História A Nova Ordem (Após Boo) - Missões são cansativas...

PERCY –

Havia fuligem em seus olhos, impedindo-o de ver com clareza. O que era aquela coisa? E em quanto tempo eles tinham construído aquela máquina? Ao que parecia, era para ser usada diretamente no corpo, como uma armadura. Mas ela era tão automática ao ponto de poder lutar sozinha se quisesse.

Percy viu Nico desviando dos golpes da armadura. Levantou rapidamente, esfregando os olhos, a tempo de ouvir o filho de Hades gritar:

- LEO, LANCE FOGO NESSA COISA!

Leo não demorou para obedecer a ordem. Rapidamente, uma bola de fogo começou a queimar em sua mão nua.

- Abaixem-se! – berrou de volta.

Todos jogaram-se no chão, enquanto ele arremessava a bola de fogo no rosto da armadura. Era impossível de se acreditar, mas havia dado certo. Ela começou a tornar seus movimentos mais lentos a medida que o filho de Hefesto a bombardeava com fogo. Percy viu de esguelha Jack tentando fazer alguma coisa para se esquivar do perigo. Conseguiu ficar de pé, fraco, e saiu mancando até o sofá, onde pode se apoiar.

- Está dando certo! – comemorou Will, a medida de a máquina ia se derretendo.

Em um certo ponto, parou completamente de se mover, até que Leo, duvidoso a empurrou, fazendo-a se espatifar diretamente no chão. Todos suspiraram, cansados e aliviados. Mas Jack abriu a boca, e saíram dela palavras nada reconfortantes:

- Não pensem que venceram. Ao que parece, meu irmão estava só fazendo testes com essas máquinas. Já devem ter bem melhores – ele olhou de esguelha para Leo – A prova de fogo – e depois para Percy – Ou água.

- Ele tem razão – retrucou Nico.

- Temos que enfaixar sua perna, imobilizá-la – começou Annabeth, olhando insegura para a perna do mortal.

- Eu estou bem – ele se esforçou para fazer um rosto lívido, sem sucesso.

- Sabe que não está – Will se aproximou com preocupação – Posso ver daqui que sua perna não está em um ângulo nada normal.

- A preocupação é Reyna – insistiu Jack, aflito – Não sei o que Dominic pode fazer com ela. Mas sei que é capaz de quase qualquer coisa para alcançar o que quer. Prometi que daria tudo certo a ela.

- Se quer mesmo ajudá-la – começou Percy – Não pode estar nesse estado.

O garoto pareceu estar querendo responder, mas não teve argumentos válidos.

- É exatamente isso – concordou Calipso, franzindo as sobrancelhas

Os óculos do mortal pendiam precariamente em uma só orelha. Ele o ajeitou hesitante. Will se separou do grupo, tentando achar algum material (em alguma parte da cozinha que não havia sido destruída) que pudesse imobilizar a perna de Jack.

Percy ficou impressionado de como ele estava ignorando sua própria dor e se preocupando muito mais com Reyna. Era realmente uma pessoa legal.

- Vamos admitir – começou Leo, sentando no chão agora mais sujo ainda, com uma cara emburrada – Não sabemos o quer fazer. Não sabemos para onde ir. Essa é a missão mais incerta de todas...

- Ei – interrompeu Annabeth – Não vamos esquecer, Rachel disse claramente que iríamos encontrar tudo o que precisávamos sempre ao norte.

- Não é uma grande dica – retrucou Leo – Profecias idiotas... deuses idi...

- Acho melhor parar, na nossa situação, devemos querer ter os deuses do nosso lado e não contra nós – avisou Nico – Por mais que sejamos nós que vamos salvar a pele deles.

- Como sempre – concordou Will, voltando com alguns materiais nos braços – Achei algumas coisas que não estavam arrasadas que podem servir para você, camarada.

- Obrigado – agradeceu Jack, de mau humor.

Estava com uma cara contrariada, como se quisesse sair logo dali enquanto Will fazia alguns curativos improvisados.

- Não podemos desistir – disse Percy, tentando parecer convincente – Sei que a situação é preocupante e que estamos perdidos como nunca estivemos em nenhuma outra missão... mas temos que conseguir. Vamos conseguir.

Todos encararam os próprio pés, como se duvidassem disso.

- Se não acharmos que conseguiremos, quem irá achar? – interrogou

- Tem razão – murmurou Annabeth

- Prontinho – anunciou Will, dando dois tapinhas de leve no “gesso” improvisado de Jack – Isso vai ajudar você a ficar bom logo, logo. É o máximo que posso fazer por enquanto.

- Ficou ótimo – reconheceu Jack, examinando sua perna – Mas agora temos que ir. Se é para norte, então iremos para lá até que encontremos Reyna e possamos resgatá-la.

Todos concordaram, se dirigindo a porta, que estava quase arrancada das dobradiças. Missões eram realmente muito cansativas.