PERCY –
Percy estava animado. A cada segundo que se passava Annabeth resgatava uma memória ou outra. Na noite anterior ficou tão feliz que a puxou para um beijo, mesmo sem saber se ela corresponderia ou não. Porém Annabeth havia correspondido de certo modo. Havia lembrado de algo sobre ele matar um Minotauro e também já lembrava algumas coisas relacionadas a sua família também.
Percy falava sem parar de como foi que se conheceram e o que viveram desde então, para tentar fazê-la se lembrar cada vez mais. Os amigos também pareciam muito empolgados e entravam na conversa de vez em quando. Porém uma coisa ainda o entristecia.
Nico, embora parecesse feliz também com a milagrosa recuperação de Annabeth, evitava olhar para o Filho de Poseidon. Percy sabia bem que ele deveria estar com ódio e mágoa do próprio, pois mencionara um assunto muito delicado para Nico. Bianca, é claro. Percy havia jurado protegê-la, acabou não conseguindo. Mas sabia que Nico jamais faria aquilo com Annabeth de propósito. Will também havia tentado impedir, sem sucesso. Mas o que valia era a intenção.
Sua namorada já estava deixando ele segurar sua mão e parecia ter gostado do beijo de Percy.
- Annabeth, eu já volto, ok?
A garota assentiu enquanto Percy caminhava até a mesa do café em que Nico estava sentado, bem a tempo de ver Reyna e um rapaz indo até Annabeth. Quando Percy sentou ao lado do filho de Hades, esse recusou olhar diretamente para ele.
- Nico – chamou ele inseguro – , eu queria falar com você.
- Já ouvi isso antes – ele se virou, sério
- Escute... – continuou Percy apertando a mão – Desculpe se eu lhe magoei, não foi minha intenção. Eu nunca quis envolver Bianca nessa situação.
Se o nome “Bianca” surtiu algum efeito em Nico, ele não demonstrou. Estava prestando atenção em seu anel de caveira, girando-o no dedo, como quando estava pensativo ou nervoso.
- Sei que a culpa não foi sua. Sei que não fez de propósito. Estava com raiva... descontei em você, sendo que não tinha nada com isso. Eu fui idiota - completou
- Tudo bem – Nico virou-se para ele, agora olhando-o atentamente – , todos somos idiotas de vez em quando.
Quando disse isso, olhou para Will, o filho de Apolo, que vinha em direção a eles. Nico conseguiu dar um pequeno sorriso de canto de boca. Percy retribuiu o sorriso:
- Então, está tudo bem?
- Claro.
- Obrigado por compreender. De verdade.
Se sentia muito grato. Não gostaria de ficar magoado com ninguém. Eles apertaram as mãos e Percy voltou-se para Will, que agora estava parado em frente a mesa, tentando se sentar.
- Ah, espere deixe que eu ajudo você – falou, ajudando-o a sentar ao lado de Nico – Como vão essas costas?
- Ótimas – ele gemeu quando mudou de posição no bando – Quase ótimas, quero dizer. Soube que Annabeth está recuperando a memória. Isso é ótimo!
- Realmente – sorriu.
Deu tchau para eles enquanto voltava para ficar com sua namorada. Quando voltou, viu que Calipso e Annabeth conversavam animadamente, como se fossem melhores amigas. Leo estava de boca aberta, observando as duas se falarem. Sentou em um local ao lado de Leo e o amigo virou-se para ele:
- Isso é sinistro! E legal... mas não deixa de ser sinistro.
- Tem toda razão – concordou, Percy, espantado – Quem sabe elas podem virar amigas, agora.
- Depois de Annabeth recuperar totalmente a memória? – perguntou o amigo, descrente – Mais fácil o Sr. D começar a distribuir balinhas de menta.
- Nunca diga nunca – respondeu ele, sombriamente
- Se ajeitou com Nico? – interrogou, Leo , de supetão.
- O quê?! Como você soube?
- Talvez porque... eu estava olhando. Ah, e todo o acampamento sabe da história, no dia que Dominic veio aqui.
- Quem contou? – Percy estava desconcertado. Não que se importasse, mas pensou que era um assunto particular.
- Não sei. Há fofoqueiros em todo lugar – dizendo isso, pegou o prato de comida com as duas mãos, que começaram a pegar fogo, aquecendo as salsichas e ovos que estavam em contato com o prato.
- Legal! – elogiou Percy sorrindo – Não posso fazer nada com a comida.
- Até que pode. É só achar algo que também contenha água. Como sopa.
- E o que eu faria com esse super talento? – brincou ele
- Poderia jogar a sopa quente na cabeça de um mané – dizendo isso ele piscou, com os olhos brilhando de maldade, enquanto Percy ria.
Depois de um tempo conversando com seus amigos, ele e Annabeth foram ao seu chalé. Ela ficou observando a fonte de água salgada que também tinha em uma dos chalés do Acampamento Júpiter e também observou a cama que Percy estava dormindo ultimamente, até que piscou, surpresa.
- Eu lembro.
- Lembra o quê? – virou-se Percy surpreso
- Agora eu lembro!
Ela pegou o rosto de Percy e beijou cada centímetro dele.
- Ah, Annabeth, o que exatamente você lembrou para estar me beijando desse jeito? Não que eu esteja reclamando...
- Você, Perseu Jackson, é meu.
A mente de Percy ainda tentava acompanhar o que ela dizia, porém não compreendeu exatamente. Depois de alguns segundos de impaciência de Annabeth explicou que lembrava que Percy era oficialmente seu namorado. Pelo menos, em parte. Ele não poderia ter ficado mais feliz. Embora, alguns minutos de beijos depois, Annabeth insistiu em falar novamente:
- Você precisa descansar, Percy. Não dorme direito a três dias!
- Estou be...
- Não está, não. Quem está bem agora sou eu. Você pode dormir, não vai acontecer nada comigo – replicou ela
Sabia que sua namorada no fundo estava certa. Ele estava caindo de sono. Não aguentaria mais um dia sem dormir direito. Estava de tarde, mas deitou-se mesmo assim, fechando os olhos e dormindo instantaneamente, sabendo que Annabeth agora estava ótima e que prometeu não se aventurar muito perto da floresta.
Estava em um sono sem sonho algum, quando de repente, uma menina de cabelos ruivos apareceu em sua mente. Ela ergueu a cabeça. Era Rachel. Percy percebeu que seus olhos estava totalmente verdes. Foi a partir daí que as coisas começaram a desandar.
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