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História Locked Out Of Heaven - Fora de Perigo?


Escrita por: CandyVanD

Notas do Autor


Foi aqui que pediram a realeza da fanfic? hihihihi
Nossa capa foi feita pela maravilhosa @srtastrange

A partir deste capítulo, teremos capítulos voltados a uma família, todas as famílias terão o seu. Começamos com a queridinha família Barton <3
O nome e o capítulo possuem referências diretas com a One que conta o nascimento do Francis, o link estará nas notas finais.

Boa leitura!

Capítulo 15 - Fora de Perigo?


Fanfic / Fanfiction Locked Out Of Heaven - Fora de Perigo?

Mansão Barton

Scott abre a porta para Hope. 

Entram, limpam os sapatos. 

— E a Bellinha? — tira o casaco. — Quando pretende conversar com ela?

— Assim que conseguir digerir! — bufa ao tirar a jaqueta. — Foi tudo muito rápido, mal deu tempo de pensar!

— Depois dessa reunião, tudo parece mais simples. 

— Sim, mas Ava e Spencer não me descem! 

— Ah, mas um café desce, não é? — um beijo na bochecha, fazendo a rir. — Me dá um minuto!

Vai em direção as escadas, brada ao segundo andar:

— Maria Guadalupe!

— Quem é essa?

— É nossa governanta. — sobe alguns degraus. — Guadalupe!

— Desde quando vocês têm governanta?

— Há três anos, mas ela só vem trabalhar quando tá a fim.

— Todo dia a família Barton fazendo algo estranho parecer comum!

— Guadalupe, cadê você?!

— Ela está no SPA, senhor Lang.

A cozinheira responde, fazendo o casal se voltar a ela. 

— E meus pais?

— No SPA também, fica na última porta do terceiro andar.

— Desde quando temos SPA?

— Desde que aparentemente sua mãe entrou na menopausa, seu pai montou para que relaxe.

— Uau! — gargalha. — Isso que chamo de amor!

— Calma, tô processando! — coloca os dedos nas têmporas, pressionando-as. — Estão com a Guadalupe na SPA?

— Sim, mas o nome dela é Catarina. — coloca as mãos por trás das costas. — Seu irmão, sua filha, seu cunhado e os agregados estão lá.

— Quem?!

— Pietro, Moon, Lizzy, Terry e um filhote de Chitauri. 

— Ouviu esse absurdo, Jujubinha?! 

— Sim, estão com um Chitauri!

— Eles deixaram a Cassie matar aula! 

[...]

Há uma hidromassagem do tamanho de uma piscina. Moon e Pietro bebem.

O Chitauri está acomodado numa boia da Barbie.

Há três massagistas, uma com Clint, outra com Bárbara e a última com Cassie.

Terry, Francis e Lizzy estão com as manicures.

Azari e Catarina (?) com máscara fácil, incluindo pepinos. 

Scott respira fundo, Hope tenta controlar a risada, mas ele vocifera:

— Que porra tá acontecendo?!

— Oi, meu amor! — responde-o de olhos fechados. — Troca de roupa, vem dar uma relaxada!

— A Cassie tinha prova hoje, mãe!

— Sei disso, mas fiquei com pena, ela parecia tão cansadinha, que achei melhor deixá-la em casa.

— Sim, papai... — sorri. — Eu não quero ficar com rugas, tenho muitas preocupações!

— Amor, não acha melhor descermos?

— Calma! — aumenta o tom de voz. — O que combinamos?! Por que não conseguem me deixar criar a Cassandra em paz, da forma que acho correta?!

— O que disse?!

Morse fica de pé, todos arregalam os olhos, incluindo o Chitauri.

— Repita! — senta. — Repita!

— Foi isso que ouviu! — cruza os braços. — Não quero minha filha faltando, já pedi que não se metessem nisso!

— Calma aí! — o irmão fica de pé. — Azari ensinou Cassie a desenhar, Liz e Moon sempre a levam para passear. Terry e eu ensinamos a ler e escrever. Sem contar que...

— Pode deixar! — Clint fala tranquilamente, mas quando se volta a Lang, esbraveja. — Amamos nossa neta, fazemos de tudo para vê-la feliz! Alimentamos, cuidamos, faltamos compromissos na ONU para ficar com ela. Ajudamos com o maior amor do mundo, mas não podemos nos meter na educação dela?!

— Calma, me expressei mal!

— Calma é o caralho! — fica de pé. — Acha que sabe o que é melhor para sua filha? — pega o roupão, veste-o rapidamente. — Pode começar a se virar sozinho!

— Mãe, perdão, eu...

— Perdão é o caralho, não quero te ouvir! — se dirige a porta, empurrando-o. — Você me magoou!

— É, eu acho que ela tá menopausa.

— Não se trata de menopausa, você deveria ter mais respeito com os seus pais.

— Não se trata de você se meter aqui, fica na tua, Terrance!

[...]

Meses antes de aceitar ser um vingador, o príncipe presenciara as lágrimas de Ororo. Ela planejou toda a vida dele, e mesmo que as intenções fossem as melhores, não é assim que deve ser, ele não nasceu para ser um herói solo como Tempestade queria. É nisso que pensa ao sair do banho. 

Se joga na cama, abre um pouco o roupão, alisa o peito, precisa se controlar, o poder que carrega nunca afetará somente a ele. Há pouco conversara com a sogra, segundo ela, a família Barton sempre estará em perigo, mostrando o quão cruel é seu quadro clínico, o terrível estresse pós-traumático. O pensamento materno que herdou não vai muito longe, a rainha de Wakanda é cismada, nem ao menos parece ter habilidades que destroçam dezenas. De qualquer maneira, tem quase certeza de que ela não está pronta para saber que ele é gay, que não casará com a valente guerreira de seu reino. 

— Azari?!

Dá um pulo, o alívio vem após ver Scott parado na porta.

— Tá tudo bem?! — adentra. — Parece distraído!

— Estou tentando encontrar uma maneira adequada de contar a verdade para minha mãe. — indica o lado esquerdo ao cunhado. — Se ela achar que é apenas uma fase? Se acreditar que estou seguindo alguma moda?

— Ah, claro! Você quer sofrer preconceito e ser vítima de ódio, porque ser negro, mutante e jovem não é o suficiente.

— Penso da mesma forma. — abraça-o, acomodando a cabeça no ombro dele. — Mas e você, não vai trabalhar hoje?

— Não enquanto dona Bárbara e eu não conversarmos. 

— Já tentou?

— Sim, mas... — uma pequena risada. — Ela tá no SPA com o Taylor e o Pietro, não dá pra falar!

— Apareça na porta e grite que o caminhão de sorvetes da Dolores tá passando, aposto que vão sair imediatamente!

— Sorvete de quem?!

— Dolores, mas ela só trabalha quando tá a fim!

— Acha que vai dar certo?

— Acredite em mim.

— Acredito! — sorri. — Mas acho que há muita coisa nesse seu coração que precisa ser contada.

— Tem tempo?

— Claro que sim, te amo como amo o Francis! Sua dor também é minha!

[...]

Ao som de Luis Fonsi, todos seguem bem no SPA, como se nada tivesse acontecido. Porém, a governanta vem avisar que Spencer está ali.

— Pode deixar entrar.

O citado adentra de prontidão, trajando o uniforme de um legítimo diretor.

— Boa tarde, amigos e Pietro.

— Oh, vou soltar uma rajada no teu cu, hein!

— Não seja mal educado, querido. — Bobbi se acomoda na hidro. — Isso é coisa do seu pai! — sorri ao rapaz. — Algum problema, meu bem?

— Infelizmente. — o tom é cansado. — Preciso conversar com a senhora a sós, é de suma importância que…

— Rala todo mundo daqui! — brada. — Bora, vaza todo mundo que o Jamezinho quer falar comigo!

Os demais obedecem de prontidão, incluindo Clint que pega o Chitauri no colo.

Quando Lizzy bate à porta, Bárbara novamente sorri.

— Pode falar, meu amor!

— O programa do Visão está com status de ativo…

— Sim, estão querendo recriar o Magnum e o Valete de Copas também, mas sem Betty, Hank e eu, não podem fazer nada. — acende um cigarro. — Tira essa fantasia de Fury e deita aqui com a tia Bobbi…

— O quê?!  — gargalha. — Não, estou aqui em missão, estou…

— Agora!

— Não, eu não vou ceder aos seus berros!

— Vou contar até dez!

[...]

— Viu como é bem melhor?

— Concordo… — ri de si mesmo ao baforar um dos cigarros dela. — Mas voltando a falar sobre…

— Não, não é isso que me interessa saber. — abraça-o por cima dos ombros. — Sei de todo o sofrimento de sua mãe e os experimentos que lhe deram poderes, mas e depois? 

— Por que nunca a procuraram?

— Porque ela pediu, porque foi tão traumático, que ela implorou para não termos contato enquanto vocês não fossem maiores, por isso ficamos tão surpresos quando soubemos que faleceu há tantos anos.

Ele sente verdade, acolhimento e amor nas palavras da loira, então, se entrega totalmente ao acalento.

— Eu tinha uma família, estávamos sempre nas praias e nas aldeias de pescadores. Primeiro, perdi meus avós, os quais acolheram a mamãe. Depois do luto, passamos mais momentos maravilhosos, os meus favoritos eram as pescas e o surfe. Não sabia que tinha poderes, ninguém me contou dessa parte. Quando tinha dez anos, minha tia Mel foi me buscar na escola, mas quando chegamos em casa… — chega a engasgar com a fumaça porque o choro vem de uma vez só. — Papai e mamãe estavam mortos no chão da sala, eram marcas de balas, facadas… — urra de dor. — Eu, eu…

— Calma, não precisa. — larga o fumo no cinzeiro de prata, puxando-o para seu colo imediatamente. — Conte quando…

— Não, eu preciso! — deita no seio dela, recebendo carinhos. — Eu não sabia quem tinha feito aquilo com os meus pais, mas sabia que eles não iam voltar. Agachei ao lado da mamãe e cantei Just like Heaven para ver se reagia… Cantei que ela era estranha como os anjos, que era suave e única, que era… — entrega o cigarro. — igualzinha ao paraíso! Mas ela não reagiu e a S.H.I.E.L.D. continuou nas sombras, nas mãos de quem matou meus pais. Quando assumi, quando entendi o que era a agência, fui vilanizado por coisas que não fiz! — o choro torna-se cada vez mais intenso. — Meu coração é bom, mesmo que haja muita dor nele, eu não sou o vilão dessa história!

— Sei que não, meu amor…  — os carinhos passam a ser nos braços. — Como foi lidar com sua mutação durante a infância?

— Foi horrível! — esfrega os olhos. — Minha mãe Melissa não tem poderes, nunca soube lidar. Ela sabe atirar e se defender porque meus pais ensinaram, mas poderes são outras coisas… Procuramos um hospital especializado em mutações, foi lá que conhecemos a Ava, mamãe Mel a adotou.

— Ela parece ser uma mulher maravilhosa!

— É sim, vai amar conhecê-la!

— Mas me conta melhor, o que sentia com a mutação? 

— Por ser uma criança empata e de luto, funcionei como uma espécie de esponja emocional. Eu absorvia a emoção dos outros, elas nem precisavam encostar em mim, isso me causava exaustão, insônia, eu parecia um adulto. Tinha crises de ansiedade, olheiras, um corpo magro… — o peito volta a doer ao lembrar. — Eu vivia chorando, quando dormia tinha pesadelos… Nossa, foi horrível!

— Pietro passou por algo parecido, se com a ajuda necessária já sofreu, quem dirá você. Meu amor, sinto tanto que os demais tenham te vilanizado de maneira tão ignorante! As pessoas que te julgam com certeza não conhecem seu coração!

[...]

Todos estão de volta ao SPA, mas desta vez ao som de CNCO.

Scott abre uma brecha, encosta na parede, grita:

— NÃO ACREDITO QUE O CAMINHÃO DE SORVETE DA DOLORES TÁ PASSANDO!

Rapidamente a porta é chutada, mas não são apenas Pietro e Taylor que saem, Terry, Moon, Lizzy, Clint, Catarina (?), Thor, Juno e o Chitauri também. 

— Que bagunça!

Move a cabeça em negação, adentra, e para sua sorte, Bárbara está sozinha na hidromassagem. 

— Mãe. — tranca o cômodo, se aproxima. — Podemos conversar?

— Podemos. 

— Primeiramente, me perdoa por gritar. — senta na borda, afoga a mão direita na água. — Entendo que possua uma história turbulenta, por isso, os diagnósticos de ansiedade e outros, mas...

— Não entende!

— Me ajuda a entender, por favor!

— Não falei na frente da Cassie para que não sentisse medo, mas já faz uns dias que peguei uns homens rondando aqui. — a fala é apreensiva. — Por isso não quis mandá-la ao colégio, foi por medo! A Embaixada está sofrendo críticas após o ataque de Kang, os líderes não aceitam os novos heróis... Não duvide que possam mandar alguém para ferir nossa princesa! Preciso que entenda, nunca vamos estar fora de perigo!

— Claro que vamos, por favor, a história infeliz acabou!

— Nunca vai acabar! — desvia o olhar para omitir o choro preso. — Você não entende!

— Mãe, olha pra mim! — ela nega com a cabeça. — Tudo bem, farei do seu jeito! Não sei se lembra, mas a Maggie tá querendo a guarda da Cassie, e eu sou figura pública, se falhar em qualquer área, seja heroica, pessoal ou profissional, estarei dando brecha para tirarem minha filha. Faltar ao colégio em dia de prova é uma enorme brecha!

— Vou te explicar uma coisa… Jackson Heart ou Valete de Copas. — fita-o, há confusão nas expressões dele. — Era filho do homem que conseguiu criar a fonte de energia chamada Fluido Zero. — ajeita a coluna, deslizando para ficar mais confortável no pequeno travesseiro. — Jack foi exposto a uma cuba de líquido zero, passou por mutação, ganhou habilidade de projetar energia em seu corpo. 

— Perdão, mas o que tem a ver com a Cassie?

— Posso chegar ao ponto, se me deixar! — responde ríspida, mas gesticula que o filho pegue seu estojo rosa onde acomoda cigarros. — Já ouviu falar da Câmara Zero? Bill Foster terminara o que Pym começou, agora Ava usufrui, equilibrando sua instabilidade na medida do possível.

— Ainda não entendi. 

Entrega o fumo, observa-a acendê-lo.

Após o primeiro trago, segue:

— A Câmara Zero mantinha o Jack vivo. Em contrapartida, havia o Magnum. Ele foi usado como cobaia num projeto de Zemo, ganhando poderes iônicos, era membro da nossa equipe do Oeste, um grande amigo. O que eles têm em comum? Ambos foram vítimas da chamada Queda. Magnum projetava, absorvia e controlava energia iônica.

— Desculpa, mas essa história de novo?! — arqueia a sobrancelha. — Mãe, imagino como tenha sido cruel perder dois membros da sua equipe e quatro heróis de uma vez só, mas a vida continua, para de remoer o passado! — fica de pé. — Eu não sei o que essa história tem a ver com sua displicência, mas sei o que está acontecendo comigo, porque a minha ansiedade é feita por coisas tangíveis, não as que invento através dos meus traumas. Estou tendo que me virar para ser pai, herói e profissional em duas empresas diferentes! Tenho que ser bom para Hope, pro meu irmão, meus estudos e o Homem Formiga. — caminha em direção a porta. — Amo você, mas não vou alimentar suas paranoias!

Quando sai, quase é atropelado pelo mesmo grupo, que feliz, carrega diversas casquinhas de sorvete. Se não estivesse tão nervoso, com certeza tiraria uma foto de Lizzy com o Chitauri no colo, dando picolé de limão ao mesmo.

[...]

Na sala principal, Azari está deitado no peito de Francis, ambos conversam no confortável tapete de centro, o príncipe desabafa, Barton faz o que pode para contornar. Infelizmente, o relacionamento deles não é simples como as fotos que Clint adora tirar na Polaroid, momentos registrados para mostrar que o resto do mundo pode ser preto e branco, que a maldade e o perigo podem tentar contra eles, mas ainda sim, sempre serão cores vivas e brilhantes. 

— Por que o amor tem que ser tão complicado?!

— Não, princeso... — parece sorrir até com as mãos que oferecem cafuné. — Mamãe diz que o amor é tão suave quanto um bolo simples e uma xícara de café num fim de tarde. O problema não está no amor, mas no ódio que habita o coração das pessoas.

— Minha mãe não é assim, não tem ódio, não é intolerante.

— E por que tanto medo?

— Porque sei que vou decepcioná-la, estou indo contra a maré do que planejou para mim.

— Não é sobre Ororo, é sobre você e sua vida.

— De fato, mas...

— Com licença.

Erguem a cabeça, vêem que se trata da governanta.

— Há uma visita.

— Quem é, Guadalupe?

— Não é Guadalupe, é Catarina!

— Não é nada disso! — vocifera. — Meu nome é Camila Maria Catarina Guadalupe!

— Calma, filha, respira! — gargalha. — Quem é que tá a fim de atrapalhar minha folga?

— Se apresentou como Spencer Barnes.

— Show, pode mandar entrar!

[...]

Já faz um tempo que o patriarca anda calado, observando caminhos embaraçosos que os seus estão tomando. Não se meteu na briga de Bárbara com Scott, nem fará. Faz uns anos que tem sido espectador, quando há de sugerir algo, apazigua. Após o óbito de quatro amigos, sendo dois de sua equipe e a perda de seu primeiro filho, começou a se calar. Não que o Arqueiro seja infeliz, não mesmo, até porque tem a vida que sempre quis: Uma ótima condição financeira, negócios ao lado da esposa e do irmão — Motel Barton, Disco Heaven e Academia Vingadores, todos com dezenas de sedes pelo país. — Cassie enche seu coração de alegria todos os dias. Os filhos e seus companheiros também são incríveis, e o melhor de tudo é que divide a vida com a mulher que ama.

Desce as escadas com o Chitauri no colo, chegando ao cômodo principal, encontra Spencer conversando com os rapazes.

Então, precisa finalmente intervir.

— Vou perguntar uma vez só! — ajeita o filhote. — O que tá rolando?

— Bárbara estava certa! — o diretor responde. — Visão, Magnum e Valete de Copas podem ser refeitos. O sintozóide é um programa. Ainda existem a energia iônica de Simon e os vestígios do fluído de Jackson. O programa do Visão está com status de ativo, tem alguém cercando vocês.

— Por quê?

— Porque sua esposa tem o que precisam para recriar os três.

— Isso é loucura! — Scott joga os pés por cima do colo do irmão. — Cadê a Guadalupe? Tô nervoso, quero um chá!

— Ela foi embora, não quis mais trabalhar hoje. — senta no braço do sofá. — E o nome dela não é Guadalupe, é Silvia.

— Show! — debocha. — Agora que entendemos a situação, o que sugere? Há algum suspeito?

— Ava poderia estar por trás disso... — comenta pensativo. — Quando parei de concordar com os planos dela, sobre as coisas que estava por fazer, acabamos nos perdendo um do outro.

— Por que ela quer matar o Hank?! Todo mundo quer ou já quis, mas qual é a razão dela?

— Ela acredita que o Doutor Pym matou o pai dela.

— Isso é mentira! — cobre a cabeça do Chitauri com a manta, fala despreocupado enquanto nina. — Eu que matei o Cabeça de Ovo!

— Opa, opa! — Azari brada. — Agora ela vai querer te matar?

— Ela não é louca! — segue no mesmo tom. — A Bárbara bateu na mulher que me xingou no mercado, se souber que essa criança tá querendo tramar contra a gente... Querem saber o final?

— Não precisa. 

— Bem, o jeito é continuar esperando. — levanta num pulo só. — Os agentes do Barnes já estão procurando, não temos nada para fazer além de buscar a Cassie.

— Você vai sozinho. — respondem em uníssono. — Não quero apanhar da Bobbi.

[...]

Quando assume o volante do carro, o sangue esfria, dando espaço para raciocinar melhor. Tudo fica ridiculamente simples: Cada um tem seus temores, deveria ter respeitado os da mãe, porque ele também tem pavor de perder a filha, só que no caso de Bárbara é mais intenso.

Quando Spencer começou a contar sobre Magnum, Visão e Valete de Copas, sentiu vergonha de si por não ouvir a história até o final. Tudo bem, ela acredita que há uma predestinação em cima da cabeça dela e do Clint, que estão fadados a cair aos pedaços para se refazerem nos braços um do outro, mas isso precisa se aplicar a todos que residem na mansão?

Desperta com o celular vibrando, cessando a canção de Dua Lipa. 

Atende, deixando o som pelo alto-falante.

— Olá, Jujubinha! — sorri. — Saudades?

— Não! — uma pequena risada. — Você já veio buscar a Cassie?

— Não, eu tô indo agora!

— Tô na porta do colégio dela, a professora disse que um homem a buscou, tinha autorização assinada. 

— Quem é esse homem?!

— Eu não sei, ela esqueceu o nome, a descrição é ampla demais!

— Como é?!

— Branco, de olhos claros e cabelo escuro!

[...]

Quando chega ao SPA, já se encontra quase que sem fôlego, mas grita o mais alto que pode:

— Mãe!

— Fala baixo! — falam em uníssono ao apontar o Chitauri. — O Olaf tá dormindo!

— Isso só não é pior que isso. — aponta Spencer que curte a hidro ao lado de Terry e Pietro. — Mãe, me perdoa! — se aproxima. — Por mais que a gente tente, sempre haverá um alvo em nossas cabeças, sempre estaremos em perigo porque somos heróis, menos o Barnes, é claro, ele é idiota. Eu não deveria ter sido displicente com a sua dor, se já estou surtando por dez minutos, imagina a senhora que vive com essa angústia por anos! Nem posso imaginar o quão forte tem que ser todos os dias! Você e o pai são maravilhosos, quase indestrutíveis, eu deveria ser mais atento e menos rude!

— O que aconteceu?! — franze o cenho. — Conversou com o seu terapeuta?

— Não, mas você tinha razão, pegaram a Cassie! — mostra as mãos que estão pálidas e trêmulas. — Perdão, por favor, perdão!

— Tá, mas olha só. — fica de pé, ergue a cabeça. — Bárbara Barton. Senha “Strange é um cuzão”, código 123456789.

— Olá, Deusa! — a inteligência artificial responde. — Como posso ajudá-la?

— Que porra é essa?!

— Liga para o Biele, por favor.

— Mãe, sequestraram a Cassie! — esbraveja. — Por que tá tão...?

— Oi, dinda, bença!

— Beyoncé lhe abençoe, meu filho!

— Por que ainda te peço benção?! — ri. — O que houve?

— O que a Cassie tá fazendo?!

— Acabei de fazer o lanche dela.

— O que minha filha tá fazendo contigo, Stark?

— Hoje é noite do futebol, disse que eu poderia treinar minha sobrinha!

— Aí, Lang! — Morse o chama. — Vai passar essa vergonha no crédito ou no débito?

— Eu nem sei como... — olha para Moon que tira uma foto da cara dele. — O que é isso, criatura?!

— Vamos atualizar o mural da vergonha!

[...]

Azari para na entrada da sala de música, sem que Francis veja, admira-o tocar, algo que faz com paixão. Os olhos brilham, a pele arrepia e o peito se enche de luz ao ouvi-lo cantar: 

“Nunca botei muita fé no amor ou em milagres. Nunca quis pôr meu coração em jogo. Mas nadar em seu mundo é algo espiritual. Eu nasço de novo cada vez que você passa a noite!”.

Delicia-se ao vê-lo descontraído, não parece o homem cheio de fraquezas que desabava há duas horas.

Ele nota a presença do namorado, aponta-o enquanto continua:

“Porque você me faz sentir como se eu estivesse impedido de entrar no céu por muito tempo. Você me põe de joelhos. Você me faz testemunhar. Você consegue fazer um pecador mudar seus hábitos. Abra seus portões porque mal posso esperar para ver a luz, é bem aí onde quero ficar!”.

Bate palmas no fim da última palavra, adentrando o cômodo, indaga:

— Que música é essa mesmo?!

Locked Out Of Heaven do Bruno Mars! — sorri, passa os polegares carinhosamente nas bochechas dele que está cada vez mais perto. — Não me importo de ser expulso do paraíso, porque estar com você vai além.

— Acho que era isso que precisava para tomar coragem. — um pequeno beijo, os rostos se colam e não desgrudam. — Talvez, não sejamos tão diferentes dos seus pais que tiram tudo do caminho para dançar.

— Podemos até mesmo ser como aviões de papel, mas sempre estaremos fora de perigo.

— Como tem tanta certeza?

— Os monstros não passam de sombras que as árvores fazem. 

— Queria ter metade da sua fé, apenas metade! — volta a alisar o rosto de seu amor. — Porém, tomei coragem, vou contar do nosso amor à Rainha de Wakanda!

— Pode não ter metade da minha fé, mas me tem por completo, espero que isso te ajude a se revelar como a viadinha que realmente é!

[...]

São duas da manhã quando Scott acorda com o barulho que vem no SPA. Primeiro, tentou ignorar, mas não há como. Levanta, calça as pantufas do Pernalonga, veste o hobbie de algodão por cima da cueca samba-canção com estampas de laranjinhas. 

Esfrega os olhos, boceja durante todo o trajeto: Suíte, corredor, elevador.

Descendo no andar, tosse um pouco com a fumaça dos incensos. A porta está aberta, quando para na entrada, rapidamente desperta. O motivo? Dentre todos os residentes e agregados — que contam até com Juno e Loki — Cassie está brincando com Olaf.

— Que porra tá acontecendo?!

— Oi, meu amor! — responde-o de olhos fechados. — Troca de roupa, vem dar uma relaxada!

— A Cassie deveria estar dormindo, mãe!

— Sei disso, mas ela estava agitada demais!

— Sim, papai... — sorri. — Não quero dormir!

— O que combinamos?! Por que não conseguem me deixar controlar a rotina da minha filha?!

— O que disse?!

Morse fica de pé, todos arregalam os olhos, incluindo o Chitauri.

— Repita! — senta. — Repita!


Notas Finais


REPITA

Oneshot:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/out-of-the-woods-10516247

Melissa é uma personagem original.


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