História A Nova Ordem (Após Boo) - Sou todo ouvidos.

REYNA –

Quando Reyna encerrou a conversa com Frank na hora do café, entrou em seu compartimento , dizendo que estava sem fome. Ela se sentou na cama com as mãos na cabeça. Mal percebeu que seus olhos já estavam fechando e sua cabeça escorregava lentamente das suas mãos, até cair, ela acordar e recomeçar tudo de novo.

Ouviu umas risadas, gritos e o alto som de talheres batendo em pratos ao longe. Sua barriga estava roncando mas pouco importava naquela hora.

Estava morrendo de sono. Ontem havia sido uma longa (e ótima ela não poderia esquecer) noite porém... Daí lembrou do leve movimento das cortinas ao longe em um dos locais em que os semideuses dormiam. Reyna estava com um pouco de receio que alguém a tivesse visto quando havia chegado. Não havia problema, ou havia? Sim, sim era realmente meio suspeito alguém chegar naquela hora da manhã, mas ela não achava que alguém fosse tentar espiar o que estava fazendo.

Reyna realmente não queria sair divulgando para todos que estava namorando um mortal. Não porque tivesse vergonha. Por outras coisas. Aquilo poderia ser um problema. Ah não. Mas ela tinha algo para fazer... o que era? Havia alguma coisa para lembrar...Seus pensamentos estavam lentos por conta do cansaço e do sono. Ela foi se deitando lentamente enquanto seus olhos involuntariamente fechavam-se  e quando ela mal se deu conta, estava dormindo em sono profundo.

Estava tudo bem... Até que ela teve um sonho. Quero dizer, pesadelo. Estava beijando Jack, até que por um momento ela ouviu um risinho que tinha certeza que não era dele. Parou por um segundo e quando olhou para seu rosto, já não era mais o do seu namorado e sim seu irmão gêmeo cujo ela não sabia o nome. Reyna se afastou dele com um pulo, mas ele chegou mais perto, com aqueles olhos malignos brilhando. Ela procurou sua espada dentro da bota para ameaçá-lo com ela, porém ela não estava lá. Assim que piscou, em um segundo percebeu, perplexa, que estava amarrada e ele estava rindo enquanto se aproximava dela cada vez mais. Ela gritava, mas parecia que ninguém queria ouvi-la. Nunca se sentira tão indefesa como naquele infeliz momento. Depois apareceu Afrodite em sua frente, fazendo um biquinho enquanto olhava-a, sem pena: “Você não ter sorte alguma no amor, minha querida semideusa”

Reyna acordou trêmula e suando frio. Argh. Abraçou si mesma, esquentando-se.

- Ah meus deuses... – suspirou enquanto olhava para o quarto – Como odeio totalmente pesadelos...

Só foi um pesadelo. Só um pesadelo ruim – repetiu para si mesma. Caminhou até o banheiro sem emoção e jogou uma água no rosto para ver se acordava de verdade. Se olhou no espelho por um instante. Nunca teve muito tempo para cuidar de si mesma... Mas agora estava tendo. Não haviam surgido tantas preocupações assim então ela poderia se cuidar melhor. Aquilo era realmente ótimo. Não notara que era bonita até agora. Enquanto enxugava seu rosto com uma toalha, de repente tomou um pulo se lembrando:

- Ah não! Eu tenho que falar com Quíron!

Ela calçou os chinelos e saiu correndo até a porta, mas se conteve quando a abriu, andando mais devagar para não chamar atenção. Ficou pasma quando percebeu que o sol já estava bem mais baixo. Alguns semideuses conversavam animados ou jogavam vôlei.  Muitos também estavam de ressaca e deveriam estar dormindo. Era bem animado com os gregos por ali. Ela tinha impressão que eles ficariam ali por um bom tempo. Isso era ótimo, gostava da presença deles ali. Ela e todos os romanos também. Andou até que encontrou Frank que caminhava ao lado de Hazel, de mãos dadas. Eles dois também pareciam bem felizes.

- Oh, oi Reyna. O que faz com tanta pressa? Precisa de alguma ajuda? – interrogou parecendo levemente interessado

- Frank será que você poderia fazer um ligação de hm... Íris para poder falar com Quíron?

Ele abriu a boca para falar, mas não foi rápido o suficiente.

- Isso não será necessário – Reyna ouviu uma voz atrás dela

Virou-se e deu de cara com o centauro parado ali, só a alguns metros, segurando seu arco nas costas. Não poderia mentir e dizer que não ficou surpresa com o centauro ali, pois não podia montar em um pégaso. Isso seria... bem, uma proeza enorme.

- Quíron! – ela correu até ele – Preciso falar com você – sussurrou quando chegou mais perto.

- Claro, pretora, vamos a seu compartimento, assim poderemos conversar mais reservadamente, longe desses ouvidos curiosos que temos aqui – disse o centauro despreocupadamente.

- Certo.

Eles dois se dirigiram para os aposentos de Reyna e assim que ela fechou a porta muito bem e olhou pela janela para checar que ninguém estava ouvindo, virou-se para ele.

- Ahn... como você chegou aqui? – perguntou curiosa observando-o   

- Andando – Quíron suspirou, parecendo que aquilo não era nada demais só realmente muito chato e entediante – Demorou uns dois dias como pode ver, mas cheguei aqui finalmente. Pelo menos valeu a pena... mesmo tendo perdido a festa.

- Ah. Nossa - ergueu as sobrancelhas.

- O que você queria falar comigo, Reyna? – interrogou ele, porém parecendo saber exatamente sobre o que era a conversa.

- Você me pediu para investigar...  e eu bem, fiz isso... – ela pensou em não incluir certas coisas -  E agora eu sei porquê o tal mortal vê através da Névoa.

Quíron uniu as mãos, prestando total atenção, sem nem mesmo piscar:

- Sou todo ouvidos.