História A Nova Ordem (Após Boo) - Deu errado.

REYNA –

Tudo bem! Ir com somente uma pessoa até um prédio que possivelmente se encontrava se inimigo realmente não foi uma ideia muito bem bolada. Mas Reyna não havia pensado que Dominic realmente estaria utilizando o prédio. Mas vamos começar do começo.

Jack estava andando de mãos dadas com ela, em um passo um tanto rápido, passando pelo caminho habitual de sempre.

- Realmente era muito fofo você sair do Acampamento Júpiter só para me ver – comentou o namorado de repente, olhando para ela com carinho.

- É eu sei – respondeu Reyna sorrindo.

- Não estrague esse momento – ele bufou, ainda com um sorriso no rosto

A medida que andavam a filha de Belona recordava que estavam a caminho de mais uma missão. Mais uma missão entediante, perigosa, que poderia acabar com a vida deles de um jeito penoso e detestável. Tudo estava tão perfeito antes de Rachel recitar a profecia... Reyna gostaria de estar no acampamento Júpiter novamente, com seu namorado e amigos, despreocupada, como pensou que ficaria quando acordou de manhã.

Chegaram enfim no edifício. Ao passarem pelas portas de vidro, notou que não havia nenhuma recepcionista. Tudo estava vazio e silencioso. Ou seja, um péssimo sinal.

- Pegue a espada que lhe dei – sussurrou Reyna, tentando fazer sua voz ser não muito audível

Ele fez o que mandou, enquanto ela sacava a espada em sua bota. Andavam silenciosamente, e recorreram a subir escadas invés de pegar o elevador. Pararam em frente a porta de Jack. Os dois trocaram olhares nervosos, antes dele colocar a mão na maçaneta da porta e abri-la suavemente, sem fazer ruídos.

O choque foi imediato assim que Reyna pôs os olhos no cômodo. A sala de seu namorado estava coberta de poeira e fuligem, como se não fosse habitada a séculos. Para piorar, sob a mesa de centro, estava uma armadura não totalmente formada, ainda. De um lado no sofá, estava uma colocada de pé, totalmente pronta. Agora já continha um “capacete” para proteção da face. Em todo lugar que olhasse, havia peças esquisitas e armaduras não terminadas. Todas pareciam diferentes uma das outras.

- Se eu fosse arriscar – começou Reyna, estarrecida – Diria que estão tentando aprimorar o modelo que já tem. Agora para quê...

- Não é possível que Dominic tenha feito essas armaduras – disse Jack, visualmente confuso.

- É claro que não foi – retorquiu ela – Com certeza foi o filho de Hefesto, Jace. Esse sim...

Os dois chegaram mais perto da armadura formada. Ainda parecia algo do tipo que O Homem de Ferro usava. Digamos que ela não ficou tão surpresa quando as fendas para os olhos da armadura repentinamente ficaram brancas, evoluindo para um vermelho e esta ergueu o braço rapidamente, agarrado o pescoço de Reyna com uma das mãos.

Jack deu um grito de surpresa, enquanto desferia um golpe contra o braço da armadura. A espada fez somente um pequeniníssimo talho na armadura, arranhando-a. Ela soltou o pescoço de Reyna e virou-se, como se estivesse irritada que houvessem manchado sua pintura. Ergueu a mão, com as palmas para frente. Esta começou a brilhar imensamente.

- Saia daí! – ela gritou desesperada, um segundo antes de Jack jogar-se para o lado, dando atenção a sua voz.

Os dois se jogaram no chão e ouve um estampido, seguido por um barulho de pedras caindo. Reyna ergueu a cabeça o suficiente para perceber que um buraco gigante havia se aberto na parede. Jack suprimiu um grito.

- QUANDO ELES CONSTRUÍRAM ISSO?! – berrou ele

Reyna acabara de pensar que Dominic poderia ter matado seu próprio irmão e provavelmente não sentiria tristeza ao saber disto. Era o pensamento mais frio e aterrorizante que ela imaginara. Levantou-se meio cambaleante. A armadura parecia ter vida própria. Certo, poderia se controlada por quem estivesse dentro dela, mas se não estivesse recebendo ordens... ou talvez estivesse. Dominic poderia pensar que eles entrariam ali, por isso mandara programar a máquina contra estranhos.

A armadura virou-se para Reyna. A garota sacou a espada e lançou-a no pescoço da máquina. Mas aquilo só causou um impacto em seus braços horrendo, enquanto a armadura não pareceu deixar-se abalar.

Nada é indestrutível – pensou ela com urgência – Mas também, ficar batendo com armas nessa coisa não vai adiantar nada... precisaríamos de fogo, talvez.

A armadura bateu se braço nela, fazendo-a voar metros para trás e por fim, em uma situação desesperadora, escorregando pela cratera que ela fizera na parede. Com o corpo totalmente para fora, balançando perigosamente, em um andar alto do edifício, Reyna tentou agarrar sua espada, que também começava a escorregar. Infelizmente, a viu cair, batendo em todas as varandas dos andares abaixo e por fim, estatelando-se no chão. Agora sim, estava totalmente indefesa.

Jack, que soltara uma exclamação quando a viu escorregando, empurrou a armadura (Que estava tentando fazer Reyna cair de vez) com uma força surpreendente, fazendo-a chocar-se com a parede mais próxima.

- Segure a minha mão, depressa! – gritou ele, estendendo a mão para ela agarrar

Assim que seus pés tocaram o solo, Reyna viu seu namorado ser lançado para trás do sofá, por um golpe da armadura. Depois disso, ele não levantou.

Ela por um momento viu-se cercada. Incerta do que fazer. A armadura deu o primeiro passo em sua direção, até que a garota ouviu uma voz arrastada:

- Pare.

A armadura obedeceu. Ficou completamente imóvel e assim, os brilhos dos olhos foram sumindo, até ficar exatamente como antes. Reyna virou-se rápida e deparou-se com Dominic, que estava sorrindo:

- Eu estava esperando você vir, querida.

Reyna procurou a espada na bota, se esquecendo por uma fração de segundo que a mesma estava quinze andares abaixo, estatelada.

- Peguem-na – ouviu o garoto ordenar.

Dois braços agarraram a cintura de Reyna, insistentes. Ela ouviu a voz do filho de Hefesto, gritando para ela ficar quieta.

- ME LARGUE SEU IMBECIL! – berrou ela, para Jace

Ela puxou o braço para frente e com força, enviou-o para trás, acertando em cheio o nariz do garoto. Jace gritou e Reyna tinha certeza que estava sangrando violentamente.  Ela sorriu com satisfação, preparando-se para outro round, mas ouviu o filho de Hefesto fazer algo com a cabeça e quando bateu o cotovelo de novo, foi ela quem sentiu uma dor enorme. Provavelmente agora ele tinha posto algo para proteger o rosto, pois sua pele chocou-se com algo parecido com aço e ela gemeu de dor.

- Não queremos que se machuque – comentou Dominic, parecendo sentir pena.

Ela sentiu a aproximação do rapaz, enquanto ela tentava lutar para se soltar dos braços de Jace, chutando, gritando, se mexendo loucamente.

- Você será minha deusa.

Ele mordeu o lábio inferior de Reyna, que arreganhou os dentes, tentando chutá-lo.

- Vai ficar tudo bem – uma voz feminina falou

A filha de Afrodite apareceu em sua frente, sorrindo calmamente. Reyna sentiu que ela estava usando sua persuasão com palavras.

- Você vai ficar com Dominic e vai gostar disso – falou alegremente

A mente de Reyna lutava para recusar, para evitar, para não sentir. Infelizmente, a filha de Afrodite parecia ter treinado muito e era ótima. Por fim, um sorriso que não era de Reyna surgiu em sua face:

- É! Vai ficar tudo bem.

O corpo dela não lutava mais, mesmo que sua mente pedisse o contrário. Viu Jack saindo de trás do sofá arrastando-se. A perna dele parecia estar quebrada. Ele viu Reyna sendo levada por Dominic.

A última visão clara de Reyna, foi ver o namorado se arrastando e gritando seu nome freneticamente, antes de a persuasão da filha de Afrodite a dominar por completo.