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História A lua mais brilhante - Invasões Parte 2


Escrita por: Darky_Angel

Notas do Autor


Olhem, eu sei q fiquei um tempao sem postar e quando postei foi um cap curtinho, entao eu caprichei nesse!
Boa leitura mientos!🐱
(Gata da imagem: Manto de Folhas)

Capítulo 11 - Invasões Parte 2


Fanfic / Fanfiction A lua mais brilhante - Invasões Parte 2

Talvez estivesse morrendo...

Seu cérebro latejava e sua garganta pegava fogo. Pequenas gotas de água formaram em seus olhos e ele tentou gritar, mas sabia que não era possível. Revirou os olhos, estava pronto para dar seu último suspiro.

"É assim que vou morrer? Pelo menos será dignamente numa batalha..." pensou. Fechou os olhos, parecia que estava com muito, muito sono. Um sono gostoso, que embalava. Sentiu o pouco ar que ainda tinha se esvair de seus pulmões de forma lenta, assim como o pulsar de seu coração. Sentiu os pensamentos ficarem confusos. Estava morrendo, ele já sabia. Pensou em sua mãe, em sua irmã, em seu mentor e em todos que deixaria para trás. Sorriu tristemente com suas últimas forças e deixou-se levar pelo cansaço.

"Estou pronto..."

Mas parecia que o Clã das Estrelas tinham outros planos. De forma repentina o ar voltou para seus pulmões e seus olhos abriram-se o máximo possível. Não sabia como, nem por que, mas a gata alaranjada que antes o sufocava, agora estava ao seu lado, estática. As orelhas pontudas coladas na cabeça, a cauda entre as pernas, pelos arrepiados e os olhos amarelos totalmente abertos, passavam tristeza, choque e desespero.

Pata de Alecrim ainda estava no chão, sem entender, respirando de forma desconpassada. Os membros tremiam e a cauda mexia, mesmo sem o seu comando. Depois de alguns segundos se acostumando com o oxigênio, ele se levantou vagarosamente, então pode perceber o que tinha acontecido.

Pedra Prateada, o guerreiro do Clã das Rochas, estava morto. A garganta aberta jorrando sangue e pintando o gramado. Ao lado do corpo, Coração de Noz ofegava com a boca aberta, pingando sangue. A luta parou e todos os gatos direcionavam sua atenção para o grande gato morto que tinha o dobro de tamanho de Coração de Noz.

_Não... NÃO!- A gata cor de gengibre correu até o corpo de Pedra Prateada, desesperada. Ela parou, olhando descrente para o falecido. Então jogou-se sobre o corpo de Pedra Prateada, chorando e soluçando alto.

_Pedra Prateada! Acorde! Pedra Prateada! PAAAI!- o grito desesperado da inimiga fez o aprendiz malhado franzir a testa em confusão. A felina do Clã das Rochas que, por questão de segundos, seria sua assasina, agora chorava loucamente sobre o corpo do pai, melando-se de sangue. Até mesmo vilões tem sentimentos, certo? Sem perda de tempo, Pata de Lírio pôs o gato malhado do Clã das Rochas para correr, atravessando Três Pulos rapidamente. Coração de Noz esperou alguns minutos e então foi até a estranha de cor rubra.

_Você agora é nossa prisioneira, vamos te escoltar até nosso acampamento.- miou calmamente. A cabeça lustrosa da gata virou, mostrando seu semblante raivoso. Seus olhos eram como uma fogueira e ela mantinha seus dentes brancos à mostra.

_NÃO! Eu vou ficar aqui!- silvou com raiva. As orelhas de Coração de Noz se retraíram e ele a olhou de forma fria.

_Tudo bem. Se não for por bem, vai por mal.- miou quase que para si mesmo. Golpeou rapidamente a felina furiosa na nuca, a fazendo desmaiar. Agarrou a pele mole do pescoço, arrastando o corpo laranja.

_Vamos.- ordenou para os aprendizes. Pata de Alecrim, ainda atordoado, concordou, seguindo o guerreiro marrom escuro.



Um texugo...

Pata da Noite continuava estática olhando para o grande animal que vinha em sua direção.

"O acampamento!" O pensamento foi como um choque em seu corpo e a fez, num impulso, correr. Talvez não tenha sido a melhor ideia, porque o barulho de folhas farfalhando e o cheiro de gato fizeram o texugo correr, seguindo o rastro de Pata da Noite.

"Preciso avisá-los"

A aprendiz negra corria com todas as forças por Floresta de Plátano. Suas patas estavam incrivelmente doloridas, mas ao avistar a entrada o acampamento, aumentou a velocidade, saltando por cima do túnel de tojo e aterrisando dolorosamente do outro lado. Muitos gatos olharam para ela que, em desespero, subiu em Carvalho Caído.

_Ei! O que você está fazendo aí? Desça já!- uivou um ancião. Pata da Noite franziu o cenho mas fingiu que não tinha ouvido. Com uma rápida olhada ela percebeu que alguns gatos já se reuniam ao pé do tronco velho, inclusive Pata de Alecrim, que parecia muito cansado.

_Escutem todos! Há um texugo muito próximo do acampamento e ele está vindo para cá! Nós temos que- a sua fala foi cortada pelo barulho alto de vários galhos se quebrando. Girou a cabeça rapidamente, fitando o grande e pesado animal que agora adentrava o acampamento do Clã das Nuvens, quebrando o túnel de tojo. Uivos e gritos de terror ecoavam pelo acampamento.

_Subam no Siqueiro Oco!- ordenou Estrela de Granizo. Logo os galhos da árvore foram preenchidos por felinos aterrorizados. Como uma flecha, a aprendiz escura disparou pelo acampamento, agarrando-se ao tronco o máximo possível. O medo domou a gata. Estava no meio do tronco, sentindo as garras escorregarem e o coração pulsar em sua garganta.

Embaixo, o texugo arranhava o tronco da árvore, furioso. Ela estava escorregando, literalmente descendo para a morte. Precisava pular para o galho, mas se desse errado, ela iria para o Clã das Estrelas. Fechou os olhos orando mentalmente para os ancestrais.

_Pule, Pata da Noite!- alguém gritou. Enfim soltou-se da árvore, pulando para o galho. Mas não chegou. Seu corpo foi jogado para baixo pela gravidade. Fechou os olhos com força, esperando pelos dentes afiados do texugo.

Mas não aconteceu. Algo a impedia de chegar ao chão. Olhou para cima.

_Mãe!- miou aliviada. Pé Manso, a mãe adotiva de Pata da Noite, segurava a filha pela pele mole do pescoço. Ela se segurava em um tronco com as garras cravadas nele, mas não era difícil perceber que ela não iria aguentar por muito tempo, afinal Pata da Noite tinha dez luas e pesava dois coelhos*!

_Pule!- a voz de Pé Manso saiu dolorida, como se ela estivesse segurando uma raposa. Ouviu-se um estalo de madeira. O galho estava quebrando. Rapidamente, a pequena gata manchada apoiou-se na madeira e impulsionou as pernas traseiras para conseguir aterrisar no galho. Outro estalo foi ouvido.

_Vamos para o outro galho!- miou Pé Manso com urgência. Com dois saltos-do tronco para o outro galho-ela pousou do outro lado, vendo a galhada aonde estava se partir e cair em direção ao solo. Respirou fundo tentando compassar sua respiração, depois olhou para sua salvadora prateada.

_Mãe...obrigada...- sua voz saiu fraca e rouca, emocionada. Sentiu as lágrimas indesejadas escorrem por suas bochechas e hesitou um pouco antes de afundar a cabeça no peito da mãe. Ela ouviu os miados felizes de seus companheiros de clã e fechou os olhos ronronando feliz.

_Muito lindo e maravilhoso, mas como vamos nos livrar do texugo?- resmungou uma anciã. Antes mesmo de obter qualquer resposta, um uivo desesperado trepassou todo o acampamento.

_FAÍSCA! Aonde está o meu filhote?!- miou uma rainha atartarugada em puro desespero. Múrmurios assustados surgiram, além de vários pares de olhos procurando o filhote alaranjado.

_Não é ele ali?!- miou um guerreiro qualquer. Os olhos verdes da rainha casco de tartaruga se abriram em desespero e aflição.

_FAÍSCA!- O pobre gatinho estava encolhido de medo no meio da clareira, fitando o texugo. O animal pesado olhou para o pequenino e assim que conseguiu identificar que realmente era um gato, correu até ele.

_FAÍSCA!- miou mais alto e mais aterrorizada. Sem pensar duas vezes, a mãe gata desceu da árvore, pousando no chão seco e correndo para salvar seu filho. A rainha atartarugada se chamava Manto de Folhas e tinha perdido cinco filhotes, todos irmãos de Faísca, há algumas luas por causa de uma raposa. Todos sabiam dessa história, e tinham certeza de que ela não suportaria passar pela mesma dor novamente. Miados assustados percorreram pelos gatos do clã.

_Ela é maluca?!- diziam uns.

_Não! Ela apenas quer proteger seu filho!- diziam outros. A rainha manchada sibilou para o texugo, arqueando as costas e arrepiando os pelos. Saltou e afundou os caninos no pescoço do grande animal xadrez. O bicho guinchou e sacudiu a cabeçona, jogando Manto de Folhas-que por sorte caiu em pé- para o outro lado. Ainda tonta a rainya se levntou, sacudindo o pelo e cuspindo para o pesado animal que corria em sua direção. Ela ainda conseguiu dar três ou quatro patadas para se defender, depois começou a esquivar das mordidas e das patadas do texugo.

_Vamos ajudar!- grunhiu Estrela de Granizo. Em pouco tempo já se tinham alguns guerreiros e aprendizes lutando contra o animal preto e branco. Pata da Noite hesitou um pouco e então desceu da árvore, mesmo ouvindo os miados aflitos de Pé Manso.

"Não se preucupe, mãe. Eu não sou burra." Pensou. Ela não iria chegar perto do texugo, nem se dessem para ela um ano de presas grátis. Sabia muito bem que uma mordida daquele bicho era o suficiente para arrancar-lhe um membro e até matar. Então, enquanto todos tentavam espantar o grande animal, ela rastejou cautelosamente até o outro lado.

_Psiii... Faísca! Venha!- sussurou em meio a sibilos e grunhidos, mas o pequeno estava assustado de mais para se quer sair do local. A aprendiz negra revirou os olhos azuis, esticando um pouco mais o pescoço para pegar o pequeno e tirá-lo do meio da confusão. Com o filhotinho em sua boca, ela procurou um arbusto para escondê-lo.

_Pronto.- murmurou afastando algumas folhas para ficar mais confortável. Soltou o gatinho amedrontado, escondendo-o entre as folhas e ramos.

_Obrigado...-sussurou o machinho. Pata da Noite sorriu com ternura, confortando o filhote rajado com uma lambida quente.

Um guincho alto fez as orelhas da gata negra colarem em sua nuca. Olhou para o meio da clareira, aonde jazia o enorme corpo do texugo. Ao seu lado, Manto de Folhas respirava pesadamente, com boca pingando o sangue grosso do falecido bicho. Por cinco batidas de coração o clã ficou em silêncio, que foi substituído rapidamente por miados e ronrons de alivio ecoaram pelo acampamento. Então os olhos aflitos da rainha atartarugada correram por toda a clareira.

_Meu bebê! Aonde está Faísca?!- uivou desesperada.

_Está bem aqui.- miou Pata da Noite levando o filhotinho entre os dentes até a mãe.

Um coro de 'Ooh' percorreu pelos gatos, além de burburinhos maldosos, mas a aprendiz pintada não ligou, apenas seguiu em frente, deixando o gatinho alaranjado nas patas protetoras da mãe. Ela lambeu todo o pelo do filho, com lágrimas escorrendo por suas bochechas. Ela levantou, fitando os olhos cianos da pequena felina cor de carvão.

_Muito obrigada. Eu tenho uma enorme dívida com você.- miou suavemente, passando a língua áspera na testa da aprendiz. A felicidade e o orgulho encheram o peito de Pata da Noite. Ela inclinou respeitosamente a cabeça para a mãe gata, que piscou os olhos e pegou o filhotinho, se afastando de todos. Alguns gatos então se aproximaram, parabenizando a pequena felina com ronrons amigáveis, toques de nariz e lambidas. Ela estava tão feliz que sentia seus músculos tremerem e seu estômago dar voltas dentro da barriga. Ronronava tão alto que tinha quase certeza de que todos os felinos do clã estavam ouvindo. Pela primeira vez em toda sua vida, Pata da Noite se sentia em casa. 

_Parabéns, Pata da Noite. Você ganhou meu respeito.- miou a líder com ternura, lambendo uma orelha da gata negra. A aprendiz sentiu as patas pinicarem e o orgulho invadir seu pequeno corpo. Estava tão nervosa que mal conseguiu inclinar a cabeça para lamber o ombro da líder de forma respeitosa. Estrela de Granizo se afastou pulando sobre o Carvalho Caído.

_Sei que tudo saiu bem, mas nós temos muito o que fazer. O texugo destruíu a toca dos anciãos, a entrada do acampamento e conseguiu arranhar dois guerreiros e morder um aprendiz, então patas à obra!



Notas Finais


*Pata da Noite tem 10 meses e pesa 3.5 kg, que é quase o peso de dois coelhos

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Lambidas!😛


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