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História A Herdeira dos Black II - Ponto final


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 53 - Ponto final


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - Ponto final

Point of View: SUSANA BLACK

De repente ouvi uma grande gritaria, aplausos e comecei a respirar ofegante, estava me debatendo na água.

— Se segura em mim. — Era Cedrico ao meu lado, fiz o que ele pediu, mas ainda me debatendo. Eu não sabia nadar… eu não sabia nadar.

Cedrico foi me levando até a borda. 

— Pega ela — gritou para alguém da plataforma que não prestei atenção. — Vai, Susana.

Ele me ergueu pela cintura e junto com outras mãos, consegui subir e me sentei na base de madeira. Tossia. Com meu desespero acabei engolindo um pouco da água, me engasgando. Me levantei com ajuda de Percy, o que reparei que foi ele quem me ajudou a subir. Mas felizmente fui logo separada dele, pois Cedrico veio em minha direção para ver como estava. Percy logo se afastou.

Eu não conseguia responder nada. 

Eu tremia de frio.

Madame Pomfrey logo se juntou passando um cobertor em volta de mim, e dizendo para tomar uma poção muito quente.

— Você está muito gelada — comentou Cedrico com as duas mãos no meu rosto.

— Eu estou bem — respondi trêmula. Eu só podia estar doente para ainda estar com frio mesmo depois da poção.

Cedrico então me puxou para ele, e me abraçou. Fiquei toda encolhida e sem jeito nos braços dele, mas deixei ele me abraçar e depositar um beijo na minha testa. 

— Vocês dois, venham para cá — pediu Madame Pomfrey nos levando até umas cadeiras. 

Antes da gente se sentar, Fleur apareceu, só que sem a irmã e em seguida foi o Krum com Hermione.

Logo os dois estavam reunidos com a gente, só Fleur que ficou perto borda olhando o lago, preocupada. Confesso que senti uma certa compaixão por ela. Mesmo que ela esteja longe de ser minha amiga, eu nunca iria desejar que algo de ruim acontecesse a ela, principalmente se isso fosse ligado com sua irmã.

— Harry é o único que falta? — perguntou Hermione.

— Parece que sim — respondi.

— Ele já tinha chegado quando te achei — comentou Cedrico. — Acho que ele já deveria ter subido…

Do Cedrico, olhei para o lago preocupada, muito preocupada. 

Como assim o Harry já tinha nos encontrado e até agora não apareceu?

Sereianos não seriam loucos em fazer algo com ele. Dumbledore não deixaria, ele mesmo disse para gente que tudo seria extremamente seguro. E acredito que o mesmo seria para os campeões. Ele não deixaria que os sereianos ficassem com Harry.

Apertei minha mão com força por baixo do cobertor. Mantive meus olhos atentos no lago, torcendo para ver logo o que queria e felizmente, pude soltar um suspiro de alívio ao ver Rony, Harry e a irmã de Fleur? Mas o que ela está fazendo com eles?

Não demorou para Harry ser socorrido pela Madame Pomfrey.

— Muito bem, Harry! — exclamei quando ele se juntou com a gente nos bancos. — Você conseguiu sozinho.

— Harry, parabéns — Hermione foi quem disse. — Você passou muito do tempo estipulado, mas ficamos felizes que tenha voltado e que descobriu sozinho!

Harry apenas deu um sorriso amarelo.

— Tudo bem? — perguntei estranhando a atitude dele. 

— Tudo — ele respondeu rápido. — Devo ter ficado em último lugar, não é?

— Não exatamente, pois a Fleur não conseguiu passar pelos grindylow.

— Hm… entendi.

Dumbledore se encontrava agachado à beira da água, absorto em conversa com alguém que logo me toquei que deveria ser um sereiano, uma fêmea, de aspecto feroz. Eles não eram nada bonitos. Só os trouxas mesmo que acham que os sereianos são bonitos. O sereiano emitia um tipo de guincho; era óbvio que Dumbledore sabia falar serêiaco. Muitos me diziam que era difícil o idioma deles e devo concordar. Finalmente ele se ergueu, virou-se para os demais juízes e disse:

— Acho que precisamos conversar antes de dar as notas.

Os juízes se agruparam. Madame Pomfrey tinha ido salvar Rony dos abraços de Percy; ela o trouxe até nós, deu-lhe um cobertor e um pouco de Poção Estimulante, depois foi buscar Fleur e a irmã. Só agora que havia reparado nos cortes em seus rosto e nos braços, e suas vestes estavam rasgadas, mas ela não parecia se importar, nem queria deixar Madame Pomfrey tratá-la.

— Cuide de Gabrrielle — disse ela virando-se para Harry. — Você salvou minha irrmã — disse ofegante. — Mesmo ela não sendo sua rrefém.

— Foi — disse Harry, com um sorriso amarelo.

Lembro de ter levado um susto quando do nada Fleur se abaixou, beijou Harry nas duas bochechas, em seguida disse a Rony:

— E você, também… você ajudou…

— Foi — disse ele parecendo extremamente esperançoso —, foi um pouquinho…

Fleur se curvou para ele, também, e o beijou. Revirei os olhos. Olhei Hermione que parecia simplesmente furiosa, mas naquele instante, a voz magicamente ampliada de Ludo Bagman reboou ao nosso lado, nos pregando um susto e fazendo os pessoal nas arquibancadas ficarem em silêncio.

— Senhoras e senhores, já chegamos a uma decisão. A chefe dos sereianos, Murcus, nos contou exatamente o que aconteceu no fundo do lado e, portanto, em um máximo de cinquenta, decidimos atribuir a cada campeão, as seguintes notas…

“A Srta. Fleur Delacour, embora tenha feito uma excelente demonstração do Feitiço Cabeça-de-bolha, foi atacada por grindylows ao se aproximar do alvo e não conseguiu resgatar sua refém. Recebeu vinte e cinco pontos.”

Aplausos das arquibancadas.

— Eu merrecia zerro — disse Fleur com uma voz gutural, sacudindo a cabeça. 

Admito que estava esquecendo o desgosto que sentia por ela. 

Só esquecendo, mas isso não quer dizer que esteja gostando dela.

— O Sr. Cedrico Diggory, que também usou o Feitiço Cabeça-de-bolha, foi o primeiro a voltar com a refém, embora tenha chegado um minuto depois da hora marcada. — Olhei Cedrico que me olhou e sorriu, acabei retribuindo. — Portanto, recebeu quarenta e sete pontos.

— Parabéns — digo em voz baixa mais para só ele ouvir.

Ele me olhou, sorriu e me mandou uma piscadela.

— O Sr. Vítor Krum usou uma forma de transformação incompleta, mas ainda assim eficiente, e foi o segundo a voltar com a refém. Recebeu quarenta pontos.

Karkaroff bateu palmas com especial entusiasmo, fazendo ar de superioridade. 

O que achei ridículo.

— O Sr. Harry Potter usou guelricho com grande eficácia — continuou Bagman. — Ele voltou por último e ultrapassou em muito o prazo de uma hora. Contudo, a chefe dos sereianos nos informou que o Sr. Potter foi o primeiro a chegar aos reféns, e o atraso na volta se deveu à sua determinação de trazer todos os reféns à segurança e não apenas o seu.

Junto com Rony e Hermione, olhei Harry, mas diferente dos dois eu não o olhava com exasperado e sim com orgulho. 

— Você fez isso mesmo? — murmurei para ele que apenas assentiu.

— A maioria dos juízes — e vi Bagman olhando com muita indignação para Karkaroff — acha que tal atitude revela fibra moral e merece o número máximo de pontos. Mas… o Sr. Potter recebeu quarenta e cinco pontos.

Aquele resultado foi uma verdadeira surpresa. Eu fiquei perplexa pelas palavras de Bagman, e junto com Rony e Hermione, começamos a rir e a aplaudir com entusiasmo com o resto dos espectadores.

— Parabéns, Harry! — digo. — Por mais que não fosse preciso, a sua atitude foi admirável. 

Eu fiquei tão feliz pelo meu amigo que até dei um beijo no topo da cabeça dele. 

— Lá vai você, Harry! — gritou Rony sobrepondo-se ao tumulto. — Afinal você não agiu como débil, revelou fibra moral!

Fleur também o aplaudia freneticamente, mas Krum não pareceu nada feliz. Tentou puxar minha amiga para conversar, mas ela o ignorou completamente. Cedrico também não demonstrava nada, se encontrava quieto. Sei que não pode ser uma atitude legal de eu sendo a namorada dele, mas era impossível conter tamanha felicidade por essa conquista de Harry. 

— A terceira e última tarefa será realizada ao anoitecer do dia vinte e quatro de junho — continuou Bagman. — Os campeões serão informados do que os espera exatamente um mês antes. Agradecemos a todos o apoio dado aos campeões.

Comprovando que tudo acabou, Madame Pomfrey ordenou que voltassem para o castelo para tomar um banho quente e trocar a roupa molhada. Durante o caminho Cedrico veio ao meu lado, colocou a mão no meu ombro.

— Não imaginei que era tão importante para você — comentei em voz baixa.

— Por que diz isso? Claro que você é importante, eu amo você — ele diz.

Eu amo você. Aquelas palavras me fizeram sentir um mal estar horrível.

— É que nunca imaginei que chegaria a ponto de te fazer falta. 

— Você não imagina o quanto — olhei Cedrico que sorriu, mas não retribui o sorriso e me senti pior quando passamos pelo jardim até o saguão e vi Malfoy sentado  no muro olhando um ponto qualquer. Só de vê-lo meu coração acelerou. Isso foi o básico para me sentir um lixo perto de Cedrico. — Fiquei tão preocupado quando você desapareceu. Achei que tinha acontecido algo, mas quando cheguei para terceira tarefa logo me toquei que os sereianos poderiam estar com pessoas importantes para cada campeão. Então, imaginei que você era meu “algo de valor”. 

Se antes estava me sentindo um lixo agora me sentia uma verdadeira carcaça podre, sendo mutilada por gigantes que iam e alimentar de mim em seguida.

Felizmente não continuamos a conversa, pois assim que chegamos Madame Pomfrey mais ordenou do que pediu que todos fossem para as comunais para tomar banho. E pelo bem de todos, achei melhor fazer o que ela pediu o mais rápido. 

— É melhor eu indo — comentei apontando para a escada de mármore. 

— Claro, vai lá — ele disse — nós falamos depois…?

Não sabia o que responder, apenas assenti.

Cedrico tentou me beijar antes de nos separar, mas o espirro chegou digamos que na hora certa. Virei meu rosto para espirrar por causa da friagem. 

— Senhorita Black! — exclamou Madame Pomfrey. — Banho!

— Sim, senhora — digo.

Para não deixar pior a situação, e mostrar que tenho coração apenas dei um beijo fraco e rápido no rosto de Cedrico. Sai de lá às pressas com meus amigos. No caminho perguntamos como Harry conseguiu fazer tudo sozinho. Então ele explicou que foi por causa de Dobby que foi chamá-lo na comunal, mencionou que Rony estava com os sereianos e lhe deu um tal de guelricho. Tanto Hermione como eu ficamos meio que doídas da vida por não termos pensado em olhar os livros de Herbologia.

Chegando na comunal cada um foi para o seu dormitório. 

Hermione disse que eu fosse primeiro já que durante o caminho estava espirrando. Não disse nada, e apenas fiz. Deixei por um tempo a água quente cair nas minhas costas, fechei os olhos assim que deixei a água cair na minha cabeça; me deixando pensar sobre algumas coisas. Nem mesmo o que aconteceu no lago foi suficiente para esquecer um pouco do que estava acontecendo comigo.

A minha vida é realmente uma verdadeira bola de merda. Disso não tenho dúvidas, por mais que meu padrinho diga que não, e sim, já falei muito disso com ele e o mesmo sempre diz o contrário. Infelizmente, diferente de muitas pessoas, eu não consegui aproveitar totalmente os meus pais, a ponto de lembrar de traços da minha mãe como os olhos dela que todos comentavam ser parecidos com os meus. Quando nasci tive meus primeiros dias com ela e com o meu pai. Eles dois se amavam, pelo que me diziam; pelo o que meu pai já disse, eu realmente fui desejada na vida de ambos. Eles dois me amavam! Mas eu tive só o amor deles em minha vida, mesmo que eu sinta esse carinho até hoje pelo tio Terry, eu sei que tive outros tios de consideração que eram os Marotos — que incluía o Pettigrew —, mas a vida também retirou isso. E é claro que não posso deixar de lado aquela que foi escolhida para ser minha segunda mãe e que infelizmente não tive a chance de conhecê-la ao ponto de saber como ela era, Lily Potter.

Tudo deveria ser um verdadeiro mar de felicidade, por mais que a guerra tivesse acontecendo, mas ainda tinha a minha família.

Tudo poderia continuar maravilhoso se não fosse aquele que era um dos meus tios ter traído os Potter. Se não fosse por culpa dele, eu teria passado mais tempo com minha mãe, com o tio James, a tia Lily e com o meu pai. Inclusive, minha mãe poderia ter sido salva se meu pai estivesse por perto no momento que ela foi atacada por Bellatrix Lestrange.

Todas essas lembranças estavam longe de serem agradáveis, meu peito doía de uma forma que não sabia descrever. Não conseguia chorar e nem sei se chorei, mas senti meus olhos arderem e a visão ficar embaçada. Chorar nunca foi meu forte, nunca gostei de demonstrar essa ação, isso pra mim era fraqueza. Já me acostumei das pessoas me chamarem de insensível já que nem quando minha mãe é mencionada, eu choro. Claro que ouvir sobre ela me doía, mas algo em mim dizia que ela não queria me ver daquela forma e sim feliz e forte.

Só sai do banho quando meus dedos estavam enrugados, isso me fez perceber que já estava a muito tempo aqui e Hermione ainda precisava tomar o banho dela.

— Desculpa a demora, Mione — falei assim que saí enrolada com a toalha no corpo. Estava tão avoada que esqueci de pegar roupa. — Acabei esquecendo o tempo.

— Ah, tudo bem — ela diz com roupão. Sua roupa molhada estava no chão.

Hermione se levantou para entrar no banheiro, mas parou e me olhou já sentada na minha cama.

— Tudo bem? 

— Quê? 

— Estou perguntando se você está bem — ela voltou a perguntar, se aproximando.

Balancei o ombro com indiferença.

— Susana — ela me chamou, a olhei  —, o que aconteceu?

— Nada — respondi suspirando cansada. — Apenas estou um pouco cansada.

Senti Hermione se sentando ao meu lado, voltando a  falar:

— Percebi que esses dias você voltou a ficar pensativa. Ontem, estava pior e hoje parece ter piorado. E percebi que anda afastada do Cedrico…

Engoli em seco ao ouvir o nome dele.

— Su, o que está acontecendo com você?

— Nem eu sei bem.

Rolei os olhos.

— Acho que estou me dando conta que aceitar namorar com o Cedrico foi um grande erro e eu estou pagando muito por isso.

— Erro? Cedrico é tão bom com você — disse Hermione confusa. — Por que você acha que é um erro? 

— Por que eu não amo ele — sugeri um tanto sarcástica. — Porque eu fico pensando em outro enquanto estou com ele. Porque ... porque ele é muito bom para mim.

— V-você… hm… ainda pensa no Malf… nele?

— Sempre.

Apertei a barra da minha toalha com força.

— Eu achei que ficando com o Cedrico tudo iria melhorar — dizia. — Achei que seria o melhor, pois iria esquecer do Malfoy, ia deixar aquele sentimento que nutria pelo outro de lado e substituir pelo Cedrico. Só que não foi isso que aconteceu e você sabe…

— Só que isso não era antes? — indagou Hermione. — Você me disse que agora estava tudo bem entre vocês dois. E eu mesma reparei nisso, pois você estava tomando as iniciativas com ele. Vocês realmente pareciam um casal de namorados.

— Sim, eu também achava o mesmo — falei um tanto aflita. — Eu tinha conseguido esquecer um pouco do Malfoy.

Me levantei, e olhei a janela ao lado da minha cama observando a paisagem nublada da floresta proibida.

— Eu achei que tinha esquecido, mas só foi ele falar comigo e voltar aparecer com frequência na minha frente, que voltei a pensar nele na mesma intensidade de antes. E o Cedrico, voltei a sentir o mesmo desconforto de antes e pior.

Hermione não me disse nada, não queria que ela dissesse então voltei a dizer, mas agora olhando na cara dela:

— Me sinto um verdadeiro lixo com tudo isso que estou fazendo com o Cedrico. Achei que aceitando essa nova oportunidade que ele me deu no nosso encontro em Hogsmeade tudo iria mudar, e eu finalmente conseguiria me apaixonar por ele. Só que não… nunca consegui sentir o que sinto pelo Malfoy.

— É como dizem, ninguém escolhe quem amar.

— Não mesmo, pois se eu pudesse escolher não teria escolhido me apaixonar pelo idiota da Madame. Teria escolhido amar o Cedrico, aceitado ter continuado o que ele iniciou e diria sempre o “eu te amo” como ele sempre me dizia.

O que Cedrico iniciou e não deixei continuar? 

A resposta para isso é bem simples: quase me entreguei a ele. Não era a primeira vez que Cedrico passava alguma linha comigo, reparei que nossos beijos estavam mais quentes, e os toques dele mais profundos.

ANTES

Não é a primeira vez que nossos beijos têm mais intensidade.

Acompanhava o beijo de Cedrico da mesma forma, se iniciou tão tranquilamente, com selinhos e ao pouco o beijo foi sendo mais aprofundado. Deixei sua língua seguir a passagem que sempre pedia, tanto a minha como a dele, se encontrava e se tocavam. Minha mão estava apoiada em sua nuca, acariciando o cabelo e outra em seu braço forte.

Cedrico era magro, mas isso não quer dizer que seu físico seja de um esqueleto. 

Os braços eram fortes, tinha músculos bem definidos (não exagerados) que combinavam com seu porte. Não sabia dizer como era o peitoral, a parte do tórax já que sempre o via de camisa e nunca me atrevi a passar a mão por lá. Mas as vezes que ele me abraçava sentia o seu tórax, o que me insinuava que deveria ser definido. 

Tínhamos parados perto do lago para conversar e namorar, obviamente, e foi aí que nossa sessão de beijos se iniciou. 

A mão de Cedrico trilhava um caminho pela minha perna, desceu até minha coxa, pousou lá e deu um breve aperto. Tremi. Não senti nenhum calor, mas sim um nervosismo, um desconforto. Não o afastei, deixei como estava. Conforme fomos ficando sem ar, Cedrico finaliza tudo com selinhos, e por último no meu queixo. Nossos olhos se encontraram, meu peito subia e descia pela respiração ofegante. Correi ao ver percebeu seu olhar descendo pro meu busto. 

Desviei meu olhar para um ponto qualquer da margem do lago.

Um súbito arrependimento por colocar aquela blusa se fez presente. Usava uma blusa manga comprida, cinza, que era bem justa no meu corpo e digamos que mesmo com a blusa preta por cima ainda era bem visível já que o mesmo também era justo no corpo. Ultimamente estava gostando de roupas mais justas do que largas. E não que isso fosse ruim, mas sabia que aquilo de alguma forma era uma tentação para olhares “curiosos”.

Meus seios já estavam bem formados, mesmo ainda não estando no tamanho oficial — segundo minha prima Tonks — e o sutiã deixava meus seios firmes para não ficar balançando. Agradeci por ao menos decidir colocar o sutiã hoje, justamente hoje estava pensando em não usar, mas desisti já que não sou fã de ficar livre, leve e solta. 

— Susana — ouvi Cedrico murmurar em meu ouvido. 

O olhei para saber o motivo de ter me chamado, ele estava bem próximo e respirava ofegante. Seus olhos brilhavam, me olhava de uma forma apaixonante, só que com um toque a mais que desconheci. 

— Sim… — Não consegui continuar porque ele me beijou mais uma vez.

Tinha sido pega de surpresa com mais um beijo ardente.

Senti minhas costas encostando no gramado, Cedrico ainda me beijava e a dele que segundos atrás estava na minha perna, subiu até minha cintura e por culpa da própria blusa que tinha levantado um pouco, senti um dos dedos gelados de Cedrico na minha pele da minha cintura. Ele se manteve lá. O que me deixou nervosa. Seus beijos novamente foram para o meu queixo e do queixo para o meu pescoço.

Meu corpo tremia de nervosismo, não estava me sentindo bem e fiquei mais insegura quando senti a mão dele debaixo da minha blusa, apoiado na minha barriga. Cedrico voltou a me beijar. Se ajeitou melhor por cima de mim, ficando entre uma perna minha e só foi ele tocar na minha, sentir o que não deveria que ele carrega no meio das pernas um tanto ativo. 

— Não… — digo. Arranjando um pouco de força para me afastar dele. — Cedrico é… não…

Assustado, o mesmo se afastou bruscamente.

Olhou para o lado sem graça e disse:

— Perdão…, me perdoe, não queria…

— Tudo bem — disse, agora me sentando e tentando me controlar. — Sou eu o problema, desculpa, mas não estou preparada para isso. Ainda não...

— Eu fui muito rápido, não sabia o que estava fazendo, me desculpa — ele diz. 

Cedrico não me olhou. 

— Desculpa apressar esse passo. — Agora ele me olhou. — É que às vezes é impossível me conter com você do meu lado. 

Sabia muito bem o que ele queria dizia com isso.

— Você me deixa louco — Cedrico voltou a se explicar com um sorriso amarelo.

— Não, tudo bem. Eu é que fui o problema, não você… é que eu nunca… eu ainda não estou preparada para isso. Não agora.

— Eu te entendo, e vou respeitar sua escolha.

Sorri agradecida.

— Mas saiba que eu estou preparado para você.

Sorri sem graça.

AGORA

Não que eu imaginei minha primeira vez como nos contos românticos, romper meu selinho só depois do casamento.. Só que naquele momento com o Cedrico não me senti confortável. Os toques dele não me agradaram, meu corpo rejeitou e sabia que aquele era um sinal para não continuar. Agradeci muito por ele não insistir mais naquele assunto depois daquele dia. 

— Susana — falou Hermione ainda sentada na cama —, acho que uma parte disso tudo é minha culpa. 

— Claro que não. Quem está “enganando” ele sou eu e não você…

— Eu tenho na parte de ter te engajado mais nesse relacionamento — ela se levantou. — Eu realmente achava que Cedrico era uma ótima opção. Que ele iria te fazer feliz, pois eu vejo como você sofre pelo outro. Mas acabou que só piorou.

— Piorou no sentido que estou iludindo mais o Cedrico?

— Não, piorou no sentido que você está amando cada vez mais o Malfoy.

Só de ouvir aquilo meu coração acelerou.

— No entanto, isso também se encaixa com o fato de você estar iludindo mais o Cedrico.

— O que eu faço? — indaguei com a voz embargada. — Mione, não aguento mais essa situação. Já aconteceu isso antes, não quero repeti-la a ponto de desgastar mais.

...

A noite ficou mais gélida do que estava de manhã, não tinha reparado nessa mudança drástica de tempo já que fiquei um tempão na comunal comemorando a conquista de Harry. Fred e Jorge como sempre fizeram uma visita na cozinha para pegar algumas comidas e bebidas. Mesmo não parecendo, eu fiquei muito feliz pelo Harry, e ele sabe disso. Sabe que estava torcendo pela vitória dele. Pouco me importava com os outros, meu favorito dos campeões era o meu amigo. Só que justo naquele dia não estava tão animada.

Comuniquei a Hermione que ia sair um pouco para esfriar a cabeça.

Agasalhei-me bem para sair. Coloquei a mão dentro do bolso e fiquei andando pelos corredores, decidi ir até a Torre de Astronomia já que a mesma estava livre a essa hora e lá era um ótimo lugar para pensar. Mesmo sendo um pensamento ingênuo, eu realmente imaginei que lá sempre estaria livre, mas justo quando eu fui e pensei nisso a mesma já estava sendo ocupada.

— Fica — ouvi a voz masculina que sempre me fazia suspirar — eu já vou saindo. — Tinha dado sinal para dar volta, mas parei quando Draco Malfoy me impediu. Sim, era ele mesmo que estava lá. 

— Pode ficar, eu vou para outro lugar.

— Não — ele voltou a dizer. Então o olhei por trás do ombro. — Fica.

Então o olhei e o mesmo estava na mesma grade que uma vez nos beijamos. Não é porque só foi nesse ano que me toquei de muitas coisas e que ficamos real, que não lembraria que tudo isso começou por causa dos nossos supostos beijos. E me lembro que a que tivemos naquela grade foi após uma briga — como sempre — e acabamos sendo pegos pela Jessica.

Sorri ao me lembrar disso.

— Esquece, eu vou voltar mesmo — digo. 

Ele não disse nada até eu chegar perto do degrau. 

— Eu estava pensando sobre algo antes de você chegar — disse Malfoy de repente. Sua voz era até normal, não tinha sinal nenhum de sarcasmos, irritação ou algo específico. Não era a primeira vez que ouvia esse tom de voz, mas como não era sempre, eu me segurei para não suspirar. Porém, isso não impediu meu coração bater forte.

— Hm… desculpe se atrapalhei seu raciocínio — falei sincera.

— Mas você não atrapalhou — ele sorriu de lado quando o olhei curiosa. — Ao contrário atiçou mais esse meu pensamento. 

— Como assim? — indaguei.

— Bem, eu estava pensando justamente em você.

Como assim pensando em mim? Isso só pode ser uma brincadeira. Eu já estava me sentindo péssima com a cabeça a mil, pensando nele e também no meu namoro. O que ele ganha me fazendo sentir tão mal assim?

Não respondi nada a ele, apenas balancei a cabeça querendo que aquilo fosse um engano que ouvi.

— Vai me dizer que essa torre não traz lembranças?

— Claro que ela me traz. — Ele me olhou presunçoso. Claro que essa torre me trazia lembranças e muitas, e uma delas foi a que me mais me machucou. — Inclusive uma delas me machucou bastante — disse o final em voz baixa.

— Justo esse foi um verdadeiro engano.

— Engano? 

— É. Tudo não passou de um mal entendido.

Malfoy suspirou, passou a mão no cabelo o bagunçando que precisei desviar um pouco o olhar já que acabou ficando mais agradável do que já é.

— Eu nunca menti para você, Susana — disse ele sério. — Não é a primeira vez que te digo isso, mas agora vou tentar acrescentar mais palavras.

— Quais? Que você nunca ficou comigo por capricho? Que tudo aquilo que passamos era sincero?

— É isso mesmo que vou dizer. Só que de outra forma… 

Malfoy se aproximou de mim, me olhou bem nos olhos e começou a falar:

— A parte errada que você ouviu naquela noite tinha sido completada com outra parte que era a certa. Theodore veio tirar satisfação. Ficou jogando na minha cara que estava com você por interesse, e um monte de merda que ele tinha feito. Eu fiquei irritado, então o retruquei, mas confesso que usei as palavras erradas que seria insinuando o que Theodore estava achando. Infelizmente, você acabou chegando bem nessa hora e ouviu o que não deveria ter ouvido.

Cada palavra dita por Malfoy prestava muita atenção. Não desviei um momento os olhos dele. Eu não era a única, enquanto dizia o que queria dizer ele mantinha os seus olhos azuis acinzentados em mim. Aqueles olhos até combinavam com o céu escuro tomado pela neblina do lado de fora. Quando menos esperei estávamos já na grade da torre, agora observando o céu escuro e nublado, enquanto Malfoy ia dizendo o que queria dizer. Meu peito doía com tudo aquilo que ouvia, mas não era dor por ele estar me machucando no sentido de “ofender”, ao contrário ele me machucava por causa da dúvida que estava sendo formado no meu coração.

— O que me faz acreditar em você? — perguntei, assim que ele terminou de dizer que era inocente do que tinha ouvido naquela noite. 

— Como?

— Qual é a prova que você está me dizendo a verdade?

Não o olhei em nenhum momento, mas senti seu olhar em mim.

— Você não acredita em mim… — ouvi o mesmo suspirar. — Deveria imaginar que você não ia deixar seu orgulho de lado.

— Não é questão de orgulho — murmurei. — A questão é que não sei no que pensar. Estou confusa, você… Você me fez sofrer muito — disse a última parte o baixo que pude, não queria que ele me escutasse, mas acho que vou impossível.

— Agora é eu que te pergunto — e agora eu o olhei. — Qual é a prova que preciso ter para te provar a verdade de tudo que disse? Susana, eu queria que a gente… No dia seguinte daquela noite eu queria te pedir algo.

Malfoy tocou minha mão, deu aperto de leve e continuamos com a troca de olhares. 

— O que queria me pedir?

— Eu queria… hm… — ele parecia pensativo. Seu olhar ia dos meus olhos para minha boca, confesso que teve um momento que também olhei para boca dele me dando um vontade imensa de beijá-lo. — Susana, eu queria te pedir em nam…

Ele não pode continuar por causa de alguém limpando a garganta.

No mesmo instante olhamos para ver quem era, me fazer arregalar os olhos ao ver de quem se tratava.

— Cedrico...?!

— Estou atrapalhando algo? — perguntou ele sério. Olhou Draco que estava com o rosto para a floresta proibida. E é naquele momento que o clima todo pesa. 

— Não… claro que não…

— Eu já vou indo — diz Malfoy. 

Assenti.

— A gente se fala depois… — E assim ele se retirou com a cabeça erguida. 

Cedrico e eu ficamos sozinhos naquela torre, um olhava o outro e via um misto de raiva com decepção nos olhos do meu namorado. Minha mão estava suando gelado, tremia de nervosismo, lembrei do que Malfoy e eu estávamos conversando; junto veio o que a Hermione havia me aconselhado horas atrás.

“— Coloque um ponto final”. 

Foi o que ela me disse no dormitório.

Eu realmente levei aquele conselho a sério. Apenas não imaginava que iria usá-lo justo hoje no dia que ele está feliz. 

— Então — começou Cedrico depois de uma breve pausa —, vai dizer algo?

Ele queria uma explicação. 

— Cedrico, eu juro que não foi nada o que você está imaginando.

— E o que você acha que eu pensei?

— Sobre o que você acabou de ver? 

Cedrico suspirou.

— O que acabei de ver? — Senti um pingo de desgosto saindo da voz dele. Do pouco que o conheço, sei que ele estava se segurando para não ser grosso. — Eu apenas acabei de ver minha namorada na torre de astronomia, sem ninguém em uma noite gelada, conversando com ele.

— Eu não sabia que ele estava aqui — digo. 

Massageie meu pescoço de nervosismo. 

É o momento, pensei. 

— Cedrico, a gente precisa conversar e sei que esse pode não ser o momento certo — disse, botando toda a minha coragem para fora. Cedrico me olhou curioso, se aproximou, não dizendo nada para que eu continuasse. — Já faz um tempo que penso sobre. Cedrico, eu…

— Quero terminar? Eu já imaginava, na verdade eu já sabia de alguma forma… — ele completou depois que o olhei perplexa.

— Cedrico, me desculpa…

— Não precisa, Su… Quem deve pedir desculpas sou eu… Sabe, você meio que me usou, eu sei, mas eu acabei te fazendo infeliz, então estamos quites… No final, também te devo desculpas. Eu sabia que você estava triste e insisti do mesmo jeito, acho que fui bem teimoso nesse sentido… Mesmo assim… Você tentou me amar de volta…

Senti minha garganta apertar, e o observava em silêncio. 

Todo aquele toque de raiva que tinha sentindo antes no tom de voz dele sumiu. Agora era uma voz calma, ele estava sendo sincero, mas isso não quer dizer o toque de triste que tinha na voz. E isso era o que estava me destruindo.

— Olha… Você é linda e é inteligente, astuta, companheira e amorosa acima de tudo. Pondo sua felicidade em último lugar, sempre preocupada com os outros. Você tem um coração de leão, Susana… Um coração quente, quente demais para minhas mãos tão pequenas, eu poderia me queimar com tanto amor e coragem… Seu coração é quente demais para quem não é cobra… Eu realmente te amo. Mas reconheço minha derrota e reconheço que sua felicidade plena não é comigo. Espero ainda poder ser um amigo como o Potter, o Weasley e a Hermione…

— Não é assim! Apenas estou confusa e preocupada com tudo! Você arriscar o pescoço nessas provas insanas não ajuda! 

— Susana! Não minta para si mesma… Nem toda cobra é ruim e nem todo texugo consegue ser um bom ladrão… Apenas, faça o que seu coração mandar… Assim como o meu manda te deixar livre… 

Cedrico não disse mais nada; eu não sabia o que dizer, apenas fiquei com aquela dor no peito, era tão dolorida. Parece que eu não era a única a não saber o que falar. Ele apenas abaixou a cabeça, seu semblante era triste, o que me deixava ficar pior por saber que o mesmo estava sofrendo. Como posso ser tão idiota?

Cedrico decidiu me deixar sozinha, porém, antes dele me deixar sozinha naquela torre com os pensamentos a mil, junto com a enorme vontade de chorar, disse mais uma vez.

— Perdão. 


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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