Capitulo 2
Segunda-Feira 14 de março de 2016
O despertador tocou, me avisando que são 08:00 a.m. e me tirando de um sono pesado, diferente do que costumo ter, provavelmente por ainda estar cansada da viagem e por falta de costume com o fuso horário. Levanto de pressa, vou ao meu armário e fico alguns minutos admirando minhas roupas, ou melhor, tentando achar algo descente para vestir no meu Primeiro dia na universidade. Escolho um jeans básico, uma blusa cor de vinho estampada, um dos meus casacos e meu vanz favorito. Separo toda minha documentação de intercâmbio entre a UFRJ – Universidade de Nebrija (Madrid) e coloco em minha bolsa. Tomo meu banho e vou para a cozinha onde encontro a Diana bem concentrada em seu prato de café da manhã.
— Bom dia! — Coloquei um sorriso no rosto tentando mudar o meu humor matinal diario.
— Bom dia! Fiz o café espero que você goste. — Diana diz levantando-se da mesa e colocando a loça na pia.
— Obrigada! Não precisava.
— Por nada! Saímos em vinte minutos, tenho que te apresentar a universidade e você não vai querer se atrasar em seu primeiro dia. — Ela fala e sai da cozinha em direção ao quarto.
Mais uma vez o reggaeton embala nosso percurso. Não demora muito e já estamos no estacionamento da universidade. Fico hipnotizada com o que vejo até que a voz da Daiana me traz de volta.
— Vamos?! Tem muita coisa para você conhecer ainda.
— Sim! Vamos. — Respondi ainda com os olhos voltados para aquele lugar encantador.
O campus é tão grande na realidade, como parecia nas imagens do site. É um lugar bem tradicional, com edifícios antigos, mas elegantes e imponentes ao mesmo tempo. Fazemos um tour pelo campus, é um lugar bem intimidante, porém espero me sentir em casa em breve. Depois que Diana vai para sua sala eu caminho até a reitoria, onde encontro o reitor, que aparenta ser bem jovem e agradável. Resolvo toda a minha documentação e ele me encaminha a uma sala com uma placa na porta escrito "Coordenação de Arquitetura" a coordenadora María, uma mulher de meia idade, loira e bastante alta, me entrega uma papelada com todas as informações sobre horários e cadeiras que irei pagar. Sou recebida na sala de aula pelo professor Augustos Cortez, que me apresenta a turma do 5° período de Arquitetura.
Quinta-feira 17 de março de 2016
Estou começando a me acostumar com o fuso daqui. Organizei todos os meus horários do dia e resolvi seguir os conselhos do professor de cálculo e vou passar algumas horas depois da aula na Biblioteca, por isso terei que voltar para casa de taxi. O que me faz lembrar que preciso alugar um carro o mais rápido possível.
A biblioteca é imensa, com vários computadores e um acervo de livros incríveis. Vou até o corredor de exatas, pego alguns livros, me sento em um dos computadores e começo minha pesquisa quando sou interrompida.
— Olá garotinha! — me cumprimenta o Ramon, meu vizinho, com um enorme sorriso no rosto e senta no computador a minha frente.
— Olá Ramon! Respondo retribuindo o sorriso.
— Vejo que já começou a correria.
— Verdade! Tenho que me esforçar para alcançar o nível dessa universidade.
— Então vou te deixar estudar.
Já estou me preparando para dormir quando ouço baterem na porta do quarto
— Pode entrar!
— Oi! Não te vi o dia todo. Como foi seu dia?
— Foi corrido, mas proveitoso. Conheci novas pessoas e até encontrei o Ramon na biblioteca.
— Que legal! Mas cuidado com o Ramon ele costuma estragar a vida das pessoas com aquele sorriso dele. — ela fala e cai na risada
— Não se preocupe eu não pretendo me deixar levar. Vim aqui para estudar apenas.
— Sim senhora! — Ela ri.
— Olha, você quer ir ao shopping comigo amanhã? Preciso comprar uma roupa para a festa que meu primo vai dar no sábado. Podemos almoçar por lá.
— Sim! E podemos ir em uma locadora de carros, preciso alugar um para mim.
— Conheço uma muito boa, vamos assim que sairmos do shopping.
— tá bem!
— Olha! coloquei seu nome na lista da festa do meu primo. Será no sábado no fim da tarde, na casa dele.
— Oi? Festa? Seu primo? Eu nem o conheço.
— Vai conhecer ele no sábado e você vai gostar. Pode ter certeza.
— O que você está aprontado?
— Fica calma. No sábado você vai ver! Até amanhã, boa noite.
— Até! Boa noite.
Sexta-feira 18 de março de 2016
A aula de hoje terminou mais cedo. Fico sentada em um dos muitos bancos que tem ao longo do campus esperando a Diana para irmos ao shopping. Não demora muito e ela chega. Optamos por comer antes de fazermos comprar, comemos sushi em um ótimo restaurante de comida oriental que fica próximo ao Gran via Shopping, um dos muitos de Madrid. É um shopping grande e luxuoso. Não demoramos muito por lá a Diana foi rápida escolhendo as roupas. Chegamos a locadora de carros e logo de cara fico apaixonada por um Renault Clio cinza. O atendente ajeitou toda a papelada e esse carro será meu nos próximos meses. O Carro vem todo equipado, com som e GPS de última geração. Coloco música para tocar o ligo o GPS que me guia até o nosso apartamento já que a Diana teve que ir para o estágio.
Ligo meu computador e tem mensagens do meu Pai. Esses dias foram tão corridos que mal tive tempo de falar com minha Família. Resolvo ligar para eles.
— Alô! Filha? Como é bom ouvir sua voz — meu pai atende a ligação
— Oi pai. Desculpa não ter ligado antes, aqui está tudo tranquilo, mas bem corrido.
— Não se preocupe filha, sabemos bem como é, já estamos sentindo sua falta.
— Eu também! Como estão as coisas por aí?
— Como você sabe amanhã seria aniversario do seu irmão se ele estivesse aqui e também estará fazendo 5 anos da morte dele. Então a sua mãe está arrasada. Mas tirando isso está tudo bem minha filha. Não se preocupe.
Não prolongo muito a ligação. Não tinha reparado na data, amanhã é uma das datas mais difíceis para a minha família desde que meu irmão sofreu um acidente no seu aniversário de 21 anos e não resistiu aos ferimentos. Um dia de festa que terminou em tragédia e eu perdi o meu melhor amigo. Desde então meu coração tem uma fenda enorme que jamais será fechada.
Sábado 19 de março de 2016
Já é de tarde e eu ainda estou na cama, chorei a manhã toda e Diana me trouxe o almoço no quarto, conversou um pouco comigo tentando me confortar, por mais que não me conheça tão bem e não saiba de toda minha história. Almocei e resolvi estudar um pouco, não posso vacilar preciso de boas notas e o nível de ensino aqui é bem maior do que estou acostumada. O apartamento hoje está cheio, umas amigas da Diana vieram até aqui para se arrumar e irem para a festa que o primo dela vai dar.
— A porta estava aberta, então eu entrei.
— Não tem problema! Pode entrar.
— Você tem certeza que não vai a festa?
— Sim! Eu não estou no clima e não quero estragar a festa de ninguém.
— Está bem! Mas eu vou deixar o endereço ali na sala caso você mude de ideia.
— Muito obrigada! Aproveita a festa.
Fiquei pensando no que meu pai me disse na ligação e resolvi que eu iria dar uma passada na festa. Ficar trancada no meu quarto não iria me ajudar e se meu irmão estivesse aqui não gostaria que eu estivesse assim. Procuro no meu armário o que vestir, peguei minha calça favorita, uma blusa branca, um casaco de couro preto e um sapato branco. Tudo bem confortável do jeito que eu gosto de me vestir. Tomei banho e passei um pouco de maquiagem, nada exagerado, só para disfarçar a cara de choro. Achei o papel com o endereço da festa, peguei minha bolsa e as chaves do carro e sai.
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