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História A Hunter - Capítulo 5


Escrita por: MatheusMessias

Notas do Autor


Hey! O capítulo de hoje tem muita coisa importante! Não sei se notaram, mas modifiquei a foto da capa, espero que tenham gostado.

Capítulo 6 - Capítulo 5


 Assim que soltou o homem no chão, Perseu desabou em seus joelhos. Suas mãos tremiam, sua testa embebeu em suor e o ar de seu pulmão esvaiu por completo. Kirah correu para conferir se estava tudo bem com o amigo, mas aparentemente, ele não tinha nenhum ferimento.

Tão rápido como veio, o mal-estar passou e o moreno se pôs em pé, preocupado com o que estava acontecendo à sua volta. Richard ainda estava com a moça, que parecia em estado de choque, e Kirah estava a seu lado, assustada como todos estavam.

- Eu estou bem! - ele deu um rápido tapinha nas costas da amiga.

- Ela não parece estar. - Kirah apontou para a moça que não parecia tanto uma camponesa agora.

Suas vestes eram um tanto quanto diferente das normalmente utilizadas pelo povo da região. Possuía desenhos rústicos que cobriam os braços e seu cabelo, o que mais incomodava na sua aparência: ele era totalmente branco, apesar da idade da moça não aparentar passar dos 20. A chuva agora não passava de uma fina garoa, e a água limpava o sangue que estava nela.

- Esse sangue não é dela! - Richard falou, depois de conferir.

Perseu coçou a nuca, demonstrando preocupação. Tudo aquilo era muito estranho, não fazia sentido. Se o sangue não era da moça, tudo indicava que haveria mais alguém por perto. A camponesa se mexeu nos braços de Richard, arregalando os olhos.

- O-o que vocês fizeram? - ela teve dificuldade em levantar, mas se recusou a aceitar ajuda.

- Não se preocupe! Nós aniquilamos aquilo que a atacou! - Kirah tomou a frente, sem se aproximar muito dela.

- Não! - ela olhou ao redor, buscando alguma coisa – NÃO! Vocês..., não!

A moça de cabelos brancos assumiu uma face de ódio, que nada parecia com a indefesa que estava sendo atacada. Perseu apertou a empunhadura de Contracorrente com os dedos, esperando alguma reação negativa. Ela se virou para ele.

- Foi você, não foi? Eu sinto, posso sentir a maldição correndo em seu sangue. - ela fechou os olhos – Eu ouço seus descendentes ardendo em chamas, sofrendo. Vejo tudo que conquistou caindo em ruína frente a seus olhos, e você impotente.

O ar pareceu se transformar em chumbo de tão carregado. Ela ficou alguns segundos em silêncio, captando tudo que acontecera.

- Esse sim é um agradecimento digno. - Kirah riu irônica – Deveríamos ter deixado-a ser devorada por essa besta.

- Não pense por um segundo que sinto ódio por vocês. Pelo contrário, sinto pena. Muita pena pelo que lhes aguardam. - ela se agachou, colocando as mão sobre a terra – Vocês desencadearam uma guerra. Uma guerra que não podem vencer. Gustaf não foi o primeiro, e tenham certeza que não será o último.

E mais uma vez, fechando os olhos, ela se calou. Desta vez o silêncio se prolongou por mais tempo do que antes. A chuva já havia cessado, começando abrir espaço para o sol da tarde apontar, finalmente.

- Eu tenho que ir! - ela se levantou, sacudindo a lama que grudara em sua mão – Se presam por suas vidas, não saiam mais de qualquer que seja a toca que tenham saído, Homens-pedra.

Sem mais nenhuma palavra, ela adentrou na parte mais densa da floresta, deixando os três sozinhos, um corpo e todas as dúvidas possíveis. A primeira a reagir foi Kirah, que correu até a espada quebrada. Perseu se aproximou do cadáver, com Richard logo ao lado.

- Vê algo estranho? - Perseu peguntou ao amigo.

- Fora o fato de uma besta dos infernos que bebe sangue, você conseguir matá-la E saber o nome, uma pagã de cabelos brancos nos amaldiçoar por termos salvo ela, e minha espada ter quebrado de uma forma não-regular, não, tudo absolutamente normal! - Kirah voltou mais furiosa do que antes.

Perseu ignorou os comentários da amiga, observando melhor o corpo na sua frente. Algo não estava normal. Exitante, ele retirou a roupa empapada de sangue, rasgando com uma adaga o couro cru. Cuidadosamente, ele abriu o rasgo, revelando a pele cinzenta e seca em volta do machucado. Aquele não era um ferimento comum, se não fosse ele mesmo que houvesse desferido o ataque minutos antes, acreditaria ser algo de muito tempo atrás.

Richard percebeu também aquele fato incomum. Mas, antes que pudesse analisar melhor o que estava na sua frente, o sol saiu por trás das nuvens. Como se houvesse jogado azeite de lâmpada e acendesse uma faísca, o corpo entrou em combustão. Richard puxou Perseu, que estava quase debruçado sobre o ser. Não chegaram a ser atingidos, mas tiveram que se afastar.

- Mais essa! - Kirah se aproximou dos dois, observando o corpo ser consumido.

Depois de poucos segundos, tudo que podia ser visto era uma pilha de cinzas e a estaca da espada de Kirah. Respirando fundo, Perseu chutou o pó que acumulou na frente deles.

- Que grande maravilha. – ele se recompôs – Agora perdemos a única fonte de estudo que tínhamos.

- Na verdade, aquela moça, a de cabelos brancos, parecia saber de algo. Quando chegamos, Gustaf a alertava de algo. - Richard se recordou.

- É, e também sabemos que aquilo pode ser derrotado, com madeira ou prata. - Kirah pegou a empunhadura no chão ao lado – E que, o sol não é amigável com ele.

- Sim, é um início.

- Percy, nas bibliotecas de seu pai, pode haver algo lá que não saibamos.

O amigo estava certo, se não houvesse nada sobre o ocorrido, com certeza teria sobre os pagãos. Se apressou pegando um pedaço de lenço da roupa e capturou um pouco da poeira que sora gerada pelo vampiro. Kirah o encarou com nojo.

- Não me julgue. Preciso levar isso, qualquer informação pode ser útil.

Já haviam passado pelas primeiras marcas de saida da floresta. Richard reclamava a cada cinco minutos de fome. Kirah resmungava o caminho todo pela espada. Perseu não queria que parassem até sair daquele local.

- Te arranjo outra espada, Kirah! Hoje mesmo, quando chegarmos, mas me dê essa empunhadura. - Perseu esticou a mão para a amiga.

Ela entregou relutante em suas mãos um pedaço do que fora sua espada. Perseu encaixou o artefato na bota, para que não caísse e se mantivesse ao alcance caso precisasse. Quando o clarão do por do sol apontou na saída, eles apressaram o passo. Com a espada em punho, Perseu saiu na frente. Richard finalmente abaixou o arco, e o pendurou nas costas.

- Vamos lá para casa. - sugeriu ele – Não vai querer que Tritão esbarre em você pelos corredores.

- É. Amanhã logo cedo partirei para o castelo. Precisarei de ajuda com os livros.

- Eu tenho que cuidar dos afazeres no pátio. Não me darão dois dias de folga nem que eu fosse o filho do rei. - Richard se justificou.

- Eu tenho que ficar em casa. Se não fizer o papel de filha mais um dia, é provável que me deserdem.

- Tudo bem. - Perseu parou, os encarando – Obrigado pela ajuda. Não sei o que faria sem vocês.

- Você teria que suportar Tritão o dia todo sozinho!

- E provavelmente estaria morto depois de hoje. - Kirah sorriu, apesar do dia turbulento.

- Fico devendo uma para vocês! - eles chegaram em frente a porta de madeira.

O cheiro de guisado recém-feito atingiu eles bem no estômago assim que entraram na sala. Lyanna apareceu na porta da cozinha, com suas vestes usuais. Ela correu até os filhos, que estavam com uma aparência bem não-apresentável. Abraçou-os e limpou o sangue seco que estava na cota de malha de Richard, com um olhar de desaprovação.

- Meus meninos. - ela puxou Perseu para o abraço também, logo os soltando e ajeitando a roupa – Tem um belíssimo guisado na mesa.

- Onde está papai? - perguntou Kirah, deixando as partes da armadura no canto da mesa de fora.

- Disse que chegaria tarde, muito trabalho e poucas mãos! E você, amanhã conversaremos. - ela apontou um dedo para a filha.

~

Perseu colocou a roupa que usada durante o dia no canto da cama. Já havia perdido as contas de quantas vezes havia dormido naquele mesmo lugar. Se levantou, para jogar uma água no rosto. Tinha certeza que não conseguiria dormir tão cedo. A bacia de alumínio refletia seu reflexo pálido. Molhou toda a cabeça e jogou o cabelo rebelde para trás. Foi quando notou. Uma pequena mexa, passaria despercebida, se não estivesse tão atento pelos acontecimentos. Uma pequena mexa, em contraste com os fios negros como petróleo, completamente branca.


 


Notas Finais


Até sábado! Deixem comentários, me chamem por MP, eu gosto de interagir.


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