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História A Herdeira dos Black II - Bubotúbera


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 54 - Bubotúbera


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - Bubotúbera

 

Point of View: DRACO MALFOY

Fiquei encostado na parede oposta à entrada da Torre de Astronomia, eu tinha que admitir minha preocupação afinal.

Os lufanos podem ser bonzinhos e dondocas, mas ainda são seres humanos tão podres quanto qualquer outro; a expressão do Diggory era de quem tinha sido afrontado em seu âmago. Acho que a melhor comparação seria chamar um sangue puro de sangue ruim. Ele claramente me queria longe da namorada dele, mas ele também não parecia muito feliz com a própria.

Comecei a ouvir alguém descendo a escadaria depois de alguns minutos, eu iria esperar quem quer que fosse, eu queria ter certeza de que estava tudo bem. Eu só não esperava que daria de cara com o Diggory, ainda mais que não tinha passado nem dez minutos que estou esperando.

— O que está fazendo aqui? – a voz dele continha raiva e tristeza. — Está feliz agora?

— Não sei. — Dei de ombros ainda encostado na parede. — Espero apenas que ela não desça chorando.

— E desde quando isso é da sua conta? – rebateu inflando o peito, acho que não vai dar tempo de correr dependendo de minhas próximas palavras. – Você só a faz infeliz! Fica se negando a assumir o que sente! A trata de forma desrespeitosa! Trata a família, o nome dela, a linhagem dela, como se fosse uma mancha do mundo bruxo! Trata os amigos dela como lixo! Empina o nariz e se diz o melhor ser do mundo! Você pisa em quem não vai te trazer louros! E baba o ovo de quem pode oferecer algo em troca! Você é um engomadinho mimado e egoísta, que se importa apenas com títulos e poder! A verdade é que você não passa de um covarde escroto que prefere ver a pessoa que gosta chorando do que engolir a porra do orgulho e fazer alguma coisa na merda da vida!

Cretino...

— Que eu me lembre, não sou eu chorando por um relacionamento que esteve fadado ao fracasso desde o começo.

Eu não enxerguei nada, apenas senti o impacto em meu rosto.

Cambaleei um pouco para trás totalmente desorientado, eu não consigo sequer saber para que lado fui exatamente e nem para que lado eu deveria ir. Sinto gosto de sangue na boca, amargo e ferroso.

Custo por reflexo e vejo um pedaço de dente saindo junto de uma boa quantidade de sangue. Aquele maldito me bateu?

— Seu baba-ralé de... MERDA!!

Negro. Não consigo enxergar.

Trac, trac, eu o derrubo no chão. Trac, trac, sei que acerto seu rosto até sangrar.

Tudo o que ouço é o som dos ossos em choque, estalando alto com os impactos e os movimentos brutos. Tudo o que sinto é dor dos meus ossos queimando como se estivesse mergulhado em gelo, milhares de agulhas geladas me ferem a cada impacto.

Trac, trac, ele me empurra longe. Trac, trac, ele me bate com as mãos em marreta.

Terei que fugir para longe, mas sei que vou falhar, miseravelmente. Parte de mim quer. Quero sentir a dor, quero o gosto de sangue nos meus lábios. Quero o sangue derramado no chão.

Trac, trac, eu caí para trás. Trac, trac, ele senta sobre meu peito.

Sangue no chão, eu ouço meu ouvido estalando, sirenes estão tocando. A coragem que nunca tive, me invade. O ódio profundo me cega, quero acabar com aquele desgraçado, desfigurar seu rostinho bonito e cuspir nessa honra de merda que ele pensa ter, não tem.

Trac, trac, eu acerto seu rosto em um tudo ou nada. Trac, trac, ele cai ao meu lado atordoado.

— DRACO!!! CEDRICO!!!

Ouço vozes familiares, mas ignoro. Quero o sangue manchando minhas mãos.

Trac, trac, eu continuo batendo com toda força que tenho. Trac, trac, ele vira o jogo.

— PAREM!! CARALHO!! PAREM!!

Começo a sentir as mãos me puxando, tentando me puxar sem grande sucesso. Mãos maiores e mais fortes, mãos sedentas de sangue como as minhas, me puxavam de volta, me atingindo e ferindo como se meus golpes não causassem efeito.

Mas isso não me faria desistir, as luzes se apagaram, eu vou lutar até não aguentar mais e mesmo que eu caia, vou continuar.

Trac, trac, me encolho na defesa. Trac, trac, ele não para de me bater com as mãos em forma de marreta.

— MAS QUE MERDA!! PAREM!! — Theodore me arrastou para longe de Cedrico, que era arrastado por Blásio e mais dois lufanos que apareceram.

As luzes se acenderam mais uma vez, agora consigo ver o meu entorno.

Sinto muita dor no meu rosto, sinto dor por todo meu corpo, mal abro os olhos direito tamanha é a dor que estou sentindo. Meus dentes estão travados e sinto com a língua que algo dentro de minha boca não está certo ou foi quebrado.

Cedrico está horrível, a sobrancelha acima do olho esquerdo está sangrando e o sangue escorre farto pela boca. Ele rosna como um animal e continua tentando avançar sobre mim, mas seus colegas o seguram com firmeza e gritam palavras de ordem, tentando acalmar sua selvageria.

Blásio corre para o meu lado e ajuda Theodore a me tirar dali, me sinto carregado e não simplesmente levado. Será que apanhei tanto assim?

— Mas que merda, Draco! — Theodore me repreendeu no caminho para, acho eu, o salão comunal. — Brigar com Cedrico Diggory?! Você é louco?! Aquele cara quase te matou na porrada!

— Cala a boca, Theodore!... — cuspo as palavras com raiva; quem ele pensa que é para dizer o que pode ou não acontecer comigo? — Eu dava conta dele sozinho!...

— Cara, fosse covarde e fugisse, ele te arregaçou! — Agora era Blásio dando apoio; vira-casaca infeliz.

— Porra! Me soltem!... — Me desfaço de seus braços e quase caiu no chão, mas não vou deixar assim, eu levanto quantas vezes for necessário. — Eu não preciso de ajuda!...

— Você é peixe pequeno, idiota! — bradou furioso comigo. — O Diggory iria te matar na porrada se Blásio e eu não estivéssemos te procurando!

— Vá se ferrar, Nott! Você e o Blásio! Eu tinha tudo sob controle!

Senti que me agarraram pelo colarinho e me bateram com força na parede, eu devolvi com um chute no peito e agora Blásio se esforçava para me separar de Theodore. Eu mal sai de uma briga e já tinha entrado em outra briga, essa com melhores chances de vitória.

— Não seja ingrato! A gente te salvou, porra!

— Eu não pedi sua ajuda! O problema era meu! A briga era minha! Vocês não tinham que se meter!

— Gente, para! Merda!

Locomotor Mortis!

Senti minhas pernas se juntando como um ímã, isso me desequilibrou por completo e eu caí para trás, batendo com a cabeça na parede e ficando ainda mais atordoado. A minha vista estava borrada, mas vi que Theodore também tinha caído, mas ele foi para o lado e chorava de dor no braço.

Olhei para o autor do feitiço e vi meu professor de poções com o ar mais desgostoso possível, aparentemente ele já estava sabendo de tudo. Afinal, tenho certeza que Blásio e Theodore não foram os únicos que viram a briga, também tinha aqueles dois lufanos que seguraram o Diggory.

Alguém, com certeza, viu a cena e correu para informar o que estava acontecendo.

— Senhores... — aquela voz grave e seca era assustadora. – Como membros da Sonserina podem ter coragem de brigar no meio dos corredores como animais selvagens?

— Professor Snape... — Chegamos a nos encolher um pouco sob seu ar de repreensão.

— Calados... – não precisava pedir mais que uma vez. — Eu irei avaliar a situação causada pelo senhor Malfoy. Posteriormente aplicarei a devida punição. E ainda notificarei seus pais do ocorrido, o de todos. A única coisa que me amarga é a possibilidade do senhor Potter ser o único representante de Hogwarts... – a amargura em sua voz era tátil. – Por enquanto, menos vinte pontos para Sonserina pela quase briga dos dois. E o castigo temporário é escrever um resumo de cinco páginas sobre Os Venenos da Mente. Até breve, senhores…

— Muito obrigado por isso Draco... — debocho Theodore furioso.

— É melhor você calar a boca, Theodore. Se não, quem vai te socar dessa vez sou eu — rebate Blásio ríspido.
 

Point of View: SUSANA BLACK

Perdi a noção do tempo quando fui deixada pelo Cedrico enquanto olhava para baixo da Torre de Astronomia pela grade que me impedia de ter contado com o chão. Até me perguntei qual seria a sessão do meu corpo batendo naquele chão rústico que deveria ter lá embaixo. Imagino que a dor não deveria ser pior do que estou sentindo agora. Morrer? Acho que não seria uma má ideia. Pelo menos não para mim, já que se eu morresse não iria mais fazer besteira. E talvez, tudo seria melhor e eu poderia finalmente conhecer minha mãe. Eu só iria deixar meu pai. Ia ficar sem ele. Não poderia aproveitar os anos que fiquei sem ele ao meu lado. Agora que surge a dúvida: o que fazer viver ou morrer? Eis a questão.

Voltei para a comunal no horário que preferi. Pouco me importei se algum professor fosse aparecer, ou se o Snape, dessa vez me pegasse perambulando e tirasse logo vários pontos, me deixando até o próximo ano de detenção. Quando cheguei na comunal a festa ainda continuava, mas bem mais calmo do que antes. Acho que a McGonagall já deu as caras avisando o final da festa. Fred e Jorge vieram falar comigo, tentaram me puxar para aprontar, só que pedi desculpa e disse uma desculpa que minha cabeça estava doendo. Agradeci por eles não insistirem, e subi para o dormitório.

Encontrei Hermione no quarto se arrumando para dormir, e também estavam as outras meninas. Mas logo que minha amiga me viu foi comigo para minha cama. Fechei a cortina da minha cama e comecei a dizer em voz baixa para que as outras não ouvissem o que aconteceu na torre. Inclusive meu término com Cedrico. 

— Eu esperava tudo, menos que quem fosse terminar era o Cedrico.

— Pois é…

Hermione me lançou um sorriso triste. 

— Não precisa ter pena de mim.

— Não estou com pena — ela tentou mudar o que significava seu semblante. — Eu… apenas estou triste pelo que aconteceu. Imagino o que esteja passando na sua cabeça.

— Bem, tudo acabou — balancei o ombro como se não me importasse mais. — Já acabou o que não estava mais dando certo e agora…

— Agora você pode ir atrás de quem realmente quer.

Olhei-a assustada.

— Eu não vou atrás dele — disse seca. — Mal terminei com um e você já quer que eu vá atrás de outro. — Revirei os olhos.

— Claro que não — disse ela, tampando a boca em seguida ao perceber que seu tom de voz saiu mais alto do que deveria. — Você está super certa em dar um tempo. Mas isso não quer dizer que você precise se fechar para sempre. — Hermione suspirou e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. — Agora você é uma mulher livre, não é mais uma mulher comprometida e isso quer dizer que agora você pode muito bem lutar por quem você realmente quer. Nesse caso… hm… o Malfoy.

Fui dormir pensando no que Hermione me disse. Não tive o melhor dos sonhos já que sonhei com Cedrico me tratando o oposto que me tratou na torre. Ele jogou um monte de merda, o que levei como verdades, bem na minha cara. Me chamou de aproveitador, trairá e um monte de coisa. Tinha sido humilhada durante o sonho todo e para piorar chegou o Draco dizendo o mesmo, que não ficaria com uma mulher suja como eu. Porém, o que me deixou bem chateada foi quando apareceu Harry, Rony, Fred, Jorge, Gina e até Hermione me criticando da pior forma possível pelo que fiz. No final de tudo fiquei sozinha…

A verdade é que os dias que se passaram não pareciam ser diferente do que aconteceu no meu sonho. Cedrico nem sequer me olhava mais. Hermione disse que é compreensivo o que ele esteja fazendo porque ele de alguma forma deve estar triste com tudo que aconteceu. Ao contrário de Malfoy que agora me olhava bastante, mas eu não conseguia olhar tanto para o mesmo. Só o olhei por um tempo maior no momento que vi hematomas no seu rosto, inclusive uma vez vi Jessica tocando no rosto do mesmo que na mesma hora se afastou com uma cara de dor. Que merda aconteceu?

Hermione me contou que Cedrico também tinha machucados no rosto.

Um ponto forte em Hogwarts é que as fofocas aqui correm rápido, e não demorou muito para ficar sabendo o motivo da cara de ambos estarem “machucadas” eles dois saíram no soco no meio de um corredor. Só que ninguém sabia bem o motivo, mas eu sabia. Hermione também sabia e logo me disse para ficar na minha.

— Esse é o efeito que você causa nos homens? — ela brincou quando estávamos conversando sobre na aula de Runas Antigas. Apenas o que ela recebeu foi um olhar reprovador meu. — Desculpe… mas é verdade.

Outro assunto que não deu para ser guardado por muito tempo é o fim do meu namoro. Claro que a maioria das garotas comemoram quando ficaram sabendo, e algumas vieram me perguntar se é verdade. Minha resposta foi bem clara:

— Vão comer merda de trasgo.

Inclusive outra que ficou bastante feliz, mas não demonstrou muito foi Cho Chang. Ela até passou por mim uma vez. Me olhou, e depois deu um sorrisinho que me irritou muito. Quase azarei essa asiática no meio do corredor. Só não o fiz porque Harry estava ao meu lado e lembrei que ela é a paquera do meu melhor amigo. 

Harry e Rony comemoram quando ficaram sabendo, mas logo se contiveram ao receber o olhar nada amigável de Hermione. 

Era uma semana bastante movimentada, não só para mim como foi ao Rony, que fora cercado por perguntas sobre a segunda tarefa. E até caçoava Hermione por ser aquilo que faltava para Krum. O que irritava minha amiga, mas eu me divertia com o ciúmes do Rony. É mais do que óbvio que meu amigo está com ciúmes de Hermione. 

Na manhã de sexta-feira para minha felicidade chegou uma carta de meu pai no café-da-manhã. Fui mais rápido, então eu peguei a carta e li para os três.

"Estejam nos degraus no fim da estrada que sai de Hogsmeade (depois da Dervixes & Bangues) às duas horas da tarde de sábado."

— Ele não voltou a Hogsmeade? — perguntou Rony, incrédulo.

— Sim, ele voltou… — respondi.

— Jura? — indagou Harry tenso. — Se ele for apanhado…

— Mas até agora não foi, não é? — disse Rony. — E agora o lugar nem está infestado de dementadores.

Tremi ao ouvir “dementadores” que a muito tempo nunca me agradou mesmo aquilo sendo só mencionado. 

Saber que amanhã iria ver meu pai foi a melhor notícia que poderia receber. Queria muito vê-lo, mesmo que seja curto, já estava morrendo de saudades dele. E sem ele pedir, iria fazer uma visitinha na cozinha para pegar o máximo de comida que pudesse para ele. 

No momento que estava rasgando o pergaminho, chegou mais uma coruja com uma carta para mim, já que a mesma parou bem na minha frente.

— Quem será que mandou? — perguntou Hermione.

— Não sei… — Fui pensando em todo mundo que conhecia e poderia me mandar carta, mas já tinha recebido a coruja de Andrômeda com os bolinhos já sendo usufruídos pelo Rony, e um do meu padrinho perguntando como estava. — Será que é da Tonks?

É, só podia ser dela. Peguei a carta, e ao abrir, mas antes de pensar chegaram mais corujas.

— Sua família toda decidiu te escrever… — brincou Rony. 

— Não, é da minha… São todas me ofendendo? Quem diabos me mandou isso…

SuA RÍDIcuLa MosQuiNhA MoRTa

E eram várias desse gênero.

— Quem te mandaria isso?! — perguntou Hermione espantada. 

— Eu vou matar o filho de um trasgo que mandou isso… Ai!

Fui abrir o último envelope e dele saiu um líquido verde-amarelado, que cheirava fortemente a gasolina, derramou em minha mão, e dela surgiram alguns tumores amarelos.

— Pus de bubotúbera puro! — disse Rony, apanhando, desajeitado, o envelope e cheirando-o.

— Ai! — exclamei mordendo o lábio por causa da ardência. Hermione tentou me ajudar a limpar aquilo da minha mão, mas parece que aquilo piorava. Meus dedos tinham feridas horríveis, todos cobertos com esses pús. 

— É melhor você ir depressa à ala hospitalar — disse Harry depressa, junto com o talheres afastando as cartas —, diremos ao Snape onde é que você foi… 

— Vá, Su… cuidamos de tudo com o Snape — diz Hermione.

Assenti agradecida a eles. E sai correndo do Salão Principal.

— Opa! — exclamou alguém que não vi e trombei.

— Desculpa, eu… Malfoy?

— Quanta pressa, o que… O que houve com sua mão?!

— É pus de bubotúbera... — expliquei fazendo careta por conta da dor.

Malfoy não me deixou dizer mais e nem disse mais nada, apenas me segurou pela cintura e guiou até a Ala Hospitalar o mais rápido que pudesse.

— Aí! Isso arder! — reclamei irritada para Madame Pomfrey quando jogou um líquido em cima das minhas feridinhas.

— Paciência, senhorita Black! Vai ter que aguentar a dor — diz ela rispidamente.

Conforme ela ia passando o líquido, junto saia uma quantidade de pus das minhas feridas que era o que mais ardia, elas meio que explodiam. A situação da minha mão não era das melhores. Malfoy estava ao lado só observando, até tocou no meu ombro para me controlar, mas ao invés disso me deixou mais nervosa já que só aquele contato dele mexeu muito comigo.

— Quem foi o louco que te mandou isso? — perguntou Malfoy depois que Madame Pomfrey se afastou para buscar uma pomada. Ele se sentou na maca de frente para mim.

— Rita Skeeter.

— A Skeeter?! Tem certeza?

— Absoluta, pois em uma das cartinhas dela tinha “mosquinha morta” e “monstrinho”. E digamos que foi disso que ela me chamou… uma vez.

Ele bufou, e rolou os olhos.

— Mulher nojenta — murmurou. Ele fez uma careta e tocou no maxilar. 

— Inclusive, o que aconteceu com você? — perguntei olhando os hematomas roxos. Tom era claro, mesmo assim dava para reparar na tonalidade. — É verdade que você e o Cedrico… saíram na porrada?

Malfoy fechou a cara e me olhou irritado.

— Por quê?

— Você não imagina qual o motivo?

Franzi o cenho.

— Eu tenho uma, mas eu espero que não seja essa.

A mecha do meu cabelo que estava atrás da orelha caiu bem no meu rosto. Com o braço tentei jogar a mecha para trás, mas não consegui. Então Malfoy se aproximou, tocou meu rosto, tirou a mecha e colocou atrás da minha orelha; voltou mais uma vez a tocar no meu rosto. Seu rosto estava tão próximo ao meu, assim pude ver melhor as marcas no seu rosto. 

— Diz que vocês brigaram por causa de bala… por causa de um cartãozinho raro no sapo de chocolate…?

— Aah sim, brigamos por causa disso — disse Malfoy irônico —, ele pegou uma carta que era minha. Ficou irritadinho porque nas informações sobre a bruxa dizia que ela gostava de mim. E não do Zé Bonitinho… Não aguentando a verdade ele partiu para cima de mim e eu revidei. 

Agora sua voz era baixa, sentia o hálito dele bem próximo da minha boca e o meu coração acelerando. Eu queria aquilo, mas não podia fazer isso. Não agora! É errado.

Antes de Malfoy me beijar coloquei minha mão na frente. Ele me olhou confuso; neguei com a cabeça e disse:

— Não faça isso.

— Por quê? — ele questionou incrédulo. — Você não está mais namorando. E você já sabe da verdade… então…

— Não. Não faz nem uma semana que terminei meu namoro, que acabou terminando de forma bem trágica — toquei o dedo no roxo próximo a boca dele — que já vou ficar com outro. Sabe, eu tenho bom senso.

— Hm… então quando você completar uma semana de término, vamos poder se beijar?

Me irritei ao ver aquele sorriso presunçoso dele. E antes de mandá-lo para merda, Madame Pomfrey apareceu. 

 

...

 

— Por minha culpa você perdeu a metade da aula do Snape — disse enquanto andávamos até as masmorras para aula de Poções. — Ele vai pegar no seu pé por minha causa.

— Ele não vai não — Malfoy balançou o ombro — ou pelo menos é o que espero.

Mexi a mão com desconforto. Madame Pomfrey tinha enfaixado as duas depois que lotou minha mão de pomada que tinha inclusive um cheiro horrível. Eu tentei mexer um pouco, só tentei também já que era impossível mexer, e isso de alguma forma me irritava. Juro aos meus gatos que eu vou quebrar a cara da Skeeter. Vou estraçalhar aquela cara feia que ela tem e deixa pior que a de um trasgo. Vai ficar pior que aquela porcaria de imagem que os trouxas tem das bruxas em seus contos. Eu vou acabar com ela! Ah, se eu vou.

Chegando à porta da sala — se pudesse estaria em frente ao quadro da Mulher Gorda — e foi Draco quem abriu. Logo recebemos olhares dos alunos e do próprio professor que me olhou com o mesmo mau-humor de sempre. 

— Estão muito atrasados — diz Snape nos observando entrar.

— Acontece que eu tive um imprevisto — respondi lhe lançando um sorriso cínico e levantando minhas duas mãos para ele.

— Hm… Então foi mesmo verdade a história dos seus amigos que preciso ir a Ala Hospitalar. De qualquer forma não era preciso vir a aula… perdeu a metade dela, e pouco me importo com o que você aprontou pra ter acontecido isso.

Snape se aproximou e me analisou irritado, parecia até que estava tentando encontrar alguma coisa de seu interesse. Que não seja me querer nua, pois aí meu pai vai fazer algo pior do que a brincadeira dele ir bisbilhotar o meu padrinho. Dessa vez não teria meu tio James para salvá-lo. É mais fácil meu tio voltar dos mortos e também matá-lo.

— Professor Snape, ela estava realmente na Ala Hospitalar — interviu Draco se juntando ao meu lado. — Eu acompanhei ela até lá e acabou demorando, Madame Pomfrey segurou bastante a Su… quero dizer a Black por causa das mãos.

Reparei que alguns me olhavam com curiosidade, inclusive vi olhares maliciosos de Lilá e Parvati — espero que não tenha usado todas as bombas de bostas do meu estoque. 

— Arranjem lugares para se sentar, e lhe devo informar a srta. Black que você precisa encontrar outro lugar, pois seus amigos estão todos espalhados.

Olhei para sala tentando entender o que disse e assim vi Rony em um canto, sozinho. Depois encontrei Hermione ao lado da Buldogue; coitada minha amiga vai ficar lotada de pulgas. Malfoy me chamou para sentar com ele na mesma que tinha Jessica e Zabini, que nos olhavam com uma certa malícia. E eu até devolvi o olhar para Jéssica: devo comentar que eles dois formam até um casal bonito?

— O que houve com sua mão? — indagou Jessica espantada.

— Não andou queimando cara de ninguém, não é? — brincou Zabini.

Draco segurou um riso.

— Cuidado, porque se não posso queimar a sua cara, Zabini.

— Depois dessa é melhor ficar quieto, Blásio… — ouvi Malfoy risonho.

Sorri ao ouvir o comentário. 

O resto da aula até que foi agradável, Malfoy se tornou um cavalheiro, já que me ajudou com os ingredientes e tudo mais por causa de minha mão. Senti um choque quando a mão dele me tocou, e muitas vezes me via olhando para o mesmo e esquecendo que tínhamos plateia. Nem mesmo o olhar furioso de Buldogue e o desconfortável de Davies me desconectaram dos meus olhares analisando cada detalhe do Sonserino ao meu lado. Uma coisa é certa, o que sentia por ele é algo que nunca senti em um namoro de dois meses com Cedrico.

Quem eu amava?

Draco Malfoy.


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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