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História A Herdeira dos Black II - Eu também posso


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 46 - Eu também posso


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - Eu também posso

 

Point of View:  DRACO MALFOY

Desde que esse tal Baile de Inverno foi anunciado pelo professor Snape, eu achei uma verdadeira idiotice; tive razão.

Era tudo papo-furado da escola nos fazer ter uma boa convivência e termos uma chances de confraternizar com os inimigos para ser mais específico. Digo isso porque Durmstrang e Beauxbatons não se passam de rivais no torneio. Mas até que não chegam mais nesse nível, não Durmstrang, já que o campeão de Hogwarts são dois imbecis: um Lufano e um Testa Rachada que adora chamar atenção. Então é mais fácil torcer para o campeão de Durmstrang que é mais digno.

Voltando ao assunto Baile de Inverno.

Essa noite que foi tão aguardado pelos seres idiotas dessa escola, só deve ter prestado para casais ridiculamente idiotas, sem noção, apaixonados. Também deve ter servido para os virgens. Mas isso não é o caso.

O caso é que essa noite só me serviu para beber uma grande quantidade de Whisky de Fogo.

Talvez até seria uma boa noite para mim.

Talvez ela até pudesse não ter sido tão merda, mas acabou que foi muito mais merda do que imaginei. Não que ir com a Tracy foi uma merda. Mas eu não queria estar naquela noite com ela e sim com outra. Só que essa outra é tão teimosa, mas tão teimosa, que nem se quer deixa os outros falarem.

Acha que é a certa em tudo.

Acha que o que ela acha é o certo.

É uma puta de uma orgulhosa.

Tão soberba quanto os membros da Grifinória, mas a arrogância é tão alta como a de um verdadeiro Sonserino. Falando nisso… me pergunto que erva o

Chapéu Seletor havia experimentado antes da seleção das casas de Susana Black? Ela deveria estar na Sonserina como os outros Black. E não na Grifinória.

Infelizmente, eu acabei entrando nessa lista de apaixonados. Acabei sendo pego por esse sentimento nojento que nos faz sentir uns inúteis. Principalmente quando a pessoa por quem você se apaixonou não coopera com nada. Claro que estou falando da mesma que mencionei segundos atrás: Susana Black.

Ela é maravilhosa em muitos sentidos.

Não conheço todos os lados dela, mas os poucos que conheço que incluem a beleza dela, eu posso dizer claramente que Susana é maravilhosa. Só que a arrogância dela é o que me deixa irritado.

Tracy foi uma das minhas tentativas de distração para tentar não deixar em branco o tal baile de inverno. Em partes, Tracy foi até uma boa companhia. Dançamos, conversamos e só… No final eu a ignorei completamente e só lembro de ter tomado muito Whisky de Fogo que Theodore trouxe às escondidas (como ele trouxe é que não faço ideia), Blásio também não ficou de fora, e acabou se juntando.

Acordei com uma ressaca horrível no dia seguinte, mas o que mais me deixou preocupado foi ver Pansy deitada comigo no sofá da comunal , mas o que me assustou foi ela estar sem o vestido e coberta com uma camisa branca de alguém.

Naquele momento senti um calafrio gigantesco, pois a camisa que ela usava era minha. Não… isso não pode ter acontecido. Olhei melhor para comunal, Theodore não estava em melhores situações com Daphne ao seu lado usando quase nada. Blásio também dormia largado na poltrona. Outros conhecidos também estavam deitados em cada canto com a pior aparência — Crabbe e Goyle eram um deles.

Pansy se mexeu e a olhei, ela havia acordado e me olhava com os olhos brilhando.

— Bom dia — ela disse sorrindo.

Minha respiração estava ofegante de nervosismo.

— Pansy… é melhor você sair de cima de mim…

— Por quê? Está tão confortável aqui. — Ela mais se esfregou em mim do que se mexeu. Isso me deixou desconfortável, não estava me agradando ficar dessa forma com ela e o que menos me agradava era pensar que a gente fez aquilo.

Merlim! Me ajude!

Eu não iria esperar que ela tomasse a iniciativa de sair de cima de mim. Então eu mesmo desci com esforço, conseguindo me afastar de Pansy. Logo olhei para baixo e felizmente ainda usava calça mesmo não significando muita coisa.

Pansy se sentou no sofá, por instinto desviei o olhar dela para não olhar o que não queria olhar, e a ouvi rir. Nem espiei para ver se tudo estava abotoado.

— Posso saber o que é engraçado? E será que pode se vestir corretamente? — Mais ordenei do que pedi.

Parece que ela não tinha abotoado nada, pois a ouvi se mexendo. Ela conseguiu se arrumar por completo, pois o vestido nem estava por aqui.

— Só não posso me cobrir bem porque vai ficar ruim ir atrás do vestido — disse ela, dessa vez decidi encará-la, mas foquei só no rosto dela. — Preciso subir para me arrumar e devolver a peça de roupa.

— Melhor subir nesse caso e me devolver depois a camisa, ou nem precisa, pode jogar fora.

— Vai me ignorar mesmo?

— Pansy só saia do meu pé, e vai colocar uma roupa.

— Por que? Você não gosta, eu te mostro mais… — Ela insinuou em tirar e eu me aproximei rápido, segurando a mão dela para não desabotoar aquela camisa.

— Não faz isso, Pansy. Eu não quero ver nada e não será seu corpo que vai me fazer ficar com você — digo.

— Então o que é preciso para você me dar uma chance? — Naquele momento seus olhos se encheram de lágrimas, mas aquilo não me comoveu.

— Apenas vai se vestir… — disse simplesmente, eu não gostava dela e ela sabia disso. Talvez, a resposta para a pergunta dela até tinha, e era, então a Susana só conseguiria ficar com ela dessa forma. Só que não a Pansy não é a Susana e nunca será… só consigo pensar nela.

Pansy parecia estar prestes a chorar, mas não me importei já que ela é quem ficava no meu pé. Como ela não deu nenhum passo para sair dali, eu o fiz primeiro e fui o mais rápido até o dormitório para tomar um banho e tirar possíveis vestígios da Parkinson de mim. 

Enquanto deixava a água quente cair na minha cabeça, fiquei pensando na noite de ontem e Susana era a lembrança mais nítida. Ela estava magnífica. Era sem dúvida a mais bonita do baile. O vestido azul caiu super bem nela, sempre achei que azul fosse a cor dela, talvez pense assim por causa dos olhos dela que é um verdadeiro oceano de águas cristalinas.

Senti o meu sangue ferver e apertei o punho ao ver a imagem do Diggory dançando com ela. Ambos coladinhos, rindo e uma vez ou outra ele dizendo algo no ouvido dela. A vontade de sacar a varinha e lhe lançar a maldição Cruciatus naquele momento que vi, era muito grande, eu queria vê-lo se contorcer por ter se atrevido a chegar perto dela de tê-la a tocado. Eu me contorcia de ciúmes e antes que fizesse o que pensei, tirei ela dos braços do Lufano nojentinho.

Ainda conseguia sentir o aroma único do perfume dela; era de morango.

Relaxei o punho lembrando da dança que me mantive colado com ela; deduzi que a mesma nunca havia dançado já que dava passos muito firmes, então eu decidi guiá-la sem me importar se receberia pisões no pé (realmente não me importei).

Tudo seria perfeito se ela não tivesse iniciado aquele papo “do porque faço tudo aquilo?”.

Brigamos. Gritamos um com o outro no meio de um jardim sem se importar se outras pessoas iam ouvir. Ofendemos um ao outro. Nos beijamos feito loucos. E no final… não sei ela, mas eu quis pegar a pedra que encontrei do nada e tacar na minha cabeça.

— Merda — grunhi de dor depois de ter dado um soco na parede.

Olhei as costas da minha mão, e podia ver a leve tonalidade vermelha no metacarpos. O que me fez deduzir que mais tarde ficaria mais escuro ou ganharia uma marca roxa. Estava dolorido enquanto mexia dos dedos.

Decidi finalizar o banho naquele momento, me sequei e vesti apenas a calça para depois procurar uma camisa. Ao sair me encontrei com Blásio e Theodore em pé ao lado de umas das camas. Percebendo a minha presença, eles pararam de conversar e Blásio disse:

— Achamos que havia se afogado no chuveiro.

— Eu já dei a opção que você mesmo havia se matado por ter ficado com a Pansy — debochou Theodore, o que me deixou preocupado.

— Pansy e eu ficamos? — indaguei, tentando esconder meu nervosismo.

Eu não posso ter mesmo ficado com ela.

Aqueles idiotas trocaram olhares cúmplices, me fazendo bufar de irritação por ter debochado de mim.

— Na verdade não rolou nada demais — explicou Blásio. — Lembro que só rolou vários beijos. Agora se vocês passaram para outro nível eu já não sei e nem quero saber.

Blásio tinha razão, eu realmente havia beijado a Pansy, agora conseguia me lembrar — imagens eram borradas, mas dava para ver que se trata de beijos. Só não sei dizer se era a Pansy que beijei. Mas posso afirmar que não foi o beijo que rolou entre Susana e eu.

— Acho que era melhor ele continuar achando que não aconteceu nada entre eles  — ouvi Theodore comentar ao Blásio que segurou um riso.  — Ora, Draco, está me olhando assim porque? Eu também ia querer o mesmo se ficasse com ela.  Ela tem cara de buldogue e uma voz irritante.

— Tem nada haver pela Pansy ser o que é,  Theodore — retruquei irritado. — É mais por outra coisa…

— Susana?

Theodore me olhava sério e depois revirou os olhos, soltando um suspiro cansado.

— Ouvi a discussão de vocês no jardim. Também quem não ouviria? Vocês falavam alto pra caramba.

— Eu não ouvi nada — comentou Blásio.

— Claro que não, já que estava no salão fisgado com a Jessica.

Blásio fuzilo Theodore, irritado foi tomar banho antes de estraçalhar o Nott.

— Só você escutou tudo? Então porque não teve a cara de pau de aparecer para dizer que tudo é culpa sua?

— Por que não queria atrapalhar a discussão dos dois.

Sentei na minha cama irritado com esse idiota e pela briga que tive com Susana que ela provocou por causa de um mal entendido por culpa do Theodore. E pensar que considerava esse idiota um dos meus melhores amigos.

— Nem adianta ficar irritado comigo — falou Nott nervoso se aproximando. — Porque eu não sou o vilão dessa história dos seus problemas amorosos. Você mesmo afundo sua imagem para ela.

— Eu?

— Sim! Ou esqueceu do Potter Fede, do xingamentos contra a sangue-ruim... Você atacava os amigos dela. Fazia uma trapalhada de coisas contra ela. Claro que ela ia ficar nervosa com você... Ah, também não posso me esquecer que você beijou a Pansy assim que fez o convite do baile para Susana? Você é louco?!

— Juro pela minha mãe que se você continuar a falar essas idiotices, vou esquecer que somos amigos e vou acabar com você — disse o olhando furioso.

Havia me levantando e fechava meu punho com força para não acerta a cara dele de novo.

    — Vai querer bater, Draco? Pode bater, mas saiba que vou devolver da mesma forma.

— Isso tudo é culpa sua! — o acusei. — Nada disso teria acontecido se você não tivesse dito aquelas porcarias na Torre de Astronomia.

— Epa! Pera aí, a culpa não é minha se você decidiu falar aquelas coisas sobre ela.

— Mas foi você que começou aquele assunto — rebati. — Você sabe perfeitamente que tudo aquilo que disse tinha outro sentido.

— Nesse caso não posso fazer nada que você quis começar com as palavras erradas e ela apareceu bem naquele momento; se ela não quis ouvir o resto o problema não é meu.

— Você é mesmo um cara de pau para vir me falar essas desculpas.

— Desculpas? Só estou dizendo a verdade, eu até posso ser o responsável pelo assunto, mas foi você que disse aquelas coisas.

Um silêncio se manteve entre a gente, eu só o fuzilava e ele me olhava sério, mas depois fez uma careta de tédio, rolando os olhos.

— Se tem alguém aqui que está complicando tudo é você mesmo — Theodore voltou a dizer se afastando e depois voltando a me olhar. — Posso até dizer a Susana que você não disse nada daquilo sobre ela. Porém, o que te faz achar que isso vai te dar a certeza que vocês dois vão voltar? Que vai fazer seu status de relacionamento mudar para um relacionamento sério.

— Eu não preciso da sua ajuda, a merda já foi feita, não é?

— Pode até já ter sido feita, mas talvez dê para limpá-la se você deixar de ser um bocó.

Olhava Theodore sem entender essa atitude dele.

Achava que ele preferia me tirar do caminho de Susana, desde me colocar de volta no caminho dela, até porque não acho que ele tenha desistido completamente dela. Uma vez ou outra, o via observando-a no Salão Principal na hora das refeições. Mas nunca entrou em ação novamente para voltar a ficar com ela.

— Entretanto, mesmo que eu esteja te dizendo essas coisas, o caminho dela vai continuar livre e já vou logo avisando que vou tentar recuperar a ótima relação que tinha com ela.

Só foi pensar…

— Acha mesmo que ela vai voltar com você? Se é que vocês tinham algo… pelo que soube vocês ficaram poucas vezes em comparação a ela e eu.

— Deixa de ser ridículo — diz Theodore ríspido —, não irei discutir com você para saber que mais beijo a Susana.

Dei um sorriso vitorioso.

Mesmo Theodore não querendo falar sobre, é bem óbvio quem é o vencedor.

Já perdi a noção de quantas vezes usufrui da boca de Susana.

 

— O que quero dizer, meu caro amigo é que ela tendo o caminho livre, vou voltar a ser amigo dela, e se eu ver o sinal verde vou paquerá-la para que seja minha.

Ele queria mesmo tentar voltar com ela?

Iludido! Esse idiota acha mesmo que Susana irá aceitar ter algo ele?

Ela o odeia.

Antes que pudesse retrucar o que ele disse, a porta do dormitório se abriu e Crabbe e Goyle entraram. Theodore só me lançou um último olhar do tipo “está avisado” e voltou para o seu lado do dormitório. Não teria condições continuar a conversar já que os outros dois não sabem desses problemas. Só sabem que fiquei com Susana, apenas.

 

 

Eu realmente levaria em consideração as outras primeiras palavras de Theodore, iria deixar meu orgulho de lado por ela, mas depois de presenciar a cena mais desnecessária. Desisti. Senti uma ânsia terrível, ódio e uma dor que nunca havia sentido ao ver Susana aos beijos com o Diggory.

A vontade que senti em torturar Diggory no baile por estar dançando com Susana, se dobro, se tornou mais forte. Agora não só queria lançar um Cruciatus para vê-lo se contorcendo de dor na minha frente, mas também queria lhe lançar a maldição da morte para que ele desaparecesse completamente deste mundo.

Esse verme maldito estava tocando os lábios que toquei ontem. E que só eu deveria tocar.

Só eu deveria beijá-la.

O ódio que nutria durante todos aqueles dias de férias que os via juntos só aumentava mais e mais.  

Susana aceitou namorar com esse lufano nojento.

Ela aceitou ficar com ele.

Ela aceitou ser dele.

Ela deveria ser minha, só minha, e não desse miserável.

Mesmo sabendo que quem deu a pulseira de brilhantes fui eu. Jessica tinha me falado que acabou revelando para Susana quem mandou a pulseira. E acrescentou que a mesma ficou surpresa. Isso me fez criar uma certa esperança que ela viria atrás de mim, e talvez, a gente voltasse a se dar uma chance depois de reparar que estava enganada sobre o que ouviu — viu —, mas parece que teve efeito oposto.

Toda essa situação acabou me causando o efeito oposto, eu queria a todo custo tirar ela da minha cabeça, por causa disso perdi a noção de quantas bocas beijei. Acabei ficando com muitas garotas, a ponto de pensar em ir para outro caminho, cheguei a lançar um foda-se caso rolasse atos sexuais, mesmo nunca ter feito nada, nunca fiz mesmo. Entre a Pansy e eu realmente não rolou nada, Jessica tinha confirmado e a Pansy mesmo confirmou, o que me deixou aliviado. Contudo, mesmo falando que ia fazer isso com outras garotas, ainda mais quando fiquei com algumas mais velhas da Sonserina, eu percebi que toda a minha mente era focada apenas em Susana Black. Eu queria a Susana Black e não uma fulana qualquer da Sonserina. Eu queria uma grifana e não sonserina! 

Falando em Susana, a minha relação com ela parecia ter voltado ao ponto zero. Sentia como se a nossa relação voltasse a ser o mesmo relacionamento de xingamentos de quando nos conhecemos. Eu a provocava como fazia antes, irritava o Potter que também a deixava furiosa, e devo confessar que o caso daquele mestiço nojento do Hagrid ser um meio gigante chegou na hora certa.

Por várias semanas tivemos verdadeiras aulas de Trato das Criaturas Mágicas com a professora Grubbly-Plank. Com ela não corríamos o perigo de perder o braço, a cabeça, conseguimos voltar inteiro para o castelo. Com aquele grandalhão do Hagrid era só besteira. Não aprendia nada com ele. Era um inútil...

Era uma tarde gelada de quarta-feira quando consegui me livrar de Crabbe e Goyle, queria ficar sozinho, minha mente estava uma bagunça e não me senti nada bem quando estava passando no corredor com aqueles dois e ouvi Diggory chamando Susana de forma delicada. Eles viviam andando para lá e pra cá de mãos dadas, e uma vez ou outra o imbecil a beijava. Por mais que tentasse me aliviar com garotas, eu sempre me sentia mal. Parecia ser um mal estar sem cura.

Minha mente deveria estar tão avoada que nem reparei em Tracy no caminho. O que resultou em um trombo, deixando as coisas cair no chão.

— Draco, oi. — ela disse surpresa com os olhos da mesma forma. — Me desculpe, não tinha te visto…

— Então estamos quites — digo, me agachando para ajudar com os livros e a bolsa. — Eu te ajudo com os livros. Vai levar para comunal?

— Sim, mas não precisa me ajudar — ela respondeu sem graça. — Você deve estar mais ocupado.

Tracy deu um sorriso fraco, mas o que mais me chamou atenção foi que ela fazia o possível para desviar o olhar de mim. Bufei irritado comigo mesmo, pois sabia que aquela atitude era por minha culpa. Desde o baile, a ignorei completamente, nem mesmo no baile dei a devida atenção para ela. Fui logo atrás da Susana, beijei ela e depois fui logo para Pansy. Deixei-a completamente de lado o que me fez xingar a mim mesmo por me dar conta o idiota que fui com ela. E é só agora que reparo tudo isso? Talvez.

— Eu carrego os livros — e tirei os dois livros hiper pesados da mão dela —, olha o peso desses livros e olha seu tamanho. Seus braços não aguentam tanto assim.

Percebendo que não teria como me convencer, ela apenas assentiu e assim seguimos caminho até as masmorras.

O caminho foi silencioso, ouvia-se apenas nossos passos e às vezes olhava Tracy para tentar decifrar a expressão dela. Ela estava com a cabeça baixa, não me olhava uma única vez e antes da gente passar pela passagem para a sala comunal da Sonserina, pedi para Tracy parar.

— Ainda não — pedi —, espera um pouco. Precisamos conversar…

— Não precisamos, Draco — ela respondeu. — Não a nada do que conversar.

— Tem sim, e são muitas coisas.

Ela olhou para os lados como se estivesse procurando alguma brecha para escapar de mim.

— Tracy, eu fui um idiota com você no baile e também fui depois.

— O que aconteceu no baile é passado — diz Tracy —, simples assim. Eu me diverti de qualquer forma. Fiquei um tempo com a Millicent, com a Jessica… e foi bom.

— Menos comigo que era o seu par — falei secamente. — Você não precisa vim me defender e fingir que me entende, pois você sabe que eu fui idiota. Eu acabei te ignorando completamente. Te deixei sozinha e voltei a te ignorar durante esses dias. Nem se quer te dei uma explicação aceitável, por mais que não tenha.

— Draco está tudo bem, não precisa me explicar nada, fomos apenas como amigos e é normal você ter ido encontrar outra. Eu vi quando foi dançar com a Black e a puxou para fora. Eu vi… e entendo.

— Me desculpe por ter sido idiota com você — disse simplesmente, suspirando derrotado. — Você não merecia nada daquilo. Eu ter ido dançar com a Su… com a Black foi um grande erro. Você era minha parceira e não ela. Eu realmente sinto muito por isso… você é minha amiga, gosto muito de você.

— Também gosto muito de você, Draco — ela sorriu.  — É um dos meus melhores amigos. E eu volto a dizer que está tudo bem. Você não é o único que tinha preferência com par, sabe disso… queria ter ido com o Theo, mas a Daphne saiu na frente.

A passagem se abriu de repente, alguém deveria ter aberto no lado de dentro e assim saíram alguns primeiristas. Tracy aproveitou para entrar. Entrei junto com ela e coloquei os livros na mesa que ela comentou que iria estudar.

— Preciso muito terminar as lições de Aritmancia — comentou Tracy se ajeitando para se sentar.

— Então é melhor te deixar sozinha — digo.

Tracy apenas assentiu, não me disse nada, e também não ia forçá-la a dizer mais nada.

Virei-me para me afastar, só que antes vi o mural de avisos que tinha perto das mesas que eram justamente para fazer os deveres e outras coisas. Lá havia um pergaminho avisando que nesse sábado iria ter visita para Hogsmeade. Do aviso olhei Tracy já sentada e com livro aberto, junto com seus pergaminhos e penas. Uma boa ideia me veio à mente; além de poder me desestressar de tudo que estava acontecendo, também poderia recompensar o que fiz ela passar. Queria recompensá-la de alguma forma.

— Tracy.

— Sim?

— Quer ir comigo a Hogsmeade?

Dessa vez fui bem direto, não queria enrolar.

Ela me olhava surpresa, piscava várias vezes e abriu a boca, mas logo fechou.

— Sei que parece ridículo — me apoiei na mesa de frente para ela —, mas eu quero tentar consertar o que aprontei com você. Então, eu pensei agora que Hogsmeade pode amenizar meu erro. Aceita?

— Você está me convidando para um encontro? — Tracy indagou.

— Bem, talvez, se quiser podemos considerar um encontro.

— De amigos, certo?

— Sim. Não sei se isso existe, mas pode inventar — respondi fazendo-a sorrir.

— Tá, eu aceito ir a Hogsmeade com você.

— Ótimo! — falei contente. Me senti feliz com a resposta dela e aliviado, por um momento achei que ela iria negar. — Te encontro aqui na comunal mesmo, ok?

Tracy assentiu.

Já que Susana está com outro, talvez, eu também possa tentar recomeçar; quem sabe esse encontro de amigos não se torne um encontro de verdade. Nunca pensei em Tracy dessa forma, mas pensando melhor agora… até que ela não é má opção.

Mas no momento a Tracy é só minha amiga.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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