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História A Herdeira dos Black II - Boa sorte


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 62 - Boa sorte


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black II - Boa sorte

Com muita cautela abri a porta de História da Magia e até tentaria passar de fininho até o lugar vago, mas aí lembrei que se caso o professor já tivesse distribuído teria que pedir a prova e o Bins ia descobrir o meu atraso de qualquer forma. Também tinha o fato de estar tão feliz que não ia me importar de levar bronca ou até mesmo ser proibida de fazer a prova — só não posso dizer o mesmo do meu padrinho. 

Dei a desculpa que me deu dor de barriga e fui ao banheiro, compreendendo o ritmo que aquela explicação ia chegar, me mandou sentar e entregou a prova.

História da Magia está bem longe de ser uma das minhas matérias favoritas e que me dedico nos estudos, mas isso não quer dizer que saia um pesadelo nas provas. Quando finalizei tive certeza que uma nota máxima não iria conseguir, mas também não iria receber algo abaixo da média. 

Tive algumas dúvidas em certas questões, principalmente na hora que tinha que colocar o nome de tantos duendes. Não lembrava de todos então fui inventando mesmo. Duendes estão bem longe de ser algo que goste muito. Nunca gostei deles e nunca confiei muito nos mesmos, então não me dei ao trabalho de me dedicar aos estudos sobre ele. Já que esse ano o nosso foco de estudo foram eles. 

— E aí, como acha que foi na prova? — perguntei ao Rony que saiu comigo da sala.

— Bem — ele respondeu balançando o ombro — acho que vou sair bem.

Hermione ficou logo atrás já que ainda estava terminando a prova e o professor liberou que já havia terminado.

— Por que você chegou atrasada? Você não foi para o banheiro.

— Como você sabe que não? Claro que fui ao banheiro, deu dor de barriga.

Rony me olhou de lado com a sobrancelha levantada.

— Conta outra, Su — ele diz. — Vimos quando você falou com aquela loira da Sonserina que é prima do Malfoy e saiu correndo do salão. Depois de você foi a Hermione que tinha ido para biblioteca. 

— Ela foi para biblioteca? 

Recebi apenas um balanço de cabeça do ruivo. 

— O que vocês duas estão aprontando? — resmungou Rony. — Vocês dão medo quando fazem essas coisas as escondidas.

— Também não é para tanto…

— Da última vez vocês apareceram com uma caixa de sapato lotado de distintivos escrito fale.

Revirei os olhos e disse:

— Quando você vai chamar a organização pelo nome certo?

Ao entrarmos no Salão Principal tive uma leve sensação dele estar mais movimentado que o natural. E olhando para a mesa da Grifinória vi alguém que me parecia muito a mãe de Rony e o Gui, o seu irmão mais velho. Cutuquei o ruivo para quem estava na nossa frente e até ele se surpreendeu quando os viu.

— Mamãe… Gui! — exclamou Rony, fazendo cara de espanto, quando nos reunimos à mesa da Grifinória. — Que é que vocês estão fazendo aqui?

— Viemos assistir à última tarefa do Harry! — disse a Sra. Weasley animada. — Devo confessar, é uma bela mudança não ter que cozinhar. Como foi o seu exame?

— Ah… OK. Não consegui me lembrar dos nomes de todos os duendes rebeldes, por isso inventei alguns. Tudo bem — acrescentou, servindo-se de um pastel galês, sob o olhar severo da mãe —, todos eles têm nomes tipo Bodrode o Barbudo, Urgue o Impuro, não foi difícil.

— Olá, Susana — disse a Sra. Weasley muito mais formalmente do que de costume.

— Olá — respondi com um sorriso hesitante diante da expressão fria no rosto dela.

Senti um enorme desconforto com o clima pesado que se instalou. 

Ela provavelmente tinha lido as notícias do Semanário das Bruxas e acreditou.

— Sra. Weasley — disse Harry rapidamente —, a senhora não acreditou naquele besteirol que a Rita Skeeter escreveu no Semanário das Bruxas, acreditou? Tudo que disse da Su é mentira, ela e eu não há nada além de amizade, e a Mione não é minha namorada.

— Ah! — exclamou a Sr. Weasley. — Não… é claro que não!

Mas ela se tornou bem mais calorosa comigo depois disso.

Olhei Harry muito agradecida por aquilo.

Comprimentei Gui logo em seguida que acabou me abraçando e quando soltei, Fleur passava por nós e a mesma me olhou muito feio. Porém ignorei-a e decidi me focar no almoço já que estava com muita fome. Fred, Jorge e Gina também vieram se juntar com a gente, o que formou um clima muito gostoso. Esquecemos todo assunto que fosse estressante como a tarefa de hoje a noite que Harry iria participar; Hermione apareceu, já na metade do almoço.

— Foi engolida por um buraco de minhoca? — perguntei quando ela se aproximou. — Demorou muito.

— Sai logo depois de vocês dois, mas acabei voltando para a biblioteca — explicou. — Olá, Sra. Weasley.

— Olá, Hermione. — Com a minha amiga ela foi bem mais calorosa.

— O que estava fazendo na biblioteca?

— Pesquisando sobre a Skeeter — Rony me respondeu em um murmuro bem próximo ao meu ouvido para que a mãe dele não ouvisse. — E lembro que você também saiu bem apressada no salão principal.

— Descobriu algo…? — perguntei curiosa quando ela se sentou ao outro lado de Rony. 

Ela assentiu. 

— Duas. 

Trocamos sorrisos cúmplices. O olhar de Rony ia de mim para Hermione; de Hermione para mim — já que conversamos com ele no meio. 

— Vão nos contar…?

Olhamos o ruivo e negamos.

Durante o almoço uma hora outra olhava atrás do ombro para tentar ver a mesa da sonserina,  mas o movimento de pessoas era tanto que não conseguia ver nada sentada.  Então decidi ficar só olhando a minha mesa e depois tentaria encontrar quem queria ver. 

Vi Draco no momento que saia com Hermione e Rony para as masmorras por causa do exame de Poções. Sorri quando o vi e ele também. Maldito exame! Se não tivesse eu poderia passar o resto da tarde com Draco. A vontade de aproveitar cada minuto com ele é tanta! Eu me sentia mais feliz agora sabendo que éramos namorados. Precisaria me desabafar com alguém e esse alguém é minha melhor amiga, Hermione Granger.

Obviamente que não tive nenhuma dificuldade com Poções é certeira que tiraria nota máxima, mas como o professor é o Snape, então de alguma forma vai arranjar um erro qualquer só para tirar algum ponto. Nem que seja uma vírgula faltando na questão — o que é também difícil. Fui a primeira a terminar a prova e consegui sair antes, passei por Draco e lhe lancei um olhar significativo. 

Chegando no saguão encontrei quem eu menos imaginei e não sei se queria ver. 

— Cedrico, oi.

O mesmo me olhava atentamente quando parei bem a sua frente na hora que saia do saguão.

— Oi Susana. — Atrás dele vi um homem e uma mulher, o homem reconheci, era Amos Diggory, o pai de Cedrico e a mulher deveria ser a mãe. — Tudo bem?

— Tudo — respondi com um sorriso forçado.

Um silêncio se instalou naquele momento, senti um peso em nossa volta, essa era primeira vez que conversava com ele desde o nosso término.

— Tudo bem com você? — repeti a pergunta dele. — Terceira tarefa é hoje a noite.

— Pois é — ele riu sem graça —, estou um pouco nervoso, mas acho que vai dar tudo certo. 

— Sem dúvidas que vai dar certo.

Novamente ficamos no silêncio, olhei por trás do ombro para a entrada que dava nas masmorras vendo se tinha algum sinal do Draco, mas até agora nada.

— Esperando o Malfoy? — Cedrico disse repentinamente o que me pegou muito de surpresa. — Não precisa me olhar assim — falou calmamente — eu reparei que vocês estão bem próximos. Então você seguiu mesmo o que havia te aconselhado?

— Draco e eu só estamos nos conhecendo — expliquei. — Nada demais…

Não sei se faria bem dizer a ele que hoje mesmo havia aceitado o pedido de namoro do sonserino Já tinha destruído a felicidade dele por ter ficado em primeiro na segunda tarefa, e não acho que seria justo desanimá-lo justamente na terceira tarefa. Talvez, esteja sendo previsível por achar que Cedrico ainda me ama e vai se machucar. Eu só não quero correr o risco, apenas isso. Posso contar depois ou ele fica sabendo conforme as notícias for se espalhando. 

— Seu rosto diz outra coisa, mas tudo bem vou levar o que disse em conta — ele comentou. — Seus olhos estão brilhando, sabia?

Por um ato automático tampei os meus olhos com a mão.

— Não que seus olhos já não sejam um verdadeiro brilho — disse Cedrico. Destampei os olhos e o olhei. — São tão claros que, às vezes, é possível confundi-los com dois cristais. 

— Agradeça então a minha mãe pelos olhos, pois eu herdei dela — digo.

Ele riu.

— Agradecerei — Cedrico balançou a cabeça em negação. — Eu nem deveria estar dizendo essas coisas nem sou mais nada seu. Contudo é impossível negar a verdade. 

— Você já deve ter me ouvido dizer muito isso, mas eu acredito que é necessário e a minha consciência fica mais leve, desculpa. 

— E eu volto a dizer que não tem o que desculpar.

— Só que eu acho que tem.

Cedrico me analisou por um momento.

— Eu ainda sou apaixonado por você, Susana — diz Cedrico suspirando cansado. — Amo você demais… Eu tentei seguir um outro caminho, mas não consegui, não ainda. Você ainda é muito presente no meu coração. Muito mesmo! — Ele apontou para o próprio coração. — Não sei o que vai acontecer naquele labirinto, mas queria te dizer isso mais uma vez. 

Não lhe respondi.

As declarações de Cedrico sempre me fizeram sentir mais péssima do que já estava.

— Posso te fazer um pedido?

— Claro, o que você quer.

Cedrico subiu mais um degrau ficando do meu tamanho, não que isso para ele fosse difícil, mas eu estava em ainda no piso do saguão e para sair dele há dois degraus, e bem Cedrico não estava em nenhum deles.

— Posso te dar um abraço?

— Abraço? — repeti confusa.

— Pediria outra coisa, mas não é muito ético.

Sabia perfeitamente o outra coisa dele, e realmente, mesmo se não estivesse comprometida não iria fazer isso. Não seria nenhum pouco correto com ele. E nem mesmo com meus sentimentos. 

Entretanto, eu sabia muito bem o que fazer.

Fiz o que Cedrico me pediu e lhe abracei, dessa vez tinha conseguido ficar da altura dele. Cedrico retribuiu. Eu não poderia amá-lo da forma que eu amo o Draco. Não tinha sentido a felicidade que senti com Draco, também no início de namoro com Cedrico, que precisou de um bom tempo para animar, só que não demorou muito para decair novamente. De qualquer forma, apesar de tudo isso, meu carinho pelo Lufano sempre foi sincero. Eu gosto dele. Eu só não o amo.

— Boa sorte, Cedrico — digo me separando dele. 

E por fim, como um ato automático, lhe dei um beijo na testa.

 

...

 

— Já te disse que foi um abraço e um beijo na testa, e estávamos conversando, nada de mais — expliquei pela milésima vez ao Draco que chegou no momento que me separei do Cedrico. — Draco, para com isso, está fazendo papel de ciumento idiota.

— Ciumento idiota? — repetiu pasmo, revirou os olhos e bufou. — Acontece que o ciumento idiota aqui não curtiu muito em ver a namorada dele beijando o ex dela.

— Continua com esse papel que o ex vai ser você — rebati irritada. 

Virei a cara e me sentei furiosa de frente ao lago.

Draco está sendo um idiota por vir aqui me tirar satisfação por nada.

— Ok! — exclamou Draco se sentando, mas se sentando bem próximo de mim sua perna esquerda ficou dobrada e atrás de mim. — Não vou falar mais do Diggory e nem nada, vamos ficar só na gente, pode ser?

Olhei ele de lado e sorrimos no mesmo instante.

— Que seja — balancei os ombros, e senti meu peito esquentar quando Draco tirou a mecha rebelde do meu rosto. — Eu gosto de você.

— Eu também gosto.

Desfizemos os espaços entre a gente e nos beijamos, tudo começou calmo com movimentos da mesma forma, só depois que foi se apimentando com nossas línguas se tocando; as mãos de Draco uma nas minhas costas e a outra no canto do meu rosto. Ele me fez deitar um pouco na perna dele e assim continuamos a namorar. 

— Contou para alguém sobre nós? — perguntei, depois que nos separamos e agora eu estava encostada na árvore e Draco logo a minha frente, mas ainda bem próximo.

— Apenas ao Blásio — ele respondeu e me olhou curioso —, não era para contar a ninguém? Quer ficar às escondidas?

— Claro que não — disse rindo lhe dando um selinho — até porque se fosse isso, não estaríamos ficando ao ar livre.

— Bem, não seria a primeira vez que isso acontece, não é? 

Agora ele é quem veio me beijar abafando meu riso e assim o selinho se tornou um pouco mais demorado, ganhando alguns movimentos. Finalizamos com selinhos e eu disse:

— Eu ainda não contei nada para ninguém.

— E vai contar?

Olhei pensativa para os olhos azuis-acinzentados dele.

— Sim — respondi agora desviando o olhar para um outro canto —, mas não sei como contar para Harry e Rony, por exemplo. 

— É só dizer… 

— Pois é, mas não acho que só dizendo eles vão aceitar tão bem.

— Ei, Susana — Draco me chamou e puxou meu rosto para olhá-lo. — Aqueles dois não tem de querer ou não querer.

— Eu sei que não — concordei. — Acontece que eles estão longe de serem seus fã, assim como você deles dois, mas é que antes de tudo tinha prometido a eles não ficar mais com você.

— Quer terminar por causa deles? Ou quer ficar namorando as escondidas por causa daqueles dois? — indagou Draco com um misto de raiva e decepção na voz. — Achei que você fosse diferente, Susana.

— Draco… Eu não vou pedir permissão nenhuma e nem mesmo terminar com você ou namorar você em segredo. O que eu quero te dizer é que eu quero conversar com eles primeiro, quero falar com a Hermione, e os meus outros amigos. Não quero que eles saibam por fofoca, entende?

Draco apenas assentiu.

— Eu também não queria que quem eu gosto soubesse por fofocas. — Draco suspirou. — Se bem que é difícil guardar algo por tanto tempo desses alunos fofoqueiros. 

— Mas você mesmo disse, estamos nisso a muito tempo e nunca ninguém soube, não da nossa segunda parte.

Rimos. Voltamos a nos beijar sem se importar com quem passa por aqui, ficamos namorando por um bom tempo, até o momento que tocou a sineta para o jantar. Por causa da tarefa de hoje a noite o jantar iria acontecer mais cedo que o normal. 

Fomos voltando ao castelo de mãos dadas. Uma vez ou outra o Draco fazia um comentário que me fazia rir. Ou me puxar pela cintura, me abraçando e beijando. Só que em um desses momentos não foi nada bom. Harry apareceu bem quando Draco ia me dar um selinho.

— Susana! — Harry não me olhava com raiva exatamente e sim confuso ao mesmo tempo parecia decepcionado. — O que é isso?

— Um beijo, Potter, ou não sabe nem o que é um.

— Draco, cala a boca — rebati secamente. — Harry, eu posso explicar — digo com urgência. 

— Explicar o que? Você estava com ele — diz meu amigo indignado e agora com irritação na voz.

Ótimo! Tudo que eu queria era que não rolasse esse confronto com Harry e nem com Rony. Só que pelo jeito com um não deu certo e acho que com o outro também não será. 

— Harry… Draco, vai na frente, por favor, quero falar com Harry — pedi da melhor forma já que agora recebi o olhar irritado dele.

Draco me olhou por um tempo e vendo que estava falando sério. Suspirou e disse: 

— Vejo você depois. — Quase dei um tapa nele quando me roubou um beijo. Ele não está ajudando em nada.

Agora estava sozinha com Harry que tinha virado a cara quando Draco me beijou.

— Harry — chamei, mas não obtive resposta. — Harry, por favor, olha para mim — pedi tocando seu ombro. — Me deixe explicar.

— Explicar? — ele me olhou e bem chateado, o que me deixou mal. — Acho que já vi o suficiente, não?

Suspirei cansada, passei a mão no cabelo por nervosismo e colocando para trás. Provavelmente bagunçando-o todo já que o mesmo estava solto com o ondulado dele bonito, mas isso era o que sempre fazia dar o volume.

— Vou explicar, pois tem uma explicação mais coerente do que a que você viu.

Puxei mais para o canto da entrada ao saguão para não ficarmos expostos.

— Então?

— Já deixando claro que eu ia contar tudo a você e o Rony, tudo mesmo, apenas estava esperando o momento certo para falar com os dois. Queria fazer isso para não correr o risco disso — fiz um gesto sobre o que rolou agora pouco — acontecer.

— Você tinha prometido, Susana — murmurou Harry. — Você prometeu a mim e ao Rony que não ia mais se relacionar com ele.

— E eu juro que tentei manter a promessa.

— Não foi o que pareceu agora a pouco…

— Só que o meu coração falou mais alto.

— Mais alto que seus melhores amigos…

— Eu amo o Draco.

Harry me olhou abismado com o que ouviu. 

— Draco? Apaixonada por ele? Não! 

— Por que não?

— Porque ele é nosso inimigo!

— Seu inimigo e não o meu, não mais.

Harry revirou o olhos e rebateu:

— Então é assim? Só porque ele não é meu “inimigo” você vai ficar com ele sem se importar com a gente que é seus amigos?

Affe! Esse míope não está ajudando em nada está pior que imaginei.

Deve ser a tarefa de hoje a noite, pensei.

— Harry, me escute e não me interrompa ou coloque palavras erradas do que eu digo — avisei. Olhando-o seriamente e tentando manter minha paciência. — Eu jamais iria fazer algo desse tipo com você, Rony, Hermione ou qualquer outra pessoa que faça parte do meu círculo íntimo. Só que aconteceu um imprevisto nesse caminho com foi incluir o homem por quem acabei me apaixonando.

Virei o rosto de Harry para me encarar.

— Olha para mim e me escuta! Harry, ninguém manda no coração, entendeu? — digo, soltando minha mão do rosto dele. — Eu me apaixonei pelo Draco mais do que imaginei. Você sabe como é se apaixonar, pois é o mesmo do que você se sente pela Chang.

— Cho é a Cho.

— E o Draco é o Draco, ele pode estar realmente longe de ser um anjo ou de ser um Cedrico. Draco é um Sonserino e é extremamente astuto como são os Sonserinos e não um paciente e bonzinho como os Lufanos.

Agora Harry me olhava atentamente e fiquei mais tranquilo por estar sendo ouvida.

— Eu não escolhi amar o Draco e acredito que nem ele por mim. Não escolhemos os sentimentos no coração. E o que você viu hoje foi o resultado de todos esses dias, semanas, meses que ficamos nos conhecendo. 

— Que resultado? Vocês estão ficando?

Respirei fundo antes de fazer a correção.

— Namorando. — Harry fez uma careta quando ouviu o que disse, mas antes dele dizer algo fui mais rápido e disse: — Começamos a namorar hoje, Harry. E eu não quero que nem você, Rony ou Hermione fiquem contra mim por causa disso e nem quero que vocês sejam amigos do Draco porque nem ele quer isso com vocês. O que eu apenas quero é que vocês me apoiem e aceitem. Que sejam meus amigos, pois é isso que você me disse. Não é?

“Eu sei que o Rony vai ser o mais complicado e a Hermione é a única que vai me apoiar, mas eu sei que você consegue me entender melhor que o Rony. Posso contar com você em relação a isso, Harry?”

Admito que fiquei com medo de estar errada e por causa de um garoto que também odeia meus amigos, eu perca eles.

— Harry…?

Ele demorou um tempo para me responder o que me deixou pior. Harry suspirou, coçou os olhos debaixo dos óculos e finalmente me fitou com aqueles olhos verdes que sempre achei lindos. E como muitos dizem, são os olhos que ele herdou da mãe dele.

— Tudo bem. — Dei um sorriso que nem eu imaginava que tinha ele. — Eu não vou dizer nada, posso tentar te apoiar, mas isso não significa que eu aprove esse seu namoro.

— Nem precisa, já estou feliz com o apoiar — disse contente e o abracei.

— Hermione já sabe, neh? — ele perguntou assim que me separei dele.

— Você é o primeiro que sabe — neguei —, inclusive queria te pedir para não dizer nada ainda. Eu quero que todos saibam por mim que inclui meu pai. Esse vai ser um problema em dobro com uma dose grande de ciúmes. 

— Ok, não vou dizer nada e também não estou com pique para isso.

Sorri entendendo com o que ele se referia.

— Vai dar tudo bem no torneio — disse lhe apoiando no ombro. — Você está preparado, Harry. Treino bastante e os resultados foram ótimos, você está muito bem preparado e mesmo eu não estando na arquibancada vou estar torcendo pela sua vitória.

Decidimos voltar para o Salão Principal enquanto estávamos conversando.

— Já pensou que a partir de hoje você se torna o Campeão Tribruxo, o mais novo campeão, ganha a taça e o trilhões de galeões como prêmio — brinquei, fazendo Harry rir.

— Acho que eu terminar com uma perna inteira já é um grande prêmio — diz Harry.

Entramos rindo no salão até os Weasley e Hermione na mesa da Grifinória que olharam para gente curiosos.

— Do que estão rindo? — perguntou Rony com a boca cheia.

— Nada demais só sobre o torneio — respondi.

Havia mais pratos do que de costume, mais pessoas que de tarde, principalmente na mesa dos professores que tinha Ludo Bagman e Cornélio Fudge. Tentei fazer Harry comer o máximo que podia, infelizmente, ele não comeu muito. Felizmente, ele não entrou no assunto sobre o meu namoro com o Draco. 

— Senhoras e senhores, dentro de cinco minutos, vou pedir a todos que se encaminhem para o estádio de quadribol para assistir à terceira e última tarefa do Torneio Tribruxo. Os campeões, por favor, queiram acompanhar o Sr. Bagman ao estádio agora.

Harry se levantou. Todos da Grifinória o aplaudiram; os Weasley, Hermione e eu lhe desejamos boa sorte e ele se dirigiu à porta do Salão Principal com Cedrico, Fleur e Krum.

 

...

 

Como meu pai havia pedido, fui me encontrar com ele no canteiro de abóboras perto da cabana de Hagrid, logo que todos do castelo foram assistir a terceira tarefa. Realmente, era ele quem tinha vindo para cá. Quando fui me aproximando vi o cachorro grande e negro perto das abóboras que ao me ver se levantou e eu praticamente fui correndo até o cão. Mais uma vez ele não iria me deixar sozinha em algo importante que está acontecendo. Ano passado sem saber ele me fez companhia na última partida de Quadribol da Grifinória. Enquanto todos foram assim eu fui proibida, mas ao invés de ficar sozinha, ele apareceu só que diferente de antes e agora é que agora eu sei de quem se trata o Sinistro — nome que havia dado para o cão já que não sabia que era meu pai.

Sentei perto dele, deitei minha cabeça perto do pescoço do Almofadinhas e afundei minha mão naquele tanto de pelo. Dizia uma coisa ou outra, mas na maior parte do tempo só fiquei em silêncio com meu pai. Esse momento com meu pai acabou quando senti um pressentimento ruim e um barulho estranho na floresta, meu pai também ouviu já que se levantou. 

— Que barulho foi esse? — indaguei. Olhando a entrada para a floresta engolida pela escuridão, peguei minha varinha já para ficar preparada. — Lumos.

Tinha ficado até aquele momento com a iluminação vindo da barraca de Hagrid e da pouca iluminação da lua. Não vi nada e nem um vulto se quer. Será que só ouvi coisas?

Antes de voltar a sentar ouvi mais um barulho, mas dessa vez vinha do campo de Quadribol onde estava acontecendo a Terceira Tarefa. Aquele pressentimento ruim se tornou mais forte por causa disso. Algo aconteceu. Algo de muito ruimaconteceu… Eu iria sair correndo até o campo, mas me segurei porque se fosse iam proibir minha entrada.

— Vamos esperar mais um pouco, mais uns minutos e se ninguém aparecer, vamos até o campo ou ao castelo. Ok? — perguntei ao meu pai que apenas assentiu com a cabeça.

Os minutos tinham se passado e quando decidi ir com meu pai até o castelo, vi alguém andando o mais rápido até nós e esse alguém era a professora Minerva que iluminava seu caminho com a varinha.

— Professora McGonagall?

— Ah, Senhorita Black, cadê o cão… do seu lado — dizia ela com a voz falha e o seu rosto não era dos melhores, parecia assustada. — Dumbledore me pediu para levar vocês até a sala dele.

— Até a sala do diretor? — repeti. Agora quem estava com a voz trêmula era eu. — Professora, o que aconteceu? O que está acontecendo…?

— Só me acompanhem, por favor! 

Seguimos até o castelo e sempre olhava por trás do ombro na direção que ficava o campo, só via as luzes, mas agora havia silêncio. Diferente da professora que não estava nada silenciosa, seus passos eram rápidos, por causa disso precisava aumentar os meus. Junto com os passos tinha a respiração dela ofegante e seu semblante assustado. Acho que nunca vi-a daquela forma e muito menos pálida. 

— Pelo amor, professora, o que aconteceu? Foi algo com o Torneio, não é?

Ela não me respondeu.

— Harry! Aconteceu alguma coisa com ele, não foi? PROFESSORA!!

— Senhorita Black, só me siga! — disse a professora em um tom elevado na voz.

Paramos em frente as gárgulas, ela disse a senha e entramos.

— Fiquem aqui, o diretor logo está chegando e…

— Professora, apenas me responda se é algo com o Harry… por favor.

— Minha querida… — ela se aproximou e tocou meu rosto, o que me deixou pior, senti um enorme nó na garganta porque sabia que a resposta era o Harry. — Sim e não.

— Como assim?

A professora fez uma longa pausa com um longo suspiro e disse:

— Cedrico Diggory foi assassinado.

De repente senti tudo caindo à minha volta, me afastei da professora e fiquei a encarando, fiquei tão em choque que nem escutei o que ela disse e nem reparei quando saiu. Senti meu coração se apertando, meu corpo tremeu e os olhos começaram a arder, conforme as palavras dela sobre Cedrico se repetiam na minha mente.

— Não, ele não… — murmurava palavras desconexas, só voltei ao “normal” quando senti uma mão no meu ombro.

— Filha…

Virei para encarar a forma humana do meu pai.

— Cedrico… papai, ele está morto… Cedrico… morto…

— Vem cá — ele me puxou para um abraço forte e reconfortante —, sinto muito, minha filha. 

Eu não chorei. 

Eu não conseguia chorar, mas meus olhos estavam embaçados.

Cedrico...


Notas Finais


E ai, o que acharam?


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