História A Nova Ordem (Após Boo) - Ah, meus deuses!

REYNA –

Reyna estava trêmula e sua boca estava seca. Aquela visão era dolorida demais para ela. Aquilo não poderia estar acontecendo. Sinceramente, não depois de tudo. Afrodite tinha sido bem clara e ela não resolveu desafiar a deusa do amor. Agora aquilo já era demais. Será que não conseguia ter sorte alguma no amor? Engoliu em seco, mas era como se uma bola de gude estivesse presa na sua garganta. Não conseguiria falar nada naquele momento. Estava absorta em pensamentos quando sentiu uma mão em suas costas e olhou para trás. Era Jack. Um segundo então quem era aquele outro...?

- Reyna! Você está... Nossa. Realmente... uau. Tipo... uau.

Ele estava lindo também. Usava um terno branco, provavelmente para comemorar o Ano Novo e segurava também uma garrafa de champanhe lacrada. Ele percebeu que ela estava trêmula e pálida. Se adiantou a sua frente, enxergando o garoto.

- Ei! – gritou ele ferozmente – O que está fazendo aqui?

O garoto que Reyna vira virou-se fazendo uma cara debochada. Ele era praticamente uma cópia de Jack a não ser pela altura (era alguns centímetros mais alto) e o cabelo mais ondulado.  Ah e não usava óculos. Seu nariz parecia ser meio quebrado mas a não ser por isso, eles eram muito parecidos.  Em vez de olhar para Jack, olhou para Reyna.

- Nossa, que coisinha mais linda hein? E que corpo hein...

A garota que ele estava beijando segundos atrás olhou para ele com uma careta. Jack se colocou na frente de Reyna, que olhava para o menino com nojo:

- Não encoste um dedo nela.

- Faço o que eu quiser quando eu quiser.

- Quero ver você tentar – falou ela venenosamente para ele antes de se virar para Jack – Quem é ele?

- É o meu irmão gêmeo. Infelizmente. Desculpe não ter falado dele para você antes. Achei que ele nunca mais voltaria aqui. Mas tive essa... desagradável surpresa logo hoje.

Reyna não se importava. Estava feliz. Não era ele, afinal então tudo estava bem.

- Você não me respondeu – Jack virou-se para o irmão novamente com uma cara de raiva – O que você está fazendo aqui? Ninguém te convidou.

- A casa não é só sua – respondeu olhando para as unhas, deixando a garota totalmente para trás.

- Eu que a mantenho. Eu que moro nela. E essa casa é a que você deixou. Então sim, acho que é minha sim.

- Já está ficando chato. Vou cair fora – ele passou por trás de Reyna e ergueu a mão em sua direção, para tocá-la, mas Jack a segurou centímetros dela.

- Já falei para não tocar! – berrou ele, enquanto o irmão saia batendo os dedos uns nos outros, naquele gesto que o outro falava muito.

- Vamos nos ver outra hora gracinha, pode crer. – ele piscou para Reyna que se sentiu gelada e insegura por um momento.

Assim que ele saiu, a garota pareceu muito indignada. Chegou perto de Jack com uma cara de frustração.

- Então esse apartamento não é dele? – perguntou ela

- Não. É meu – disse Jack

Ela passou pela porta resmungando. Reyna estava com o peito doendo do susto.

- Desculpe Reyna – ele notou sua expressão e passou suas mãos em seus braços -  Eu não queria fazê-la passar por isso. E ele não vai tocar de você. Eu não vou deixar.

Ela suspirou.

- Não foi culpa sua. Só que eu pensei que fosse você ali... Ah, mas está tudo bem.

- Desculpe, sério. Foi minha sim – ele mexeu em seus cabelos – Você está linda. Mais linda eu quis dizer.

Reyna riu enquanto ele a abraçava.

- Feliz Ano Novo – desejou sorrindo

- Para você também – o abraçou

- Já te mostrei a varanda?

Reyna negou com a cabeça.

- Venha.

Ele pegou sua mão que ainda estava um pouco trêmula. Ele pareceu notar e a apertou. Andaram até chegar a varanda do apartamento.  Era grande, mas isso já não era surpreendente, devido ao que ele já mostrara. Ainda sim, era muito bonito. Dava para ver as estrelas e tinha um banco na varanda, no qual eles sentaram.

- Lindo não é?

- Muito – concordou ela encantada

Alguns fogos subiram ao céu e estouraram fazendo diversos desenhos de diversas cores. Eles ficaram observando os fogos estourarem de mãos dadas.  Reyna tentou buscar na memória como que chegara naquele ponto. No começo era só um “mero mortal” depois virou um “mero mortal” que precisava ser inspecionado e agora ele era... na verdade o que eles eram?

- Jack? – começou Reyna

- Hmm? – respondeu ele

- O que eu sou para você?

Ele dirigiu seu olhar para ela.

- Não sei se você concordaria. Mas quando você me beijou pela segunda vez e hm, meu irmão tentou tocar em você... Eu te considero minha namorada – Reyna olhou para ele – Quero dizer, se você quiser, quero dizer só...

- Claro que concordo – ela sorriu

- Ah, que bom então – ele corou, levantando os óculos de aro preto – Vou abrir – ele levantou a garrafa de champanhe.

Ele tirou a rolha, jogando-a sem querer pela janela. Pegou uma taça e a encheu, dando-a para Reyna e logo depois encheu a sua própria. Eles bateram as taças, comemorando. Ela nunca fora de beber, por isso bebeu só a metade da taça. Ele pareceu fazer o mesmo.

- Ah, sobre aquilo... – falou Reyna de repente –  De você ver aquela abominação... foi só aquela que viu na vida toda?

- Foi – ele pareceu achar a pergunta estranha

- Mas você não... ficou com medo?

- Digamos que sim... Tenho muitos pesadelos com isso. Mas não sei. Eu não estou pensando nisso agora. Não sei se eu estava muito cansado. Ou só louco. Não tenho pensado sobre isso esses dias. Ainda mais com uma namorada tão linda como essa.

Reyna sorriu, logo depois se inclinando para dar um beijo nele. Era tão fofo. Seus lábios roçaram nos seus enquanto ele deslizava as mãos por sua cintura, por seu cabelo. Ele baixou um pouco a cabeça para beijar seu pescoço. Reyna suspirou. Seu coração estava em festa.