História A Nova Ordem (Após Boo) - Investigação

NICO –

Foi decepcionante quando eles finalmente chegaram ao que parecia ser o seu destino e não havia mais nada lá. Suas pernas estavam doendo pela velocidade que andara. Pelo canto do olho, poderia ver que Will estava sempre ao seu lado, a sua direita, e não saia dali por nada. Talvez estivesse com medo que Dominic saltasse dos arbustos.

Quando chegaram ao local dito por Jack, eles perceberam que o local estava vazio.

- Ah cara, fala sério! – reclamou Leo bem alto – Eu pensei que eles talvez ainda pudessem estar aqui.

- Shhhh! – Annabeth bateu no ombro do garoto – Não faça barulho, não sabemos se ainda há alguém por perto!

A menina parecia estar bem melhor do que uns dias atrás. Nico tinha certeza que ela estava bem agora e já era a antiga Annabeth que todos eles conheciam.

- Will? – Nico virou-se para o rapaz – Tem alguma ideia do que fazer agora?

Ele pareceu pensar por um instante:

- Vamos investigar o chão. Ver as pistas que temos. Afinal, é o que tem para hoje.

Todos concordaram. Se dividiram em duplas novamente, indo esquadrinhar o local cuidadosamente. Não que o lugar fosse gigante, mas tinha o tamanho de uma quadra de futebol, então precisariam inspecionar calmamente.

Will se abaixou junto com ele para olhar as pegadas no solo. O filho de Apolo era tão bonito... tinha músculos definidos e a camisa vermelha que estava usando lhe caia super bem. Os cabelos loiros chegavam a ser dourados e ele tinha cara de gente que iria na praia todo dia tomar sol, ou somente para caminhar e tomar um ar.

- Pelo que eu estou vendo, eles saíram daqui não a muito tempo. Tem marcas fundas de sapato. Isso indica que devem ter saído com pressa, correndo. Aliás, tem várias dessas aqui. Aposto que era o grupo que Jack estava falando. Aqueles garotos do cais e... – Will interrompeu a análise, pois viu que Nico o olhava atentamente, até demais – Algum problema?

O filho de Hades saiu do transe:

- Não! Nada. É uma ótima dedução, deveria dizer isso para galera – ele olhou para os colegas que estavam alguns metros de distância – Alguma coisa do lado de vocês?

- Sim – concordou Percy, olhando para Annabeth, como se esperasse que ela falasse.

- Sangue – explicou a loira brevemente – E bastante. Ao que parece teve algum tipo de luta aqui. Mas este sangue está concentrado no mesmo local. Duvido que esse seria um lugar para Reyna beijar Dominic de boa vontade.

- Também a marcas de sapato, logo após o sangue – concordou Calipso, se agachando ao lado dos dois – O lado direito está mais forte que o esquerdo. Acho que a pessoa que estava aqui feriu a perna.

- Ótimas deduções – falou Nico – Parece que estamos chegando a algum lugar.

- Acho que Reyna machucou Dominic de alguma forma – disse Leo, dando de ombros – Ainda acho que ela não beijaria ele por beijar.

- Vamos seguir essas pistas e ver até onde nos levam – falou Percy, e todos assentiram, levantando-se do chão de terra.

- Esquecemos de ver isso – Will se abaixou novamente até onde algo parecido com uma estaca estava no chão – Tochas apagadas. Está uma neblina bem forte aqui. Ao que parece eles saíram com muita pressa. Foram jogadas de qualquer jeito.

Eles foram seguindo as marcas de sapato por todo lugar, até ela parar em uma casa com cor de vômito.

- Pelo visto, esses três não são muito espertos para esconderem as coisas não é? – riu Leo, satisfeito – Quero dizer, nem apagaram as pegadas e deixaram claro por onde estavam indo. São realmente uns panacas.

Ele empurrou a porta da casa, que por acaso estava aberta e adentrou no cômodo.

- Leo! – chamou Annabeth, depressa – Você não pode ir entrando assim!

- Ah, Annabeth, deixa de ser best... – o filho de Hefesto foi interrompido bruscamente e um estampido soou na parte de dentro da casa. Algo parecido com uma fumaça começou a pairar sobre o rapaz, que tombou no chão.

- LEO! – gritaram todos, exasperados.

A fumaça foi se dissipando tão rápido quanto como começou. Eles entraram correndo e Calipso se ajoelhou para ajudá-lo.

- Leo! Leo! Ah meus deuses... Leo!

O garoto abriu os olhos vagarosamente. E a menina suspirou, aliviada:

- Ufa, que bom que não desmaiou nem nada...

- Ah! – começou Leo com uma voz meio boba, que não era sua – Calipso! Você é a Calipso! Esse nome me lembra pudim! Haha... Eu gosto de pudim e você?

A garota virou a cabeça lentamente para olhar seus amigos, que estavam com o queixo encostado no peito e pareciam tão surpresos quanto ela.

- O que aconteceu com ele? – interrogou Calipso, surpresa e assustada.

- Sabe o que acho engraçado? – tornou Leo a falar – As pessoas se referem a mim quando eu estou na frente delas! Isso não é uma falta de educação danada? Aposto que é! Haha...

- Não faço ideia do que aconteceu com ele, mas acho que não está ferido. Agora... isso era uma bomba de fumaça com que efeitos colaterais? – perguntou Percy, incerto

- Acho que só faz a pessoa falar como boba. Talvez ficar confusa por algum tempo – disse Nico, não sabendo ao certo se ria da situação ou achava grave – Algum diagnóstico, Will?

Ele se virou para o rapaz, esperando que ele tivesse algo a dizer sobre aquilo. Porém, este só deu de ombros, parecendo tão confuso quanto o resto dos amigos.

- Talvez seja mesmo o que Percy falou – disse Will

- Sério?! – espantou-se Percy, feliz por ter acertado em alguma coisa

- Não, mas é que eu não tenho mais nada para pensar – riu o filho de Apolo, tirando toda a moral do garoto

Finalmente, eles olharam em volta do aposento. Tinham alguns pedaços de terra no piso, e mais armaduras estavam jogadas por lá. Só que, desta vez, elas pareciam melhores e maiores. Mais completas. Quase feitas até as pernas. Felizmente, se havia alguma armadura completa ali antes, havia sido levado.

- Provavelmente, eles estavam escondendo Reyna aqui. Em que outro lugar nós não olhamos? Dentro de casas. Mas agora duvido que ele esteja dentro de outra – comentou Nico – A menos que essa cidade seja cheia de casas abandonadas, não acho que ele tenha conseguido outra casa para se abrigar.

Lá fora, podia-se ouvir que trovões começavam a ribombar e chuva a bater na calçada. Zeus estava bravo. Provavelmente porque a missão estava sendo um completo fiasco.

- Galera – chamou Will repentinamente, olhando para uma gaveta que havia aberto – Olhem isto aqui!

Todas as cabeças se reuniram, menos a de Leo, que estava deitado no chão, brincando com as linhas do ladrilho. Na mão do filho de Apolo, se encontrava um papel rabiscado com os seguintes dizeres: “Viajaremos para Nova York, guardem o que for preciso”

- Nova York – repetiu Percy descrente

- Do jeito que está escrito, soa como uma ordem. Deve ter sido escrito por Dominic – disse Nico.

- Nova York! Isso me lembra aquele filme! Do macaco gigante! É hilário! Ele pega a mulher e ela fica aterrorizada, haha... – falou Leo do outro lado da sala

- Temos que segui-lo – simplificou Calipso, tentando ignorar o namorado que ria como um babaca.

- Nós vamos para Nova York – confirmou Annabeth

Pela janela, eles viram através da chuva um sinal grande e azul luminoso. Era Jack, com toda certeza. Todos saíram correndo pela porta e só ficaram Will e Nico.

- Isso vai ser mais difícil do que pensei – comentou o filho de Hades

- Vai dar tudo certo. Não está com medo está? – brincou o rapaz loiro.

- Claro que não! – retorquiu o outro

- Então não tem com que se preocupar. Vai dar certo.

Will se inclinou e deu um beijo rápido em Nico, deixando-o pregado no chão. Ele saiu pela porta com um sorriso e Nico aos poucos foi sorrindo também. Seus lábios ainda formigavam.