1. Spirit Fanfics >
  2. A Herdeira dos Black II >
  3. Accio Firebolt

História A Herdeira dos Black II - Accio Firebolt


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 32 - Accio Firebolt


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - Accio Firebolt

Felizmente depois daquele sonho estranho com Harry, consegui dormir melhor, mas em questão de sonho acho que preferia ter nenhum já que sonhei com Malfoy pela milésima vez. Merlin, por que você é tão cruel comigo? Para tirar o maldito sonho que tive com a Doninha, fui correndo para o banheiro e joguei água gelada no rosto — me arrependendo amargamente por ter feito isso — soltei um grito, trincando os dentes ao sentir a água que estava super-hiper-mega gelada.

Mesmo que hoje seja o dia da primeira tarefa foi preciso vestir o uniforme e pegar a bolsa, pois iriamos ter as aulas do período da manhã.

Terminando de passar o delineador nos olhos, desci com Hermione para o Salão Principal junto com Harry que encontramos na comunal. A atmosfera na escola era de grande tensão e excitação. Confesso que estava bem nervosa por Harry que dizia pouquíssimas palavras. Eu me esforçava para não azarar o bando de idiotas que o vaiaram. Depois da aula do professor Flitwick, Harry deu uma passada no banheiro para lavar o rosto já era um tanto nítido o nervosismo dele na aula de Feitiços. Enquanto isso, Hermione e eu ficamos esperando-o no corredor vendo vários alunos passarem — a maioria menciona sobre a prova de hoje. E para dispersar meus pensamentos fiquei brincando com minha varinha, observava cada detalhe dela e já pronta para lançar algum feitiço caso alguém provocasse de novo o Harry.

Quando ele saiu do banheiro seguimos o caminho para o Salão Principal. Não sei se eu era a que mais mongava dos três, mas eu não reparei no Cedrico passando por mim. Ele estava atravessando o meu caminho para ir à mesa da Lufa-Lufa e eu ia reto para me sentar na mesa da Grifinória. O que fez a gente se trombar; eu pegar de apoio o braço dele para não cair de cara no chão.

— Cedrico me desculpe — disse meio sem graça. — Eu não te vi, me perdoe.

— Que isso a culpa também foi minha por não te ver — disse ele balançando a cabeça.

Senti o clima entre nós dois um tanto pesado. Parecíamos dois estranhos, que nunca havíamos nos vistos. Fiquei me perguntando se isso era um sinal que não éramos mais amigos. Nem vou julgá-lo e nem nada se caso estiver mesmo com raiva de mim; afinal de contas eu estraguei completamente o nosso encontro.

— Boa sorte!

Queria dizer algo, só que não sabia o que, então pensei em desejá-lo boa sorte na primeira tarefa de hoje.

— Obrigado — agradeceu Cedrico em um tom sincero. — Imagino que vai torcer para o Potter. Correto?

— Sim — respondi meio receosa. — Mas isso não quer dizer que deseja o ruim dos outros competidores... com exceção da Fleur e Krum.

Aquele clima todo pesado instalado entre a gente, desapareceu por um segundo quando Cedrico riu baixo, o que me fez rir junto.

— Cedrico!

Um garoto loiro do nada gritou o nome dele, o próprio se virou para olhar o amigo e fez um sinal de que já estava indo. Desviando o olhar do amigo, Cedrico me olhou e disse:

— Eu já vou indo.

Assenti com um sorriso amarelo.

Cedrico apenas fez um gesto com a cabeça e se virou.

— Ele me odeia — protestei.

Senti-me um tanto irritada, mas não era com a conversa sem sal que tive agora pouco com Cedrico e sim comigo.

— Ele te disse isso? — indagou Hermione.

— Não na cara — respondi, enchendo meu prato com colheradas cheias de purê de batata.

— Então como você sabe que ele te odeia?

— Mione, acontece que tem certas coisas que simples atitudes já respondi todas suas dúvidas.

— Ou criam conclusões falsas — Hermione retrucou dando um sorriso vitorioso.

Revirei os olhos. Decidi fazer que nem o Harry e me focar apenas no purê de batata, só que diferente dele, eu não estava pensando em dragões. Como uma forma de tentar animá-lo — caso seja possível —, tentei puxar assuntos com ele; sem resultado.

No meio do almoço a Profª Minerva apareceu correndo no Salão Principal até Harry.

— Potter, os campeões têm que descer para os jardins agora... Você tem que se preparar para a primeira tarefa.

— OK — disse Harry, se levantando e deixando cair o garfo no prato, com estrépito.

— Boa sorte — sussurrou Hermione. — Você vai se sair bem!

— Ah, vou! — exclamou Harry, com uma voz que nem parecia a dele.

— Boa sorte, Harry — falei em seguida. — Se concentre que tudo vai sair bem.

Ele balançou a cabeça freneticamente e se levantou. Deixando o salão com a professora ao lado, que também não parecia a pessoa de sempre, de fato, parecia quase tão ansiosa quanto Hermione e eu.

 — Eu realmente espero que ele se concentre — comentei.

Só vi Hermione assentindo, não dizendo nada, e voltando a terminar sua comida.

Perto da Floresta Negra foi montado um grande cercado com arquibancadas em volta e em uma grande altura, pois sejamos racionais, não seria nenhum pouco legal a arquibancada em uma altura pequena com dragões logo a frente. Hermione, Rony e eu ficamos juntos em uma parte. Neville, Simas e Dino não demoraram para aparecer ao lado de Rony. Estava tão nervosa para o início dessa tarefa que nem sequer liguei para as besteiras que o Simas dizia sobre o Harry. Se não, esse mané estaria agora mesmo na ninhada dos dragões.

Meus pensamentos estavam tão dispersos que dei um pulo quando ouvi o barulho alto do cagão. Depois tampei uma orelha um pouco pela gritaria das outras pessoas nas arquibancadas. Bagman apareceu para anunciar o início da tarefa; nesse mesmo momento o primeiro dragão foi posto no cercado pelos cuidadores. Se não me engano era um Focinho-Curto sueco. É um dragão muito belo com uma coloração azul-prateado.

Assim que soou o primeiro apito, Cedrico apareceu em campo, tendo seu nome gritado pela maioria. Logo de início ele foi rápido, transfigurou uma pedra em um cão labrador para distrair a criatura. Enquanto o dragão perseguiu o cachorro, Cedrico foi até a ninhada pegar o ovo. Porém não se teve um resultado muito bom, porque logo que alcançou o ovo de ouro, o Focinho-Curto havia perdido o interesse pelo labrador e lançou na direção de Cedrico uma jorrada de chamas.

Por instinto virei o rosto para o lado, só que logo virei para olhar o resultado. Senti um aperto ao vê-lo com a mão no rosto (provavelmente queimada) e fugindo da arena com o ovo em mãos.

— Tomara que ele fique bem — murmurei com preocupação.

Juro que gostaria de saber como está naquele momento, porém eu não poderia sair daqui enquanto o Harry não realiza a tarefa.

Logo o Focinho-Curto Sueco foi trocado pelo Verde-Galês um obviamente verde e bem comum. Acho que entre todos os dragões que foram escolhidos para o torneio esse é o mais “manso”, se é que pode ser definido assim.

Fleur fora a segunda competidora. Por um momento achei que ela ia fazer merda — não ia conseguir nada — no entanto ela acabou sendo mais esperta que o Cedrico. Não que ele tenha sido ruim, mas ela lançou no dragão uma azaração que faz com que o animal durma em transe. No entanto, ela não saiu tão livre dessa porque o dragão roncou e soltou um jato de chamas que acertou sua saia de seda. Fleur logo extinguiu o incêndio com um Aquamenti e, em seguida, pegou o ovo.

Depois de Fleur foi a vez de Krum que fez várias garotas ao meu lado gritarem.

— Parece até um bando de gazelas — murmurei para Hermione.

— Idiotas — disse ela revirando os olhos.

O dragão que Krum havia tirado era o Meteoro-Chinês, um dragão vermelho, com escamas lisas, e franja dourada.

— Será que irá voar?

A pergunta de Rony foi respondida no mesmo instante que Krum usou o feitiço Conjunctivitus para cegar o dragão e apanhar o ovo. Foi uma ideia brilhante, mas um tanto idiota e não tão bem pensado. Por causa do feitiço o Meteoro-Chinês acabou ficando confuso e obviamente cego, acabou tropeçando e esmagou metade dos ovos verdadeiros que estava guardando.  Por causa disso ele perdeu pontos.

— Agora é o Harry — falei nervosa e preste a roer minhas unhas. — Não minhas unhas eu não posso roer. Elas estão muito bonitas para serem estragadas.

Não demorou muito para o Meteoro-Chinês ser substituído por outro dragão.

— Aaai caraca, o Harry é oficialmente um azarado! — exclamei.

Meu queixo caiu ao ver o Rabo-Córneo Húngaro que é simplesmente o mais perigoso. É um dragão com escamas pretas e tem uma aparência de lagarto. Seus olhos são amarelos, os chifres cor de bronze e tende a alcançar quinze metros com suas labaredas. Lembro que meu tio Terry me disse que o bisavô da minha avó, morreu comido por um Rabo-Córneo Húngaro. Bom, ele não acredita muito nessa história, pois quem contou foi o avô dele e o velho já estava bem caduco; contava sempre a mesma história. Enquanto eu não duvido que tenha acontecido isso mesmo porque o Rabo-Córneo Húngaro se alimenta de humanos.

O apito tocou, Harry não demorou para sair da barraca onde estariam os campeões. Minha respiração estava bem ofegante, o nervosismo e o medo estavam me consumindo de uma forma inaplicável. Apertava com força a grade da arquibancada. Minha preocupação naquele momento era o Harry, não conseguia pensar em mais nada e muito menos me importar com as vaiações misturadas com o barulho de excitação.

Rabo-Córneo estava deitado logo a sua frente sobre a ninhada de ovos, a asas meio fechadas, sacudindo com força o rabo de chifres, que deixava marcas no chão duro. Seus olhos estavam bem fixos em Harry.

— A varinha, usa agora mesmo a varinha, Harry — digo.

Sei que não foram ouvidas, mas acho que ele próprio se deu conta que naquele momento era para utilizar o feitiço. Harry ergueu a varinha para dizer:

Accio Firebolt!

Agora é só esperar, suplicar, rezar a todos os santos que a maldita Firebolt esteja a caminho... Então pude ouvir algo cortando o ar, olhei para a floresta e dei um longo suspiro aliviado. A Firebolt vinha em direção ao Harry, sobrevoando a floresta, chegando ao cercado e estacando imóvel no ar, aguardando que ele a montasse.

— Isso!! Ele conseguiu! — gritei com Hermione, comemorando ao meu lado.

A multidão fez ainda mais estardalhaço. Bagman gritou alguma coisa... Que não fazia a mínima ideia do que disse. Felicidade estava a mil... Até que surgiu mais uma preocupação; Harry agora teria que capturar o ovo.

Nossa, como ele sabe voar! — berrou Bagman, enquanto a multidão gritava e exclamava. — O senhor está assistindo a isso, Sr. Krum?

Harry voou mais alto descrevendo um círculo, o Rabo-Córneo continuava acompanhando o progresso, sua cabeça girava sobre o longo pescoço — se continuasse a fazer isso, ia ficar bem enjoadinho, mas eu achava melhor ele não insistir tanto com o dragão ou o bicho iria recomeçar a cuspir fogo...

Harry se deixou afundar rapidamente quando o dragão abriu a boca, mas desta vez teve menos sorte — ele escapou das chamas, mas o bicho chicoteou o rabo para o alto ao encontro de Harry, e quando ele virou para a esquerda, um dos longos chifres parecia ter acertado o ombro dele... Hermione deixou escapar um grito.

Do dragão olhava Harry.

De Harry olhava o dragão.

Aquela merda de dragão não estava querendo voar nem a pau. Era mais esperto do que se imaginava. Parecia estar demasiado preocupado em proteger os ovos. Embora se contorcesse e abrisse e fechasse as asas sem tirar os olhos de Harry, tinha medo de se afastar demais de sua ninhada..., Mas Harry precisava persuadi-lo a fazer isso ou jamais chegaria perto deles... Harry precisava fazer aquilo cautelosamente, gradualmente...

Ele começou a voar, primeiro para um lado, depois para o outro, suficientemente longe para o bafo do bicho não o perfurar, mas, ainda assim, oferecendo uma ameaça suficientemente forte para o dragão não tirar os olhos dele. A cabeça do bicho virava para um lado e para o outro, vigiando Harry.

Voou mais alto. A cabeça do Rabo-Córneo se ergueu com ele, o pescoço agora esticava-se ao máximo, ainda se movendo, como uma serpente diante do seu encantador...

Subiu mais alguns palmos, e o dragão soltou um rugido de exasperação. Acredito que ele via Harry como uma mosca, e queria a todo custo amassar essa mosca — assim como a gente que quando vê uma mosca ou mosquito quer porque quer esmagar o maldito inseto — seu rabo tornou a chicotear, mas Harry estava demasiado alto para que pudesse alcançá-lo... O dragão cuspiu fogo para o ar, Harry se desviou... As mandíbulas do bicho se escancararam...

— Vai logo dragão — sibilei furiosa com os punhos fechados, batendo com força na grade — anda, sai desse maldito ninho.

Harry fazia voltas irresistíveis no alto. E mesmo assim o dragão vadio continuava no mesmo lugar.

— Isso mesmo! Levanta-te! — dizia ao ver o dragão se empinando, abrindo finalmente as asas, grandes.

Harry mergulhou. Antes que o dragão percebesse o que ele fizera, ou onde desaparecera, ele estava voando a toda velocidade para o chão em direção aos ovos, agora sem a proteção das patas com garras do dragão — Harry soltou as mãos da Firebolt — agarrou o ovo de ouro...

Acho que pela primeira vez na minha vida eu gritei alto em comemoração. Eu gritava simultaneamente que ele havia conseguido. Hermione me acompanhou na comemoração, enxugando as lágrimas. Sim, ela estava chorando de felicidade. Não posso negar que meus olhos também se encheram de lágrimas, mas elas não caíram. Fiquei mais feliz ainda ao ver Rony comemorando ao meu lado — eu sabia que esse ruivo se importava com Harry.

Olhem só para isso! — berrou Bagman. — Por favor, olhem para isso! Nosso campeão mais jovem foi o mais rápido a apanhar o ovo! Bom, isto vai diminuir a desvantagem do Sr. Potter!

Sem delongas fomos correndo até a barraca de primeiros socorros quando vimos Harry entrando. Rony no caminho começou a fraquejar — não queria ir —, mas Hermione e eu puxamos ele pelo braço até a barraca.

— Harry, você foi genial! — exclamei alto ao entrar na barraca e o abracei. — Aquelas provocações que você fez para o dragão foram sem palavras. Foi incrível!

— Eu não teria conseguido nada sem vocês duas — diz ele meio sem jeito.

— Você foi fantástico! — exclamou Hermione em voz alta e fina. — Realmente foi!

Mas reparei que o olhar de Harry desviou de nós duas para o Rony, que estava branco e olhava fixamente para o amigo como se visse um fantasma.

— Harry — disse ele muito sério —, quem quer tenha posto o seu nome naquele cálice, eu... eu reconheço que estava tentando acabar com você!

— Entendeu, foi? — disse Harry com frieza. — Demorou?

Hermione e eu parecemos umas idiotas, pois ficamos olhando um e depois o outro. Rony abriu a boca, inseguro. Sabia que era para se desculpar.

— Ok — disse Harry, antes que Rony pudesse falar. — Esquece.

— Não — disse Rony — eu não devia ter...

— Esquece.

Rony riu nervoso para Harry e este retribuiu o sorriso. Hermione caiu no choro. E eu fiquei rindo feito uma besta.

— Não tem motivo para chorar — disse espantado. — E nem para rir.

— Tem motivo sim — exclamei ainda rindo, passando o braço no pescoço de Harry.

— Vocês dois são tão burros! — exclamou Hermione, batendo o pé no chão, as lágrimas caindo nas vestes.

Então, antes que qualquer um de nós pudesse impedi-la, ela nos puxou para um abraço, e eu disse:

— Finalmente voltamos ao normal.

Olhei Harry e Rony com a sobrancelha levantada.

— Voltamos, não é?

Hermione riu ainda conseguia ver seus olhos brilhando pelas lágrimas.

— Acho que sim — disse Harry.

Agora fui eu a puxar a gente para mais um abraço, nesse caso eu puxei Harry e Hermione o Rony, assim ficou os quatro abraçados. Assim que nos soltamos, Hermione me puxou para fora da barraca, decididamente aos berros. A felicidade que sentia em meu peito a muito tempo não sentia. Eu sorria, estava feliz, consegui esquecer meus problemas com a simples reconciliação dos meus dois melhores amigos; principalmente porque agora voltamos a ser um quarteto como éramos antes.

A pontuação de Harry foi a seguinte: Madame Maxime lhe deu a nota oito; o Sr. Crouch foi um nove; Dumbledore também foi um nove; Bagman logo lhe deu um dez e por último foi o Karkaroff que xinguei de todos os palavrões existentes pelo quatro. Mesmo aquele merda ter tentado ferrar com a pontuação de Harry, ele acabou ficando de qualquer jeito em primeiro lugar junto com Krum.

 

(...)

 

Fomos ao corujal naquela noite à procura de Pichitinho para Harry poder enviar uma carta ao meu pai, contando-lhe que conseguira passar ileso pelo dragão. No caminho, Harry pôs Rony a par das informações de meu pai sobre Karkaroff. Embora, de início, Rony tivesse se chocado em saber que o bruxo fora um Comensal da Morte, na altura em que chegamos ao corujal ele já estava dizendo que nos quatros devíamos ter desconfiado disso o tempo todo.

— Se encaixa direitinho, não é! — disse ele. — Você se lembra do que Malfoy disse no trem, que o pai dele era amigo de Karkaroff? Ora, a gente já sabe onde se conheceram. Provavelmente estavam correndo mascarados na Copa Mundial... Mas vou dizer uma coisa, Harry, se foi Kakaroff que pôs o seu nome no Cálice de Fogo, ele agora vai estar se sentindo muito idiota, não acha? Não funcionou, não é? Você só levou um arranhão! Vem até aqui, eu faço isso...

Bocejei. Encostei em uma parede com o pé apoiado, observando Rony agarrar Pichitinho no ar — que estava bastante excitado com a ideia de fazer uma entrega — e segurou-a quieta para que Harry pudesse prender a carta à perna da ave.

— Acho que não é possível que as outras tarefas sejam tão perigosas. Como poderiam ser? — prosseguiu Rony enquanto levava Pichitinho até a janela. — Sabe de uma coisa? Acho que você poderia vencer esse torneio, Harry, estou falando sério.

— Já pensou? — disse imaginando Harry segurando o saco com milhões de galeões. — Harry Potter, o mais novo campeão Tribruxo!

Rony balançou a cabeça, concordando com o que havia dito. Hermione, no entanto, encostou-se à parede ao meu lado, cruzou os braços e amarrou a cara para Rony.

— Harry tem um longo caminho a percorrer até o fim do torneio — disse ela séria. — Se essa foi a primeira tarefa, nem quero pensar qual vai ser a próxima.

— Você é um raio luminoso de sol, não é não? Você e a Professora Sibila deviam se reunir um dia desses.

Segurei um riso. Hermione me lançou um olhar bem feio.

— Quê? Foi engraçado — disse — e ele tem razão.

Acompanhamos Pichitinho desaparecer na noite, e então Rony falou:

— Bom, é melhor descermos para a sua festa surpresa, Harry, a esta altura, Fred e Jorge já devem ter pilhado comida suficiente das cozinhas.

Não deu outra. Quando entramos, a sala comunal explodiu de vivas e gritos. Havia montanhas de bolos e garrafões de suco de abóbora e cerveja amanteigada em cima de cada móvel, Lino soltou alguns dos seus Fogos Fabulosos do Dr. Filibusteiro Sem Fumaça Nem Calor, por isso o ar estava denso de estrelas e faíscas e Dino, que descobri só agora que era bom em desenho, tinha pendurado magníficos galhardetes novos, a maioria dos quais mostrava Harry voando na Firebolt em volta da cabeça do dragão, embora houvesse uns dois que mostravam Cedrico com os cabelos em chamas. Daquilo eu já não gostei.

Não enrolei em me servir, estava com muita fome, e fui me sentar com Harry, Rony e Hermione. Ficamos conversando sobre alguns assuntos, até que Lino apareceu levantando o ovo dourado, que Harry deixou em cima de uma mesa.

— Abra, Harry, vamos! Vamos ver o que tem dentro!

— Ele tem que decifrar a pista sozinho — disse Hermione depressa. — É a regra do torneio...

— Eu devia arranjar um jeito de passar pelo dragão sozinho, também — murmurou Harry, de modo que somente nós duas ouvíssemos, e Hermione deu um sorriso culpado.

— É, anda, Harry, abra! — fizeram coro vários alunos.

Lino passou o ovo a Harry enfiou as unhas no sulco que corria a toda volta do objeto, forçando o ovo a abrir. Estava oco e completamente vazio, mas quando Harry o abriu, um som terrível, alto e agudo como um agouro, encheu a sala.

— Fecha isso! — berrei, as mãos tampando os ouvidos.

— Que é isso? — perguntou Simas, olhando o ovo enquanto Harry tornava a fechá-lo com um estalo. — Parecia um espírito agourento... quem sabe você vai ter que passar por um deles da próxima vez, Harry!

— Era alguém sendo torturado! — arriscou Neville, que ficou muito pálido e largou os pães de salsicha no chão. — Você vai ter que enfrentar a Maldição Cruciatus!

— Deixa de ser babaca, Neville, isso é ilegal — disse Jorge. — Não usariam a Maldição Cruciatus contra os campeões. Achei que lembrava um pouco o Percy cantando... Quem sabe você vai ter que atacar ele quando estiver debaixo do chuveiro, Harry.

Jorge foi muito cruel em dizer aquilo, pois eu estava tomando suco e acabei me engasgando.

— Nesse caso o Harry precisa torcer para o sabonete não escorregar na mão do Percy — digo com um sorriso maldoso.

Jorge sacou na hora o significado do que disse, fazendo-o gargalhar e depois fiz uma cara de nojo ao imaginar o Percy se agachando para pegar o sabonete no chão.

— Quer uma tortinha de geleia, Susana?  — ofereceu Fred.

O olhei com um ar de dúvida para o prato que ele me estendia.

Fred sorriu.

— Eu não caio nessa...

— Pode se servir. Não fiz nada com elas.

— Sei...

— É com os cremes de caramelo que você tem de se cuidar...

Neville, que acabara de encher a boca de creme, se engasgou e o cuspiu fora. Fred deu uma risada.

— É só uma brincadeirinha, Neville...

Apanhei uma tortinha de geleia meio indecisa. Olhei a tortilha em cada canto, toquei o dedo no recheio.

— Espero mesmo que não tenha nada, se não...

— Eu prezo por minha vida — ele protestou.

— Hum... — Ia dar uma mordida na tortinha, só que parei quando Hermione fez uma pergunta do nada.

— Você apanhou tudo isso na cozinha, Fred?

— Foi — respondeu ele sorrindo para ela. Ele fez uma voz de falsete e imitou um elfo doméstico: — “O que pudermos lhe arranjar, meu senhor, qualquer coisa!” São super prestativos.... Me arranjariam um boi assado se eu dissesse que estava faminto.

Hermione começou a fazer perguntas de entrar lá. Eu sabia que ela tinha segundas intenções na pergunta.

— Vai tentar liderar uma greve de elfos domésticos, é? Vai desistir dos folhetos e incitar os caras a se revoltarem?

Algumas pessoas riram. Hermione não respondeu.

— Não vai perturbar os elfos dizendo que têm que pedir roupas e salários! — avisou-a Fred. — Vai desviar os caras do preparo da comida!

Nesse instante, Neville provocou uma ligeira distração, transformando-se em um grande canário.

— Ah... Me desculpe, Neville — gritou Fred, abafando as risadas.

— Vai dizer que se esqueceu que os cremes de caramelo que enfeitiçaram? — ironizei.

— Você também não ajuda... — retrucou Fred rindo.

Passei uma longa parte da festa com os gêmeos, Hermione me fez companhia por um tempo, também participando da conversa com eles e nesse meio tempo apareceu Rony me cutucando com força.

— Que foi?

A cara dele não era das melhores, ele estava branco e de orelhas vermelhas.

— Rony... o que?

— Venham comigo — sibilou ele com a voz trêmula.

— Que deu em você, Rony? — perguntou Fred. — Dor de barriga.

Sem paciência, ele pegou Hermione e eu pelos pulsos e nos levou até a escadaria do dormitório masculino. Fred e Jorge acabaram vindo atrás questionando, não demorou para o Harry estar junto perguntando o que aconteceu. Rony abriu a porta do quarto, disse para Hermione e eu entrar.

— Abram! — ele apontou para a mala dele.

— Para que? — indaguei. — Não estou a fim de ver suas cuecas.

— Não é isso — retorquiu Rony. — Affe, eu abro.

Meu queixo caiu quando Rony abriu a mala. E Hermione soltou um grito de espanto.

— Gatinhos! — exclamaram Fred, Jorge e Harry espantados com as três bolas de pelos em cima das roupas de Rony, mamando no Bichento...

— Mione, seu gato é hermafrodita! — exclamei.

— Quê? Não! — diz Hermione espantada.

— Sim!

— Não!!

— Será que vocês duas podem parar com isso — pediu Rony grunhido.

— Mione, seu gato não era macho? — Harry disse pela primeira vez.

— Claro que sim!

— Por isso que eu estou falando que esse gato é hermafrodita — digo.

— Ele não é hermafrodita — protestou Hermione. — Só tem uma explicação para tudo isso: o Bichento é Bichenta!

— Quem é o pai desses filhotes?

A pergunta de Harry foi respondida de imediato por Taran passando pela gente e indo olhar os filhotes.

— Por que nas minhas roupas? — lamentou Rony. — Por quê? Que merda, vocês não poderiam ter tido esses filhotes em outro lugar.

Taran lançou um olhar reprovador para Rony.

Com muito cuidado tiramos os três gatinhos junto com Bichento — que agora é Bichenta — da mala de Rony e colocamos na cama dele mesmo. Ignorando os muxoxos dele que só parou quando um dos gatinhos foi para o seu lado. Mesmo estando assustada, não nego que também estava encantada com aquelas bolinhas de pelo que cabiam na palma da mão.

Eram três gatinhos com pelagem diferente, mas muito parecidas com as de Taran e Bichento (Bichenta). Dois deles tinham a pelagem dos pais: um alaranjado e outro pretinho. Agora o terceiro era mesclado.

— Eles são bonitinhos — comentou Harry, ajoelhado no chão com o queixo apoiado na cama, observando os pequenos.

Harry acariciou o gatinho mesclado que miou, fazendo nós cinco exclamar um “won”.

— O que vamos fazer com eles? — perguntou Hermione depois de um tempo.

— Eu não sei — respondi, suspirando cansada. — Primeiro precisamos encontrar um lugar para eles ficarem.

— Na minha mala eles não voltam! — falou Rony elevando o tom de voz. — Já basta eles terem nascido lá dentro.

— É, realmente eles não merecem ficar junto com as suas cuecas encardidas, Rony — diz Jorge com sarcasmo.

— Pelo menos já temos um nome para os gatinhos — diz Fred.

— Temos? — disse com o cenho franzido.

Fred se ajoelhou ao lado de Harry e apontou o dedo para cada gatinho dizendo:

— Bo-Li-Nha.

— De pelos — completou Jorge, fazendo a gente rir.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...