História A Luz Que Nos Tira Da Escuridão - Lembranças a todo vapor! Satsuki é lembrada!

Respiro fundo batendo a bola no chão e corro para o garrafão tentando fazer uma bandeja, o que claramente dá errado já que ela bate no aro e rapidamente vai ao chão. Refaço o mesmo movimento algumas vezes tendo o mesmo resultado. Quando estou para desistir, escuto uma voz feminina.

"Você está fazendo tudo errado." Desvio o olhar da bola em minha mão para encarar a garota de cabelos róseos que caminha em minha direção.

"E quem é você?" Pergunto a encarando de cima a baixo. Ela começa a rir.

"Te conto quando conseguir acertar uma bandeja." Arqueio as sobrancelhas.

"Então até nunca mais." Digo me virando para o banco.

"Ei! Espera! Tá. Tá. Sou Satsuki. Momoi Satsuki!" Ela diz ao correr e parar em minha frente.

"Kuroko Tetsuya." Digo tentando passar por ela. "O que foi dessa vez?"

"Porque você não continua a arremessar? Se começar a fazer certo não vai ter tanta dificuldade assim." A encaro de cima para baixo.

"E qual o jeito certo?" Pergunto.

"Se você lançar com um pouco mais de força e para cima, na direção da tabela dá certo." Ela diz sorrindo.

"Só isso?" Pergunto e a vejo confirmar com um aceno de cabeça. Suspiro voltando para o inicio da linha que marca três pontos. Começo a bater com a bola no chão e corro para o garrafão, tento colocar um pouco mais de força quando lanço a bola. Incrivelmente ela roda o aro e entra na cesta por pouco.

"Como sabia disso?" Pergunto ao voltar ao seu lado depois de pegar a bola. Ela caminha para o banco e se senta sorrindo. "Como sabia que eu estava fazendo errado?"

"Ah eu não digo." Seu rosto fica vermelho enquanto ela começar a rir boba. "Tudo bem eu digo."

"Não quero mais saber." Falo me afastando e indo para a linha de lance livre. 

"Ah qual é. " Ela reclama e se levanta, andando para perto da cesta. Lanço a bola, errando. A vejo pegar a bola e lançar para mim. "Meu irmão e o amigo dele gostam de jogar, então eu aprendi algumas coisas."

"Eu diss"''''e que não queria saber." Lanço a bola novamente.

"Vou dizer do mesmo jeito." Ela diz me vendo errar. Novamente me entrega a bola. "Ai um dia eu estava passando por aqui e te vi. Errando todos os lances."

"Então sentiu pena e veio me ajudar?" Pergunto tentando colocar mais força no arremesso. Mas novamente erro.

"Exatamente." Ela diz segurando a bola. "Depois de te ver tantos dias fazendo a mesma coisa e errando do mesmo jeito, eu me cansei e decidi ajudar."

"Grande pessoa você é. Ajudando desconhecidos." Falo arqueando as sobrancelhas.

"Eu sei. Eu sei. Posso te chamar de Tetsu?" Nego com a cabeça. "Então será Tetsu-kun!"

"Se você vai me chamar assim de qualquer jeito então porque pede minha opinião?" Franzo o cenho.

"Educação." Ela diz dando ombros. "Além de que você é meu amigo."

"Quem disse?" Ela para por um momento e me encara silenciosamente. Sinto um frio na espinha.

"Eu." Ela diz e então se aproxima de onde estou. Ficando ao meu lado, ela lança a bola. "E eu como uma boa amiga, vou te ajudar a acertar as cestas!" Ignoro suas palavras vendo a bola entrar perfeitamente sem tocar o aro.

"Não gosto de amigos." Digo indo buscar a bola."

"Que bom que sou menina." Ela diz e eu reviro os olhos. Talvez, só talvez, não seja tão ruim ter ela por perto.

"Tetsuya... Tetsuya acorda." 

Abro os olhos e encaro a vermelhidão a minha frente. Os fecho novamente respirando fundo e me sento corretamente. Só ao fazer isso eu volto a abrir os olhos.

"Akashi-kun? Algum problema?" Pergunto vendo o ruivo a minha frente. Ele nega com a cabeça e se senta na cadeira a minha frente.

"Você passou as últimas aulas dormindo, aconteceu alguma coisa?" Dessa vez sou eu quem nego com a cabeça.

"Apenas lembrando de algumas coisas desagradáveis." Falo e o encaro arquear as sobrancelhas. Por um instante, jurei ter visto seus olhos brilharem.

"Vamos comer alguma coisa." Ele diz se levantando sem me deixar falar nada. Sem vontade de ficar sentado naquela cadeira desconfortável, me levanto e começo a segui-lo. 

"Soube que Kise-kun e Aomine-kun viram Kagami-kun ontem." Digo observando as ações do ruivo ao meu lado.

"Hm." Ele confirma com a cabeça. "Parece que Taiga conseguiu de alguma forma que a escola o permita cuidar de Tatsuya sem sofrer muitas consequências." Chegamos na cantina e compramos algumas coisas para comer. 

Na verdade, quem comprou tudo foi Akashi, que não me deixou pagar nada. Andamos até o terraço e começamos a comer, por um instante volto a lembrar do sonho e inevitavelmente das lembranças idiotas que não deixam minha mente. Principalmente da garota de cabelos róseos.

"Quem te contou?" Saio dos meus pensamentos e olho para Akashi em silêncio. "Quem te contou sobre ontem?"

"Ah. Kise-kun." Digo sem prestar muita atenção no ruivo. Olho para restante do sanduíche em minhas mãos.

"Você..." O observo com o canto dos olhos. "Você gosta dele?"

"Eu não sei." Digo observando o ruivo apertar os punhos. Seguro a vontade de rir. "Kise-kun é legal e parece gostar bastante de falar. Apesar de que as vezes é incomodo. Porque a pergunta?"

Viro um pouco o rosto e o encaro. Não é uma surpresa saber que Akashi tem um certo interesse em mim, no entanto, não achei que ele iria perguntar se gosto de outra pessoa.

"Você realmente é uma besta." Akashi diz virando o rosto em minha direção. Antes que possa falar algo ele se lança em minha direção, me prensando no chão do terraço. "Mesmo sabendo que estou interessado em você... Você continua fingindo."

"Qual o problema de fingir?" Sorrio encarando os olhos heterocromáticos.  

"Você devia arcar com as consequências." Ele diz e eu arqueio os olhos. Solto uma risada.

"Não é como se eu realmente fosse fazer isso." Digo e é a vez dele sorrir. "Há muitas pessoas mais interessantes que você. Como por exemplo, Kise Ryota." Seus olhos brilham perigosamente me encarando. Então ele aproxima seus lábios de meu ouvido.

"Aquele bastardo? Mais interessante do que eu? Tem tanta certeza disso, Tetsuya?" Seu tom baixo e rouco faz um arrepio correr pelo meu corpo. 

"Eu- Hmm." Sou interrompido quando sinto uma mordida não tão forte em meu pescoço, seguida de beijos.

"Já que não tem tanta certeza, eu vou mostrar que sou muito mais interessante do que aquela cópia barata." Ele diz aproximando seus lábios dos meus.

Assim que nossos lábios se encontram, a porta do terraço é aberta. Olhando para o mesmo local ao mesmo tempo e não vendo ninguém, a expressão de Akashi se fecha e ele se levanta. Me levanto também e arqueio uma sobrancelha.

"Pensei que tinha dito que iria me mostrar." Digo vendo segurar a maçaneta da porta. Então sinto novamente meu corpo se arrepiar quando o escuto rir.

"Não se preocupe." Ele diz e o vejo fechar a porta, retirando uma pequena chave do bolso. Ele tranca a porta e se vira caminhando em minha direção. "O que? Ficou com medo?"

"Como conseguiu a chave do terraço?" Pergunto ao ser prensado novamente, entretanto, na parede dessa vez.

"Eu sou Akashi Seijuuro." E essa é a última coisa que ele diz antes de me beijar.

[...]

Encaro meu reflexo no banheiro e começo a xingar o idiota do Akashi mentalmente. Meus lábios estão vermelhos e inchados e há algumas marcas em meu pescoço. Filho da puta!

"O que aconteceu com você?" Escuto uma voz conhecida e me viro para a porta, vendo um garoto de cabelos escuros.

"Nada." Respondo voltando a encarar meu reflexo.

"Esse nada deve ter sido bem bruto pra te deixar desse jeito." Ele diz se aproximando de uma das pias para lavar as mãos. "Quer ajuda para esconder esses chupões?"

"Porque vai me ajudar?" Pergunto o encarando. Não é comum uma pessoa ajudar a outra sem segundas intenções. É assim que a vida é, por mais dura que seja a verdade.

Então eu o vejo rir antes de me encarar e responder. "Você é amigo do Shin-chan. Certo que não tão próximo, mas continua sendo amigo. Além do mais você é amigo de uma velha conhecida minha." 

"Velha conhecida?" Dou um passo para trás quando ele tenta se aproximar.

"Momoi Satsuki." Arregalo os olhos quando esse nome sai de seus lábios. "Entao? Vai me deixar te ajudar agora, Kuroko Tetsuya-kun?"

[...]

"Tetsu? Vai desistir mesmo agora? Vamos lá, mais uma vez!" A lanço um olhar entediado. "TETSU! SE VOCÊ NÃO SE LEVANTAR EU LANÇO ESSA BOLA EM SUA CABEÇA!" Ela me encara com raiva enquanto aperta a bola laranja em suas mãos. Aquela maluca é surpreendentemente forte para uma garota de catorze anos.

Me levanto suspirando e indo em sua direção, quando chego perto ela me lança a bola, novamente tento fazer um drible mas a bola escapa de minhas mãos.

"Eu sei que você tem um controle de bola melhor que esse. Pare de ser molenga! Além disso, porque você perdeu no jogo de hoje?" Não a respondo. Se eu a dissesse que seria apenas que era porque o garoto era apenas um estúpido, ela não acreditaria. "Você era muito melhor do que ele e mesmo assim escolheu errar todos os arremessos. As vezes eu não te entendo, Tetsu-kun."

"Não precisa entender." Digo a vendo revirar os olhos, sorrio. "Apenas continue sendo minha amiga." Então ela cora desviando o olhar. 

"Quando for jogar e alguém vier roubar a bola, você devia ter uma carta surpresa para tirar a atenção dele de você..." Ela murmura começando a andar de um lado pro outro. Pego a bola do chão.

"O que você é? Filha de um general? Como consegue andar e planejar coisas desse jeito? Ou você tem a doença do oitavo ano?" Pergunto segurando um sorriso quando ela me lança uma carranca.

"Ha ha ha." Ela força uma risada. "Se vira então aí sozinho." Ela diz indo para o banco. Dessa vez eu solto uma risada alta e começo a segui-la. 

A vejo mexer em sua bolsa procurando alguma coisa, quando retira, percebo que é seu celular. Reviro os olhos quando vejo seu rosto ficar completamente vermelho. Já sabia o que ela iria dizer, ela sempre fazia isso.

"Tetsu-kun, eu tenho que ir agora! Te vejo amanhã? Mesmo horário?" Confirmo com a cabeça e ela começa a sorrir. " Você é o melhor Tetsu-kun!" Ela diz pegando suas coisas e me puxando para um abraço.

"Eu sei." Digo quando ela começa a sair. Balanço a cabeça quando ela começa a correr.

"Kuroko? Você está bem?"

Encaro a pessoa a minha frente. Confirmo com a cabeça e ele se senta ao meu lado na arquibancada.

"Takao disse que você estava estranho hoje." O encaro silenciosamente. "Você não vai me ignorar, não é?" Ele pergunta me encarando com uma certa incerteza.

"Eu sou uma pessoa anti-social, lembra? Não falo muito." Digo rebatendo com o que ele mesmo disse antes. O vejo revirar os olhos.

"Não é como se eu estivesse falando sério daquela vez." Ele diz e eu desvio o olhar para a quadra.

"Não é como se eu fosse lhe ignorar também." Digo e pelo canto do olho consigo perceber um mínimo sorriso em seu rosto. 

"SHIN-CHAN!" O grito desse ser humano faz tanto eu, como a pessoa ao meu lado, se arrepiar. Um mal presságio me vem a cabeça sempre que minha visão cai nele, ao meu lado, Midorima suspira.

"Até mais, Kuroko." Midorima diz com um aceno e se afasta. Por um instante pareceu que ele havia ficado anos mais velho.

Ao ficar novamente sozinho, as lembranças daqueles tempos me vem a mente, principalmente a última. 

Incomodado com a campainha, me levanto da cama e desço rapidamente para abrir a porta. Minha avó havia saído para mais uma de suas "não-fofocas com as senhoras do bairro.". 

Ao abrir a porta, arregalo os olhos e meu corpo paralisa. Os cabelos róseos e curtos, completamente desarrumados e os olhos vermelhos da garota a minha frente, me deixam com uma sensação horrível no corpo. Meu olhar desce para sua barriga, me fazendo respirar fundo com perplexidade. 

"Momoi? Você... Está grávida?" Minha voz saí um pouco cortada. Já fazia alguns meses que não nos víamos. Foi apenas alguns meses, então como? 

Ela me encara com um sorriso feio enquanto começa a chorar. Não consigo pensar em mais nada e me aproximo para puxa-la para meu abraço. A escuto soluçar enquanto me aperta.

"Vem, você precisa se acalmar. Eu vou pegar um copo de água com açúcar para você tá bom?" Digo me afastando um pouco para encarar seu rosto. Mas tudo que eu vejo é ela negando com a cabeça.

"Não posso." A encaro. "Tetsu-kun. Eu- Nós... Eu não-" Ela respira fundo e eu espero ela continuar a falar enquanto observo seu nervosismo. "Não podemos mais nos ver." Ela diz tudo de uma vez e minha mente para sem conseguir raciocinar direito.

Ela disse, que não poderíamos mais nos ver? Por que?

"Me desculpe Tetsu-kun." Ela diz se aproximando e me abraçando novamente, eu apenas retribuo enquanto escuto suas palavras. "Eu fiz uma burrada. Não devia ter me aproximado."

"Voc-"

"Não é com você, haha." Ela começa a rir tristemente. "Nunca me arrependeria de conhecer você."  A aperto com mais força. "Tenha certeza de que você foi a pessoa mais importante que eu conheci."

"Pare de falar." Digo sentindo meus olhos arderem. Começo a negar com a cabeça. "Isso não é uma despedida." 

"Me escute ok? Eu te amo e... No futuro, você tem que encontrar uma pessoa que consiga te aturar. Eu não poderei fazer isso-"

"Não." Digo negando e abraçando mais forte. Nesse momento eu já estou chorando. Foda-se.

"Eu já disse Tetsu-kun. Eu fiz uma burrada e.... Não podermos mais nos ver." Então ela se solta do meu abraço, seca minhas lágrimas enquanto as dela ainda escorrem por seu rosto.

Ela então se afasta e começa a caminhar em direção a um carro que eu não havia percebido antes. Ela entra no banco do passageiro, não consegui ver o rosto do motorista com clareza. Mas era um garoto de cabelos negros. Então o carro começa a se mover.

"Tem certeza que está bem?"

Olho para a pessoa a minha frente. Porque todos me estão me perguntando isso? 

"Murasakibara-kun." Digo seu nome e ele desvia o olhar. Me levanto e começo a andar ao seu lado. Ficamos em silêncio. "Você... Já gostou de alguém antes?" Pergunto um pouco indeciso.

Certo. Não é como se essas lembranças voltassem só porque eu estou começando a me interessar por outras pessoas, certo? 

"Eu gosto do Himuro-chin." Surpresa me define no momento.

"Sério?" Pergunto e tenho um aceno como confirmação. Nunca imaginária que Murasakibara-kun gostasse de alguém, pelo menos da escola.

"Himuro-chin é... Diferente." Ele diz e eu confirmo com a cabeça. "Porque?"

"Ah... Eu estou lembrando de uma pessoa que gostava." Digo um pouco baixo. "Por isso devo parecer tão aéreo hoje."

"Aconteceu algo entre vocês?" Não respondo por um tempo. Pondero se devo falar ou não, até porque eu e Murasakibara-kun não somos de conversar muito.

"Ela morreu." Decido dizer. 

"Desculpe." Nego com a cabeça.

"Não precisa. Fiquei um tempo sem a ver, então descobri que ela sofreu um acidente de carro." Fecho meus olhos, mas imediatamente abro quando seu rosto vem a minha mente. 

"Não parece ser só isso." Olho para Murasakibara-kun. "Desculpe. Não quis ser insensível."

"Você não é." Paramos perto da árvore que já é marcada como propriedade do grupo. "Depois que soube sobre o acidente, tive a notícia que minha vó estava com câncer." Me encosto na árvore, Murasakibara-kun faz o mesmo e continua em silêncio.

"Você tem uma vida horrível." Começo a rir. Realmente, minha vida é uma merda.

"O pior foi que ela não me contou de primeira, eu só descobri porque fui entrometido e comecei a fuçar as coisas dela. Foi aí que ela confessou que sempre que saía a tarde, era para ir ao hospital. Eu fiquei sem chão porque..."

"Não precisa dizer." Fecho os olhos. 

"É bom poder desabafar com alguém." Digo pegando o celular do meu bolso.

"Contanto que escute meus desabafos também." Solto uma pequena risada.

"Seu oportunista." Digo e por um instante penso ter visto um pequeno sorriso em seu rosto.

Esses garotos que eu conheci... São realmente bons.

[...]

Caminho pelos corredores calmamente, no entanto, meu braço é puxado para trás e eu sou prensado na parede. Só hoje, quantas vezes já foram? Me pergunto olhando para cima, vendo fios loiros.

"Kise-kun?" O chamo surpreso. Seus olhos brilham enquanto me encaram.

"Kuroko-chi. Você realmente é alguém..." Fico confuso enquanto o encaro. "Me fazendo me interessar cada vez mais por você..." Arregalo os olhos.

"Eu-"

"Além de estar perigosamente perto do Seijuuro..." Um arrepio sobe por meu corpo.

"Kise-kun? O que voc-" Ele me cala com um beijo.

Surpreso por isso, continuo estático até o sentir mover os lábios. O correspondo e fecho os olhos para aproveitar melhor. Não é como se eu estivesse em uma relação com Akashi, foram apenas alguns beijos no terraço.

Quando a falta de ar aparece, eu começo a perceber minhas ações e o empurro. Nos encaramos surpresos. Nos beijamos? Eu beijei dois caras em um mesmo dia?

"Kuroko-chi... Eu..." Ele começa a falar algo mas desiste e me puxa para outro beijo, dessa vez mais bruto. Quando paramos, eu estava um pouco desnorteado e tive que me apoiar na parede. Apenas fiquei encarando Kise se afastar pelo corredor.

Eu realmente beijei dois caras em um só dia. Isso é algo bom ou um presságio? Continuo estático, ok talvez eu devesse parar de pensar nessas crenças idiotas de que pegar mais de uma pessoa por dia dá má sorte.

[...]

Durante o treino de hoje, percebi que Akashi estava agindo estranho. Em alguns momentos, tive que parar um pouco para ter certeza de que a maquiagem não estava saindo. Quando o treino finalmente acabou e todos já estavam indo embora, caminhei em direção a Akashi que estava sozinho no vestiário.

"Akashi-kun?" Ele me encara e seus olhos heterocromáticos me causam frio por um instante. Fico surpreso quando escuto as palavras que saem de sua boca.

"Porque beijou Ryota?" O encaro perplexo.

"O que?"

"Porque beijou o Ryota?" Ele pergunta vindo em minha direção e parando alguns centímetros perto de mim.

"Não temos nada Akashi-kun." Digo e seu olhar começa a brilhar. Sinto que tudo ao redor ficou um pouco mais frio. "Não te devo satisfação."

"Você não podia ter feito isso." 

"Como? Você é idiota?" Arqueio as sobrancelhas em descrença. "Não tem problema nenhum em beijar outras pessoas, você não é nada meu para exigir isso." E novamente sou prensado na parede.

"Se o problema é não termos nada, então temos a partir de agora." Ele diz com um tom um pouco mais alto. "E tenha certeza Tetsuya, eu não compartilho."

Antes que eu possa revidar suas palavras, ele segura meu rosto e me beija. Penso em o afastar mas meu corpo parece não seguir com minha linha de raciocínio já que começo a corresponde-lo.

Nossas línguas começam a se movimentar em sincronia. Sua mão desce para minha bunda e a aperta enquanto tenta grudar ainda mais nossos corpos. Gemo em seus lábios.

Então ele se afasta bruscamente, coloco a mão em meus lábios e o encaro sem dizer nada.

"Aviso dado Tetsuya. Eu não divido nada meu." Então eu encaro sair do vestiário. Tento dar alguns passos mas minhas pernas estão bambas de mais para andar.

Respiro fundo enquanto escuto meu coração martelar em meus ouvidos. Muitas coisas estão acontecendo em um dia só.