei colocando outro docinho na boca, assim que senti o olhar dele em mim. — E ia desperdiçar muito se jogassem fora.

Harry não se manteve em silêncio.

— Servido? — ofereci a bandeja com os doces.

— Não, obrigado — disse Harry em voz baixa. Ele fitava um ponto fixo na sala e nem sequer me olhava.

Conseguia ver perfeitamente o semblante preocupado dele. Até sei por que daquilo, cheguei a pensar em falar sobre o que aconteceu, mas não sei se era o momento legal. Contudo, esse era o melhor, pois todos estavam dormindo e só tinha nos dois aqui.

Deixei um pouco a bandeja de lado, colocando-a no chão e me ajeitei no sofá; encostando as minhas costas no braço do sofá para olhar bem o Harry.

— Harry, eu...

— Susana — Harry acabou me cortando e agora me olhava, conseguia ver uma urgência nos olhos deles, além do meu nome ser dito da mesma forma. — Por favor, eu preciso ouvir de você.

— Ouvi o que?

— Que você não pensa como o Rony.

Franzi o cenho e disse com dúvida:

— Como assim?

— Susana, eu te juro que não coloquei o meu nome no Cálice — diz Harry agora com a voz firme, mas consegui ouvir um pouco de medo na voz dele.

Senti um alívio ao ouvir Harry dizer aquilo.

— Você acredita em mim, não acredita?

Sorri e balancei positivamente a cabeça.

— Então você acredita que não fui eu? — perguntou Harry mais uma vez.

— Claro que eu acredito em você, Harry — disse em um tom calmo. — Por que eu deveria dúvida?

— É que o Rony não acreditou — falou Harry em voz baixa — e por um momento, achei que você e Hermione também.

Como assim Rony não acreditou nele? Acho que vou ter que ter uma conversa muito séria com aquele ruivo.

— Só que fico mais tranquilo que pelo menos você, acreditou em mim e bem, espero que a Hermione também acredite.

— Não se preocupe com a Hermione — disse pensando um pouco nela. — Ela vai acreditar em você. Agora quanto ao Rony... Eu vou ter um papinho sério com ele.

Do nada vejo um sorriso surgindo nos lábios de Harry.

— Obrigado — murmurou ele com a cabeça baixa.

— Pelo quê?

— Por acreditar em mim.

Sorri.

— Não precisa agradecer — disse, apoiando minha mão na dele e apertando. — Eu sou sua amiga e sempre vou acreditar em você. Pode sempre contar comigo para tudo, estarei sempre ao lado e te apoiando no que for preciso.

Harry voltou a me encarar, sorri mais ainda quando vi que aquela cara de enterro dele tinha desaparecido. Eu o puxei para um braço e disse:

— Você é o irmão que eu nunca tive, Harry.

— Te digo o mesmo, Su — disse Harry retribuindo o abraço. — Você é a irmã que eu nunca tive.

Harry e eu ficamos passando o tempo conversando sobre o torneio, dando palpites de quem poderia ter posto o nome dele no Cálice e Snape era uma das opções.

— Acho que não — discordei em tom pensativo, assim que Harry disse o nome do Ranhoso. — Por mais que ele queira ver você se ferrando ou até mesmo a mim, não acho que Snape faria algo assim bem debaixo do nariz de Dumbledore.

— Bem, a pessoa que colocou o meu nome no Cálice, fez isso bem debaixo do nariz de Dumbledore — diz Harry com a boca cheia de bombinhas de chocolate.

— Mesmo assim — disse colocando o dedo na boca para limpar o resto do chocolate. — Não consigo imaginá-lo fazendo isso. Acho que ele não teria a cara de pau de trair a confiança de Dumbledore. Por mais que outra pessoa deva ter feito isso. 

— É, acho que você tem razão — disse Harry com incerteza.

— Quem eu acho suspeito é o Karkaroff — digo. E Harry começa a rir.

— Não — disse Harry balançando a cabeça.

— Por quê?

— Porque ele não me pareceu ter colocado meu nome no Cálice — respondeu Harry. — Ele ficou furioso quando fui chamado.

― Hum... Mesmo assim, eu não vou muito com a cara dele e nem de nenhum da Durmstrang.

― Incrível como você é desconfiada ― comentou Harry.

― Só foi perceber isso agora? ― disse com a sobrancelha levantada. O que fez tanto Harry como eu rir.

A conversa estava tão boa que nem tínhamos reparado que já era quase três horas da manhã. Concordamos que era hora de a gente ir se deitar, e ao deixar a bandeja (vazia) de doces na mesa, voltamos para os dormitórios. Depois que escovei bem os dentes, deitei-me e logo adormeci.

 

(...)

 

Como todo domingo, Hermione e eu dormimos até mais tarde, assim como o resto da escola. Nos arrumamos e fomos encontrar os garotos — como era de costume —, contudo, nenhum deles estavam na comunal. Deveriam estar no Salão Principal, pensamos.

No entanto, o único que vimos tomando café-da-manhã foi Rony ao lado de Simas, Dino e Neville. Não tinha um único sinal de Harry.

― Bom dia, meninas ― falou Rony assim que nos aproximamos dele.

― Bom dia, Rony ― disse, enquanto me sentava ao seu lado.

Hermione deve ter reparado a falta do outro, tentei encontrar um sinal dele, mas nada e nem mesmo a imagem dele surgia na entrada. Será que ele ainda estava dormindo?

― Cadê o Harry? ― perguntei depois de um tempo. ― Ele ainda não acordou?

Rony não respondeu nada, apenas balançou o ombro sem tirar os olhos da torrada dele.

― Você não o esperou?

― Eu não sou obrigado a esperá-lo ― murmurou Rony em um tom bem seco. O que assustou tanto Hermione como eu. ― Ele não é nada meu.

― Ele é seu amigo ― retruquei ríspida. ― Seu melhor amigo, Rony, ou por acaso você esqueceu disso?

O ruivo não me olhou uma única vez, apenas chacoalhou o ombro e deu uma mordida na torrada como se eu não tivesse dito nada a ele.

― Rony, por que está falando assim?

― Porque ele é um bobão ― respondi a pergunta de Hermione, o que fez Rony me olhar de cara feia. ― Não adianta me olhar desse jeito, eu sei muito bem o que você disse ao Harry sobre o torneio.

― Como...? ― Rony começou a falar, mas antes dele terminar cortei a frase dele.

― Harry me contou hoje de madrugada, não tinha conseguido dormir e ele também não. Nos encontramos na sala e ficamos conversando e ele me disse que você não acreditou nele. O que achei um absurdo! Como pode duvidar da palavra do seu melhor amigo?

― E você acredita nele? ― perguntou Rony em um resmungo.

― Claro que eu acredito! ― disse em tom firme. ― Harry me disse que não foi ele, e se ele disse que não foi ele, então eu acredito.

Do Rony me virei para encarar Simas que tinha segurado uma risada.

― Jura mesmo que o bobão aqui é o Rony, Susana? ― diz Simas com sarcasmos. ― Acho que a bobona aqui é você por acreditar tão fácil no Harry.

― Cala boca, Simas! Ninguém aqui te chamou para conversar ― disse ríspida o encarando friamente.

Ele se calou na mesma hora, e ignorando-o, voltei minha atenção ao meu querido ruivo que pela primeira vez, estou com vontade de tacar a tigela de cereais na cara dele.

― Escuta aqui, Rony ― disse em tom sério. Não queria falar assim com ele, não gosto de falar assim com meus amigos, e sem contar que nunca falei nesse tom com Rony, mas aquele ruivo estava precisando levar uma boa bronca.

Rony me olhou de canto e eu apontei o dedo na bochecha dele.

― Você está sendo muito injusto com Harry! Ele é seu amigo, seu melhor amigo, e mais do que todos você deveria dar um apoio a ele e acreditar no que Harry disse. Porque você sabe muito bem que ele não mente. Harry não mente! ― Aproximei mais do ouvido de Rony que agora estava vermelho, e disse em voz baixa: ― Acha mesmo que Harry colocou o nome dele no Cálice? Pensa melhor sobre isso, Rony. Eu sei que no fundo, você sabe que Harry não fez nada disso.

Virei para Hermione e disse que ia subir para ver como Harry estava. Aproveitaria para levar algumas torradas já que daqui alguns minutos o café seria retirado e ele ia ficar sem comer nada. Ela concordou e se levantou junto comigo, ao contrário de mim, Hermione acenou para o Rony e logo veio atrás de mim até a Torre da Grifinória.

Asnice ― Hermione disse a senha, assim que chegamos no retrato da Mulher Gorda.

Assim que o retrato abriu a passagem, demos de cara com Harry saindo.

― Olá ― exclamou Hermione e eu ao mesmo tempo.

Olhei atrás do ombro de Harry e vi alguns alunos tentando ficar no pé dele.

― Quer dar uma volta? ― perguntei.

― Boa ideia ― respondeu ele agradecido.

― Trouxe para você... ― falei estendendo a pequena pilha de torradas no guardanapo.

― Valeu ― disse ele, pegando as torradas.

Descemos, atravessamos depressa o saguão, e pouco depois estávamos caminhando pelos jardins em direção ao lago. Harry foi contando ― enquanto comia as torradas ― tudo para Hermione o que aconteceu depois que ele se retirou da mesa da Grifinória. Assim como eu, Hermione aceitou a história sem duvidar. ― Bem, é claro que eu sabia que você não tinha se inscrito ― disse ela quando Harry tinha terminado de contar a cena na câmara vizinha ao Salão Principal. ― A cara que você fez quando Dumbledore o chamou!  Mas a pergunta é, quem inscreveu você?

― Era essa mesma pergunta que a gente estava fazendo hoje de madrugada ― disse. ― Com certeza não foi nenhum aluno... como o Moody disse, nenhum estudante teria sido capaz de enganar o Cálice de Fogo nem anular o feitiço de Dumbledore...

― Vocês viram o Rony? ― Harry me interrompeu.

Hermione e eu hesitamos por um segundo.

― Hum... vimos... estava tomando café ― disse Hermione.

― Ele ainda acha que eu me inscrevi?

― Sim ― disse, mas Hermione disse o oposto em seguida.

― Não, acho que não... não para valer.

― Que é que você está querendo dizer com esse não para valer?

― Também quero saber ― digo, olhando-a curiosa.

― Ah, gente, não está na cara? ― respondeu Hermione desesperada. ― Ele está com ciúmes!

Com ciúmes! ― repetiu Harry sem acreditar. ― Com ciúmes de quê? Será que ele quer fazer papel de babaca na frente da escola inteira?

― Olha ― disse Hermione pacientemente ―, é sempre você que recebe todas as atenções, você sabe que é. Sei que não é sua culpa ― acrescentou ela depressa, vendo Harry abrir a boca, indignado.

― Até que faz sentido ― digo. Pensando melhor sobre o que Hermione acabou de dizer. ― Não parei para pensar nesse lado. Harry, calma, sabemos que não é sua culpa e que não quer isso, mas faz sentido... sabe, Rony tem todos aqueles irmãos competindo com ele em casa, e você é o melhor amigo dele e é realmente famoso, Rony é sempre deixado de lado quando as pessoas veem você, e ele aguenta isso sem reclamar, mas acho que mais essa vezinha foi demais...

Hermione apenas concordou.

― Ótimo ― disse Harry com amargura. ― Realmente ótimo. Digam a ele que troco de lugar quando ele quiser. Digam a ele que o meu lugar está às ordens... gente olhando de boca aberta para a minha cicatriz para todo lado que vou...

― Não vamos dizer nada a ele ― digo.

― Não mesmo ― falou Hermione com rispidez. ― Diga você mesmo. É o único jeito de resolver isso.

― Não vou correr atrás dele para fazê-lo crescer! ― disse Harry, tão alto que várias corujas pousadas em uma árvore próxima levantaram voo assustadas. ― Talvez ele acredite que não estou me divertindo quando me partirem o pescoço, ou...

― Isso não tem graça ― disse Hermione baixinho. ― Não tem a menor graça.

As corujas me fizeram lembrar de algo bastante importante que deveria ser feito logo.

― Harry, agora eu lembrei que você precisa fazer algo importante... você sabe o que é, não sabe?

― Sei, tacar no Rony um bom chute na b...

Revirei os olhos e disse:

Escrever para o meu pai. Você tem que contar a ele o que aconteceu. Ele pediu para mantê-lo informado de tudo que estivesse acontecendo em Hogwarts... é quase como se ele esperasse que uma coisa dessas fosse acontecer. Vou correndo até a comunal para pegar pergaminhos e uma pena...

― Corta essa! ― exclamou Harry, olhando à volta para verificar se havia alguém ouvindo; mas os jardins estavam muito desertos. ― Susana, ele voltou ao país só porque a minha cicatriz doeu. Provavelmente invadiria o castelo furioso se eu contasse que alguém me inscreveu no Torneio Tribruxo...

― Meu pai iria gostar que você contasse a ele ― disse rispidamente.

― Harry, Susana tem razão, você precisa escrever ao Sirius ― disse Hermione séria. ― Ele irá descobrir de qualquer jeito...

― Como?

― Harry isso não vai poder ser abafado ― disse sem paciência. ― Esse torneio é famoso e você é famoso. Eu ficaria realmente surpresa se já não tivesse saído alguma coisa no Profeta Diário sobre a sua entrada no torneio... você já aparece em metade dos livros que tratam Você-Sabe-Quem, sabia... e meu pai iria preferir saber por você, eu sei que sim. Mas caso você não conte, eu conto.

No final de tudo Harry decidiu escrever ao meu pai sobre o Torneio Tribruxo.

Point of View: DRACO MALFOY

Acredito que em todos os meus anos nunca presenciei um domingo tão mais tão tedioso. Todos que ficava comigo decidiram fazer outra coisa, como Blásio que quis se ocupar com uma garota de Beauxbatons; agora Crabbe e Goyle é a mesma coisa que nada. Agora quanto ao Theodore nossa amizade deixou a muito tempo de ser a mesma e depois da festa, parece que foi um estopim para tudo, estamos sem trocar uma palavra sequer direito depois daquele dia. Contudo, existia uma única pessoa que poderia melhorar meu dia.

Dei uma breve olhada em cantos que imaginei que ela poderia estar como o lado de fora, mesmo estando muito frio, só torcia para que ela não estivesse na sala comunal da Grifinória. Se bem que caso não a encontrasse em local, só poderia estar lá e é um local que não chego perto.

― Onde você pode estar…? ― pensei alto. E logo sorri quando me lembrei de um local que ela sempre marcava presença, que era a biblioteca, mesmo que tenha grandes chances de ela estar com a Granger.

A biblioteca se encontrava até que movimentada tanto pelos alunos de Hogwarts como alguns alunos de Beauxbatons e Durmstrang. Entrei, dei uma pequena olhada nas mesas de estudos e nada dela, então decidi dar uma olhada entre os corredores dos estandes. Até que do nada uma voz conhecida me fez parar.

― Só me escute, por favor, só peço isso.

Era a voz de Theodore.

― Não tenho nada para escutar e nem para falar com você ― diz uma segunda voz em tom firme que reconheci ser de Susana Black.

O que esse idiota está querendo agora com ela?

Quase avancei para ver melhor o que estava acontecendo, mas apenas encostei na prateleira e aproximei para escutar melhor.

― Eu sei que errei, sei que aquilo não tem perdão ― Theodore abaixava o tom de voz para que ninguém escutasse ―, mas eu me arrependo.

Susana soltou uma risada.

― Não me faça rir, Theodore, eu posso não ser da Corvinal, mas isso não quer dizer que eu seja burra ― retrucou Susana com grosseria.

― Por mais que você não acredite, eu realmente sinto muito pelo que fiz, e se eu pudesse, voltaria ao tempo e impediria o que fiz. Não estava em um dia bom...

Houve uma pequena pausa de silêncio, tentei dar uma espiada para ver o que estava acontecendo; Theodore estava de costa para mim e Susana olhava com um semblante bem sério.

― Se é perdão que você quer? Então você vai ter meu perdão ― Theodore parece ter ficado feliz, pois se aproximou mais dela e tentou tocar o rosto dela, mas para minha felicidade ela se afastou dele e fez o mesmo com a mão dele. ― Eu te perdoei, mas isso não quer dizer que vamos voltar a ser como éramos antes.

― O que você quer dizer com isso?

― Fica longe de mim, não fale mais comigo... Suma da minha frente! Quero você longe de mim, Theodore, antes que eu te azaro.

Só não ri mais alto justamente porque estava na biblioteca, todo mundo ia achar que eu era um idiota e não quero revelar minha presença aos dois. Ouvi aquelas palavras saindo da boca de Susana que me fez ter uma das melhores sensações que já tive. Depois dessa tenho a boa sensação de que Theodore nunca mais vai se aproximar dela.

― Agora se você não se importa ― continuou Susana sarcástica. ― Eu quero voltar a ficar sozinha. Será que poderia se retirar?

Não ouvi nenhuma palavra do outro, apenas passos se afastando, ele não demorou para sair e passou reto nem deve ter percebido minha presença. Esperei para garantir que ele já estivesse bem longe antes de entrar no corredor.

― Oi ― disse que vi a Black.

― Eu já mandei você… ― disse ela elevando a voz e se virando já preparada para jogar algo, felizmente isso não aconteceu. ― Ah, você… Oi.

Susana abaixou o livro e parecia bem aliviada por ter sido eu que a chamou.

― Me desculpe! Eu pensei que fosse outra pessoa.

― Até deduzo que essa outra pessoa se chame Theodore Nott ― disse, recebendo um olhar suspeito dela. ― Sem querer acabei escutando a conversa dos dois. Se me permite, devo dizer que adorei o fora que deu nele ― disse me aproximando dela.

De forma bem discreta consegui ver um singelo sorriso se formando nos lábios dela. Devo ressaltar que ela estava linda, simples, bem casual e continuava bonita. Susana carregava muitos livros que estavam sendo guardados em seus lugares, nesse meio tempo quando ela voltou para o que fazia, um dos livros escorreu, mas antes de cair no chão não só ele como vários outros a ajudei.

― Obrigada. ― Sua voz saiu num tom baixo depois que paramos um pouco para se olhar.

Acabou que ficamos mais próximos pelo ocorrido, ela me olhou e depois desviou para pegar o livro da minha mão. No entanto, só foi sentir o toque dos dedos dela na minha mão, que saciei o que estava desejando hoje e naquele instante. Toquei o canto do seu rosto com a mão desocupada e a beijei, acendendo de forma intensa aquela chama, aquecendo o meu peito do jeito que só ela provocava. Susana retribuiu o beijo. Fomos nos separar rápido até quando ouvimos passos se aproximando e um grupo de alunos passando reto pelo corredor que estávamos.

― Acho melhor a gente ir para outro lugar ― disse, assim o último garoto do grupo desaparece de vista.

― Também acho ― Susana concordou, tentando disfarçar a pequena mordida que ela deu no lábio inferior. ― Podem pegar a gente e Madame Pince não vai gostar muito disso.

Ajudei-a a guardar os outros livros já que ela era muito mais baixa que a estante, perdi a noção do tanto que a vi ficando na ponta do pé para alcançar. Susana ficou apenas com um dos livros, mas antes da gente sair ela disse:

― Pode ir na frente que te encontro depois.

― Mesmo lugar?

Ela assentiu, só que antes de se afastar depositou um longo selinho nos meus lábios.

― Até.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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