História A Nova Ordem (Após Boo) - O Favor

NICO –

- Espere, espere, espere! – gritou Nico, irritado, sobrepondo a voz nervosa de Reyna que falava sem parar, andando de um lado para o outro em seu quarto.

A pretora parecia estar em estado de pânico como nunca antes. Não queria contar a ele exatamente o que tinha acontecido e o quer que fosse, deveria tomar mais cuidado se queria manter segredos, pois podiam tê-la visto facilmente no momento em que saiu correndo da floresta.

Só o que Nico sabia era que ela parecia ter se metido em uma bela enrascada. Nunca a vira tão nervosa. Resolveu perguntar mais uma vez:

- Reyna! Escute! Você poderia me contar o que está havendo daí talvez eu pudesse ajudar...

- Não pode – interrompeu ela rápida

- Tudo bem mas... – Nico se lembrou das palavras de sua irmã que a não muito tempo haviam sido ditas – Não é bom guardar essas coisas para si mesmo. Faz... ahn... muito mal.

De repente Reyna se virou para ele com uma cara meio engraçada como se estivesse chorando e rindo ao mesmo tempo:

- Mas você é a pessoa mais fechada que conheço. Como pode me dizer isso?

Era bem verdade.

- Eu posso ter pensado sobre o assunto e – começou ele se mexendo inquieto – ter mudado de ideia sobre guardar seus sentimentos para si próprio...

- O.k. – arfou Reyna parando um segundo no quarto e virando-se para olhar em seus olhos – Isso é... uma situação frágil...

- Frágil – repetiu Nico devagar – Explique, então.

- Ah meus deuses! Como isso é constrangedor!

- Eu não vou rir nem nada se é o que está pensando – falou o mais rapidamente que pôde.

Depois de mais alguns minutos tentando convencê-la que seria melhor que contasse, Reyna finalmente disse:

- Pode ser que eu tenha me envolvido com um mortal que não era para estar me envolvendo e acabo de descobrir que ele tem um irmão gêmeo do mal que por acaso ouviu eu dizendo para Jack que era uma semideusa e isso não faz muito sentido porque eu simplesmente não sei como pode ter escutado então agora acho que ele sabe alguma coisa e está prestes a usá-la contra mim e...

Ela disse tudo muito depressa, sem parar para tomar ar em nenhum momento, com as palavras embolando uma em cima das outras. Nico não poderia dizer que não estava confuso. Havia entendido a história a partes:

- Calma! Quer dizer que você está namorando um mortal... que por acaso parece que não deveria... e ele tem um irmão maléfico que descobriu sobre nós, semideuses?

- Não é tão simples assim – exasperou ela,  percebendo que Nico havia dito tudo em pouquíssimas palavras – Nós não ferimos mortais... nunca precisamos recorrer a isto. Inclusive algumas de nossas armas nem ao menos conseguem feri-los... porém, em relação aquele mortal... Ah, eu simplesmente não sei o que fazer.

- É... realmente – disse Nico começando a entender -  Um segundo. Você disse que está mesmo tento um caso com esse mortal?

- É exatamente o que eu disse – falou apertando as mãos – Por quê?

- Isso é... maravilhoso – ele deu um pequeno sorriso.

Reyna pareceu soltar um suspiro de alívio:

- Você acha?

- Todos merecem encontrar alguém.

- Até você – rebateu brincalhona

- É... – Nico sentiu que seu rosto estava ficando vermelho -  Mas então, o que pretende fazer, afinal? Acha que o garoto realmente ouviu o que você estava dizendo?

- Creio que sim...

- Há perigo nisso – falou preocupado olhando para pretora – , como claro você já sabe... Ele é tão mal assim a ponto de nem pensarmos que ele pode levar isso a sério e não acha que é uma brincadeira boba?

- O irmão de Jack não parece ser flor que se cheire – completou ela mordendo o lábio.

- Posso tentar afugentá-lo – pensou alto

- Não é hora de bancar o cara assustador – reclamou ela – Ele pode ser um mero mortal, mas algo está me incomodando...

- Pelo menos você não disse que havia um Acampamento Júpiter nem prometeu levá-lo nem nada desse porte – comentou Nico

Reyna ficou muito quieta. 

- O quê? – sobressaltou-se ele – Você fez isso?

- Talvez...

- Ah, quer saber? – Nico gesticulou em um gesto de rendição – Traga-o aqui se quiser. Posso ficar hm... de olho para você para checar se aquele cara não vai mesmo aparecer por aqui. Eu o detenho caso ele tente alguma gracinha. Você não está sozinha nessa.

Depois de Reyna dar um abraço contente em Nico e pedir obrigada sabe lá quantas vezes, houve uma leve batida na porta. Will Solace abriu a porta do quarto lentamente. Quando viu a pretora lá dentro com os dois abraçados, recuou um pouco:

- Ahn... Oi galera. Posso entrar? - perguntou meio acanhado

- Will! – exclamou Nico virando-se para ele – Claro que pode.

- Acho que está na minha hora de ir – falou Reyna em voz alta – Com licença. Obrigada de novo, Nico. Will - cumprimentou 

Dizendo isso, ela saiu deixando os dois sozinhos no quarto, acenando para Nico antes de sair.

- Aconteceu alguma coisa? – indagou o filho de Apolo curiosamente – Não queria interromper.

- Nada demais – tranquilizou-o - Só uma conversa de amigos.

- Ah... certo. Você quer dar uma caminhada pelo Acampamento? – Solace sorriu

- Adoraria.

Nico sorriu de volta e juntos eles saíram para os gramados.