História A Madrid que mudou minha história - Pega de surpresa.

Para o meu alivio o Chek-in foi feito rápido e antes mesmo que eles viessem me cumprimentar eu já estava seguindo o funcionário do hotel que carregava minhas malas até o meu quarto. O quarto fica no terceiro andar, quando chegamos ao corredor encontro o Isco saindo do seu quarto.

— Hey Angel! Boa noite. — Ele fala e estampa o rosto com um sorriso magnifico.

— Oi Isco!— Retribuo o sorriso, um pouco forçado.

— Como foi a viagem?

—Bem Tranquila. A viagem de avião é curta e a de embarcação é tão bonita que nem vi o tempo passar. E você chegou a muito tempo?

— Vim pra Ibiza ontem após o treino, mas só cheguei aqui no hotel hoje por volta das 16:00hrs— Ele fecha a porta do quarto, se aproxima de mim e me cumprimenta com um abraço.

— Vou ao restaurante do hotel comer algo, estou com muita fome. Me acompanha?

— Também estou com fome, mas preciso guardar minhas coisas. Se me esperar cinco minutinhos eu desço com você.

— Cinco minutinhos? Humm... Dá para esperar. — Ele sorri e me segue até o quarto.

O meu quarto é grande e tem uma varanda que fica virada para o mar, as cortinas estão abertas nos revelando uma vista incrível da lua e do céu estrelado. Em minha cama tem uma caixa branca com detalhes em rosa, na tampa tem escrito meu nome e logo abaixo as Iniciais N & M de Nacho e María, a caixa acompanha um cartão que vem escrito.

*Estamos alegres por ter você aqui conosco para celebrar o momento mais feliz de nossas vidas, esperamos que aproveite cada momento. Att.:Os Noivos. *

Guardo minhas coisas e saímos do quando acabo de fechar a porta damos de cara com a Marina e o Asensio entrando no corredor. Meus olhos encontram o dele, mas logo desvio e vejo que a Marina olha para ele e depois para mim.

— Oi Picha! Que bom que você chegou. — O isco e o Marco se abraçam e eu e a Marina ficamos paradas e apenas trocamos um sorriso forçado.

— Hey Marina! Boa noite. — Ele cumprimenta a Marina e eu fico de cabeça baixa evitando encontrar o olhar do Marco.

— Vocês estão dividindo o quarto? Vocês estão saindo? —Ela pergunta e antes que possa responder o Isco faz isso por mim.

— Wow! Não. Eu estava apenas esperando ela guardar as malas para irmos jantar. — Enquanto ele responde o Asensio me olha e dessa vez eu não consigo evitar faço o mesmo. Minha mente me leva ao momento do nosso beijo, mas minha consciência logo me avisa que isso é loucura.

— Uma pena, vocês formam um belo casal. —O Marco repreende a namorada com um olhar de desaprovação.

— Para com isso Marina você não é cupido para estar juntando casais.

— Estou apenas brincando, você está muito chato nos últimos dias.— Ela fala e ele apenas dá de ombros.

— Vocês estão com fome? Podem acompanhar a gente no jantar.— O Isco pergunta e fico torcendo para que a resposta seja não.

— Sim! Podemos acompanhar vocês. — Droga! A resposta do Marco é o contrário do que eu queria.

— Marco, nós acabamos de comer. Não estou com fome.— Marina fala e o semblante dele muda. 

— Podem aproveitar o jantar de vocês, nós vamos ficar por aqui, guardar nossas coisas e vou ver se consigo tirar o estresse desse mocinho aqui. — Ela sorri e o Isco também

— Boa sorte para você! Vamos Angel? Até mais Picha.

— Até Bro! a gente se ver por aí mais tarde. Boa Noite Angel. Ele se vira para mim e me dá um sorriso encantador e algo dentro de mim se ascende mais uma vez, é involuntário eu não consigo evitar por mais que queira.

— Boa noite Marco.— Retribuo o sorriso e eu e o Isco seguimos até o restaurante de Gecko Beach club. 

Como todo o Hotel o restaurante é luxuoso e tem um Buffet enorme. Nos servimos e sentamos em uma mesa onde está Diana, Borja, Ceballos, Lucas Vasquez com sua esposa e uma Loira que eu não faço ideia de quem seja. A comida está fantástica e a conversa flui, entra assunto e sai assunto e nem percebemos a hora passar até que um dos garçons vem nos perguntar se vamos comer mais alguma coisa, pois o restaurante vai fechar e apenas o bar vai ficar aberto.

— Angel! Vamos nos encontrar com o restante do pessoal lá fora, você vai com a gente?— A Diana pergunta.

— Vou pegar meu casaco no quarto, está um pouco mais frio do que eu pensava. Eu já encontro com vocês lá.

— Tudo bem! Até já.

Passo um tempo observando o local, os detalhes arquitetônicos e a decoração do lugar, até que o elevador chega. Vou até o andar do meu quarto e quando passo pela porta do quarto do Marco não consigo evitar o sentimento ruim que toma conta de mim, eles estão lá, juntos, um casal. Eu sei que eles são namorados, mas eu não consigo evitar, depois do beijo que ele me deu algo em mim mudou, algo que eu queria evitar e agora eu estou aqui, pensando no Marco.

Marco Asensio POV.

Estamos aqui a horas nesse quarto e a Marina não para de falar sobre desfiles, eventos, compras que fez durante a semana, a quantidade de coisas que ela comprou nesses dias eu comprei no último ano, não gosto muito de shoppings e muito menos de estar de loja em loja fazendo compras. Eu e a Marina nos conhecemos desde criança em Mallorca, morávamos próximos e seu pai era amigo do meu, ela era uma menina calma e simples, não parece nem um pouco com essa mulher de hoje. Minha mãe era apaixonada por ela e sempre dizia que iriamos casar, talvez ela fizesse isso mais porque soubesse que isso me irritava e me deixava sem graça. Ficamos mais próximos quando o pai da Marina saiu de casa sem dar explicações, até hoje ninguém teve notícias dele. E quando minha mãe faleceu ela me apoiou, mas depois de um tempo ela saiu de Mallorca para tentar carreira de modelo, uma coisa que eu nunca imaginei que fosse acontecer, ela tem beleza e potencial para tal coisa, porém a Marina calma e tranquila da infância, a Marina que eu era apaixonado optaria por outra profissão. Há dois anos nos reencontramos e começamos a sair, depois de uns meses meu pai soube que estávamos saindo através de uma revista de fofoca que tinha uma foto nossa estampada na capa e ele falou que eu deveria assumir o namoro com ela, que minha mãe ficaria feliz com isso. E eu fiz, no começo era tudo muito bom, nos víamos quando ela vinha para Madrid ou quando eu podia ir visitá-la, mas nos últimos meses tudo mudou, o ciúme dela começou a crescer e começamos a nos desentender, tentei terminar uma vez, mas ela deu um show no restaurante e eu voltei atrás. Porém até hoje me pergunto se fiz o certo.

Minha dúvida aumentou quando eu entrei na casa do Isco há umas semanas, quando coloquei meus pés naquela sala e meus olhos avistaram a Angel ali com o joystick na mão jogando com um sorriso no rosto, algo em mim quis saber mais dela, quem era ela, qual o seu nome, por que eu nunca tinha visto ela por aqui. Ela era diferente de todas as outras, ela era simples estava de calça, blusa básica, tênis e não tinha nada extravagante no rosto a não ser o seu sorriso, ela era a mais simples daquela festa, mas se destacava dentre todas as mulheres. Quando ela saiu da sala procurei saber com o Isco quem era aquela garota, quando a Marina foi embora avistei ela no campo fazendo embaixadinhas e algo como um imã me levou até lá e eu não conseguia tirar os olhos dela, era mais forte do que eu. Fui pra casa pensando naquela garota do sorriso mais lindo da face da terra, no outro dia vi um vídeo na história do Instagram do Isco, ela estava cantando com ele e eu não pensei duas vezes, troquei de roupa, peguei as chaves do carro e fui até o Cheer's Karaokê, eu já estava deitado para dormir, não gosto muito de sair à noite, meus amigos sempre me chamam e normalmente eu recuso os convites, mas dessa vez eu estava lá, no Cheer's querendo ver mais uma vez o sorriso da Angel. Consegui convencê-la a jantar comigo, na verdade eu não perdi a aposta, mas como ela saiu antes do resultado sair na tela eu disse que ela tinha ganho, pois sabia que ela iria me enrolar para pagar o jantar e terminaria que a gente nem iria sair, mas eu estraguei tudo, não consegui me controlar, eu tinha ela muito perto de mim e não resisti, eu não sou assim, não consigo me reconhecer. Mas tem algo na Angel que me descontrola e eu saio de mim quando estou perto dela, porém depois do que eu fiz ela não quer mais ficar perto de mim.

Depois de horas falando a Marina foi ao banheiro tomar banho e se arrumar, e eu resolvo descer antes que ela saia do banheiro, queria falar com a Angel e tentar pedir desculpas mais uma vez. Pego o elevador e caminho até a área externa do hotel, sou guiado pelo som de uma música que eu suponho ser samba. Estou certo, chego a onde todos estão, em uma roda, Marcelo e Casemiro tocam e dois instrumentos e cantam um samba que não conheço, embora eles sempre escutem no vestiário. Ela está ali dançando com as outras mulheres, não entendo muito dessa dança, mas com certeza as únicas que sabem dançar são, Anna, Clarice e a Angel, afinal são brasileiras, as outras estão apenas tentando acompanhar. Ela está mais linda do que sempre esteve, seu semblante é leve, ela dança, gira e canta como se estivesse só e nada pudesse atrapalhar. Por um momento ela me olha e sorri, mas não para de dançar até a música acabar. O Nacho pega o violão e dedica à música a María ele canta 'La isla del amor', passo toda musica olhando ela cantar, estou sentado à sua frente no grande círculo e o Isco está ao seu lado e fala algo no seu ouvido que faz ela sorrir, eu não consigo evitar sentir ciúmes, será que o que a Marina falou está certo, será que ele estão mesmo saindo?  

Volto para o quarto e a Marina está sentada na cama falando ao telefone, vou ao banheiro tomar meu banho e volto para cama, quando me deito ela me bombardeia com suas perguntas.

— Onde você estava? Por que não me esperou? Você foi atrás de quem? Me diz Marco o que tá acontecendo que você me deixou aqui só no quarto.

— PORRA! Marina, para com isso. Você estava no banho e eu resolvi descer e ficar com o pessoal, cantando, conversando, apenas isso. E por que você não desceu depois?

— Não estava afim muito afim de sair, recebi umas ligações do meu empresário e depois tentei entra em contato com um salão em Ibiza. Vou lá amanhã à tarde ajeitar o meu cabelo para o jantar. No Domingo a María disse que terá cabelereiros e maquiadores disponíveis no hotel, mas preciso me arrumar para o jantar de amanhã, nunca se sabe onde essas fotos iram parar e preciso estar apresentável.

— E para que todo esse drama se você nem queria sair? E você está linda assim, não precisa ir ajeitar cabelo, deveria aproveitar mais as coisas sem se preocupar tanto com sua imagem.

— Não me chama de dramática, você poderia ter ficado aqui comigo. E a minha imagem é o principal para o meu trabalho, posso aproveitar o horário da manhã com você se quiser, mas a tarde eu irei para Ibiza e não vamos mais falar sobre isso.

— Tudo bem.

— Tudo bem Marco? Só isso que você vai falar?

— Por favor Marina, me diz o que você quer que eu fale, você disse que não quer mais falar sobre isso e eu não vou mais falar.

Me levanto e vou até a varanda, literalmente não consigo compreendê-la.

— Está certo! Você não quer discutir e nem eu. — Ela fala e se senta na cadeira ao meu lado

— Consegui a nova campanha da D&G, vou viajar na terça para França e na quinta para a Itália, no sábado o desfile é em Madrid, você poderia ir me ver.

— Vou falar com o Zidane para me liberar umas horinhas. Temos jogo no domingo e vamos nos concentrar no sábado à tarde.

— Tudo bem, mas por favor, nada de calças jeans, t-shirts e casaco da Nike ou Adidas.

— Por que não? Você sabe que essas são as roupas que eu gosto de usar.

— Mas você estará em um desfile da D&G onde sua namorada é umas das estrelas da campanha, não vai ficar legal eu aparecer nas fotos com você vestido assim. Faça um esforço. Posso arrumar um personal styles para você, conheço uns maravilhosos.

— Não! Obrigado. Sou jogador de futebol e gosto das minhas roupas. — Ela revira os olhos e não fala mais nada, ficamos nesse silêncio pelo resto da noite, não temos assunto e geralmente quando estamos falando muito é porque estamos discutindo.

Angel Fraga POV.

A noite foi bem mais agradável do que eu esperava, ter brasileiros por perto me faz amenizar a saudade de casa. Eu estava tão leve dançando que nem o fato do Marco aparecer e ficar me olhando conseguiu estragar minha noite. Tem algo no jeito dele me olhar que me faz bem, não consigo compreender, meu sorriso quando ele está por perto é diferente, por mais que minha consciência diga para eu esquecer isso eu não consigo.

...

Deixei a cortina da varanda aberta e a luz do sol invade o quarto me despertando, vou até a varanda contemplar a beleza daquele lugar, me sinto até em casa, embora não tenha os calçadões das praias do Rio de janeiro. Wow! Nossa! A vista da minha varanda se torna ainda mais agradável, o Marco está correndo na areia da praia, com um calção verde e a camisa nos ombros, seu cabelo está bagunçado e ele está com o fone no ouvido, parece estar desconectado de tudo ao seu redor, ele está incrivelmente... Sexy, não sei como ele consegue ficar mais bonito a cada dia. Perco o ele de vista e meu lado emocional fica triste enquanto minha consciência cruza os braços e balança a cabeça em negação aos meus pensamentos.

Tomo um banho demorado e resolvo colocar o maiô preto que comprei ontem, o corte dele é simples e fica perfeito no meu corpo, coloco um vestido de praia leve por cima, pego minha bolsa que tem tudo que vou precisar dentro o meu chapéu e vou até o restaurante tomar café, quando chego o pessoal já está todo lá, o Marco está sentado em uma mesa com a Marina, Casemiro e a Anna. Eu me sento junto a Diana, Borja, Isco e Ceballos. Tomo meu café e resolvo dar uma volta na praia, depois de uma longa caminhada me sento na areia, o clima está perfeito e se eu estivesse de biquíni me deitaria para pegar uma cor, mas não quero ficar com a marca do maiô então fico na sombra.

— Olá! Angel, não é? — Uma voz feminina me traz de volta do meu cochilo, abro os olhos e vejo a Marina em pé na minha frente. Me sento novamente.

— Sim! Marina Certo?

— Marina Muntaner! Não fomos devidamente apresentadas. — Ela fala e senta ao meu lado.

— Verdade que você é brasileira?

— Sim, sou do Rio de Janeiro.

— Angel, eu não quero prolongar a nossa conversa porque tenho muitas outras coisas para fazer, mas queria te dizer para ficar longe do Marco.

—Desculpa? Não estou entendendo onde você quer chegar com essa conversa.

— Vejo que o Marco está encantado por você, eu não sou boba, o nosso relacionamento não está bem há algum tempo e essa seria a oportunidade perfeita para um tipinho como você.

— Tipinho como eu? — Repito pois não acredito no que acabei de escutar.

— Sim! Que vem de outro pais atrás de arrumar algum homem rico, com um jeitinho brasileiro para conquistar os homens e ganhar fama.

— Garota, eu não te devo explicação nenhuma, mas eu não dependo de homem nenhum e muito menos estou atrás de fama, se quisesse fama e dinheiro não teria terminado meu namoro e teria ficado no Brasil mesmo. Mas deixei o que tinha para vir estudar e construir minha carreira. Agora se eu fosse você, eu ficaria longe de mim por que dá próxima vez que você ousar me dirigir a palavra desse jeito, tem algo do meu " Jeitinho brasileiro" que eu vou te mostrar.— Nunca bati em ninguém, mas tenho certeza que essa garota falar assim comigo novamente vai ser a primeira vez.

— Você está me ameaçando.

— Sim! Eu estou te ameaçando e espero que fique só na ameaça mesmo, mas isso é com você. Agora que você já falou o que tinha para falar, pode sair de perto de mim. — Enquanto eu termino de falar o Isco se aproxima de nós

— Angel! Estamos indo dar uma volta de lancha, vamos?

— Sim! Vamos.

— Você não vai Marina? — ele pergunta

— Vou sim, vou só atrás do meu namorado para irmos juntos.

— Acho que ele já está lá, foi junto com o Ceballos.— Ela bufa e algo dentro de mim fica feliz em ver a cara dela de raiva.

— Bem típico dele mesmo. — Vamos a caminho da lancha e ela vem atrás

A lancha mais parece um Iate, assim que entro o Ceballos me oferece uma das bebidas que ele está preparando, eu aceito preciso beber algo depois dessa conversa com a barbiezinha, me sento próximo a Clarice e ficamos por um bom tempo conversando, boa parte do tempo falando sobre o Brasil e o que sentimos falta. Pego mais uma bebida e vou até a proa da lancha, a loira do jantar de ontem, que eu ainda não sei quem é, está deitada de costas sem a parte de cima do biquíni, sei que isso é normal nas praias aqui na Espanha, mas acho desnecessário em uma festa de casamento. Me debruço sobre o ferro de proteção da lancha.

— Admirando a paisagem? — Marco faz o mesmo que eu e se apoia no ferro de proteção ficando ao meu lado

— Acho que sua namorada não me dá permissão com você— Digo com um sorriso irônico no rosto.

— Desculpa? Não entendi.

— Isso mesmo! Ela me procurou hoje mais cedo e me disse para ficar longe de você.

— Como? A Marina te disse o quê? Ela passou dos limites, que merda ela pensa que está fazendo.

— Calma! Não precisa se preocupar com isso, ela não me intimida, muito pelo contrario

— Isso quer dizer que está tudo bem entre a gente? Você não vai deixar de falar comigo?

—Está sim! Acho que podemos ser amigos, sem beijos apenas amigos.

— Okay! Fico feliz em saber que não tem raiva de mim. — Sorrio para ele, que retribui.

— Seu sorriso é lindo, sabia? Gosto do jeito que sorri e meche no cabelo ao mesmo tempo. Você realmente faz jus ao nome que tem.

— Onw! Que fofo Marco! — Começo a sorrir e ele revira os olhos

— E você, não vai me elogiar hoje?

— Hoje eu não estou afim de mentir. — Digo e ele abre a boca como se estivesse surpreso e leva a mão ao peito como se estivesse ressentido.

— Você destruiu minha autoestima.

— Perdão, não era a minha intenção.

— Vou me juntar ao pessoal e você devia ir procurar sua namorada antes que ela me jogue da lancha.

— Vou com você, ela está pendurada no telefone falando com o empresário sobre desfiles, roupas e bla bla bla.

...

Depois de um cochilo de meia hora após o almoço, coloco um short e uma blusa branca bem leve e resolvo dar uma volta pelo hotel, me sento em uma mesinha próximo a piscina, o garçom me oferece uma bebida e eu aceito um suco. Pego meu celular e tem mensagem da Alice, mas ao invés de responder eu ligo para ela.

— Angeeeel! Ela grita me deixando quase surda.

— Hey maninha! Como você está? O que era que você queria me falar.

— Eu estou bem, estamos todos bem. Adivinha quem está passando o fim de semana aqui em casa?

— Não faço ideia. Me fala logo.

— O Bernardo, ele veio para uma reunião e o papai o convenceu para ficar aqui o fim de semana. — Bernardo é o meu ex. Namorado, filho do sócio do meu pai, terminamos, pois, ele foi morar em Florianópolis e queria que eu casasse com ele e fosse junto, mas eu não quis, tenho minha faculdade para terminar e teria que deixar de lado o meu sonho do intercâmbio. Além do mais eu não queria de jeito nenhum casar naquele momento.

— Ontem no jantar a mamãe passou tempo todo falando sobre você, contou sobre o seu estágio e ainda falou que ele poderia te visitar aí nas férias. — A minha mãe ainda não aceitou que nós terminamos e olha que isso já faz um ano.

— E eu não puder perder a oportunidade de dizer que você está amiga dos jogadores do Real Madrid. Você precisava ver a cara dele.

— Aiai Alice você e suas manias! Você não acredita onde estou?

— Fala logo, não me deixa curiosa.

— Estou na Ilha de Formentera, fica próximo a Ibiza, estou aqui para o casamento de Nacho e María.

— OMG! Você está de brincadeira, porque não me contou isso antes? — Minha irmã tem 20 anos e é o meu oposto.

— Eu ia te ligar para contar, sobre isso, sobre o jantar com o Marco, mas foi tudo bem corrido e acabei esquecendo.

— Jantar com o Marco? O Marco Asensio? É isso mesmo?

— Sim! Eu vou te explicar direitinho.

— Vocês estão saindo? Eu sou cunhada do Marco Asensio?

— Não! Não, somos apenas amigos e fomos jantar pois ele perdeu uma aposta e teve que me pagar um jantar, mas só. Afinal ele tem namorada.

— Wow! Que desafio foi esse? Me conta tudo, desde o começo, sem esquecer nenhum detalhe.

— Eu vou te contar, mas você tem que manter o bico fechado.

— Eu vou, prometo!

— Vem comigo! — Alguém me puxa pelo braço me levantando da cadeira, quando olho para o lado é o Marco.

— Você está louco, ir para onde?

— Não faz pergunta, apenas vem.

— Estou conversando com a Alice, minha irmã, não está vendo.

— Oi Alice, aqui é o Marco vou roubar sua irmã agora, depois você fala com ela.— Ele toma o celular da minha mão.

— Alice, me desculpa, te ligo depois.

— Me liga mesmo e me conta tudo. E boa sorte aí com seu amigo marco.

— Onde é que você está me levando. — Ele continua segurando meu braço e me levando para fora do Hotel.

— Não vou te sequestrar, fica calma.

— E não pode me falar para onde vamos?

— Quando chegar você vai ver, sobe aí. — Ele sobe em um dos quadriciclo que estão na frente

— Eu não vou subir, sem você me dizer para onde a gente vai.

— Você precisa mesmo controlar tudo?

— sim...eu gostaria...

— Mas eu não vou dizer até chegarmos e você vai subir aqui, agora. — Ele me interrompe e me estende a mão para me ajudar a subir, subo no quadriciclo e fico calada.

— Vai ser rapido,5 minutos com emoção,10 sem emoção. Qual você prefere? — Antes que eu possa responder, ele dá partida e sai, me pegando desprevenida.

— MARCOOOO! — Grito e ele ri

— Segura em mim para não cair.— Faço o que ele diz e envolvo o meu braço ao redor do corpo dele, a camisa preta que ele veste é fina, e eu consigo sentir sua barriga definida, tenho vontade de passar a mão, mas minha consciência intervém antes mesmo de terminar meu pensamento.

Ele estava certo, em cinco minutos chegamos, ele desce e me ajuda a descer. É um lugar bem deserto, não consigo avistar mais ninguém além de nós, o mar está bem a nossa frente, a água tem um tom de azul que eu nunca vi antes, é um lugar agradável e sereno. Mas porque ele me trouxe aqui? O que vamos fazer aqui?

— Porque me trouxe aqui?

— Porque se vamos ser amigos, você precisa me conhecer e esse é o meu lugar favorito, gosto de vir aqui quando preciso relaxar e esquecer os problemas. — wow! Não esperava por isso, sentamos na areia bem próximos à beira do mar, tanto que quando as ondas vêm a água toca os nosso pés e começo a perceber porque ele gosta tanto desse lugar, é tão calmo, eu ficaria aqui para sempre. Ele levanta e tira a camiseta sobre a cabeça, joga a chinela de lado e segue até o mar.

— Você vai mesmo tomar banho?

— Sim! Faço isso sempre que venho aqui.

— Você não disse que íamos nadar, então não tenho roupas para fazer isso.

— Não está usando calcinha e sutiã? — Ele sorri e eu sem ação, ele pensou mesmo que eu viria aqui tomar banho de mar com ele, sem roupa, pois ele perdeu a viagem.

— Não! Obrigada, vou ficar só olhando. — Ele franze a testa quando termino de falar e mergulha, quando emerge de volta, seus cabelos molhados caem um pouco em sua testa e ele puxa o cabelo para trás e deixa cair gotas d'agua no seu rosto e essa imagem é perfeita.

— Vamos Angel, a água está quentinha. — Ele joga água em mim, ri e volta a mergulhar.

— Minha camisa é branca e eu não vou voltar para o hotel toda encharcada.

— Então veste a minha. — Ele oferece.

— Tudo bem, mas vira para lá e não olhe para cá. — Ele ri e se vira, quando visto a camisa dele e ela tem um cheiro único, o Cheiro do Marco e é muito bom.

— Vai demorar muito madame?

— Pronto! — Falo e ele se vira, os olhos dele percorrem o meu corpo, percebo o rosto dele corando.

— Okay! Então agora entra. — A água realmente está quente e a sensação é incrível contra a minha pele.

— Vai ficar aí parada? — Ele diz e nada para longe de mim, eu o acompanho, quando emergimos eu lhe jogo água.

— Você realmente acabou de atirar água em mim? — faço que sim com a cabeça e jogo novamente. Ele mergulha e os braços dele agarram minha cintura me puxando para baixo, quando saio da água tento empurrar a cabeça dele para debaixo da água, mas ele é mais forte que eu e continua parado no mesmo lugar, ao invés disso ele me agarra pela cintura e me levanta no ar, me pagando de surpresa, balanço minhas pernas e grito para me largar e ele me joga no mar. Caio a poucos metros de distância e ele joga a cabeça para trás de tanto rir.

— Vai me pagar caro por isso. — Digo e ele continua a rir, nado de volta até ele e ele me agarra outra vez, mas antes que ele consiga me levantar, em um movimento involuntário coloco as minhas pernas ao redor da cintura dele.

— Desculpa. — Digo e tiro as minhas pernas, mas ele as agarra e coloca de volta. Aquela mesma eletricidade que tomou conta de nós na hora do beijo está de volta, mas dessa vez é mais intenso, porque isso sempre tem que acontecer quando estou a sós com ele? Me apoio no seu pescoço. E ele sai da água me carregando nos braços.

— O que você está fazendo comigo Angel? — ele diz enquanto me coloca no chão perto das nossas coisas.

— Não sei. — é a resposta mais sincera que consigo dar a ele e a mim mesma, não sei nem o que está acontecendo comigo. Sei apenas que eu quero mais.

— Você sabe que eu quero ser mais que seu amigo, não sabe? — Demoro para responder

— Sei, mas isso não é tão simples, você tem namorada.

— O meu namoro com a Marina já não tem mais solução, tentei terminar com ela uma vez, mas ela fez um show e para amenizar decidir dar outra chance ao nosso relacionamento, mas nada mudou e agora é diferente, agora você está aqui eu estou apaixonado por você, pelo seu sorriso, por cada detalhe seu, você sentada aqui na minha frente vestindo minha camisa é a imagem que eu quero guardar na minha mente, porque é perfeita. Eu não consigo para de pensar em você, desde aquela noite na casa do Isco, quando eu coloquei o pé naquela sala. Quando eu te beijei, senti uma sensação que não tinha tido com ninguém antes, sei que foi errado e sai de lá com o maior medo de ter estragado tudo. E agora a gente está aqui, não sei se você sente o mesmo que eu, mas se sim, espera esse casamento passar, eu vou terminar com a Marina e a gente pode ficar junto, do jeito que você quiser, sair para se conhecer melhor. Mas por favor me dá essa chance de acertar dessa vez. — Fico de boca aberta com tudo que acabei de escutar, eu quero, quero estar com o Marco sem proibição, quero que a gente possa sair e se conhecer melhor. Não sei se essa é a decisão certa, mas é o que eu quero.

— Tudo bem! Por mim tudo bem. — é tudo que eu consigo dizer

— Você está falando sério? — Faço que sim com a cabeça e ele chega mais perto de mim e me abraça.

— Só aguenta até esse casamento acabar, por favor, somos padrinhos e a última coisa que eu quero é estragar o casamento do meu amigo. — Ah! Claro, eles são padrinhos, eu deveria ter imaginado isso, mas o casamento já é amanhã, eu consigo aguentar.

No caminho de volta para o Hotel, ele vai sem a camisa que está molhada, meus braços tocando sua barriga, traz uma sensação ímpar, é algo simples, mas que o Marco consegue despertar apenas com um sorriso.

...

De volta ao hotel, torço para que ninguém tenha visto a gente chegar juntos, a última coisa que quero é alguém falando de mal de mim. Consigo chegar ao quarto sem encontrar ninguém conhecido. Tomo um banho, enquanto as lembranças da tarde perfeita com me invadem a cabeça, o Marco está apaixonado por mim? Será que vamos conseguir ficar juntos em paz? E quando a Marina descobrir? Ela vai infernizar a minha vida. Eu estou disposta a enfrentar isso para ficar com o Marco?

Saio do banho e ajeito o meu cabelo, faço o melhor que posso, com o babyliss faço cachos grossos nas pontas do cabelo, faço uma maquiagem um pouco mais caprichada, não muito forte, pois o meu vestido tem cor e brilho. Ele é verde, tem mangas longas, um corte em 'U' nas costas e é um pouco mais curto e apertado do que costumo usar. Mas ele veste muito bem e sei que não farei feio essa noite.

Quando chego ao Andar de baixo do hotel, duas grandes tendas estão armadas no gramado na Lateral do Gecko Beach club. Orquídeas rosas e brancas e velas decoram o local, tudo está muito lindo e a lua veio nos contemplar com a sua beleza. A maioria dos convidados já estão sentados a grande mesa, na ponta estão os noivos, seguidos dos seus pais e logo após o Marco e a Marina e o Marcelo e a Clarice, do outro lado da mesa outros dois casais que suponho ser os padrinhos da María. Me sento ao lado do Isco e a frente da Diana. O guardanapo tem meu nome bordado em dourado.

— Nossa! Você está... Linda. Mais linda do que todos os dias. — Isco fala e não consigo conter o sorriso.

— Obrigada, você também está lindo. — Ele realmente está muito mais bonito do que o normal.

— Caprichou hoje em garotinha? —Diana fala e Ceballos concorda com ela.

— Vocês também capricharam, estão parecendo até os noivos. — Digo e rimos

— Passou a tarde dormindo? Não te vi pelo Hotel.— Não sei o que responder ao Isco, não queria mentir para ele, mas não posso contar que fui a uma praia deserta com o Marco, muito menos tudo o que ele me disse.

— Dormi um pouco e depois fui dar uma volta, mas não demorei muito. — Antes que ele possa falar o Jantar é servido e eu agradeço aos céus.

Depois que todos terminamos o Jantar e a sobremesa é a hora dos noivos falarem, a María é bem breve, porem o Nacho basicamente narra toda a história deles, uma bela história por sinal e leva muitas mulheres as lagrimas. Logo após chega o momento do brinde dos padrinhos, Marcelo fala representando o casal e a Marina levanta para falar.

— Nessa noite somos gratos a Deus por poder participar desse momento tão especial na vida de vocês, dividir e fazer parte dessa história é uma grande honra para nós. E um dia eu e o Marco esperamos que vocês possam dividir com a gente o nosso momento magico e que a nossa história seja linda assim como a de vocês. Um brinde aos Noivos!— Não consigo evitar olhar para o Marco, que também me olha, respira fundo e baixa a cabeça, todos aplaudem, brindam e quando termina ela senta ao lado dele, puxa seu rosto para ela e deposita um beijo em seu lábio, ele não retribui, mas mesmo assim isso me deixa triste.

— Esse Momento aqui acabou, mas agora é hora de dançar. Vamos lá gente é hora de se animar— Nacho fala e todos se levantam e seguem até uma pista de dança montada ao lado da tenda.

— Aceita dançar comigo madame?— Isco pergunta me trazendo de volta, enquanto eu olho o Marco e a Marina saírem da tenda de mãos dadas.

— Sim! Aceito cavalheiro.— Rimos e seguimos em direção a pista de dança.

Danço as duas primeiras danças com o Isco, logo após com o Ceballos e o Tony Kroos. Fico feliz em ter feito aulas de salsa e Reggaeton na academia no Brasil, pois caso contrário estaria passando vergonha nesse momento. Um homem de terno ao microfone anuncia que chegou a hora da troca de casais e eu fico parada na pista à espera do meu próximo par.

— Me concede essa dança? — Viro para trás e lá está o Marco e o seu sorriso estampado no rosto. 

Continua...