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História A idade do sucesso - 3- Fonte dos desejos


Escrita por: LumiSan

Notas do Autor


Então, só um recadinho: percebi que vocês estão achando bem engraçados os capítulos, mas na realidade não era pra ser uma comédia, só um pouco de humor negro, por isso de repente tenham alguns capítulos um pouco mais sérios ao decorrer da história, de repente, não sei ainda como tudo vai desenrolar porque a tia Lumi gosta de emoções e resolve tudo na hora -q
A história vai ser atualizada aos domingos, mais que isso não dá porque a tia Lumi não tem tempo de escrever mais de um cap por semana.

Capítulo 3 - 3- Fonte dos desejos


3- Fonte dos desejos:

 

Takanori’s P.O.V

 

        Quando adentrei a quadra Yutaka estava lá, sentado no banco de reserva. Suado, os braços fortes a mostra, o lindo sorriso estampado no rosto... Ah, era muito amor para caber em meu peito diminuto.

- O-oi.

        Idiota! Que ótimo jeito de começar, gaguejando!

        O moreno maravilha interrompeu sua fala e me encarou com estranheza, assim como todas as dez pessoas a nossa volta.

- Olá.

        Ficamos estáticos, nos encarando por um bom tempo, até ele erguer uma sobrancelha, me pressionando a falar algo.

        Olhei para o garoto que tinha me procurado mais cedo, piscando o olho em cumplicidade. Com certeza ele seria um dos padrinhos de nosso casamento.

        Vamos lá, Takanori, seja macho ao menos uma vez nessa sua vidinha de merda e fala o que tem pra dizer. 

- E-eu g-gosto de você. – todos pareceram parar de respirar quando soltei a frase do intensivo “Aprenda a gaguejar com Yuu”. – Muito. – tratei de completar ao ver sua falta de reação.

        Yutaka suspirou levemente, coçando a cabeça um tanto quanto sem graça.

        Há! Até mesmo tinha ficado sem palavras com minha prova de amor. Nós iriamos ser tão felizes juntos!

- Olha, me desculpe mas...

- Esse anão acreditou mesmo, você me deve metade da sua mesada, Kouki!

        Fiquei um pouco confuso quando a quadra explodiu em risadas, o tal Kouki torceu o rosto em desgosto e Yutaka parecia perdido.

        E de repente tudo fez sentido.

        Não passava de uma brincadeira maldosa. Exatamente como Suzuki havia me dito.

        Engoli em seco, observando cada rosto vermelho de tanto rir, cada dedo apontado, cada “mas que anão idiota” saindo dos lábios...

        Me senti diminuir, ficar mais ridículo do que já era.

- Desculpe, eu não fiz parte dessa brincadeira besta. – Yutaka falou, tentando me consolar um pouco.

        Afirmei rapidamente, sentindo meus olhos margearem.

        Quando me virei para a porta Akira estava lá, uma expressão indecifrável.

        Ótimo, ele havia ficado para presenciar minha humilhação.

        Inspirei todo o ar que pude para dentro de meus pulmões, tentando juntar o pouquinho de dignidade que me restava e não deixar as lagrimas pingarem enquanto saía dali a passos rápidos, deixando aquele bando de hienas risonhas para trás.

        Passei batido por Akira, apreciando o silêncio do corredor e dando de cara com Yuu e Kouyou um pouco mais adiante.

- Taka, o que...

- Me deixa, Kouyou, não quero falar com ninguém agora.

- Taka, espera!

        Não dei ouvidos para os chamados e segui rapidamente para a saída da escola.

        Era muita humilhação, eu era a pessoa mais idiota do mundo.

        Quando cheguei na rua já estava com o rosto molhado. 

- Takanori, espera aí.

        Apressei o passo o máximo que pude com minhas pernas curtas enquanto ouvia a voz grave de Suzuki atrás de mim. Com força esfregava o rosto tentando me livrar das estupidas lágrimas, me sentindo cada vez mais irritado ao ouvir a mistura das vozes de Kouyou e Akira me perseguindo.

        Devíamos estar fazendo uma cena bastante ridícula andando na rua, um atrás do outro, como se estivéssemos correndo em fila.

        Há uma distância considerável da escola, minha paciência acabou.

- O que você quer, Suzuki?

        Gritei, parando de caminhar abruptamente e me virando para trás. Com a parada repentina Akira esbarrou em mim, Kouyou esbarrou em suas costas e Yuu bateu atrás de Kouyou. O único desgraçadamente azarado fui eu, que caí de bunda no chão.

        Imediatamente Akira pegou meu braço para me ajudar a levantar.

- Me solta, seu stalker! Você não entendeu que eu não quero e não tenho nada pra falar com você?

        Algumas pessoas que passavam pela rua se viraram para presenciar o showzinho que eu estava começando.

- Taka, ele só quer ajudar. – Kouyou se pronunciou com a voz suave.

- Ah, me poupe, Kouyou. Quer saber de uma coisa? A vida não é tão bonita quanto você pensa.  

        Os três se calaram, me olhando com certa pena.

- Está tudo bem, Takanori. Foi uma brincadeira infeliz mas chegou a hora de te contar... – Akira estufou o peito, fazendo pose de homem crescido, mas o cortei antes de ouvir a asneira que iria sair daquela boca.

- Não! Eu não quero que você me conte nada, Suzuki. Quantas vezes eu vou ter que falar que eu não sou e não QUERO ser seu amigo? Vou ter que desenhar?!

        Me aproximei um passo dele, bufando de raiva.

- Takanori, para com isso. O Akira acabou de me contar algo que de repente você vai adorar saber. – Kouyou me repreendeu levemente.

- Eu não quero saber de nada que venha desse cara.

- Você tá’ sendo um babaca. – meu amigo me olhou de um jeito acusador.

- Por quê?

- Porque eu gosto de você. Há muito tempo. Aliás, desde a primeira vez que te vi.

        Suzuki se meteu na conversa, cortando completamente meu chilique, me deixando sem palavras e com o indicador em riste no ar.

- É isso, Taka. Era isso o tempo todo, ele não é um stalker, é apaixonado por você! – Kouyou se pronunciou alegremente, como se aquela fosse a melhor notícia do século.

        E de repente, uma enorme raiva cresceu novamente dentro de mim. Quem Akira achava que era para me fazer cair na pegadinha do apaixonado mais uma vez? Além de presenciar minha humilhação com Yutaka, queria ter aquele prazer novamente. Aquele cara realmente não sabia a hora de parar com as piadinhas sem graça.

        Sacudi a cabeça e dei as costas para as três figuras, mas logo Akira estava pondo suas mãos em mim novamente, me impedindo de sair.

- Você não vai me dizer nada?

- Vou, Akira, vou te dizer uma coisinha: a partir de hoje quero que você, seu nariz de batata e seu cabelo de espantalho se afastem de mim! Eu te aturo há anos me enchendo o saco com piadinhas e comentários inapropriados, mas agora chega! Eu não sou obrigado a ficar com você por perto me perturbando! Isso é assédio!

        Quando terminei de berrar as palavras duras, lentamente Akira soltou meu braço e deu um passo para trás, parecendo terrivelmente chocado.

- Takanori, o que deu em você? Que coisa horrível. – Kouyou se aproximou de Akira, pondo a mão em seu ombro. Caridoso como sempre...

- E você também, Kouyou, não se ache no direito de se meter tanto na minha vida só porque faz o favor de ser meu amigo.

        Aquelas alturas eu já estava vermelho, soluçando de tanto chorar. Kouyou me encarou como se tivesse nascido uma anteninha verde no meio da minha testa.

- Do que diabos você tá’ falando?

- Da sua bondade extrema, eu sei que é só mais um item para sua lista de caridade uma pessoa linda como você andar com dois escrotos como Yuu e eu.  

        E naquele momento até mesmo consegui parar de chorar, pois soube que tinha magoado profundamente os sentimentos de meu velho amigo pato e seu namorado.

- D-d-deixa ele Ko-ko-ko-uyou.

        Yuu se aproximou, puxando Kouyou para seu lado. Os três me encaravam com olhos incrédulos e magoados.

        E talvez fosse melhor assim. Eu ficar sozinho de uma vez, ninguém merecia ter que aturar uma pessoa tão ridícula quanto eu.

        Finalmente consegui me desvencilhar, caminhando lentamente em direção a um circo que estava na cidade há alguns dias.

        Não estava a fim de voltar para casa e ser atacado pelas intermináveis perguntas de minha mãe e acabar sendo um babaca com ela também.

        Caminhei desinteressado pelo local, passando os olhos pelas barraquinhas e afins que tinham por ali. “Mysterious” O nome do circo estava por todos os lugares.

        Quando estava mais calmo, tendo a certeza de que era a pessoa mais detestável do mundo por ter dito o que disse para Kouyou e indiretamente Yuu, que se quer havia aberto a boca o tempo todo, uma fonte de pedras me chamou atenção.

        Subi as escadinhas que me levaram até ela e parei em sua frente.

        “Fonte dos desejos.”

        Sorri levemente, catando algum trocado no fundo da mochila e fechando os olhos.

        Trinta anos. A idade da estabilidade e do sucesso. A idade em que sua vida ia bem ou te condenava ao fundo do poço.

- Eu quero ter trinta anos. – sussurrei e joguei a moeda, abrindo os olhos em seguida.

        Que coisa ridícula de se fazer. Eu realmente estava cada vez mais decadente.

        Quando me virei para ir embora, ouvi alguém gritar:

- Cuidado o pé, garoto!

        Antes que pudesse sequer encarar o ser que me gritava, errei o pé no degrau e desci rolando as escadas com minha mochila. Quando aterrissei no chão lá embaixo senti uma pontada aguda de dor na cabeça e minha visão ficando levemente desfocada.

- Hey, você tá’ bem? Garoto?

- Com licença... Takanori!

        A visão foi ficando mais fraca, as vozes mais longe e então a escuridão. Tive a impressão de ouvir a voz de Akira mas devia ser somente a culpa assolando meu subconsciente.

 

~Continua... 


Notas Finais


Adivinha o que acontece capítulo que vem? 8D


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