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História A Moça do Táxi - Eu te amo!


Escrita por: sqfanfic

Notas do Autor


Para comemorar 1 semana de A Moça do Táxi... Obrigada a todos, por todos os comentários lindos deixados aqui.

Boa leitura!

Capítulo 6 - Eu te amo!


 

 

Regina

 

 

Desliguei a ligação com minha namorada, pois ela disse que havia sido chamada para uma reunião. Disse a ela que a buscaria para almoçar, mas ela não quis. Não sei se estava aprontando algo, ou se estava brava por conta do vídeo, que já apaguei faz tempo. Mas, é bom vê-la tão irritadinha, querendo se vingar de mim e mostrar quem é que manda, durante o sexo. E que sexo...

Emma alegra os meus dias de um modo que ninguém fora capaz de alegrar. Seu sorriso pela manhã, ao receber o café que preparei para nós duas, é a melhor recompensa que eu poderia ter. A forma como beijou, em agradecimento, me deixou ainda mais apaixonada.

Acredito que somos a certeza do incerto. Se eu contar para alguém que conheci a mulher da minha vida, através de minha profissão, provavelmente, irão rir ou achar que estou generalizando o fato. Mas, não. Emma é a mulher da minha vida, e me pergunto todos os dias: “Como pode, a mulher da minha vida aparecer, justamente, na minha vida?”

Estou para dizer que a amo, faz umas duas semanas. Não quero estragar nada, apesar de sentir que todo o meu sentimento é mais do que recíproco. É simples saber. Como disse a ela, amo a forma como ela se preocupa comigo, me dá seu carinho e me enche de beijos, sempre que volta da cozinha com a bacia de pipocas para vermos um filme, na sala. Sempre me acorda de um jeito manhoso, dizendo que ficaria o resto do dia na cama comigo, mas que precisávamos levantar.

Sorrio, lembrando de seu jeitinho ímpar, seu sorrisinho de dentes tortinhos... Ai, como eu amo minha namorada e adoraria que ela soubesse disso.

— Está empolgada para o jantar? — Deena aparece acariciando a barriga, vindo até mim. — Sua namorada ligou?

— Sim... Amou as flores... — Sorrio para minha irmã, que devolve. — Ai, eu estou muito apaixonada, Dee.

— Algo muito estranho de se ouvir, confesso. — Reviro os olhos. — Mas, estou muito feliz por você, irmã. Muito mesmo! — Beija o topo de minha cabeça, sentando-se ao meu lado. — Ele está mexendo tanto, hoje... — Diz, olhando para a barriga. — Quer sentir?

— Não, obrigada! — Ela ri.

— Quero ver quando tiver o seu bebezinho, Regina...

— Não sei se terei um bebezinho...

— E Emma?

— Ah, Deena, não fica colocando as coisas na minha cabeça, não... Se ela quiser, um dia, a gente vê o que faz. Deixa eu aproveitar minha namorada, nossos momentos juntas. Só nós duas.

— Nooooossa, que grossa! — Levanta-se. — Vou escolher a roupa com a qual irei mais tarde, já que nada mais me serve.

— Aí, viu?! E você acha que quero passar por isso, Deena Parrilla?

— Credo, Regina. Você deveria bater umas quinhentas vezes na boca, por dizer esses absurdos. — Some de minha visão, me deixando com os pensamentos loucos.

 

 

♥ ♥ ♥

 

 

(Lea – Toto) ♪

 

 

Emma

 

 

Parece que quando estamos nervosos, o dia passa em um piscar de olhos. E, assim foi minha sexta-feira. Recusei almoçar com Regina, pois iria sair para buscar seu presente esse horário. Estamos tão bem, tão apaixonadas que, sinceramente, tenho medo de que algo aconteça.

Afasto esse pensamento da mesma forma que ele entra. Ligo para Ruby, pedindo para que me encontre em casa, em meia-hora. Já são quase seis da tarde... Peguei um táxi qualquer, sentindo falta de meu amor ocupando o banco do motorista, mas meu coração se aquece, quando lembro que a encontrarei daqui a algumas horinhas. Provavelmente virá antes, pois deve querer subir para deixar suas roupas, já que passará o fim de semana comigo.

Subo em meu prédio, segurando a bolsa que esconde seu presente. Só quero ver a cara dela quando se der conta do que se trata. E, ah, quando fui buscá-lo, passei para comprar uma nova lingerie para nós duas. Regina tem uns conjuntos lindos, mas quero que use algo escolhido por mim e que vocês vão descobrir logo logo.

— Rubs??? — Chamo por minha prima, que surge da cozinha, com um copo de água na mão. — Oi, boa tarde. Tudo bem? Me ajuda aqui!

— Tudo... Uau, Emma. Que gracinha! — Ela fala, referindo-se ao presente. Sorrio, em satisfação.

— É para Regina, pode colocar ali no chão da sala... Filhaaaaa! — Chamo por Ava, que desce correndo as escadas. — Oi, minha linda! A mãe chegou... — Pego ela no colo, beijando seu rosto, enquanto subo as escadas. — Fique de olho, ali. Vou tomar banho, me arrumar. Se Regina chegar, pede para ela subir.

— Sim, senhora! — Responde, batendo continência. Ela já estava pronta.

Subo as escadas, brincando com Ava, pulando com ela em meu colo. Se cachorro risse, tenho a certeza de que ela estaria gargalhando, pois eu estou.

Adentro o quarto, coloco-a sobre a cama e dispo-me das roupas, indo até o banheiro. Lavo meus cabelos com xampu de mel e canela, faço toda a higiene, dou uma checada na depilação e está tudo ok. Saio, cantarolando alguma coisa que ouvi no caminho de volta.

Escolho um vestido vermelho, justo ao corpo, destacando minhas curvas, evidenciando minha falta de bunda. Fico em frente ao espelho, observando minha silhueta, no passo que alinho o vestido em meu corpo. Aproximo-me mais, após pegar minhas maquiagens na primeira gaveta da cômoda. Faço algo leve, como um rímel, lápis na linha d’água e um delineado em traço fino, que realça meus olhos.

Ava me observa atentamente, como se estivesse entendendo tudo o que eu estava fazendo e fosse até capaz de opinar sobre.

Deixo o batom para passar por último, pois esse nude que separei não dura muito, então, quero passá-lo no último momento. Chego a me assustar, ao ver Regina encostada na porta, como quem estivesse ali há horas me observando. Linda.

— Você não precisa ficar tanto tempo em frente a esse espelho... — Brinca, se aproximando e me abraçando por trás. Olho nosso reflexo, sorrindo.

— Ah, é?! Logo você, a mais linda do universo...

— Nossa, amor... Não fala assim, fico sem graça. — Beija meu pescoço, se demorando nesse carinho. — Passei o dia com saudade de você...

— Não passou sozinha, então... Fiquei louca para almoçar com você, mas não foi possível.

— Tudo bem... Eu trabalhei um pouco pela manhã e uma parte da tarde.

— E foi bom? Rendeu um bom dinheiro? — Viro-me para ela, abraçando-a pelo pescoço, fitando bem o seu rosto, que está perfeitamente maquiado.

— Mais ou menos... O melhor turno é o da noite, mas... Tudo bem. — Dá de ombros. — Tudo para ficar com a minha namorada... — Beija entre meu nariz e boca, fazendo-me sorrir.

— Amor... Eu já te falei sobre isso. Poderíamos ter marcado outro dia, sem problema algum. — Digo carinhosamente, alisando a lateral de seu rosto. Ela apenas nega com a cabeça, como quem dissesse que está tudo bem. Não insisto muito contra isso, pois minha necessidade de beijá-la, é bem maior. Tomo seus lábios, sentindo a maciez que eles proporcionam. Os melhores beijos e afagos, são os dela. A forma como emaranha seus dedos em meus cabelos, puxando-os para trás de forma sexy, sempre me fazer arfar em seus lábios. Separamo-nos, antes de darmos três selinhos para finalizar.

— Você tem o melhor beijo, meu amor... O melhor que já provei! — Diz, com os olhos fechados. Aperto-a contra mim, escondendo o rosto na vala de seu pescoço que, por sinal, está cheiroso como sempre.

— Quero te dar seu presente antes de irmos. Estou ansiosa por sua reação, desde que tive a ideia de compra-lo.

— Não precisava se incomodar. De verdade...

— Nem você precisava, mas se importou.

— Não vamos discutir por isso, não é?!

— Não, mesmo. — Nego com a cabeça, enquanto falo. — Vem, está lá na sala...

— O que você aprontou, Swan? — Entrelaço nossos dedos, para descermos as escadas.

— Você já vai descobrir... — Olho para ela, e quando chegamos à sala, peço para que se sente no sofá. Minha namorada usa um vestido parecido com o meu, porém, preto. Em seus pés, uma sandália de salto fino, coisa rara de ver. Extremamente sexy e linda. Pego a bolsa com seu presente e entrego-a, talvez até mais ansiosa do que ela. — Feliz 1 mês! — Falo, recebendo seu sorriso aberto. Ela me joga um beijo, enquanto abre o zíper da bolsa. Aproveito para pegar o meu celular e gravar esse momento.

— Por que está filmando? — Ela pergunta, voltando sua atenção para mim. — Emma, para! — Esconde o rosto com as duas mãos.

— Anda, amor... Abre! — Falo impaciente, e assim ela o faz, encarando-me com os olhos lacrimejados e intercalando o olhar entre mim e seu presente.

— Está brincando... — Sorri chorando. — Emma... Não acredito!

— Você gostou? — Ela assente com a cabeça.

— É ele ou ela?

— É ela... — Tira sua cadelinha de dentro da bolsinha e leva-a até o rosto, cheirando. — A cor dos pelos delas me lembraram os seus olhos, por isso a escolhi...

— Oh, Emma... Que sensível de sua parte. Muito obrigada! — Vem até mim, dando-me um selinho demorado, enquanto segura sua nova amiguinha. A gravação fica tremida, mas viro a câmera para nós, chamando por Ava. Pego-a no colo e falo:

— Somos uma família feliz, agora. Eu, Regina, Ava e... — Olho para minha namorada, em busca de um nome.

— Lola?

— Lola... Eu, Regina, Ava e Lola. — Ela ri, beijando o meu ombro com ternura. — Tchau!!! — Falamos juntas, e então, desligo a câmera.

— Fiquei emocionada com isso, sabia? — Ruby nos observa da cozinha. Regina ri de sua frase, e logo trata de me abraçar novamente.

— Obrigada! — Diz.

— Não precisa agradecer. Você está feliz? É isso que importa para mim. E eu não me esqueci de sua mãe... Comprei ela, mas você pode deixar ela aqui, vir quando quiser. Aí, assim que adquirir seu apartamento, você a leva.

— Amor, você pensou em tudo... Nossa, eu sou a mulher mais feliz do mundo.

— Então você me entende! — Selamos nossos lábios, novamente. — Eu comprei algumas rações e petiscos para ela. Não quis comprar coleira, nem nada. Quero que você tenha a oportunidade de escolher os acessórios dela.

— Você já fez tanto...

— Fiz porque sou louca por você, por seu sorriso lindo...

— Ai, Emma. E eu sou muito apaixonada por você. Tipo, muito mesmo... — Sorrio com sua declaração.

— Vamos nos ajeitar, pois temos um jantar para ir, não é mesmo?

— Sim... — Ela responde. Trocamos mais um beijo, antes de eu subir para terminar de me arrumar. Ruby ficou fazendo sala para Regina, que só sabia admirar Lola. Ela havia gostado. Portanto, eu estava feliz.

 

 

— Podemos ir? — Falo, assim que chego na sala.

— Com quem ela vai ficar? — Refere-se a cachorrinha, que já corria pela sala de um lado para o outro.

— Ela fica com Ava, não é, garota?! — Abaixo, acariciando os pelos de minha cadelinha. Olho para Regina, que parece insegura com isso.

— Ela é muito pequena, e...

— Nossa, isso é mal de dono de cachorro, né? Só pode! Quando Emma ganhou Ava, ficava com essa cara de preocupação o dia todo. É um cachorro, gente, eles sabem se cuidar. Agora vamos, porque quero comer...

— Ruby é tão adorável... Você não acha, meu amor? — Minha namorada pergunta, fitando-me, enquanto vem em minha direção.

— Ah, totalmente, adorável... — Beijo sua bochecha, antes de sairmos pela porta. Ruby nos olha com cara de novo, mas depois ri. Chamamos o elevador e, enquanto ele subia, sentia o frio na barriga se fazer presente. Minha mão começou a suar, e Regina sentiu, pois me olhou e sorriu, beijando meu rosto, antes de entrarmos na caixa de metal.

— Vai ficar tudo bem, meu amor... Sério. Eles vão adorar você, assim como eu.

— Mas é diferente, Gina... Somos namoradas, precisamos nos adorar... — Dou uma gargalhada e ela também. — Acredito que seja normal ficar assim e, você, Miss Mills, fique me zoando bem agora, ta?! Quero só ver se vier com “Ai, amor, não quero conhecer seus pais agora...” . Eu te conheço muito bem, Regina Mills...

— Pode até conhecer, mas eu não falo desse jeito aí, não.

— Ah, não?

— Não mesmo.

— Então, está bem... — Dou de ombros. Chegamos ao térreo e caminhamos até a garagem. Iríamos com Ruby até o restaurante e, como ela estenderia a noite, voltaríamos de táxi com os pais de Regina.

— Uma vem na frente e outra atrás.

— Por que não podemos as duas atrás? — Pergunto.

— Porque não sou taxista, meu carro não é um táxi e nem um motel táxi. — Regina revira os olhos para Ruby.

— Você tem feito sexo, Ruby? — Volto a questionar, ao entrarmos no carro.

— Como vocês duas, não. — Responde, piscando um olho.

— Ah, sacana... — Diz Regina. — Pode ir na frente, amor... Eu não sei se aguento ir ao lado dela.

— Cadê seu táxi, Regina? — Belisco o braço de Ruby. — Ai!

— Cala a boca um pouquinho... — Ela alisa onde havia beliscado.

— Nunca mais ando com as duas em meu carro.

— Ué, por quê? Eu estou aqui, quietinha...

— E eu também... Você que é uma chatona. Rubs, arrume logo um namorado para a gente sair em grupo.

— Verdade... Acho que seria bem bacana, né?! — Minha namorada concorda.

— Seria bem bacana vocês duas fora do meu carro... Olha só, não dá!

— Ela é muito ranzinza, meu Deus!

Fomos conversando e rindo, durante todo o caminho. Ruby adorava implicar conosco, mas éramos duas, e acabávamos nos apoiando nas implicâncias com ela, que sempre ficava bem puta. Morríamos de rir de sua cara emburrada.

Chegamos em frente ao restaurante e, enquanto minha prima ia estacionar o carro, eu fiquei com Regina, que tentava me acalmar de todas as formas.

— Vou providenciar um carro essa semana...

— Por quê? — Ela questiona, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Cansou de andar de táxi?

— Com você? Nunca! — Beijei-lhe a boca, brevemente. — Mas, com a gente namorando, teremos que ir a várias lugares juntas, a jantares, almoços, festas, sei lá... Seria bom ter um carro, agora. Só para fim de semana, mesmo.

— Hum... Entendo...

— Larga de ser petulante... Eu amo andar com você, e você sabe que não tenho carro por opção, pelo meio ambiente, pela poluição. Já conversamos... Mas, agora estou vendo uma necessidade de ter um. Nem que seja um fusca.

— Ai, Emma. Fusca? — Ela ri. — Sério?

— Sério! Para de rir... — Aperto seu nariz, observando Ruby voltar. — Ai, amor, eu estou nervosa. Tipo, muito nervosa mesmo.

— Calma... — Segurou meu rosto com as duas mãos, obrigando-me a olhar em seus olhos. — Eu estou aqui, sou eu, é você, minha família, sua família... — Aponta, com o olhar, para Ruby.

— Eu não sei, estou agitada... E se eles não aprovarem nosso namoro?

— Estamos no século XXI, isso não existe mais. E, outra, eles já aprovaram nosso namoro, não precisa se preocupar com isso. — Beija minha boca de leve, para não borrar nossos batons. — Vamos? — Entrelaça nossas mãos, antes de adentrarmos o restaurante. Era um bistrô rústico, com decoração sofisticada e moderna. As luzes eram amareladas, com lustres individuais para cada mesa. Simplesmente, lindo. Quando Regina pediu para que eu escolhesse o lugar, pensei exatamente aqui, pois o ambiente, além de moderno, é super familiar.

Regina nos encaminhou até uma mesa, onde havia três pessoas; reconheci sua irmã, que estava de frente para nós. Ela sorriu e disse algo para os pais, que estavam de frente para ela. Meu coração errou uma batida, assim que chegamos ao lado da mesa. Regina não soltou minha mão em momento algum.

— Boa noite, dona Dolores... — Disse minha namorada, de um jeito divertido. Vi que a senhora revirou os olhos, mas sorriu, levantando-se.

— Olá. Boa noite! — Disse alegremente, abraçando-me de forma acolhedora. — Como vocês estão?

— Boa noite... — Respondi, enquanto ela abraçava Ruby, cumprimentando-a. O pai de Regina se levantou também, vindo até mim e abraçando-me. Logo nos sentamos; fiquei ao lado de Deena, Regina ao meu lado e Ruby ao lado dos pais de minha namorada.

— Essa é sua prima? — Perguntou a mão de Regina. Assenti com a cabeça, notando a vergonha no rosto de Ruby. — Ela é muito bonita, Emma, deve ter puxado você. — Regina ri.

— Acho que foi ao contrário, já que sou mais nova do que ela...

— Ela adora falar isso, dona Dolores... Adora! — Ruby revira os olhos. — Quando nasce o bebê?

— Daqui a dois meses... — Deena responde.

— Você é Advogada, Emma? — Meu sogro pergunta, e eu assinto com a cabeça.

— Formada em Direito Civil, mas atuo em todas as áreas. — Falo, e ele sorri, meneando a cabeça.

— Ela é muito competente com o que faz, papai! — Sinto o olhar de Regina sobre mim. Dou um sorriso, totalmente, tímida. Ela segura minha mão por baixo da mesa.

— E, vem cá... Como se conheceram? Regina fala tanto de você, Swan... Às vezes tenho vontade de colocar uma rolha na boca dela.

— É tanto assim, amor?

— Nem tanto... — Olha diretamente para a mãe. Acabo rindo. O garçom chega, trazendo uma entradinha de torradinhas com alguns patês. Servimo-nos e, enquanto íamos comendo, eu e Regina revezamos contando a forma como nos conhecemos. Meu sogro gargalhava das coisas que eu contava, me incentivando a contar ainda mais. — E Alix me mandou o tal vídeo, justamente, quando estava ao lado dela...

— Ô, Dios... Es todo tan  divertido. — Diz o Sr. Sam, arrancando uma risada minha também. — Vocês formam um lindo casal. Emma, obrigada por endireitar minha filha.

— Ela também me endireitou muito... — Olho em seus olhos, sorrindo, assim como ela.

— Você não quer ir ao banheiro, não, Emma? Preciso contar alguns podres seus para Regina... — Ruby diz divertida. Todos na mesa dão risada, menos eu. — Não vai, né? Então irei contar com você aqui, mesmo. Então, quando Emma entrou na escola...

— Ah, Rubs... Nem tem graça! — Começo a rir. — Vamos pedir nosso jantar.

— Por favor! — Ouço Deena balbuciar. Pedimos nosso prato principal e comemos. O pai de Regina me olhava com um zelo tão grande, que cheguei a sentir algo familiar nele. Proteção, carinho de pai. Se há algo precioso que guardo em minha infância, é o fato de eu ter sido bem apegada ao meu pai. Tenho muitas lembranças de quando ele me buscada na escola e sempre passávamos para pegar uma flor para mamãe, em uma ruela que ficava no caminho de volta para casa.

— E eu sempre dizia para Regina levar uma flor para ela, e todos os dias, Dolores reagia da mesma forma, como se ela não estivesse esperando por aquilo. — Ele contava sobre a infância de minha namorada. E só me dei conta disso quando ouvi essa parte. A lembrança de meus pais veio tão forte, que não segurei as lágrimas, que escorreram pelo meu rosto, sem mesmo que eu me desse conta disso.

— Está chorando? — Meneio a cabeça, passando o guardanapo no cantinho dos olhos, enquanto Regina passava em minhas bochechas. — Lembrou deles, né? — Afirmei com a cabeça. — Acredito que eles devam estar muito contentes com a mulher incrível que você é. Estão muito satisfeitos... — Quando vi, minha mão estava sendo segurada pelos meus sogros, que sorriam emocionados. — E eu fiz uma surpresa pra ela com flores, papai.

— Fez muito bem, querida... — Sorrio para eles. — Quando uma pessoa oferece uma flor a alguém, quer dizer que sentimentos ocultos querem ser revelados através delas. Qual você ofereceu a ela, minha filha?

— Mandei um pouco de cada, mas caprichei nas Margaridas...

— São minhas favoritas... — Completo.

— Significam pureza, inocência e paz... — Diz meu sogro.

— Tudo o que você me transmite, meu amor. — Ela diz em meu ouvido. — Mandei algumas orquídeas, que eu sei que significa desejo, luxúria e beleza.

— Isso é tão romântico... — Ruby comenta, enquanto minha namorada explica. — Eu mandaria algumas rosas vermelhas, acho que nem pensaria em significado...

— Ah, mas você é a Bruxa Má do Oeste, não conta. — Regina diz, arrancando risada de todos.

— É muito bom vê-la tão envolvida por alguém, minha filha. Acredito que Emma seja tudo isso que podemos ver nesse jantar. Estou muito encantada, Swan, e é um prazer enorme tê-la em nossa família. Você também, Bruxa Má. — Olha para Ruby, que acaba rindo. Dona Dolores segura minha mão e com a outra, a de Regina. Ela nos olha e diz: — Espero que cuidem bem uma da outra, que sejam aquilo que cada uma precisa. Emma, entrego minha filha em suas mãos, e espero que cuide muito bem dela, assim como eu cuidei até hoje.

— Parece que estamos nos casando... — Mills comenta, recebendo um olhar reprovador dos pais.

— Só não bata como eu... — Dolores fala, antes de beliscar o pulso de minha namorada. — Enfim...

— E você, Regina, espero que cuide muito bem de Emma... Que seja para ela, assim como sua mãe é para mim. A razão de tudo, a mulher da minha vida, que me deu as melhores riquezas já vistas. — Pronto. Hoje é meu dia... Começo a chorar de novo, ouvindo aquelas palavras do meu sogro, que fazia questão de incluir-me de forma completa em suas divagações. — Ruby, seja bem vinda, também... Conte conosco para o que for preciso. — Meneio a cabeça, emocionada. — Belo anel de vocês... — Ele diz, observando nossas alianças.

— Ajudei Regina a escolher. — Deena se pronuncia. — E foi difícil... “Emma não gosta de exagero. Não, isso é simples demais!” — Imita a voz de Regina, que dá um tapa no braço dela. — Está vendo, pai? Batendo em grávida. Pai, não... Emma e Ruby, vocês estão vendo essa agressão...

— Sim... Irei penalizá-la, Deena. Fique tranquila. — Pisco um olho para Ruby, falando sem maldade alguma. Mas, quando olho para Regina e vejo seu rosto corado, percebo que falei demais. — N-não quis dizer que... eu, na verdade...

— Está tudo bem, querida. — Minha namorada tampa minha boca com o indicador.

Ficamos rindo e conversando. Comemos uma bela sobremesa, algo com mousse de maracujá com sorvete e não sei mais o quê. Muita conversa rolou ainda, depois da sobremesa. Comecei a sentir bastante sono, e deitei a cabeça no ombro de minha namorada. Ruby já havia ido, assim como tinha dito que faria. Regina acariciava meus cabelos e rosto, prestando atenção na conversa que seus pais tinham entre si. Deena estava no celular, bem concentrada, por sinal.

— Quer ir embora? — Gina perguntou, beijando minha têmpora. — Estou com um soninho tão gostoso, aqui...

— Eu também... Acho que é essa luz. — Falo, e ela sorri. — Eles não irão se importar?

— De forma alguma. Vamos...

— Emma, Sam e eu iremos dar um almoço em nossa casa, no Domingo que vem. Alguns primos virão de Tijuana e adoraríamos que você fosse conhecê-los.

— Ah, claro... Com certeza, eu adorarei. — Eles sorriem para mim. Meu coração se aquece com tal hospitalidade.

Regina e eu nos despedimos e fomos sozinhas, pois os três insistiram que pagariam a conta e depois iriam juntos para casa. Pegamos um táxi e fomos para o meu apartamento, logo entrando no elevador.

— Amor?

— Hum?

— Você não acha que ficou cara para eles pagarem sozinhos? Eu queria ajudar, não teria problema algum... — Falo, enquanto sou abraçada pela cintura.

— Não, está tudo bem... — Beija meu ombro. — Eu estou tão cansada, meu amor. Juro que dormiria agora.

— E por que não dorme? — Chegamos em meu andar e caminhamos até a porta, já ouvindo os latidos de nossas cachorrinhas. — Preparo a cama bem quentinha pra você, bem escurinho, e a gente dorme bem agarradinha, assim... — Agarro-a por trás, enquanto ela tranca a porta.

— Eu sei que você preparou algo para nossa noite... E eu não quero decepcioná-la.

— Por não querer fazer amor comigo? Acha que me sentirei decepcionada?

— Não é isso, mas é horrível quando criamos uma expectativa e a realidade é outra.

— Meu amor, não diga isso. Poxa, eu jamais ficaria chateada com você. Céus, jamais! — Abraço seu corpo, beijando o canto de sua boca. — Teremos muito tempo para fazer isso.

— Você é tão...

— Linda? Eu sei, você me diz isso todos os dias.

— E irei dizer para sempre.

— Para sempre é muito tempo, Rê.

— E é isso mesmo... — Faço com que vou beijá-la, mas me afasto. Repito isso por três vezes, e ela ri. — Me beija direito...

E eu a beijo, com todo o amor que existia em mim. Nosso contato é lento, gostoso, torturante. Sua mão percorre minhas costas, de cima para baixo, indo até a base e voltando. Minha destra prende seus cabelos por entre os dedos, aprofundando ainda mais nosso beijo. Nos afastamos, sorrindo muito. Ela olha para os lados e arregala os olhos.

— Eu já ia me esquecendo do seu presente. — Fala, correndo até a cozinha e voltando com uma sacola enorme. — Abra!

— Você já me deu tantas coisas, que não imagino o que seja. — Tiro meu saltos e sento-me no tapete para abrir. Abro e olho para ela.

— Uma muda de Dália Vermelha. As Dálias representam a união e a delicadeza. E eu quero que sejamos sempre tão delicadas e unidas, assim como essa flor. Meu amor, eu tenho tanta coisa para lhe dizer, coisas que guardo dentro do meu peito e que queria gritar para todo mundo ouvir que, sinceramente, sou a mulher mais feliz do mundo. Sou feliz por ter você, por ser sua, por tê-la, por saber que também és minha. Por muito tempo me perdi de forma errada, pensando que me encontraria assim, mas não. Como papai disse, você me endireitou. Mudou minha vida, meus pensamentos... Bagunçou o meu coração, me fez ser uma pessoa melhor. E, mediante a tudo isso, eu quis representar o nosso amor de uma forma viva. Quero que reguemos, diariamente, nossa relação com paixão, desejo, carinho, afeto... tudo o que diz respeito a um casal. E gostaria que fizéssemos isso com a Dália, que regássemos ela diariamente, demonstrando a vida do nosso amor, do nosso relacionamento. — Já estou morta em lágrimas. — E obrigada por ser minha melhor escolha, Emma. Obrigada por me mostrar que é recíproco todo o meu amor por você. — Ensaio dizer algo, mas não sai. Olho para o vaso de Dálias, que ainda são mudas, e tenho formular algo para dizer a ela, mas não sai. Regina me deixa sem palavras.

— É que... — Respiro fundo. — É que eu te amo tanto, que não consigo passar para palavras o que, realmente, estou querendo. Você me faz tão bem... — Digo, vendo-a se abaixar e me abraçar forte, chorando tanto quanto eu.

— Eu amo você, meu amor... Como eu te amo, e como eu queria que soubesse disso...

— Eu sei, desde há muito tempo. O jeito que você me olha, diz exatamente o que você tanto sente. — Aliso seu rosto molhado e avermelhado. — Eu te amo!

— Eu te amo! — Beijamo-nos uma vez mais. Ficamos alguns minutos ali, deitadas sobre o tapete, no conforto de nosso silêncio. Regina me ajudou a levar o vaso até o jardim de inverso, e fiz questão de deixá-lo no melhor lugar.

Subimos para o quarto, tomamos banho juntas, sem segundas intenções, somente com nossos carinhos e beijos, que não passavam de afagos amorosos.

Deitamo-nos, cansadas do dia, da semana. A temperatura havia caído um pouco, então busquei um edredom para nós. Quando voltei, minha namorada estava pulando ao lado do criado mudo, enquanto colocava o celular para carregar. Segundo ela, estava frio demais e ela havia trazido, apenas, um baby doll de seda. Comecei a rir dela, antes de deitar e levantar um lado do cobertor para que ela entrasse ali.

Ficamos nos encarando por alguns minutos, até nos esquentarmos por completo; inevitável, já que Regina se embolou em mim de uma forma, que precisei chegar a cabeça para trás em busca de seus olhos. Ao perceber o sono chegando, me dei conta de que não havia apagado a luz. Fiz menção de sair, mas fui impedida por ela.

— Vai aonde? — Perguntou, já com a voz embargada de sono.

— Apagar a luz, amor. — Beijo sua testa. — Acabei me esquecendo... — Fiz menção de sair, novamente, mas fui impedida. Quis rir, mas ela levantou a cabeça, olhando em meus olhos.

— Não saia daqui... — Eu ri. — Fique aqui comigo, sendo minha namorada e me fazendo dormir. — Explodi em uma risada, quando ela me abraçou novamente, enfiando seu rosto no vão entre meu pescoço e ombro.

— Tudo bem, sua manhosa... Eu fico aqui, sendo a sua namorada... — Ela diz um “Muito bem!”, abafado, e beija meu pescoço, antes de selar nossas bocas.

— Feliz dia 9, amor. Eu te amo! — Fala, voltando a se aconchegar em mim.

— Feliz dia 9, minha namorada preferida... — Beijo seus cabelos, já sentindo ela se impulsionar para me olhar, mas abraço sua cabeça, ouvindo ela dizer “Namorada preferida? Por quê? Tem mais alguma, Emma?”. Morro de rir de sua voz abafada pelo meu braço. Ela se cansa de se debater e sossega. — Eu amo você.

— Só eu!

— Uhum... Só você! — Beijo sua testa mais uma vez, antes de sentir sua respiração pesada, de quem pegara no sono. Olho para cima, dizendo de forma inaudível: — Obrigada, meu Deus. — Vejo que o relógio marca um pouco mais de meia-noite. Em questão de minutos, pego no sono, completamente satisfeita, apenas por ter o amor da minha vida em meus braços.

 

 

♥♥♥

 

 

 

 


Notas Finais


"A mulher da minha vida aparecer, justamente, na minha vida?" ♥
Só mais 4 capítulos... Não sei se estou preparada :(
Beijos, amores e, novamente, muito obrigada!


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