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História A Ilha de Greco - Aqueles olhos


Escrita por: KingRivers

Notas do Autor


Oi, gente! Estou preparando uma playlist no Spotify com todas essas músicas que posto aqui.
Mas até liberar, está aqui mais um capítulos e mais umas sugestões de músicas phodas!

Boa leitura!

Música dos personagens (hora do rap nacional):
- Noah: Foco, força e fé - Projota
- Adam: Faz Parte - Projota e Anitta

Capítulo 17 - Aqueles olhos


Fanfic / Fanfiction A Ilha de Greco - Aqueles olhos

Pov Adam

 

— Agora estamos trancados em um quarto – disse Noah, sentado na cama e olhando para o ambiente ao redor com certo desdém – Não sei o que você conversou com ele, mas acho que isso pode ser considerado uma coisa boa. Quem sabe na próxima não nos trancam em uma loja de cupcakes.

— Detesto cupcakes.

— Nossa, você é um rapaz meio sem graça.

Estava nervoso, olhava para a porta e mordia a unha do dedão enquanto pensava no que poderia estar havendo lá fora. Samuel tinha dito poucas palavras depois que recusei ficar no Sul sem Jennie. Fui firme em dizer que nós dois poderíamos proteger os sulistas melhor que eles mesmos e que precisariam da gente dali para frente. Talvez por isso fomos transferidos; nos levaram para um pequeno cômodo feito de madeira e com apenas uma porta de entrada e saída.

— Ei, tem roupas aqui – Noah começou a abrir as gavetas dos armários e encontrou calças e camisas masculinas. – Você deveria vestir algo. Não pode continuar circular por aí sem camisa, mesmo que tenha um corpo legal.

Me virei um pouco para ele, Noah baixou os olhos parecendo envergonhado pelo que disse e pigarreou.

— Falo das tatuagens, é claro. São bem bacanas.

— Obrigado – e voltei a olhar para a porta, preocupado – A maioria delas fiz quando tinha 14 anos, meu amigo era tatuador e treinava os desenhos. Algumas delas demoraram meses para ficarem prontas, mas é porque ele enrolava de propósito. Jonathan gostava de me manter fora das ruas.

— Sério. Por quê?

— Bem, digamos que eu tinha problemas com entorpecentes – suspirei, relembrando um pouco o passado. – A questão é que os momentos em que eu estava no estúdio de tatoo eram... bem melhores.

Me virei outra vez e percebi que ele me observava com mais atenção. Aqueles olhos me deixavam desconcertado, era como se conseguisse voltar a uma época em que as coisas davam certo para mim. Ao mesmo tempo ficava com medo, receio de outra vez conseguir pôr minhas mãos no rapaz e bater... Esmurrar até ele sangrar, igual como fiz na cabana.

Respirei fundo, tinha que controlar esse sentimento. Essa raiva que vinha do nada. Noah não era Jonathan. Eu não tinha como machucá-lo.

—  O que foi? – ele perguntou, sorrindo – Parece que viu um fantasma.

Fui até o armário e tirei de lá uma calça e uma blusa regata branca. Me despi, não muito preocupado se ele me via ou não e depois de pronto retomei minha posição como vigia da porta, com a cabeça tentando sair daquele quarto e me pergunta onde as garotas estavam. Sentia falta de Jenn, a forma como ela implicava comigo ou me beijava antes de dar um tapa. As loucuras dela me deixavam mais calmo e me faziam sentir parte de alguma coisa, como se não fosse perdido no mundo. Com ela esquecia a maioria dos problemas. A verdade é que eu era mais forte com ela.

— Não sei se fico bem de branco – ele falou, sem jeito.

Noah abriu a gaveta e começou a buscar algo que coubesse nele. Tentei não olhar, mas quando ele tirou a camisa vi de soslaio seu abdômen. Ele era magro, a parte da pele escondida pela blusa mais branca que os braços e pernas, mas havia uma beleza ali: estava em forma e todos aqueles machucados contavam histórias, sendo que algumas marcas roxas eu lembrava de ser o responsável.

— Ainda não me desculpei o suficiente pelo interrogatório na cabana – falei, sem jeito. – Estava tão acostumado a tratar todos como inimigo que exagerei. Às vezes deixo meu pavio curto tomar conta da situação e faço coisas que me arrependo.

— Já disse que está tudo bem – ele colocou a calça, depois viu que estava grande demais e procurou por outra. – Fui treinado para lidar com coisas assim. Além do mais não é o primeiro garoto que pegou pesado comigo no primeiro encontro.

A forma como ele piscou me deixou sem jeito, cocei a cabeça e imaginei os segredos que ele ainda guardava.

— Ainda não vai me contar como deixar a Ilha, vai?

— Não – ele se aproximou, agora vestido, se sentou ao meu lado e, mais desinibido, colocou a mão em meu ombro – Veja bem, há coisas que você ainda não está pronto para saber. Tenho que confiar muito em um cara antes de deixar que saiba tudo sobre mim.

— Desse jeito parece que estou entrando em um relacionamento complicado.

— Sério? – ele soltou uma gargalhada. – Você namora a Jennie. Deve ser perito em relacionamentos complicados.

Aquilo fez com que eu sorrisse, mais animado com o fato de ter chegado até ali junto dele. O clima era agradável, me sentia mais próximo dele e quando fitei sua boca e meus lábios se umedeceram senti o coração bater um pouco mais forte, como se me dissesse que eu deveria tentar algo.

Noah também me encarou, aproximou o rosto e tentando um beijo. Pensei na possibilidade – cheguei a querer – mas me afastei no último instante.

— Merda – ele disse, sem graça, afastando o corpo e se escolhendo um pouco – Desculpe, não deveria...

— Está tudo bem, também tive culpa.

— É que por um instante pensei que... olha, foi legal a possibilidade. Mas você tem namorada. Eu entendo. Isso não é certo, Jenn é legal e tem um gancho de direita de doer.

Concordei, me lembrando bem como ela era forte e capaz de derrubar nós dois com alguns golpes.

— É que estou começando a gostar de você – a revelação dele me deixou sem palavras. – Não podia deixar de tentar.

O que ele falou mexeu comigo. Lembrei de antes, de quando falei quase aquelas mesmas palavras para Jonathan e a reação dele foi a pior possível. Eu estava drogado, ele queria me ajudar e ignorou completamente meus sentimentos. Quando tentei beijá-lo, me afastou bruscamente, nós brigamos e foi assim que a faca o atingiu.

Não queria aquelas lembranças de volta e por isso me levantei e saí de perto de Noah. Minha cara de medo deve ter deixado ele ainda mais desconcertado, percebi isso, mas não tive como explicar minha reação.

Queria falar algo, mas a porta se abriu e a pessoa que eu menos esperava apareceu: Jennie.

— Oi, rapazes – ela disse, de um jeito animado e divertido. – Que bom que estão arrumadinhos, amanheceu e é hora de irmos.

Aquilo me deixou confuso. Onde estávamos não dava para ver o tempo lá fora, eu sequer sabia que havia amanhecido e a presença dela quase me fez soltar um grito pelo medo dela perceber o climão que havia ali dentro.

— O que diabos você está fazendo aqui?

­— Digamos que Samuel gostou do que você disse sobre nós dois protegermos esse lugar. E ele quer provas disso.

Fiquei confuso. Noah se afastou bruscamente e fingiu mexer nas gavetas, só para passar o tempo e não ter que ficar muito próximo de mim. Não pude deixar de me sentir mal por isso.

— Quer dizer que agora somos sulistas? – perguntei.

— Não, isso quer dizer que o Sul está prestes a passar por uma crise das bravas. E não estou falando dos carcereiros.

— Que tipo de crise?

— Os olheiros que eles enviam para as florestas voltaram e parece Lorenzo acaba de se unir às amazonas. O verme pretende atacar o muro.

— Puta que pariu.

— Eu falei a mesma coisa! – e ela deu um pulinho, se divertindo. – Vamos lutar! Aaaaaaa, adoro! É melhor aquele bando de paspalhos devolverem minha Katana, porque eu já me imagino decepando altas cabeças de amazonas.

Ela pulou para me abraçar e apenas o cheiro do cabelo dela serviu para me deixar mais calmo. Era estranho amar alguém que nem amava Jenn e mesmo assim sentir algo por outra pessoa?

Meus olhos alcançaram Noah e ele percebeu que eu o observava.


Notas Finais


Quem shippa?


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