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História A Herdeira dos Black II - Sua...


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 48 - Sua...


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - Sua...

Como estava muito afim de comer doces, sugeri a Cedrico de voltar para a Dedosdemel e o mesmo não discordou. Por sorte tinha trazido ouro, então poderia fazer uma compra tranquilamente, mas na hora de pagar teve um porém. Cedrico me impediu de pagar minhas coisas, pois ele iria pagar tudo. Eu fui completamente contra. Não precisava que ninguém pagasse nada para mim, e não quero parecer o tipo de garota abusada. E também, eu havia pego muita coisa e como foi o esperado, o valor não foi lá muito agradável, pelo menos para mim.

Tentei até o último momento impedir que ele fizesse isso. Mas ele me ouviu? Não.

— Você não vai pagar nada hoje, entendeu? — diz Cedrico assim que saímos da loja. Fiz uma breve careta mais para mim de desconforto, não gostava desse tipo de coisa. — Hoje tudo é por minha conta.

— Discordo — digo um tanto irritada. — Eu tenho ouro suficiente para os meus gastos. Não preciso desse tipo de tratamento. Desse jeito vão começar a achar que sou uma abusada.

Cedrico riu, tocou minha cintura e disse:

— Sei que tem. E também não duvido que você não seja nenhuma “abusada”. Mas eu quero fazer isso.

— Por quê?

— Por que isso me deixa bem.

Olhei bem atenta para ele já deixando claro que aquilo não me agradava.

— Tudo bem — diz ele do nada. — Isso te deixa melhor, então, te deixo pagar algo.

— Hum… gostei — sorri — e o que você vai me deixar pagar?

— Cerveja Amanteigada.

Ele só podia estar brincando? Eu parei e fiquei olhando Cedrico cara-a-cara, séria. 

As diferenças de valores das cervejas amanteigadas para a compra que fiz na Dedosdemel a diferença será bem desalinhada. É óbvio qual vai ser o maior valor, e é claro que ele fez isso de propósito.  Mas pela cara que ele fez, ou era isso, ou era isso, simples.

— Ok — disse contra gosto. — Acho que não tenho escolha.

Ele apenas concordou com um sorriso satisfeito. 

Antes de entrar no Três Vassouras, Cedrico deu uma breve olhada dentro do pub para ver se não tinha sinais de algum professor. Felizmente, o meu caminho estava livre. Só meu caminho para não me ferrar, pois o caminho para entrar e encontrar uma mesa vazia não estava como sempre. 

Três Vassouras era sem dúvida um dos meus lugares favoritos.

— Tem uma mesa vazia lá perto daquela parede — informei a Cedrico, e fiz um breve gesto com a mão e ele assentiu.

— Ótimo! Pode ir que vou fazer o pedido, e não se preocupe, você vai pagar. — Cedrico acrescentou assim que o olhei de forma suspeita. Já deixando claro que eu iria pagar.

Com dificuldade segui até a mesa que tinha visto, ela ficava em um canto bem afastado dos outros e era ótimo para que ninguém reparasse na minha presença. Tirei o meu cachecol, touca, luvas e meu casaco colocando nas costas da cadeira que estava sentada.

Enquanto Cedrico não aparecia, fiquei olhando o pub, vi alguns rosto conhecidos como os de Dino, Simas e Neville, também encontrei Ludo Bagman em um outro canto do pub conversando com alguns duendes.

— Esse idiota não trabalha não? — murmurei para mim mesma. 

O barulho da porta se abrindo se fez presente, olhei e sorri quando vi Harry, Rony e Hermione entrando. Levantei para acenar aos três, Rony foi quem viu e cutucou os outros dois, aponto para mim e assim eles acenaram de volta. Rony comentou algo com eles, e assim veio em minha direção.

— Oi Su! — diz o ruivo assim que chegou na mesa que estava.

— Oi Rony.

— Está fazendo o que aqui? 

— Cedrico — respondi. Rony fez careta, apenas ri. — Senta aí, Mione e Harry não vem? 

— Estão pegando algo para gente beber — Rony respondeu, enquanto se sentava na cadeira ao meu lado. — Diggory te abandonou?

— Foi também buscar algo para beber, mas pelo jeito deve estar complicado pedir — e olhei para o balcão entupido de gente. 

Só dizer isso que Cedrico apareceu com duas canecas cheias de cerveja amanteigada.

— Ah, já apareceu uma companhia — comentou ele ao colocar as cervejas na mesa. — Weasley, não é?

Rony fez uma cara de desgosto, e respondeu Cedrico com uma balanço positivo.

— Ele veio com a Hermione e o Harry — digo.

— Que ótimo! Não, Weasley pode ficar — disse Cedrico quando Rony fez menção de sair —, não me importo e acho que os outros dois também vão vir.

— Provavelmente. — Me senti um pouco insegura já que Cedrico poderia querer ficar sozinho comigo, mas acredito que ele não achou ruim, ou se achou, é muito educado para dizer pro Rony sair daqui. 

Fiquei tão mais tranquila e feliz quando os meus três melhores amigos se juntaram com a gente, Hermione obviamente tentou tirar os garotos da mesa para nos deixar sozinhos; felizmente ela não conseguiu, Cedrico disse mais uma vez que não se importava.

— Não deve haver quase nenhum lugar vago — comentou Cedrico. — Então, sem problema ficarem aqui.

O clima até que não ficou tão ruim, uma vez ou outra eu acabava puxando assunto e como o previsto Hermione foi a única que teve uma conversa civilizada com Cedrico. Agora mesmo ele já estava a par de tudo relacionado a F.A.L.E., e o próprio achou legal a nossa fundação, mas negou o convite de fazer parte. Cedrico tinha a mesma opinião que muitos tinham sobre os elfos.

— Admiro muito essa sua vontade de ajudá-los, Hermione — diz Cedrico, não era a primeira vez que ele a chamava pelo nome. Diferente de Harry e Rony, Hermione realmente conseguiu se tornar amiga de Cedrico e ambos se referem pelo nome. — Mas esse tipo de trabalho faz parte da natureza deles. E não seria muito justo mudar, tirar, isso deles.

— Eu não quero tirar o trabalho deles, o que eu quero é que faça algo justo em relação aos seus esforços — explicou Hermione calmamente. — Nesse caso que ganhem salário, férias, dois dias de folga na semana e que não fiquem trabalhando o dia todo. Isso é escravidão!

— Compreendo seu lado, mas eles gostam de trabalhar e todos esses benefícios que você disse é uma ofensa a eles. Eu realmente sinto muito, acho muito legal essa sua iniciativa em ajudá-los, mas como disse não vou fazer parte. Eles gostam do que fazem, se sentem felizes. Então não vou fazer parte de algo que os deixam mau.

— É, Hermione, você precisa entender que eles gostam de trabalhar — falou Rony que recebeu um olhar fuzilante de Mione.

— Por favor, não comecem a discutir — pedi, supliquei para que não começassem o momento “casal” deles dois. — Briguem quando chegarem no castelo, pode ser?

— Concordo — disse Harry pela primeira vez.

Antes da gente pensar em outro assunto, a porta do Três Vassouras abriu novamente e entrou a pessoa que não gostaria de ver nunca mais, pois se visse ia cometer uma grande loucura.

— Mas o que essa vadia está fazendo aqui? — grunhi ao ver Rita Skeeter passando junto de seu fotógrafo até o balcão. 

— Susana se controla — pediu Hermione —, não vale a pena arrumar briga agora.

As palavras de Hermione pareciam mais zumbidos no meu ouvido. Eu estava fervendo de raiva, apertava com força minha caneca com um pouco de bebida, e mais uma vez comecei a sentir a caneca esquentando. Só parei de sentir quando Cedrico tocou minha mão, olhei para o mesmo que me lançava um olhar confortante. 

— Calma — ele foi quem pediu em tom calmo. — Não vale a pena.

— Ela ferrou comigo, ferro com o meu amigo… Eu não admito que ela tenha feito aquilo com o Hagrid — murmurava tentando manter o controle, mas era impossível. Então Cedrico só se aproximou mais, segurou na minha mão e disse bem próximo do meu ouvido:

— Conta até dez, respira fundo e a ignora.

Fiz o que ele me pediu, apertei sua mão com força tentando pegar um pouco da tranquilidade dele, que funcionou muito pouco já que a vadia vulgo Skeeter foi passar justamente ao lado da nossa mesa naquele mesmo instante.

— … não parecia muito interessado em falar com a gente, você também não acha, Bozo? E por que você acha que não estava? E o que é que ele estava fazendo com uma matilha de duendes na cola? Mostrando os pontos pitorescos do povoado… que absurdo… ele sempre foi um mau mentiroso. Você acha que ele está escondendo alguma coisa? Acha que devíamos fuçar um pouco? Ludo Bagman, o desacreditado ex- Chefe dos Esportes Mágicos… é uma boa abertura, Bozo, agora só precisamos encontrar uma história para usá-la… 

— Tentando estragar a vida de mais alguém? — ouvi Harry perguntar em voz alta. Eu ainda mantinha meus olhos fechados, Cedrico se mantinha mais próximo, como se tentasse me manter o mais tranquila que pudesse.

Era difícil saber o que acontecera, só consegui ouvir a voz irritante da vadia. 

— Harry! Que ótimo? Por que você não vem se sentar conosco… ?

— Eu não chegaria perto da senhora nem com uma vassoura de três metros — disse Harry furioso. — Por que a senhora fez aquilo com o Hagrid, hein?

— Os nossos leitores têm o direito de saber a verdade, Harry, estou meramente fazendo o meu…

— Quem se importa que ele seja meio gigante? — gritou Harry. — Não há nada de errado com ele. 

Impossível não sentir orgulho de Harry depois dessa. 

Decidi abrir os olhos só para ver a cara da vadia de óculos e a mesma estava com um sorriso trêmulo, Harry tinha conhecido deixá-la nervosa.

— Para que tanta revolta, Harry? — ela disse agora, firmando aquele sorriso nojento. E então finalmente a gente se olhou cara-a-cara. — Susana! Uau… você por aqui? E devo dizer que muito bem acompanhada — e lançou um sorriso malicioso para Cedrico.

— Você é mesmo muito ridícula, não é? — digo.

— Ah, queridinha, se está assim por ter revelado seu lado obscuro sinto muito — diz ela no maior cinismo. — Deveria me agradecer por abrir os olhos dos garotos que você estava iludindo. O que me diz sobre Draco Malfoy?

Eu acabei me levantando com tanta veracidade que a cadeira quase caiu no chão se não fosse a parede.

— Digo que tudo aquilo que você disse eram mentiras — rebati furiosa. — Se o seu plano era me colocar para baixar, então devo dizer que você falhou miseravelmente. Eu não me afeto com comentários só porque uma reporterzinha de quinta postou mentiras sobre mim.

— Mentiras? Não foi o que me disseram… principalmente o beijo apaixonante que você e o Sr. Malfoy trocavam no meio de um corredor deserto.

Ouvi Cedrico mexer na cadeira de uma forma que eu sabia que era de desconforto. Eu fuzilava a vadia de óculos, queria pular no pescoço dela e esbofetear toda a cara falsa que ela tinha. 

— Cala a boca! Você só aumentou aquilo tudo com mentiras — disse. — É a mesma coisa que você fez com o Hagrid, aumentou um assunto simples e o deixou como um vilão. Sendo que a ridícula aqui é você!

Passei pela cadeira de Cedrico para ficar mais próxima dela. 

— Acredite fofinha que o vilão da história não é exatamente o Rúbeo Hagrid — ela sorriu e voltou a dizer:  — Não é mesmo, Susana Black? — Skeeter deu um grande enfase no meu sobrenome e ainda o disse em voz alta.

— Hum… quer dizer que você é uma fã enrugada da família Black? — debochei.

— Talvez, até porque é uma família com belos bruxos e bruxas, que sempre deram o que falar. Principalmente com os acontecimentos atuais, certo? Até porque não é qualquer um que consegue fugir de uma prisão vigiada 24 horas por dementadores. — ela se aproximou de mim e sussurrou: — exceto seu papai.

— Sua… Não ouse falar do meu pai…

Skeeter deu um enorme sorriso vitorioso.

— Não me admiro que você fique nervosinha e queira proteger seu amiguinho meio-gigante, pois não é o primeiro mestiço com quem você convive, não é mesmo? Adoraria saber mais sobre lobisomens…

— SUSANA!!! — Foi impossível decifrar quem gritou meu nome porque antes de tentar raciocinar para saber de quem era, eu já havia puxado os cabelos de Skeeter com força e a levado com tudo no chão.

Skeeter gritava e tentava devolver os tapas que dava na cara dela — claro que ela só tentava. Pouco me importei com o meu nome sendo gritado. De repente senti algo me puxando pela cintura, e depois outro que foi tentando soltar minha mão do cabelo da Skeeter.

— Susana se controla. — Tanto a voz como quem me tirou de cima da ralé era Cedrico. E quem afastava minha mão eram Harry e Rony.

— Me larga! — exclamei furiosa. — Me larga que vou quebrar a cara dessa vagabunda! 

Dessa vez Harry veio ajudar a me controlar, eu realmente estava doida para arrancar todos os fios daquele cabelo nojento da repórter de quinta. Cedrico conseguiu me manter bem distante e ficou na minha frente, implorando, mais do que pedindo para que eu parasse porque estava chamando mais atenção do que deveria. Hermione também apareceu para me segurar. 

Agora a Skeeter estava no chão atuando um choro falso, e me chamando de animal. 

— Sua monstrinha… sua tranqueira… ela vai me matar — choramingava Skeeter. 

O fotógrafo dela a ajudava a se levantar, me senti muito satisfeita quando vi o rosto dela machucado, seus óculos estavam tortos e o coque do seu cabelo estava bagunçado.

— Se não fosse por eles eu ia acabar com você — digo entre os dentes. — Não admito que você fale mal da família! Vadia nojenta!

— Você vai me pagar — Skeeter grunhiu quando conseguiu se levantar. — Acha mesmo que vou deixar as coisas assim? Você vai se arrepender, monstrinha.

— Pago pra vê — rebati.

— Susana, anda, vamos embora daqui — falou Hermione ficando entre Skeeter e eu. — Não vale a pena brigar com essa aí… — e lançou um olhar desprezível para outra. — Discutir com ela é a mesma coisa que discutir com um pedaço de esterco.

Hermione então foi quem dirigiu a palavra e agora era ela que olhava Skeeter com nojo.

— A senhora não se importa, não é, qualquer coisa vira artigo, e qualquer pessoa serve, não é? Até Ludo Bagman…

— Sente-se, menininha boba e não fale do que não entender — disse Skeeter com frieza, mantendo o olhar endurecedor. — Sei de coisas sobre Ludo Bagman que deixariam você de cabelos em pé… Não que eles precisem de ajuda — acrescentou, mirando os cabelos de Hermione.

— Vamos embora — disse minha amiga. — Anda, Harry, Rony… Vocês dois também vem? — ela perguntou olhando para Cedrico e eu.

— Sim — Cedrico respondeu. E me olhou, eu assenti.

Peguei minhas coisas na cadeira com violência.

— Ah, ia me esquecendo de mais uma coisinha — disse do nada, os quatro então pararam e me olharam.

— O que? Seu pingo de vergonha? — Skeeter debocho.

— Não, isso… — peguei uma das cervejas amanteigadas e joguei na cara dela. — Pronto! Agora está tudo certo.

Sai de lá com a cabeça erguida, sem me preocupar com os olhares dos outros.

— Vocês duas estão ferradas com Skeeter — disse Rony, numa voz baixa quando nos afastamos da entrada do Três Vassoura. — Principalmente você, Susana, ela vai desenterrar mais coisas sobre você.

— Que ela tente! Ela escolheu a pessoa errada para ser a inimiga! — exclamei.

— Pouco me importa se for mexer comigo — disse Hermione com a voz aguda; tremia de raiva.  — Vou mostrar a ela! Menininha boba, é? Ah, vai ter troco, primeiro Harry, depois foi a Su, agora o Hagrid… Que não vai mais se esconder! Ele nunca deveria ter deixado aquela imitação de ser humano o perturbar! 

Hermione olhou para Harry e Rony.

— Vocês dois vão comigo — ela ordenou. — E você, Susana, vai continuar o seu encontro com o Cedrico para esfriar a cabeça.

— Mas…

— Não, você não vai. Cedrico, por favor, leve a minha amiga para se acalmar porque ela está precisando mais do que a gente.

Revirei os olhos. E olhei Hermione de cara fechada quando a mesma virou de costas para mim, e puxou Rony e Harry pelos pulsos. 

— Quer mesmo ficar aqui comigo? Se quiser pode ir com eles…

Por mais que quisesse muito ir com eles para falar umas boas verdades ao Hagrid, eu não poderia deixar o Cedrico assim de lado.

— Não, eu vou ficar aqui — respondi. — Vamos continuar com o nosso dia. Talvez a Hermione tenha razão, e eu realmente precise me acalmar. Skeeter me deixou furiosa.

Cedrico sorriu em concordância.

Decidi não questionar para onde estava sendo levada por Cedrico. Só conseguia dizer que estávamos bem afastados das ruas e sentia um déjà vu pelo caminho. Não era desconhecido, até que comprovei que já havia passado por aqui: Cedrico me levou para A Casa dos Gritos. 

— Por que me trouxe aqui? — perguntei ao outro assim que paramos perto da cerca.

— Para gente ficar mais confortável, mais afastado de olhares curiosos e também não correr o risco da outra aparecer.

Revirei os olhos ao saber que ele se referia a Skeeter.

— Aqui é bom, mesmo que seja a casa…

— A casa mais mal assombrada da Grã-Bretanha.

— Isso.

E uma voz na minha cabeça só respondeu um só que não. 

Como foi dito pelo meu padrinho ano passado, essa casa foi construída por causa dele na sua época em Hogwarts para suas transformações nas noites de lua-cheia. Olhar a casa me trazia lembranças do que havia passado no primeiro ano aqui em Hogwarts. Lembrei da conversa que junto de Harry, Rony e Hermione tivemos com meu padrinho e meu pai que acabamos descobrindo que o culpado pela morte dos pais de Harry fora Pedro Pettigrew, além de conhecer mais sobre Os Marotos. Por mais que naquela noite tivesse seu lado bom, teve o lado ruim que foi mais péssimo do que ruim: Pettigrew fugiu, meu pai continua sendo caçado e meu padrinho perdeu seu emprego. Tudo poderia ter sido mais fácil se o Snape vulgo Ranhoso não tivesse falado aquelas abobrinhas para o ministro. Só de pensar em tudo isso começou a queimar mentalmente o Snape. 

— Susana — chamou-me Cedrico —, vamos sentar? 

Assenti. Quase falei pra gente se sentar mais próximo da casa, pois queria ficar mais próxima e quem sabe dar uma bisbilhotada para ver como estava, mesmo sabendo que não teria novidade nenhuma. No entanto, desisti da ideia quando Cedrico sugeriu pra gente ficar debaixo de uma árvore de frente para casa. 

Acho que estava tão focada na casa que nem reparei que só olhava para ela, Cedrico até brincou que eu estaria esperando um sinal de assombração da casa.

— Que nada — falei rindo —, eu só estou olhando mesmo. Barulhos na casa não se ouve mais… Esquece.

Cedrico me olhou com um olho arqueado.

— Como assim não se ouve mais?

É, eu tinha falado merda.

— Não ouvindo — respondi. — Ou pelo menos acho.

— Talvez — Cedrico disse. — Teve uma época que os moradores daqui diziam ouvir muito barulho, gritos de dor e coisas se quebrando. Hoje em dia ouvem pouco, mas uma vez ou outra alguns insistem em ouvir algo.

O correto seria que eles não ouvissem mais nada vindo da casa já que meu padrinho tinha se formado. E o local que ele se transforma agora é na própria casa dele. A casa que dividia com ele, mas nas férias eu não o vi se transformar nenhuma vez já que os dias de lua-cheia que teve estava na praia com meu tio Terry, e nas outras provavelmente foi quando estava finalizando as férias com os Weasley.

Cedrico como sempre foi quem puxava os assuntos comigo. Eu respondia tudo da melhor forma possível, e uma vez ou outra dava um sorriso amarelo para ele. Até que meu sorriso desmanchou quando ele me fez uma pergunta inesperada:

— Seu pai é Sirius Black, não é mesmo?

Encarei os olhos castanhos claro de Cedrico que não demonstrava desprezo nenhum e sim tranquilidade, ele me olhava calmo e o tom de voz da pergunta também. Fiquei sem o que responder, a resposta era simples: sim, eu sou filha de Sirius Black. Mas não conseguia responder.

— Ei, não se preocupe — ele disse tocando meu queixo e virando meu rosto para voltar a olhá-lo. — Eu não vou falar e muito menos pensar algo ruim sobre isso. E também, não é novidade você e aquele homem terem o mesmo sangue.

— Eu sei que não é novidade — digo. — Que esse homem é meu pai, e eu o amo muito. Mas é que eu não curto ficar falando isso em voz alta. Sabe? Já sofro um pouco por causa do meu sobrenome.

— O que também não é novidade já que os Black é uma das famílias mais antigas que existem no mundo bruxo. A sua família é descrita como bruxos de primeira e que o sangue é o mais puro e o mais importante de muitas famílias bruxas. E ser a casa da Sonserina, pois lá só tem sonserinos…

— E dois grifinórios — acrescentei. — Meu pai e eu.

— Sabe uma coisa que reparei hoje?  —  perguntou Cedrico se ajeitando ao meu lado. Ele me envolveu no seus braços,  não impedi e por mais que esses tipos de contatos do Cedrico me deixe mal eu não recusei. 

— Que sou cabeça quente?  — sugeri sarcástica. 

— Não — ele respondeu risonho — isso eu já não considero uma novidade. Sempre soube que você não era uma pessoa com temperamento baixo.

Dei um sorriso fraco. Cedrico tinha razão assim como meu padrinho: tenho um temperamento muito forte.

— O que quis dizer mesmo é que sei tão pouco sobre você — diz ele. — Assim como você não sabe sobre mim.

Mais uma vez Cedrico tinha razão, realmente, ele não sabia nada sobre mim e nem eu dele; se pensar melhor eu sei mais dele do que ele de mim. Pensei, então decidi contar minha história ao Cedrico de como fui parar com meu padrinho — revelando que ele era o professor Lupin — até o momento que descobri sobre quem era meu pai. Só não contei sobre o ocorrido na Casa dos Gritos no final do ano passado com o Pedro Pettigrew. Mas comentei a ele que eu confiava em meu pai, e sabia que ele não era o culpado de tudo que dizem sobre ele. Fiquei feliz por Cedrico não me questionar sobre isso, e nem tirar uma da minha cara, mas reparei que quando disse sobre meu pai ser inocente vi um sorriso de pena vindo dele. 

É natural Cedrico achar que eu estou sonhando já que ninguém sabe a verdadeira história. 

— Não irei te criticar por você acreditar na inocência do seu pai, por achar que ele não é um assassino como você me diz, se é o que você acha então irei te respeitar. Mesmo que a maioria e eu ache outra coisa — diz Cedrico depois que lhe disse que pode parecer loucura o que tinha dito para ele.

Ao ouvir aquilo não conseguir ficar mais tranquilo e sim mais nervosa. Aquele peso que sentia desde que comecei a namorar se tornou mais pesada.

— Ei — Cedrico me chamou — tudo bem?

— Tudo.

— Certeza? Você ficou triste de repente.

Olhei Cedrico com receio.

— Não é a primeira vez que repara na sua inquietação — ele comentou. E eu engoli seco já pensando que ele se tocou que eu não o amo como ele me ama, e que estou com ele para esquecer do Malfoy (o que até agora não funcionou). — Se sente triste comigo?

Virei o rosto para encarar um ponto da casa dos gritos.

— Não é tristeza — falei mordendo o lábio. — É que… Cedrico você é muito bom para mim.

— Como assim?

— Eu não mereço o seu carinho, todo esse seu amor, eu sou tão diferente de você que é tão bom. Já te disse isso: eu não sou digna para receber o seu amor. E também eu não… Esquece.

— Você não me ama?

— Não da forma que você me ama.

Só quando disse que me dei conta que talvez não tenha dito as palavras corretas e que agora mesmo eu acabei de magoá-lo. Olhei para ele, queria tentar consertar, mas sua expressão não era de tristeza. Ele obviamente deu um sorriso triste. É claro que ele queria ouvir que eu também o amava. 

— Eu gosto muito de você, Cedrico, mas não tanto quanto você gosta de mim — comentei.

— Acredite, isso sempre passa na minha cabeça, e se você me permite eu quero tentar conquistar seu coração. Não vou te obrigar a nada. Inclusive vou te dar a opção pra gente terminar. E a outra opção seria da gente se dar mais um tempo pra que você possa me dar uma chance de te fazer amada. 

Nossos rostos estavam próximos um do outro, Cedrico tocava meu queixo e reparei seus olhares na minha boca. Ele queria me beijar. Mas eu não sei o que queria, não sabia o que responder, talvez terminar fosse realmente o correto. No entanto, a opção dele tentar me conquistar, tentar me fazer amá-lo, não é ruim como parece. 

— Susana, o meu coração é seu — murmurou Cedrico bem próximo da minha boca. Mas dessa vez ele me olhava nos olhos. — Eu te amo com todas as minhas forças.

Acho que essa foi a primeira vez que consegui retribuir o beijo do Cedrico com vontade. Foi a primeira vez que retribui com sinceridade e não desejei me afastar dele, então movimentei minhas boca quando ele selou nossos lábios. Talvez eu realmente estivesse me precipitando em querer acabar com tudo. Mesmo que possa demorar, não deve ser impossível amá-lo, por mais que meu coração esteja completamente tomado e coberto pelo Draco. 

Cedrico foi aprofundando mais o beijo, deixei que nossas línguas se tocassem, não se tinha nada feroz. Aos poucos fomos finalizando com selinhos, Cedrico foi beijando o canto da minha boca e depois meu queixo. Até que me puxou para um abraço depositando um beijo na minha bochecha, ele encostou as costas na árvore e me deixou afundar o rosto  na curva do seu pescoço. Não desejei me afastar dele, mas queria tentar aproveitar aquilo tudo e saber se eu realmente mereço isso tudo. 

— Engraçado — ouvi Cedrico comentando —, acho que temos plateia.

Franzi o cenho. Do que ele está falando?

— Plateia? — repeti, agora olhando-o. — Como assim?

— Tem alguém nos observando — Cedrico explicou. 

— Quem?

— Um cão.

Arregalei os olhos ao ouvir o cão.

Na mesma hora olhei por trás do meu ombro e esse alguém nos observando era nada mais que o meu pai.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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